Ela vem

É uma colheita. Feita como se estivesse em um  belo e infinito jardim - os últimos suspiros, sorrisos, afagos e beijos, as mais lindas flores...  as flores.

Ela vem...

Ela vem...

Ela vem...

O que fazer?

Amar insanamente... sorrir por nada e por tudo. Sobressaltar-se a cada gemido, festejar cada novo olhar lúcido de reconhecimento do amor maior.

Ela vem...

Ela vem...

Ela vem...

Não apagará o passado, não prolongará o presente, alterará o futuro. O que fazer?

Esgares de dor nos assomam, assolam, devastam nosso ser fulminante e intransferivelmente. Dominados pela proximidade da separação. Não há eternidade, envelhecemos e perplexos percebemos que ela se aproxima... a indesejada dos que amam,  dos que por muito tempo viveram acolhidos, amados, queridos! A escolhida  pelos que muito sofrem. ..

Ela vem...

Ela vem...

Ela vem...

Perplexos, percebemos que ela se aproxima – inexorável! Eis que a morte vem, chega e colhe quem nos acompanhou por milhares de minutos de nossa existência.

O que fazer?