Por Eduardo Cervantes Guaiato - GLEG Consultoria Hoteleira

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Introdução

Empreendedor “é alguém que faz novas combinações de elementos, introduzindo novos processos ou produtos, identificando novos mercados de exportação ou fontes de suprimentos, criando novos tipos de organizações”. (Drucker, 2000).

Mauricio de Souza, criador da turma da Mônica, se encaixa bem nesse conceito. Em 1959, publicou a primeira tirinha da Turma da Mônica no jornal Folha de S. Paulo. Desde o início dos negócios, o foco da Maurício de Souza Produções (empresa responsável pela turma) eram as histórias em quadrinhos, apesar de algumas tentativas frustradas de entrar no mercado do desenho animado.

Em 1993, o grupo se lançou em uma nova empreitada: o Parque da Mônica,em São Paulo, empreendimento corporativo do segmento de lazer e entretenimento. O objetivo era ser “o grande quintal perdido” para uma geração de crianças acostumadas a uma metrópole com pouco espaço para brincar. Para isso, reuniu brinquedos de subir, correr, escalar, escorregar e se cansar.

Na época do lançamento, as principais atrações do parque eram o Brinquedão (circuito com cordas, túneis, escorregador e piscina de bolinhas), um cinema 3D e um estúdio de desenho animado que mostrava como fazer filme misturando desenho animado com atores "de verdade".

O cinema e o estúdio não estão mais lá. Mas o Brinquedão continua fazendo sucesso. O local ainda é o mesmo: uma área de 10 mil m² divididos em três pisos no Shopping Eldorado,em São Paulo. Hojeem dia, são poucos os brinquedos eletrônicos e muitos os circuitos, piscinas de bolinha e escorregadores em um ambiente todo colorido e temático.

O parque, que tem capacidade de atender até 2.500 pessoas por dia, recebe cerca de 50 mil pessoas por mês. Esperam alcançar a média de 600 mil visitantes no ano. O faturamento de 2007 ficou em R$ 15 milhões.

O parque tem dois tipos de atrações: as para ver com calma e outras para se cansar. As crianças se encantam nas áreas de exposição, como a casa da Mônica, a Tumba do Penadinho ou a Casa do Louco, e correm, pulam e suam no Brinquedão, no Pulo do Astronauta e no Labirinto Vertical. Outros brinquedos, como a Cidade dos Carrinhos e os Engenheiros do Parque, são um prato cheio para quem gosta de um faz-de-conta bem real.

As opções de alimentação do parque se resumem a lanches e doces, vendidos em quatro lanchonetes e alguns carrinhos de churros, algodão doce e outras guloseimas. Entre as poucas opções consideradas saudáveis estão alguns sanduíches naturais e sucos de caixinha.

A fila para qualquer uma das lanchonetes é grande e cansativa no horário do almoço (das 12 horas as13h30) e exige paciência. Como a praça fica ao lado de brinquedos como o Labirinto Vertical, as crianças podem ficar brincando enquanto os responsáveis esperam. Mesas e cadeiras existem em quantidade suficientes.

O Parque da Mônica oferece alguns serviços de utilidade, tais como:

Sapataria, armários e carrinhos de bebê

Para entrar em muitos dos brinquedos é preciso tirar os sapatos, por isso, muitos andam descalços o dia inteiro. Existem uma sapataria para deixar os calçados, blusas de frio e outros objetos que o visitante não queira carregar. O serviço é gratuito, mas os objetos não ficam em armários trancados. Bolsas, celulares e outros objetos de valor podem ser guardados em armários com cadeado.

Pais com crianças de até 1 ano e 11 meses de idade podem usar carrinhos de bebê gratuitamente nas dependências do parque. O equipamento deve ser retirado na sapataria.

*Os valores do aluguel incluem taxas de precaução (chamadas de “caução”), cobradas no ato da locação e restituídos na devolução das chaves. A taxa serve como multa no caso de extravio de chaves.

Fotógrafos

Mesmo sendo permitido fotografar e filmar em todo o parque, a administração disponibiliza fotógrafos profissionais que passam o dia clicando as crianças para depois oferecerem aos responsáveis suvenires tentadores com as fotos estampadas, como chaveiros ou porta-retratos. Acostumados a fotografar crianças, os profissionais conseguem imagens realmente belas com seus truques. Um dos mais criativos: um brinquedo em forma de passarinho acoplado à máquina, que se mexe e faz barulho segundos antes do clique, chama a atenção dos pequenos e garante o sorriso.

Turminha Toma Conta

Os pais que quiserem podem optar pelo serviço Turminha Toma Conta para deixar crianças de4 a9 anos no parque e passear pelo shopping ou fazer outra coisa. A equipe de monitores supervisiona os pequenos, que são identificados por coletes coloridos.

Lojinha

Localizada estrategicamente ao lado da saída, no piso mais baixo do parque, a lojinha tem todo tipo de produtos licenciados da Turma da Mônica: DVD’s, material escolar, bonecos etc., além de pilhas, canetas e outros objetos que podem ser necessários aos visitantes.

Há também uma loja que dá acesso para os freqüentadores do shopping que não entraram no parque.

