Há muito tempo já dispúnhamos dessa máxima. Nas passagens bíblicas, em jornais, em países estrangeiros e até mesmo aqui no Brasil. Famosos que hoje estão em evidências, que contam suas histórias do tempo de criança.

Mas, nem tudo é alegria e tão pouco felicidade. Disto isto, interrogo aos que já passaram por essa experiência de vida, quer seja na infância ou na fase adulta. Ademais, conto-lhes um fato que me apresentaram durante este mês numa reunião de amigos do tempo de colégio.

O fato ocorrido é o seguinte:  

- Numa roda de amigos, estudantes de uma cidadezinha no interior do Ceará, que na época não passava de 50 mil habitantes, os amigos que hoje são adultos, casados e alguns bem sucedidos profissionalmente, vivendo financeiramente bem, resolveram  dar uma festa e convidar os amigos de outrora. Aqueles do tempo do colégio, das partidas de futebol nas prainhas do rio, dos carnavais e blocos, das tertúlias, e vai à frente muita imaginação e muitas alegrias, brincadeira, decepções amorosas, etc. etc.

Tudo começou por um dos quais se meteu a ser escritor, e no lançamento do livro resolveu convidar os amigos da “Velha Guarda”.

Telefone, contatos por e-mail, chama um, dois... dez, vinte e alguns que estão morando fora e outros desencontros.. Mas apesar de muito trabalho a turma estava reunida. Chega o grande dia e os amigos estão apreensivos com as mudanças que a vida lhes pregou.

Cada um com aquela euforia de menino que ganha um doce. Lançamento do livro foi um sucesso. Todos se encontraram e trocaram muitas ideias. Confesso que não o bastante, pois o tempo não dispunha para que cada um dissesse como o momento foi agradável.

Surge então novo encontro, com dia e hora marcada para uma nova reunião dos amigos da “Velha Guarda”. Chega o segundo grande dia dos amigos se encontrarem. Foi aquela festa. Muita gargalhada, lembranças do passado emergente, das brincadeiras no colégio, na faculdade...

E as lembranças vieram à tona. Andavam de bicicleta nas ruas, brincando de futebol no calçamento, carnavais com maisena na cabeça, tertúlias nas residências com radiola no alpendre. Comíamos tamarindo verde, trepado na tamarineira, comprava picolé de saco (dim-dim) na mercearia da esquina, tomava refresco com pão, tomava banho de rio.

Caçava passarinho com baladeira, nessa época não era proibido. Assistia filme de Bruce Lee e John Wayne nos cinemas. Ia para a casa do vizinho assistir  O Sitio do Pica Pau Amarelo, vê Tia Anastácia, o Visconde, Emilia, Rabicó na  televisão. Assistia a missa na sacada da Igreja Matriz, acompanhava as procissões. Tudo era festa.

E o tempo passou rapidinho. Um fato ocorrido nas conversas que muitos se lembravam de e que ‘Éramos felizes com o pouco que tínhamos”  Nada de tecnologias que nos tirassem de uma boa amizade. Saímos de lá revigorados com a força da Juventude.

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José Wilamy Carneiro é professor, poeta, escritor, cronista e memorialista. Também é cordelista e pesquisador. Formado em Direito pela (FLF) Faculdade Luciano Feijão em Sobral no Ceará. Especialista em Meio-Ambiente pela (UVA) Universidade Estadual Vale do Acaraú- Sobral- Ceará. Pós-Graduado em Ciências (Matemática) pela UVA-Universidade Estadual Vale do Acaraú.