No início, quando somos convidados para uma capacitação ou formação de educadores, começamos a levantar as expectativas dos grupos e é comum percebermos que a demanda destes gira em torno de buscar "dicas" de como resolver seus problemas - uma receita precisa. Na verdade, uma grande parte sente-se insegura diante dos desafios do exercício educativo e quer ensinamentos, ou às vezes, quer uma autoridade superior para resolver os seus problemas ou do seu grupo. Por outro lado, também os facilitadores/educadores têm uma lista de experiências que foram coletando ao longo de sua vivência educativa. Balancear essas duas ansiedades talvez seja o exercício mais difícil. No entanto, será neste jogo de interesses que avançaremos na proposta da construção coletiva de um novo conhecimento-ação.

Esse processo de construção coletiva que estamos propondo, na certa acarretará muita insegurança tanto nos participantes das oficinas quanto nos monitores. A construção do conhecimento é como jogar-se num futuro que não está desenhado, mas cujo pincel está em nossas mãos. No entanto, sabemos também que há milhares de outras mãos com outros pincéis, mas muitos deles nem sabem para quê serve o objeto que estão portando. Não é possível ter certeza de como a história irá caminhar.