Resumo

Este estudo de natureza qualitativo e quantitativo, foi descrito com o objectivo contribuir para uma educação de paz, democracia e desenvolvimento, visto que em muitas sociedades, fala-se da paz, democracia e desenvolvimento, sem toda via existir vias para ensinar e apropriar esta riqueza social e cultural nas pessoas que devem ser tidas, como, os artífices práticos da paz, democracia e desenvolvimento. Assim, participou neste estudo vinte e sete (27) professores, vinte e três (23) famílias e cinquenta (50) jovens de vários estratos sociais. E, usou-se uma bibliografia diversa, que esteve ao alcance do pesquisador, focos de debates de ideias com jovens de vários estratos sociais, incluindo algumas entidades religiosas. Fez-se entrevistas que tiveram lugar em dois (2) grupos de convívios entre jovens. E, destes, foi possível colectar um conjunto de informações e consolidar algumas ideias de natureza histórica, cultural, religiosa e político-ideológico, referentes a necessidade de uma educação de paz, democracia e desenvolvimento. Os resultados do estudo mostram que as sociedades, carecem de uma educação para paz, democracia e desenvolvimento. Por isso, a educação, a cultura de trabalho, as práticas do bem-estar social fundadas na base da justiça, trabalho e educação de qualidade para todos, foram tidos, como vias principais para a cultura de paz nas sociedades. Pelo que a pesquisa sugere que, não basta falar da paz, democracia e desenvolvimento, que as sociedades eduquem os seus filhos e especifiquem as metas de ensino para paz, democracia e desenvolvimento.

Palavras-chave: Educação, paz, democracia e desenvolvimento 

  1. Introdução 

Hoje a educação é a “alavanca fundamental para o desenvolvimento humano”. Por isso, é necessário que haja uma educação que suscite na sociedade a paz, democracia e desenvolvimento. Deste modo, o “bem-estar humano” seja considerado como a finalidade do desenvolvimento, devendo os indicadores incluir também dados respeitantes à saúde, à alimentação e nutrição, educação de qualidade e ambiente, equidade entre grupos sociais e entre sexos, e grau de participação democrática. E, o aumento significativo dos investimentos para a educação, seja, o caminho mais assertivo para o desenvolvimento. (VIEIRA, VIEIRA, & VIEIRA, 2020, p. 1).

Hoje, parece ser romântico falar da paz, democracia e desenvolvimento. É, claro que os homens falam da paz, democracia e desenvolvimento, quando estes, de facto, carecem deles.  

É, a carência ou seja, o escassez que faz os bens e serviços a serem clamados até alcançarem um nível de utilidade de absoluta validade.

Assim, quando se ouve as famílias, o Estado e a sociedade em geral, a proferirem de tom mais alto: paz, democracia e desenvolvimento, isto prova que a humanidade padece destes bens. E, por isso precisa-se destes, de forma carecida.

A procura carecida destes bens, pressupõe uma utilidade inequívoca e inevitável. “Dada a sua inevitabilidade e urgência, impõe-se uma reflexão séria sobre os seus objectivos e conteúdos, de modo a torná-la uma estratégia eficaz ou seja, capaz de obter resultados previamente definidos e eficiente” (Carmo, 1996, p. 4).

Nesta óptica, é importante questionar: será que, basta dizer paz, para que as pessoas vivam em paz? A democracia é um bem social imposta? E, por fim, é necessário saber questionar se o desenvolvimento é um fundamento ideológico-politico, com carácter teórico.

Na busca de esclarecimento sobre as questões, honra adiantadas, vê-se que, quer a paz, democracia e o desenvolvimento, não são bens fruto do acaso. Pois, resultam de um exercício árduo de uma educação que forma homens de carácter inédito, cujo, moral e ética, conjugam-se para forma uma sociedade de paz, justiça e democracia.

E, de homens, cujo, educação condiz ao respeito a personalidade humana e a realização feliz das pessoas.

