Vou escrever sem eira nem beira, sem telha, sem chão e areia.

Vou escrever sem açúcar e com afeto, sem teto e sem vingança.

Minha escrita será meu testamento, minha bandeira,

Meu brinde, minha bebida e minha festa.

Mas enquanto as palavras não cruzam o meu pensamento, vou ficar por aqui,

Ruminando, dançando, cantando e bebendo licor.

Quero ficar de bobeira, só pensando em besteiras.

Quem sabe algo dentro de mim se acenda,

E me encante e eu entenda:

Que às vezes as palavras deságuam,

Noutras, são rios de águas profundas.