ENTRE DEUS E EU...

Maria Eunice Gennari Silva

 

Entre Deus e eu sempre há nós dois conversando. Eu pergunto e Ele responde quando estou pronta (como?), para receber a sua resposta que me ensina o caminho (onde?) que devo andar.

Entre Deus e eu, então, é assim. Vamos conversando. Ele ensina e eu aprendo quando não coloco resistência e reconheço que preciso da Sua correção – muitas vezes como “... espada de dois gumes; ela (que) penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e as intenções do coração.” (Hb.4:12)

Mas, nem sempre foi assim. Precisei aprender e compreender (como), primeiro, a conhecer um Deus que deseja, ardentemente, no seu coração, relacionar-se com os que O buscam de, e em verdade. E mais, na Verdade – Jesus, o Cristo. Então... plenamente próxima, ser conduzida (onde) por Ele.

Foi neste processo, no qual podia conhecer, aprender e passar a viver os princípios de Deus, que eu sempre “pisava na bola”. Na verdade, tudo que vinha da parte de Deus, eu achava lindo, mas tinha resistência (vergonha, medo, preguiça...) para enfrentar os contrários, para sair do estereótipo imposto pelas coisas rotuladas como naturais no mundo. Tanto que, fui confrontada e intimidada com frases do tipo, “aqui não é lugar e nem hora para se falar de coisas espirituais”. Ou, “não é lugar e nem hora para que você seja quem Deus diz que você é”. Por pressão e constrangimento, calava a boca.

Para quem se sente imaturo e ainda com dúvidas a respeito de fé genuína (... porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam”. Hb.11:6 – o que não era o meu caso), é impossível se posicionar, com convicção plena, para pessoas que caminham pelo mundo em nome de uma falsa democracia que permite só o que lhes convém falar, ver e escutar. E mais, muitas vezes, por meio de atitudes autoritárias e disfarçadas no discurso do respeito a todos. Que todos?

É aquela história de quem diz que já sabe tudo, mas não aprendeu nada. Ou, então, são os que, continuamente, dizem estar tentando aprender, porque, no fundo, não querem se comprometer com o que já deviam ter aprendido.

Acontece que o apreendido de Deus implica em mudanças que provocam transformação de vida, e nem sempre queremos nos desacomodar para começar tudo novo. Porque quem passa a ter convicção sobre o que aprendeu de Deus, está transformado para compartilhar, ensinando o que é bom em todo tempo – sem vergonha, sem medo e com todo ânimo e disposição.

Eita, que isto não é fácil. Só mesmo a graça de Deus, para que as muitas interpretações não nos deixem confundidos mas, sim, que sejamos inspirados por uma verdade revelada.

Então... gradativamente, fui ficando atenta ao que não me levava a lugar nenhum. Ao que me impedia de ser bem resolvida frente às dificuldades de todos os dias, para que tivesse o privilégio de enxergar o caminho e de como andar nele, sendo conduzida por Ele.

O bom é que a gente só faz essa escolha quando decidimos por ela. Ninguém nos obriga, nem Deus. Por isso, quando verdadeira a nossa decisão, ela só acontece porque reconhecemos que a Verdade é Deus. Ou seja, se não somos verdadeiros, não estamos com, e em Deus, mesmo Ele estando, permanentemente, em nós. E o mais sério é que mentimos, e mentimos sempre respaldados sobre uma verdade inventada para nos convencer, e convencer aos outros, de que somos verdadeiros, transparentes.

Eu aprendi que entre Deus e eu, a proximidade aparente e, por isso, não verdadeira, só aumenta a distância para que eu possa alcançá-Lo e estar próximo da Sua vontade que é boa perfeita e agradável. Felizmente, Ele permanece onde sempre esteve e sempre estará, até que a gente se aproxime e seja parte do Seu movimento, caminhando contínua e independentemente de onde e com quem estivermos.

Nesta caminhada, muitas mulheres e homens de Deus estiverem presentes no meu aprendizado. Muita leitura, muito vídeo, muitos encontros, muito relacionamento. Mas, um simples e pequeno encontro foi fundamental para alicerçar a minha relação com Deus.

No meu quarto tem um poltrona que está por lá há mais de 30 anos. Presente de uma amiga, em uma época que andava muito desconfiada de Deus. Uma hora, eu era sua amiguinha, outra hora, me perguntava onde estava com a ideia de arrumar uma amigo como ele. Na realidade, uma montanha russa que me levava às alturas da Sua graça, até às profundezas da imaturidade, da incredulidade, ou melhor, do que me convinha conforme os meus interesses – o próprio inferno com o capeta se achando, batendo palmas e pedindo bis.

Mas, havia no meu coração o desejo de que aquela poltrona era para Jesus se assentar e pudéssemos ter longas conversas. Entretanto, este desejo foi sendo adiado por um longo tempo. A vergonha, o medo, a preguiça... todo tipo de resistência estava sempre por perto, rondando e impedido que eu me aproximasse de Deus.

Um dia, meu neto Pedro, ainda muito pequeno, entrou no quarto e, literalmente, correu e assentou-se na poltrona. Bem aconchegado sobre ela, foi falando tudo que tinha para me contar naquele dia. De repente, interrompi sua contação de novidades e pedi que assentasse na cadeira ao lado, porque aquela poltrona era onde Jesus ficava assentado para conversar comigo.

Claro que esta explicação acabou provocando risadas entre nós dois. E ele não só permaneceu na poltrona como ainda me disse com toda segurança:

- Sem problema vó. Eu estou sentado no colo de Jesus!

Deste dia em diante, fui descobrindo, aprendendo, construindo e conquistando o meu lugar de intimidade com Deus, para conhecê-Lo e ter o seu colo sem constrangimento. Eu passei a querer a simplicidade do meu neto Pedro com o Pai.

E, assim, entre Deus e eu, continuamos conversando. Mas, agora, sem resistência, porque sou livre para aprender e ir aperfeiçoando - entre nós não há distância. Estou próxima e atenta nas nossas conversas.  

E sabe como pode funcionar entre Deus e você?

Ore, seja gentil, simples, tenha bom humor, pergunta, chora, geme, agradece, conta histórias, arrepende... que Ele, nesta relação de intimidade, sempre te responderá na Sua Palavra, na Bíblia, nas Escrituras Sagradas.