Autora: Edilce Teresinha de Barros Miercalm

Co-autora: Mariane Damke

 

Educação social versos educação escolar

 

Educar vem do latim educare, que a simples modo significa instruir, mas usarmos esses termos visando o meio social/ambiental, que uma criança habita educar toma uma consciência bem maior. Temos aqui então a função que a LDB 9394/96 atribui a educação social e a educação escolar:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.( BRASIL, 1999)

Desse modo podemos compreender a educação como uma profissão impossível? Esse foi à conclusão feita por Sigmund Freud em seus escritos como destaca KUPFER(1995, p.50) “[...] todas as ideias de Freud sobre a Educação, inspiradas pela Psicanálise, são, de certa forma, por ele “desditas” ou questionadas. [...]E a conclusão, ao final de tudo: a Educação é uma profissão impossível”. Contudo nesse texto exposto pela autora, Freud, compara a educação com a psicanalise e chega em suas conclusões através daquilo que ele tinha a sua disposição na época de seus estudo.

            Será essa assertiva uma verdade? A educação, ou melhor, a escola é uma instituição impossível? Se pararmos para analisar os dados do PISA, vemos uma educação naufragada, onde as crianças saem do ensino fundamental sem aprender o básico. Contudo não a parte educacional ganha peso, mas há desestrutura familiar, que gera desestrutura emocional, psicológica e social na criança. Desse modo, não iremos educar definidamente uma criança, visto que afirma KUPFER(1995, p.59), “impossível não é sinônimo de irrealizável, mas indica principalmente a ideia de algo que não pode ser jamais integralmente alcançado: o domínio, a direção e o controle que estão na base de qualquer sistema pedagógico”.

            Portanto a educação é sim uma profissão impossível, visto que o educar terá a cada dia que reformular suas teses, reorganizar seus materiais, para que seus alunos, independente de qual for sua realidade, posso alcançar o seu melhor e aprender aquilo que esta sendo proposto.

É impossível, pois não somos estatuas, mas seres humanos, que possuem sentimentos, angústias e medos. É impossível, pois cada criança é única e aprende do seu jeito único.

Só pode ser pedagogo aquele que se encontrar capacitado para penetrar na alma infantil, escreve Freud. [...]A primeira é que tais afirmações podem bem ser uma das peças para o quebra-cabeça que Freud propõe ao afirmar que a Educação é uma profissão impossível. Veja-se aí o paradoxo entre ser necessário, para bem educar, um contato do educador com sua própria infância, e o fato de ela não nos ser mais acessível.(KUPFER1995, p.48)

Ao adentrarmos na sala sim, recorremos a uma parte nossa infantil, principalmente os educares da educação infantil, pois desse modo conseguimos uma sintonia com as crianças pequenas que em muitas vezes estão assustadas e com medo desse local onde ela foi posta. Para muitas crianças a creche é um local assustador, pois perde ali o conforto de estar ao lado de sua mãe, para passar boa parte do dia com outras crianças e um adulto estranho. Cabe então ao professor reconhecer esse momento impossível de acomodar amorosamente seus pequenos alunos e encontrar em si seu eu criança e redescobrir a sala de aula como um ambiente agradável e acolhedor.

REFERÊNCIAS:    

KUPFER, Maria Cristina Machado. Freud e a educação: o mestre do impossível. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1995. 

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.