Aniversário no Parque

O parque conta com infra-estrutura para festas de aniversário. O aniversariante e seus convidados são identificados por coletes coloridos e lancham em uma área exclusiva. O pacote inclui ingressos para os convidados (no mínimo 10 pessoas), bolo e outros lanches.

Mas, o Parque da Mônica está de mudança. A notícia do fechamento do parque surgiu em julho de 2009. Até abril de 2010, o parque estará funcionando no Shopping Eldorado. Mauricio de Souza, proprietário da empresa que administra o parque e criador da Turma da Mônica, garante que essa mudança não será o fim do parque. Outros três locais, não revelados, estão sendo estudados. Em entrevista publicada no site do Estadão, Mauricio de Souza adiantou que o novo parque terá “um toque de modernidade”. “Devemos importar alguns brinquedos e queremos dar uma atenção melhor aos jovens e adultos que acompanham as crianças”.

A administradora do shopping alega que o empreendimento está passando por reestruturação e que o espaço do parque não atende mais às expectativas de seu público alvo, que mudou de perfil.

Segundo o proprietário do parque, este precisava de investimentos e os gestores estavam descontentes com o local, devido a vários problemas relacionado a infra-estrutura do local. O novo Parque da Mônica deve ficar pronto em abril ou maio. A idéia agora é reposicionar o parque também como uma atração turística de origem internacional. Isso não necessariamente implica numa expansão de seu espaço. “Ele já tem um bom tamanho para a cidade. Se for para fazer algo maior, prefiro abrir um novo parque fora da cidade”, diz o criador, em entrevista ao site Mundo do Marketing. O objetivo é evitar fracassos anteriores, como o Parque da Mônica aberto no Rio de Janeiro no ano 2000, por acionistas concessionários e fechado cinco anos depois, cuja localização afastada motivou o seu fracasso. Essa filial do Parque da Mônica, instalada no condomínio Città América, na Barra da Tijuca, um ano após sua inauguração, foi palco de um acidente: o Aerotrem, um trenzinho suspenso que era uma das principais atrações, caiu sobre o Bate-bate e feriu 17 crianças, duas delas gravemente. O parque reabriu dias depois após a retirada do brinquedo defeituoso e continuou em operação por mais quatro anos até que os sócios (que não eram os mesmos da unidade de São Paulo) decidiram retirar seus investimentos. Em 2005, Parque da Mônica fechou as portas no Rio. Outro antigo projeto era o Parque do Chico Bento,em São Paulo, que não se identificava com o caráter rural do personagem que daria nome ao local. A sugestão do criador, hoje, seria um Parque do Chico Bento no interior de São Paulo, como em Mogi das Cruzes, mais no estilo hotel-fazenda.

Parque da Mônica em números

A área total é de 10.000 m2, dispostos em três pisos, dos quais 1.000 m2 da área central recebem iluminação natural;

Há capacidade para receber até 2.500 pessoas simultaneamente;

O público mensal é de, em média, 50.000 visitantes;

O parque fica a uma distância máxima de 45 minutos de 93% da área geográfica da Grande São Paulo;

O estacionamento do shopping para mais de 4.000 vagas, sendo 70% cobertas;

O parque tem 200 funcionários;

O ar condicionado central está programado para manter a temperatura sempre em 24º C;

A lojinha vende mais de 2.000 souvenirs e produtos da Turma da Mônica;

62% do público vêm da capital de São Paulo, 16% da Grande São Paulo, 14% do interior paulista e 8% de outros estados.

Sugestões para a melhoria do Parque da Mônica

1) Os personagens da Turma da Mônica cresceram. Hoje já encontramos histórias da Turma da Mônica em versão adolescente, para maiores de 11 anos. Uma sugestão seria incluir no parque alguns brinquedos radicais e jogos eletrônicos, diversificando o perfil do público, tendo como base os personagens “teens” dos quadrinhos.

2) Descobrir através de pesquisa quais as expectativas do público alvo do local em relação a mudança de atrativos.

3) Diversificar o empreendimento buscando não somente atender a necessidade do jovem ou adolescente que se utiliza o espaço, mas também buscar um novo nicho de mercado satisfazendo as necessidades dos acompanhantes.

4) Através de parcerias associar o novo empreendimento a uma rede de fast food de reconhecimento, como Mac Donald’s ou Bob’s, solucionando, desta forma, o problema de alimentação que é deficitária.

5) Para melhor atender o público alvo, no caso crianças, seria necessário um produto mais educativo. Por exemplo: oficinas educativas como "O Banco Central da Turma da Mônica", onde monitores ensinariam as crianças a preencherem cheques, a fazerem contas comprando produtos ilustrativos. Pinturas, monitores fantasiados de personagens da turma da Mônica expostos para desenho artístico, como fazer uma leitura com maior concentração na história adquirindo nas crianças um hábito ainda maior para a leitura, técnicas de imaginação seria essencial para uma atração maior ao público principalmente escolas de Educação Infantil.

6) Aproveitando a mudança de local do Parque da Monica, seria interessante uma parceria com as agências de turismo da Capital, incluindo o Parque nos pacotes e roteiros turísticos que são vendidos para o interior e para os outros estados.

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