Em 1839, Alexandre Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico em um eletrodo, iniciando assim, as bases da geração de energia a partir da Luz Solar. Quase 180 anos depois dessa descoberta e alguns avanços nessa área, existem muitos obstáculos para a geração de energia fotovoltaica, obstáculos tanto tecnológicos quando burocráticos, principalmente para a geração descentralizada, geralmente instalada em telhados de residências.

No que se refere à tecnologia dos sistemas fotovoltaicos como um todo, a eficiência de conversão da luz solar em energia elétrica pelos painéis solares ainda é considerada muito aquém do ideal, de 14 a 21%, talvez tal nível de eficiência nunca seja alcançado, o mesmo acontece com os custos de produção dos equipamentos necessários para o sistema de geração de energia elétrica, que estão muito altos, longe do ideal.

Quanto à burocracia para a instalação de sistemas fotovoltaicos de geração distribuída, ainda existem muitas barreiras, é necessário que se evolua muito no que tange as diretrizes burocráticas desse setor. Faz-se necessário a implementação de mais politicas públicas voltadas a sustentabilidade, geração de energia a partir de fontes renováveis e limpas, facilidade de acesso a créditos com juros menores e redução de impostos.

Porém, mesmo neste cenário, que em um primeiro momento possa parecer desanimador, podemos encontrar esperanças no desenvolvimento deste setor, esperanças imediatas ou somente em longo prazo, concretas ou não?

O Brasil é um dos poucos países no mundo que possuem uma quantidade de irradiação solar em alguns lugares de até 2400 kWh/m².  Este fator é o mais importante quando pensamos na geração de energia a partir da luz solar. Quando comparamos com a Alemanha, a irradiação solar de lá fica entre 1.200-1.850 kWh/m², diferença que torna o Brasil um pais muito atrativo para esse tipo de geração de energia, mesmo sem todos os incentivos que existem na Alemanha, o Brasil já se encontra na mesma faixa de Payback do sistema (Tempo de retorno do investimento) ou até melhor. Já existem sistemas instalados no Brasil com payback entre 4-6 anos.

Outro fator que tem contribuído e alavancado este setor é justamente o aumento das tarifas de energia para o consumidor residencial, em 2015 o aumento já superou 40% podendo chegar a 50%. A tecnologia também esta evoluindo, produtos melhores e mais eficientes, menores e mais baratos.  Muitas pessoas já estão acreditando mais neste tipo de sistema, uma prova disso é que em 2014 existiam apenas 422 sistemas gerando eletricidade e 10 meses depois, em 2105 já era contabilizado 1125 sistemas, quase que triplicando em um curto spaço de tempo.

A energia fotovoltaica esta deixando de ser uma tecnologia ou opção do futuro e se tornando cada vez mais presente em nossas vidas, a cada dia mais pessoas estão aderindo a este tipo de geração de energia, seja por convicções e posicionamentos sustentáveis ou simplesmente pelo lado financeiro.

Renato Duarte

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