Educação Trabalho comunicação e tecnologia
Por Alberto Silva | 14/11/2009 | EducaçãoIntrodução:
Da força bruta ao pensar conhecimento.
Os seres humanos ainda estavam andando de quatro quando perceberam a primeira ferramenta, seus membros. Para garantir o alimento desenvolveu a lança para poder matar sua presa sem ser morto, percebeu que precisava de ajuda para melhor caçar, abriu mão de sua individualidade e foi viver em tribos. Nômade, senhor do fogo elemento fundamental na transformação dos metais dominados, vagou pelo mundo aprendendo ensinando, matando, morrendo e nas andanças descobriu a roda pelo desgaste do quadrado. Essa nova tecnologia permitiu ao humano a locomoção mais rápida, a vantagem nas batalhas, maior número de escravos. Descobriu que poderia plantar e criar seu alimento. Nascem às sociedades agro-pastoris, é desenvolvido o moinho a partir da roda-de-pedra. Começam a socializar as línguas criam-se as regras de convivência a propriedade passa a ser naturalmente do mais forte e o poder vai unindo-se a força tornando a guerra à grande mentora das invenções desenvolvimentistas nas horas de paz. Os saberes desta evolução empirista e teocrática a força da ordem natural determinava a condição social de cidadão da Grécia à Roma, ou seja o ócio era o pleito da dignidade.
A comunicação anteriormente feita pelo grito passou a ser feita pela fala, evoluiu para a escrita, com a doma dos animais usou o cavalo par vencer distâncias, evoluindo para o navio disseminado por Alexandre “o Grande” nas conquistas que efetuou para Macedônia, a expansão da cultura grega por todo mundo civilizado de sua época e depois por Roma, que adotou o pensamento grego para melhor pensar. A palavra escrita, falada e pictografada está posta em todos os momentos da história da humanidade. Evidencie-se que grandes guerras estão por trás do quadrado evolutivo da humanidade. As cruzadas nos tiraram da escuridão ocidental que durou um milênio, As guerras religiosas provocadas pela reforma socializaram o conhecimento e tiraram o homem da condição servil para o trabalho remunerado, ressoaram às nuances do pensamento científico na revolução francesa, abrem-se as portas para o pensamento livre, enquanto os ingleses fazem do pensamento ação na revolução industrial a mais forte das manifestações liberais dadas as condições de comunicação da época e do processo de produção que nascia atrofiado numa globalização etnocêntrica que invadiu o mundo no berço do capitalismo que pariu o liberalismo dos ricos burgueses. Sob acenos de reis fracassados e incompetentes que não abriram mão do absolutismo.
2. A força do conhecimento no domínio da educação para a produção:
Era necessário libertar para escravizar. A força da hegemonia inglesa vai ser abalada pela primeira grande guerra que nos deixa o motor a explosão, barcos mais rápidos e o avião mais seguro o telegrafo sem fio e o telefone aperfeiçoado e as ondas do rádio começavam a levar e trazer conhecimento, e formatar a mais cruel dominação já alcançada com a propaganda de massa, que promoveu o NAZISMO, na Alemanha dos anos trinta, a difusão da social democracia; lá estava como instrumento de domínio a comunicação. Veremos mais nitidamente o grande passo da humanidade após a segunda grande guerra onde toda comunicação sofre revolução e o homem enquanto objeto destas mudanças também é sujeito delas por todos os campos do conhecimento, criando e recriando posto de trabalho até começar a reduzir para lucrar..
