Confirmadas as indicações de Alexandre de Moraes para a vaga de Juiz do Supremo e de Moreira "Angorá" Franco para Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, ainda sobra a cadeira de Ministro da Justiça que, até então, era ocupada pelo tucano Moraes.

Seria leviano pensar em outro apelido da lista da Odebrecht ligado ao PMDB ? Foro privilegiado é muito mais do que bem-vindo nos dias de hoje e, dessa vez (parece), não há impeditivos e muito menos vergonha.

O governo de Temer ilustra categoricamente, e não somente, a pobreza ideológica e a neoplasia política que arrasam o país.

Ontem mesmo era aliado convicto (exagero) do PT, parceiro ativo e fiel escudeiro do "plano de aceleração do crescimento da grande obra" em seu mais fétido significado e parte importante da resposta divina aos anseios da ingênua nação, oprimida e brutalmente desfavorecida pela voraz engrenagem capitalista - pobres, indefesos e pacatos cidadãos... (Coitados?)

Hoje se curva ao PSDB de Aécio "Mineirinho" Neves e do "Santo" Alckmin (hoje?), mantendo a proposta de sucateamento do Brazil (com "z") que deveria estar longe da falência só que assim o rotulam e o ofertam por motivos óbvios (compradores não faltam) e pouco importam os avanços sócio-econômicos tão bem debatidos e defendidos em época de eleição.

Segue obstinado com o seu instinto pugente de autoperpetuação que, há tempos, significou manter-se posicionado sob o muro do oportunismo, tal qual um rapinante, para que não fossem descartadas as sobras que resultavam do mal aproveitamento da farta matéria disponível, independente dos lados.

No poder, ciente de que a explosão controlada necessária para a transposição de obstáculos no menor tempo possível não estaria isenta de riscos, esforça-se em interromper os estragos causados pelo pseudo chacoalhão moral ao qual o país se submete - orquestrado em sua totalidade ou não - e faz dessa a grande máxima oculta para a agenda política.

Nos escombros e durante sua remoção haverá perdas substanciais para o partido situacionalista e seus novos-velhos aliados, porém, menores no longo prazo se comparadas às explorações que favoreceram desproporcionadamente os antigos usufrutuários das minas que, se nada fosse feito, em breve receberiam a outorga definitiva das escrituras das mesmas.

E por falar em lados, há quem ainda acredite que existe uma linha tangível que divide o bem e o mal... e esses são, na minha mais rasa opinião, aqueles que defendiam e ainda defendem o "menos pior" como solução prática para o presente momento.

Dito isto, continuo achando que não vale comentar política com total seriedade pois tornou-se tão chata e sem propósito quanto o futebol de hoje (que tanto admiro, só que não!).