ENSINO DE CIÊNCIAS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Publicado em 26 de outubro de 2021 por Sergio Honorio
ENSINO DE CIÊNCIAS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Temática Reflexiva da educação
A importância da prática de Ensino em Ciências para superar os desafios da prática docente e como o estágio supervisionado poderá ajudá-lo (a) nessa prática.
Professor de Ciências: uma atividade fácil ou difícil de ser realizada?
Introdução
Responder questões sobre a atividade de professor de ciências é algo que requer reflexões. Vivemos uma época, onde a ciência se desenvolve muito rápido, sendo necessário acompanhar as novidades constantemente, pois o professor deve estar atento e repassar as transformações cientificas com entusiasmo a seus alunos. A formação acadêmica com boa teoria aliada a pratica de estagio com professores experientes e a convivência com os alunos molda o docente para aplicar o conhecimento cientifico filtrado para alunos que nem sempre tem referências, canais de informações e muitos têm resistência a ideias novas.
É notório a grande importância da prática de Ensino em Ciências, uma vez que, através dessa disciplina alinhada ao estágio supervisionado o futuro professor passa a vivenciar, desde início, formas de reavaliar e reinventar sua metodologia de ensino, frente à realidade de seus alunos. A finalidade da prática de estágio supervisionado é desenvolver em cada estudante dos cursos de licenciaturas não apenas a compreensão das teorias estudadas durante a graduação, mas também sua aplicabilidade e reflexão sobre a prática que se inicia neste momento, instrumentalizando o professor. Conforme Cury (2003, p.55) “educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração”.
Desenvolvimento
O estágio supervisionado garante ao futuro professor de ciências, saber usar os instrumentos didáticos para cada realidade escolar. De acordo com Tardif (2002), o estágio supervisionado constitui uma das etapas mais importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura e, cumprindo as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a partir do ano de 2006 se constitui numa proposta de estágio supervisionado com o objetivo de oportunizar ao aluno a observação, a pesquisa, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes atividades pedagógicas; uma aproximação da teoria acadêmica com a prática em sala de aula. O desafio de iniciar a carreira docente em ensino de ciências vai depender de um bom estagio pratico, onde o estagiário tem contato com as dificuldades da realidade na educação brasileira e sua capacidade de absorver as experiências de professores e funcionários da escola no trato com os alunos. Cada região tem sua realidade e será preciso ser flexível diante dos desafios, que as diferenças sociais moldam cada aluno. Segundo Imbernon (2001), crescer é ter acesso a informações, é ter atitude fazendo o aluno participar, é ser cidadão. Para isso é preciso conhecer os alunos, a comunidade interna e externa da escola são fatores que melhoram a qualidade do trabalho do educador, pois quando o professor conhece a realidade consegue elaborar melhor a sua prática de sala de aula e obter mais sucesso no seu trabalho.
O estágio curricular é compreendido como um processo de experiência prática, que aproxima o acadêmico da realidade de sua área de formação e o ajuda a compreender diversas teorias que conduzem ao exercício da sua profissão. É um elemento curricular essencial para o desenvolvimento dos alunos de graduação, sendo também, um lugar de aproximação verdadeira entre a universidade e a sociedade, permitindo uma integração à realidade social e assim também no processo de desenvolvimento do meio como um todo, além de ter a possibilidade de verificar na prática toda a teoria adquirida nos bancos escolares. Assim, os estágios são importantes porque objetiva a efetivação da aprendizagem como processo pedagógico de construção de conhecimentos, desenvolvimento de competências e habilidades através da supervisão de professores atuantes, sendo a relação direta da teoria com a prática cotidiana. Pois unir teoria e prática é um grande desafio com o qual o educando de um curso de licenciatura tem de lidar. E, se esse problema não for resolvido ou pelo menos suavizado durante a vida acadêmica do estudante, essa dificuldade se refletirá no seu trabalho como professor. Não é apenas frequentando um curso de graduação que uma pessoa se torna profissional. É, principalmente, envolvendo-se intensamente como construtor de umas práxis que o profissional se forma (FÁVERO, 1992).
Diante da realidade da atuação em sala de aula o professor fica "dividido entre as propostas inovadoras - racionalmente aceitas, e as concepções, interiorizadas de forma espontânea a partir da vivência irrefletida. Daí, a distância entre o planejamento do curso e a ação em sala de aula, entre as idéias defendidas e a prática realizada" (Garrido & Carvalho 1997: 4).
Ser professor de ciências no Brasil é complicado, pois existem diferenças sociais e culturais que influenciam e dificultam o ensino de acordo com as diretrizes de ensino. Os alunos não têm interesse em aulas paradas, assuntos decorados e lições metódicas, vai ser preciso adaptar o ensino oficial com um ensino que fale a realidade de cada aluno e isto é muito difícil para estagiários e professores iniciantes. Para Huberman (1973), as mudanças das concepções e ações do professor, no ensino, estão estreitamente relacionadas à maneira como ele concebe sua identidade profissional. Como os valores e atitudes encontram-se empenhados em todas as mudanças, daí resultam, por parte do indivíduo, grande ansiedade, resistência prolongada e necessidade de um trabalho que leve em consideração o processo de "desaprender" e "reaprender".
Considerações Finais
O ensino de ciências é fundamental para o complemento educativo e cultural dos alunos. É muito importante a atuação do aluno no estagio de licenciatura em ciências, ter a oportunidade de conviver e aprender em sala de aula. O estagio é o período onde o conhecimento teórico se molda a realidade da escola e da comunidade que ela pertence. Não é fácil promover conhecimento cientifico onde os alunos vem com baixo conhecimento em outras matérias, pois a leitura e o raciocínio logico estão muitas vezes comprometidos com uma escolaridade muito fraca. Por outro lado nã é difícil contornar as dificuldades, pois com metodologias bem aplicadas podemos mostrar em imagens, conversas em sala de aula e algumas práticas e causar a empolgação e a curiosidade cientifica e assim corrigir também as falhas no ensino geral. A educação de uma forma geral aprendida na escola, por convivências, por ensino didático bem aplicado, ajuda muito a formação do futuro cidadão
"A partir das relações que estabelecem entre si, os homens criam padrões comportamentos, instituições e saberes, cujo aperfeiçoamento é feito pelas gerações sucessivas, o que lhes permite assimilar e modificar os modelos valorizados em uma determinada cultura. É a educação, portanto, que mantém vida a memória de um povo e dá condições para sua sobrevivência. Por isso dizemos que a educação é uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade entre indivíduo e sociedade.(ARANHA, 1996, p.15)."
Referências
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes: A educação inteligente; formando jovens educadores e felizes. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
FÁVERO, Leonor Lopes. A Dissertação. São Paulo: USP/VITAE, 1992. 104 p
GARRIDO, E. E CARVALHO, A. M. P. (1997); A importância da reflexão sobre a prática na qualificação da formação inicial do professor. (preprint)
HUBERMAN, A.M. (1973);Como realizam as mudanças em educação:subsídios para o estudo da inovação, (Martins J. trad.), São Paulo, Cultrix.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação.2ª ed., São Paulo:Moderna,1996.