Somente um objetivo move o ser humano, o seu bem estar mesmo que tenha como conseqüência o mal do outro. Desde que o mundo é mundo o trabalho necessita da educação para que se processe com grandiosidade e resolutividade gerando conhecimento; absorve muito trabalho na animosidade de comunicação que educa mesmo quando fala por falar. Quando ficou de pé até os dias atuais alguns verbos estão intrínsecos com a individualidade do ser humano, a saber:- Aprender, ensinar, compreender, dominar, poder, querer, escravizar e possuir. Assim temos vindo pela historias, contando nossa história, ensinando, aprendendo, trabalhando e criando formas para que nosso bem-estar seja sempre compensado pelo lucro. Desde sempre buscamos reduzir ao máximo o uso da força humana. No primeiro momento escravizamos e desconsideramos nossos iguais para que pudéssemos exercer o ócio digno e pensar melhor como dominar e fazer guerra, conquistar e aumentar domínios. Para manter o domínio dividimos a sociedade em dominadores e dominados e educamos diferentemente as classes; para alguns o conhecimento, outros até era permitida aprender, pois havia a necessidade do serviço burocrático e o servo era quem deveria desenvolver. Nesse processo de evolução, a utilização das mãos foi decisiva. (...) Nasce assim o trabalho: atividade que exige do gênero humano o uso constante das capacidades mentais e físicas na construção dos meios que possibilitem a convivência. (MASCARENHAS, 1988). E que sempre necessitou da parceria da educação companheira indispensável do trabalho na historia da humanidade. Antes do fazer é necessário aprender como fazer e o como fazer exige um processo mesmo que rústico de uma técnica que se permita ser copiada e o ser humano sempre busca a melhor forma para não cansar ao realizar qualquer tarefa. Essas buscas desenvolvem ações evolutivas quer no conhecimento técnico, quer na comunicação, quer na produção de alimentos, quer na ação social, quer no pensamento científico.
O balanço não é claro mesmo que nos limitemos a olhar para nós próprios. Não há dúvida de que uma minoria, a que se apropria direta ou indiretamente do trabalho alheio ou de seus resultados, que desfruta de seus bens e serviços não sonhados por minorias anteriores, mas os resultados são bastante menos equívocos para a maioria, para os que vivem unicamente de seu trabalho. (FERNANDES, 1989).
A dominação vai ficar posta, quando a televisão se populariza a partir dos anos sessenta, quando a tecnologia televisiva impõe as normas sociais desde o que vestir ao que comer. A educação por modalidade que já vinha desde os anos cinquenta com os cursos por correspondência para área técnica e na área acadêmica nasce a Madureza, para ajudar na alfabetização dos jovens e adultos, os veículos usados a televisão e na grande massa o rádio,.dada as complexidades geográficas do nosso país. A televisão aproximou a humanidade trouxe a informação mais precisa e o conhecimento mais próximo da verdade, as telessalas foram a grande vedete da educação no apogeu da televisão até a fantástica queda do muro de Berlim, ou seja o início do fim do Socialismo enquanto sistema de governo, a queda da cortina de ferro. A tecnologia celular que era de alguns se populariza, as tecnologias da informatização trocam de geração muito rapidamente e a rede vai facilitar o acesso a informação para todos. Cumênius lá pelo século XV escreveu: “Ensinai tudo a todos”. A internet fez isso e te dá a opção de escolha. O ensino a distância pode ser um dos passos mais seguros para realização das propostas de JOMTIEN e de DAKAR na realização do ensino para todos. Há de se buscar qualidade neste ensino a distância e mesmo no presencial, observando-se diagnósticos reais e decisões sérias na implantação. Senão o que poderia ser libertador, será só um instrumento de dominação do neoliberalismo camuflando a escravização do ente analfabeto funcional, pela promessa libertadora do possuir e da marca que possui, não importando a forma de produção, ou seja, quem produz, como produz e para que produz. Essa talvez seja a chave da resposta para: o que ensino, como ensino e para que ensino?
3.Como libertar se somos treinados pela educação a nos escravizar?
