EDUCAÇÃO PRESENCIAL E EAD NO BRASIL

 

¹Thiago Ferreira da Silva

 

 RESUMO

 Este artigo verifica a educação presencial e EAD no Brasil, passando pelas questões: culturais, históricas e sociais.  Foram citadas as opiniões de diversos escritores, os quais foram de fundamental importância. Primeiramente, notou-se que a educação no Brasil é deixada para o segundo plano e o desinteresse da massa em busca de melhorias.

 Palavras- Chave: Educação presencial. Educação a distância. Trabalho. Brasil.

ABSTRACT

 This paper evaluates the classroom education and distance learning inBrazil, through the issues: cultural, historical and social. We cited the opinions of many writers, which were of fundamental importance. First, it was noted that education in Brazil is left to the background and mass disinterest in search of improvements.

Keywords: Education classroom. Distance. Work. Brazil.

 

 1 INTRODUÇÃO

 No Brasil, educação presencial ou à distância (EAD) nos remete a diversas questões, entre elas: cultural, histórica e social. Infelizmente, no país ela está voltada para a erradicação do analfabetismo e mercado de trabalho.

 Segundo Cristovam Buarque (2009), primeira, cultural. Não somos um povo, elite e massa, com visão e sentimento de que educação é um valor fundamental. Para nós, educação é, no máximo, um serviço público, como água, esgoto; com valor inferior aos investimentos na infra-estrutura econômica como energia, transporte, estrada, portos, aeroportos, bancos, e inferior também aos bens de consumo. Nenhuma família brasileira compraria uma televisão em uma loja parecida com a escola onde deixa seus filhos.

Faz parte da cultura brasileira ver a educação como um capítulo secundário ao propósito de renda, patrimônio, bem estar, soberania, justiça, democracia. O padrão de beleza é físico, jamais um jovem é tido como atraente por seus conhecimentos, por suas notas na escola. As novelas mostram seus heróis com base na riqueza, na saúde, no corpo atlético, nunca na formação literária, filosófica ou científica. E, se fizer essa inversão, parecerá falso.

Primeiramente, os alunos de educação básica levam alguns anos para aprenderem a ler e a escrever, muitos passam de ano sem ao menos saberem uma destas funções. Do ensino fundamental ao ensino médio adquirem uma má formação, aqueles que podem pagar uma faculdade prosseguem com os mesmos problemas, e encontram mais dificuldades no ensino superior.

Mesmo aqueles que se preocupam com a educação dos filhos, olham menos o conhecimento que terão do que as vantagens salariais que poderão obter com seus conhecimentos. Por isso, no Brasil, o interesse é maior com o diploma do que conhecimento.

Segunda, histórica. A cultura é conseqüência da história. A população deseducada não dá valor à educação.

A má escola de hoje é vista como boa, porque os pais nada tiveram, agora seus filhos têm onde ficar, comer e ter a impressão que estudam. A exclusão gera a aceitação da exclusão, como as castas na Índia.

No Brasil, os pobres vêem as boas escolas como um direito apenas dos filhos dos ricos, e os ricos acham que basta educar seus filhos. Os primeiros acham que não é possível uma boa escola para todos, os outros acham que não é preciso.

Infelizmente, o Brasil não valoriza a educação, e a população não busca a se “aculturar”, educar e a respeitar. Para que pensar, se pensar dá trabalho.

 

2 EAD NO BRASIL

 Atualmente, a educação á distância (EAD) expandiu-se pelo país, mas ainda causa estranheza, por isso, a descredibilidade, então falar de EAD nos remete aos problemas citados neste artigo (vide página 1).

Segundo Kátia Morosov Alonso (2011), falar sobre a Educação a Distância no Brasil é, ainda hoje, um ato de muita coragem. São vários os trabalhos sobre este tema, mas a resistência a ele tem, necessariamente, uma base cultural bastante forte.

A educação à distância (EAD), surgiu como uma solução para aqueles que não dispõem de tempo para realizarem um curso superior presencial.

Atualmente, ela não está sendo utilizada com este princípio e se tornou um negócio lucrativo para a maioria das instituições de ensino.

Desde os anos 70, foram criados diversos programas no Brasil, os quais, não vingaram por muito tempo devido a questões políticas. O projeto Minerva, foi um dos que teve maior impacto no país, atualmente, a EAD funciona como uma sala de aula virtual, com fóruns, material didático e lançamento de notas.

