Autor: Ezequiel Esperado Artur
Co-autorː Nelson Pinto

Resumo

O artigo em causa procura compreender sobre a coerência daquilo que se espera que o ensino de filosofia proporcione. A reintegração nacional do ensino de filosofia no ESG assim como a expansão dos cursos de ensino de filosofia nas universidades teve um propósito, que por sua vez culminou com a delimitação dos objectivos que este deve atingir. Com a reintegração desta disciplina no nível pré-universitário em Moçambique, isto nas classes de 11ª e 12ª, que teve como um dos problemas a falta de quadros formados para a sua leccionação, implementa-se nas formas de avaliação desta modelos que não dizem respeito aos princípios traçados a priori, fazendo com que as questões dadas nas avaliações desta disciplina limite o aluno de relacionar conteúdos com a vida pratica e concluir algo, isto é, a falta de avaliações que exijam a reflexão e as atitudes filosóficas. Assim diz o prefácio do programa do II ciclo de Introdução a Filosofia: As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva (INDE/MINEDE-Moçambique, 2010, p.2). Se há ensino de filosofia espera-se que o aluno filosofe, e só se pode filosofar se existirem condições ou princípios que condicionam este filosofar, ou seja, só se filosofa partindo das atitudes filosóficas, a filosofia não será possível sem as atitudes filosóficas e estas devem estar patentes no ensino de filosofia de todas as escolas segundarias gerais moçambicanas. Com isso nos preocuparemos nele fazendo o estudo sobre as questões objectivas múltipla escolha nas avaliações de filosofia, pois em alguns casos limitam o que se pretende que a filosofia condicione e os possíveis casos que estes tipos de questões poderão ser úteis.
Palavras-chaveː Ensino, filosofia, avaliação, questões múltipla escolha, atitudes filosóficas.
Revisão: dr. Antoninho Alfredo, UP-Lichinga, Moçambique, 2017. Pag 2

Introdução

O presente artigo com o tema: Ensino de Filosofia: Um olhar sobre as questões múltipla escolha nas avaliações de filosofia, surge na perspectiva de procura da viabilidade de ensino de filosofia sem se deslocar daquilo que são os objectivos do ensino desta disciplina.
Tratando-se de uma disciplina nova que se reintroduz 23 anos após independência moçambicana em 1975, e longe de ser uma das primeiras disciplinas leccionadas em Moçambique, o país torna-se alvo de ensino deficiente da mesma, razão pela qual há uma grande necessidade da sua viabilização. Isto que remetera a um grande esforço do governo a investir nela e ter quadros qualificados para tal, isto é, na leccionação de filosofia sem se deslocar da sua própria didáctica.
A abordagem que será feita neste trabalho sobre as avaliações de filosofia será limitada, pois não se pretende dizer como devem ser as avaliações de todos os conteúdos que se pretende ensinar no processo de ensino e aprendizagem da filosofia, mas propor uma das saídas que os conteúdos ou as condições podem limitar na elaboração de questões que condicionem as atitudes filosóficas, sem que sejam necessariamente questões abertas. Terá também como objectivo geral conhecer o impacto das questões objectivas múltipla escolha no ensino de filosofia, e como objectivos específicos analisar este impacto e relacionar com a função primordial da filosófica, demostrar o propósito da reintrodução desta disciplina em Moçambique e a possibilidade de uso das questões objectivas no ensino de filosofia. Para procura de informações sobre o tema se baseia principalmente nas consultas bibliográficas e entrevistas.