Antes o padre olhava para o céu de costas para os fiéis e na linguas dos padres conversava com Deus e ensinava aos cristãos como andar sobre a terra e a submissão aos homens de Deus. Lutero vem e quebra esse paradigma e traz a Blíbia para lingua materna com ajuda de Gutemberg, torna possível o homem entender o que de verdade estava no livro do padre. A Reforma libertou da igreja católica para que o capitalismo da burguesia escravizasse. O liberalismo nos diz que somos tabula rasa e em nossas cabeças impõe a necessidade de produzirmos lucros e de sub-vivermos com a miséria imposta pela mais valia e pela suposta liberdade do trabalho como força produtiva. Para garantir essa “liberdade” o sistema nos proporciona ensino direcionado às necessidades da produção dita pelo mercado. (PROUDHON. 2007 PP.141,151) O trabalho se organiza primeiramente pela divisão, a seguir pelas máquinas, depois pela concorrência,(...) Deixamos o trabalhador às voltas com a lei da divisão; como esse infatigável Édipo vai fazer para resolve esse enigma? Está garantida a não resolução, pois a educação oferecida a força produtiva permite aos dominadores essas afirmação. O descaso com a qualidade da educação a distância assegura a dicotomia a serviço da globalização e do neoliberalismo libertador que automatiza para garantir lucros e garantir competitividade de produtos no mercado interno e externo, sempre prevendo o aumento da margem de lucro sem nunca sair do vermelho. A nossa primeira ação é: quanto vou ganhar, quanto vou pagar. Na escola a pergunta maior é: - Qual é a minha nota, quanto valia o teste? Nada é mais excludente que a competição pelo consumo pelo que parece ser, mas jamais será. A educação libertadora se fundamenta na partilha, na revisão constante de valores onde o coletivo é o centro e o individuo o agente do processo de partilha. É necessário humanizar o ser humano para que a forma de educar não seja só metodologia e didática. Essa interação seja dialógica verdadeiramente a fim de preparar o individuo para ser crítico e também produtivo, um ser pensante onde a ênfase esteja no coletivo e não no individualismo a vedete do neoliberalismo. As “TIC's” ( Tecnologias da Informação e Comunicação) enquanto instrumento de trabalho na educação aplicada pelo professor é positivamente uma passo gigante se socializado para todos, mas quanto usado como instrumento de massificação no ensino à distância é uma ferramenta do neoliberalismo globalizante tendo como consequência a redução estúpida dos posto de trabalho e o achatamento do salário do professor. A ferramenta de progresso é também o instrumento de miséria social no soerguer da pirâmide onde a base será totalmente esmagada pela alienação do consumo do capital flertando com a globalização neoliberal, que garante o domínio de pouquíssimos sobre os demais.
- Considerações finais:
Não há como dissociar trabalho, educação, comunicação e tecnologias. A dificuldade em adequá-las as necessidades está relacionada aos domínios das áreas de interesses com os destinos das produções realizadas e por quem são realizadas.
“É uma necessidade irresistível pelo homem, necessidade que nasce espontaneamente nele do progresso de sua industria, do desenvolvimento de suas ideias, do refinamento dos seus sentidos, da delicadeza de suas afeições, a de amar sua mulher como ama seu trabalho, com amor espiritual; a de moldá-la, embelezá-la, Quanto mais ama, mais a quer brilhante, virtuosa,inteligente; aspira a fazer dela uma obra prima, uma Deusa”. (PROUDHON. 2007.p.390).
O fetiche que envolve o ser humano permeia todos os campos da produção e a necessidade de possuir alimenta o mercado reduz a divisão de renda, derrama o luxo na miséria disfarçada por grupos canalhas discretos ou indiscretos políticos e partidos que agregam estes cânceres das sociedades modernas, que polemizam e nada fazem de real pelo conhecimento libertador para não perderem a dominação. No Brasil de todos os crimes que se comete contra a educação, está posto e comprovado pelas aberrações contra o ensino no país. È a partidarização da Educação. Quando se supra partidarizar a educação, a saúde e a segurança os resultados na formação do cidadão serão notáveis, pois a má versação do dinheiro público será bem reduzida já que reduzirá o número de pessoas manipulando esta verba. Educação à distância direcionada ao público corretamente diagnosticado responderá com qualidade como modalidade educacional. O uso de tecnologias da educação na formação de jovens e adultos diagnosticado dará melhor rendimento pois estará sendo usado o remédio correto para a enfermidade que assola o ensino nacional. O analfabetismo funcional, sócio do neoliberalismo no controle das massas garantido “o sucesso” da globalização que caminha para igualdade universal dos seres humanos, com muita tecnologia, pouco trabalho, muita falsa educação, dominados pelo mal uso da comunicação que prioriza a propaganda enganosa, instrumento letal da globalização neoliberal.
Referências:
FERNADEZ,Mariano. A FACE OCULTA DA ESCOLA-Educação e trabalho no capitalismo- Artes Médicas Porto Alegre-1989
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA,João Ferreira; TOSKI, Mirza Seabra. EDUCAÇÃO ESCOLAR; POLITICAS ESTRUTURAS E ORGANIZAÇÃO. ed. Cortez. São Paulo. 2005.
MASKSEN,Paulo. - SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO- INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ESCOLA NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL- ed. 2 Loyola. São Paulo. 1988.
PIERRE, Joseph Proudhon. FILOSOFIA DA MISÉRIA. Tomo I e II ed. Escola. São Paulo.2007.