Cristovam Buarque (2009), Terceira, política. Somos um povo dividido entre elite e povão. E historicamente a vontade política é orientada para atender aos desejos da minoria privilegiada, não às necessidades das massas excluídas. Isso vale tanto para os produtos da economia, que atendem ao mercado formado pela renda dos ricos; como para os serviços sociais: moradia, água, esgoto, transporte, cultura e também educação. Por isso, os aeroportos, por exemplo, são federais, mas as rodoviárias, municipais ou estaduais; as universidades, as escolas técnicas são federais, mas as escolas básicas, municipais ou estaduais. Quando os aeroportos entram em crise, o ministro é substituído, surge dinheiro para novas pistas, trens para levar os passageiros da cidade a novos aeroportos. Mas a tragédia educacional das greves se arrasta por meses sem qualquer ação da parte dos governos, especialmente o federal.

 

(...) Quarta, abandono. Na educação, décadas de abandono fizeram com que o abandono gerasse um descaso ainda maior. O abandono provocou greves, as greves provocam mais abandono; o mesmo se passa com os baixos salários, e a perda de interesse dos professores, com as más condições dos prédios, com o roubo de equipamentos; com a violência. (BUARQUE, Cristovam. Mundo Prosa. Disponível em: http://mundoprosa.blogspot.com/2009/10/por-que-educacao-deu-certo-em-outros.html. Acesso em 03 de novembro de 2011).

Cristovam Buarque (2009), são essas as principais razões que impedem o Brasil de dar o salto na educação: por falta de uma consciência social que nos impede de ter a vontade política coletiva de mudar.
Por isso, é tão difícil fazer a revolução educacional no Brasil. Não é porque não sabemos como fazer, é porque ainda não nos convencemos de que é preciso fazer.

A saída é fazer da educação uma questão nacional, fazer da escola uma responsabilidade federal. Tomar a decisão de que as escolas terão a mesma qualidade, independente da família em que a criança nasceu e da cidade onde vive.

O desafio é convencer o povo de que isso é possível e preciso. A maior tarefa, de quem quiser mudar a educação brasileira, é assumir o papel de educacionista, convencer, conscientizar os brasileiros de que é preciso e é possível, fazer essa revolução.

Só mudando a cabeça do Brasil é que vamos educar as cabeças de nossas crianças, com a qualidade e a igualdade de que o Brasil precisa.

É muito difícil falar de educação no país, se grande parte da nação não a encara como algo prioritário e emergente. Portanto, a educação a distância (EAD) também não pode ser bem sucedida no Brasil.

 Em relação ao mercado de trabalho, de um lado, o diploma de um aluno que realizou o curso presencial, do outro, o certificado daquele que realizou o curso de ensino a distância (EAD), o escolhido será o que realizou o curso presencial. Verifica-se que ainda existe o preconceito desta modalidade de ensino no país.

Segundo Rory McGreal (2010), todas as universidades estão usando o e-learning de alguma forma. Qualquer forma de preconceito está desaparecendo rapidamente. Aliás, entre empregadores, há uma preferência por quem tenha aprendido em e-learning.

Na Athabasca University (Canadá), existem cursos de educação à distância (EAD) como: Indigenous Studies (Estudos Indígenas) e Women’s Studies (Estudos da mulher), que não existem no Brasil. Creio que seja para mudar a atitude tradicional das pessoas a respeito de aborígenas e outros povos indígenas e em relação às mulheres.

Trazer as pesquisas para a realidade. Tivemos gerações criadas para pensar que a história do mundo foi feita por grandes homens brancos.

 E as mulheres dizem: “Não, nós estivemos lá também”. E os índigenas: “Nós estávamos aqui antes de vocês chegarem, vocês não descobriram esse país”. Por isso acho que são cursos importantes.

Acho que se conseguem o diploma em Artes, seja nos Estudos indígenas ou nos da mulher, ou História, os empregadores estão satisfeitos em contratá-los. Eles têm diferentes qualidades do tradicional estudante de administração. Nosso país é comando por graduadosem artes. Então, algo deve estar sendo feito corretamente.

Segundo Luis (2011), o que me preocupa na verdade não é o que o mercado e trabalho acha ou deixa de achar da educação à distância e sim o tipo de profissional que as faculdades EAD vão enviar para o mercado. Receio que muitas pessoas estejam despreparadas para enfrentar um curso a distância e conseqüentemente para ingressar no mercado de trabalho em que se pretende formar.

É verdade que os baixos custos das mensalidades EAD e a comodidade que ela oferece têm atraído a atenção de muitos e isto é bom, mas é preciso entender que a faculdade é uma extensão e não o básico.

Em relação ao trabalho, os jovens iniciam suas vidas profissionais cedo, e a maioria não almeja o nível superior. Com isso, terminam por não ingressarem em universidades, no entanto, é importante salientar que muitos não concluem seus estudos.

