Ensino de ciências entre os anos 1960 e 1970
Por Ricardo Frazão de Souza | 13/12/2015 | EducaçãoO mundo vivia, após a Segunda Guerra Mundial, uma disputa tecnológica e intelectual entre dois países que lideram dois grandes blocos mundiais: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos e o socialista, liderado pela União Soviética. E essa disputa serviu para o avanço das tecnologias, o que causou influencia direta no ensino de ciências.
A partir deste momento, o ensino de Ciências não se preocupa apenas em formar cientistas, mas formar cidadãos. Diferente dos anos anteriores, nos quais os alunos eram meros espectadores do ensino, a partir de agora, eles seriam parte integrante do processo de aprendizagem. O método cientifico não seria apenas executado, mas sim pensado pelos alunos no processo de resolução do problema.
Essas modificações não afetariam apenas o ensino de ciências, mas a educação de uma maneira geral. Várias instituições organizaram projetos educacionais que estimularam o ensino de ciências. E para tanto, agruparam-se cientistas e professores, bem como psicólogos para a elaboração de planos e avaliações.
As equipes tinham caráter temporário. Mas para elaboração de materiais didáticos seria necessário formação de equipes de caráter permanente, para que não houvesse descontinuidade dos trabalhos. Centros de Ciências formaram-se e apresentaram caráter regional.
Porém, não adiantava elaboração e atualização dos materiais didáticos sem atualização dos professores. Era necessária uma mudança na psicologia no ensino.
Com a promulgação da lei nº 4.024 de 21 de dezembro de 1961, foi adicionada a disciplina de Iniciação à Ciência já no ginasial e o aumento da carga horária das disciplinas científicas (Física, Química e Biologia).
Ainda assim, havia relutância Às mudanças por parte do sistema educacional devido aos vestibulares que primavam pela memorização. Com a mudança política de 1964 o sistema de educação sofre uma nova reestruturação. Os militares tinham o anseio de desenvolver e modernizar o país causando, por consequência, uma valorização do ensino de Ciências.
No final dos anos 60, os estudantes desejavam mais vagas nas universidades. Houve, dessa maneira, ampliação das faculdades privadas. Assim, houve um aumento desenfreado de professores, já que as instituições privadas passaram a formá-los, que antes era função das universidades públicas. Com isso, os professores formados apresentavam qualidade muito inferior à necessária ao objetivo desejado.
Processo similar ocorreu no ensino primário e secundário. A exigência de mais vagas fez com que o exame de admissão fosse extinto em alguns Estados do país. E esses problemas refletiriam nos anos seguintes.
Referência bibliográfica: Krasilichik, Myriam. O professor e o currículo das ciências.
São Paulo, EPU/EDUSP, 1987. Capítulo I.