Segundo Flávia Temporim de Oliveira Lage (2011), a educação é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento econômico e social de uma nação. Democratizar o conhecimento é uma das maneiras de diminuir,também o domínio das elites.

No Brasil, dos jovens que concluem o ensino médio, apenas 11% desses conseguem chegar à universidade, sendo que a maioria deles vem da rede privada de ensino. Em São Paulo, uma pesquisa realizada pela FUVEST, mostrou que 85 % das vagas na USP, UNESP e UNICAMP são ocupadas por alunos de escolas particulares; Enquanto os ricos têm todas as oportunidades de formação, os mais pobres têm poucas chances de um

futuro melhor.

Segundo a Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. No art. 2° define que a educação é dever da família e do Estado; no art 3º estabelece a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (inc. I), a gestão democrática do ensino público (inc. VIII) e, entre outros, a garantia de padrão de qualidade

(IX).

A educação infantil é a base, a pré-escola para as crianças de até 6 anos de idade e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, nos aspectos: físico, psicológico, intelectual e social. É, portanto de suma importância, embora corresponda ao setor que menos recebe investimentos do governo no Brasil.

Muitas crianças entram direto na 1ª série do ensino fundamental, sem ter recebido uma base preparatória, o que dificulta um aprendizado mais eficaz para o ingresso ao ensino médio e, posteriormente, ao ensino superior.

Com a criação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), muitas universidades passaram a utilizar as notas obtidas pelos alunos neste exame, para que estes pudessem ingressar na faculdade sem fazer o vestibular tradicional. Essa atitude ajudou a estimular os jovens a quererem cursar uma faculdade, tendo em vista que as “chances aumentaram”, porém muitas destas universidades são da rede privada e as universidades públicas designam um

número de vagas muito baixo para esse tipo de ingresso.

Existem outros tipos de ingresso, como: as cotas para os negros, vagas para deficientes físicos, ou o tradicional vestibular e o programa do governo: PROUNI. Mas, entende-se que as cotas são mais um meio para tentar amenizar a exclusão do negro à sociedade assim como as vagas para deficientes e pessoas carentes.

Conquanto todos esses “métodos” sejam usados para que haja uma democratização justa do ensino brasileiro, deixa cada vez mais evidente as diferenças sociais existentes. Quando uma pessoa carente consegue ingressar em uma universidade privada através do PROUNI, da mensalidade estará livre, pois há uma “ajuda de custo” do governo, mas e o material, a condução, a alimentação e as vestimentas? Será que esse aluno conseguirá manter-se

durante os 4 anos ou mais, dependendo de seu curso, pagando todo o resto que lhe falta? Bem, ou ele irá trabalhar e dividir seu tempo entre o estudo e o trabalho, podendo se prejudicar, pois para ter direito a essa ajuda do governo deverá manter uma freqüência mínima e notas acima da média; ou trancará a matrícula do curso por não conseguir conciliar estudo e trabalho, passando a não mais ter como se manter durante a graduação. Infelizmente essa é, para muitos, uma realidade do país.

 

3 CONCLUSÃO

 A EAD faz parte da educação como um todo, entretanto, observou-se que as escolas de educação básica e superior. As obras e comentários presentes neste artigo contribuíram muitos nesta pesquisa, entendemos que muitos alunos continuam passando de ano sem ao menos saberem ler e escrever. Quando ingressam nas universidades, estão despreparados e com dificuldades no aprendizado.

Outro fator crucial é de como a educação é tratada no Brasil, deixada para segundo plano. Com isso, não adianta se falar no assunto seja presencial ou EAD, se a maioria das pessoas não toma nenhuma atitude em relação à sua melhoria.

               

 REFERÊNCIAS

 Mundo Prosa. Disponível em: http://mundoprosa.blogspot.com/2009/10/por-que-educacao-deu-certo-em-outros.html. Acesso em 02 de novembro de 2011.

 

______________Disponível em: http://mundoprosa.blogspot.com/2009/10/por-que-educacao-deu-certo-em-outros.html. Acesso em 02 de novembro de 2011.

 

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 _____________Disponível em: http://www.nead.ufmt.br/index.asp?pg=7. Acesso em 03 de novembro de 2011.

 

______________Disponível em: http://mundoprosa.blogspot.com/2009/10/por-que-educacao-deu-certo-em-outros.html. Acesso em 03 de novembro de 2011.

 

______________Disponível em: http://mundoprosa.blogspot.com/2009/10/por-que-educacao-deu-certo-em-outros.html. Acesso em 04 de novembro de 2011.

 

Folha Dirigida. Disponível em: http://ead.folhadirigida.com.br/?p=1713. Acesso em 07 de novembro de 2011.

 

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