 

 

  1. Efeitos da educação na construção da paz, democracia e desenvolvimento 

“A educação serve para empoderar, autonomizar, ajudar a compreender os nossos e os outros, e para mediar conhecimentos e valores mais locais e mais globais. De resto, sem desenvolvimento endógeno, feito a partir das necessidades elencadas com as populações e sem sustentabilidade, não há verdadeiramente desenvolvimento. Pelo contrário, há, sim, envolvimento, dependência contínua de ajuda externa, ao contrário de autonomia e equilíbrio social” (VIEIRA, VIEIRA, & VIEIRA, 2020, p. 1).

É, a educação que deve ser de qualidade para inspirar no homem o desejo de fazer o bem. E, colocar-se ao serviço da humanidade. Por isso, quem se coloca ao serviço da humanidade com o fim último de servir, está apto para cultivar no meio ambiente social a paz, democracia e o desenvolvimento.

É, de facto a educação que deve ser forte em termos qualitativos e quantitativo, para ter homens que coloquem-se em defesa da dignidade da pessoa humana. E, ao defender a dignidade da pessoa humana, está há-se colocar os pilares da paz, democracia e do desenvolvimento que possam versar em ajudar a sociedade, a “ter esperança no futuro e num futuro diferente. Num futuro com mais conhecimento e mais envolvimento dos cidadãos na defesa do desenvolvimento sustentável” (Bettencourt & Miguéns, 2012, p. 12).

Trabalhar em defesa da dignidade humana, implica colocar no centro o bem-estar das famílias. E, para isso, a educação deve fundar-se na justiça na distribuição de bens e serviços.

A justiça deve incidir directamente na distribuição de bens e serviços, onde toda a pessoa humana deve sentir-se feliz por ser parte e artífice do desenvolvimento social.

É, a justiça que inibe e condena as assimetrias sociais. E, promove a unidade na diversidade, comunhão de ideia, conjugação de esforço, etc.

Assim, podemos ver que ter uma sociedade de paz, democracia e desenvolvimento, implica não ter apenas a vontade política e ideológica para impor a ordem e tranquilidade. Implica sim, comprometimento de todos os entes da sociedade em poder primar numa educação de qualidade que possa formar homens competentes e comprometidos pela causa da paz, democracia e desenvolvimento.

 Por isso, é, melhor que toda a sociedade se mobilize em prol de valorizar o professor, as instituições de educação e ensino, cuja, a primeira instituição de valor educativo é a família. Assim, é necessário respeitar e dignificar as famílias, pois, é no lar de paz, onde advém a paz, democracia e desenvolvimento social. É, melhor valorizar a escolar e o professor, pois, é deles que depende a validade e a utilidade dos conteúdos da paz, democracia e desenvolvimento.

  1. Paz, democracia e desenvolvimento

“Vivemos num mundo de urgências que vão da fome e da pobreza no mundo aos conflitos armados e às catástrofes provocadas por inúmeros factores, muitos dos quais relacionados com o modo como interagimos uns com os outros e com o nosso planeta. Na situação em que nos encontramos, a formação das pessoas é talvez o principal determinante do desenvolvimento económico, social e da protecção do ambiente. Para que possamos compreender e intervir na evolução do mundo necessitamos de formação, ideias novas, conhecimento e investigação” .

Num cerne sobre a qualidade da vida, dignidade do ser humano e do respeito aos direitos humanos, faz sentido colocar no centro de uma abordagem política, ideológica, religiosa e educativa o assunto da paz, democracia como factores importantes para que haja um desenvolvimento triunfal em todos os níveis da vida social.

A paz, democracia e desenvolvimento, só, são possíveis numa sociedade em que a educação seja capaz de formar homens de carácter afirmado em identificar problema, unir ideias de solução, desenvolver técnicas e tecnologia, avaliar as formas de solução dos problemas em função da satisfação das necessidades sociais; experimentar as experiencias, descobertas e conhecimentos, difundi-lo e implementá-lo .

Assim, é importante chamar e clamar pela paz, democracia e desenvolvimento, quando realmente tem-se uma pré-disposição: psíquica, fisiológica e social para exercitar a paz, democracia e desenvolvimento. Por serem conteúdos da vida prática e que fazem toda a diferença no modo de ser, fazer e agir das pessoas.

Tudo isto, nos quer dizer que o conteúdo da paz, democracia e do desenvolvimento, são acompanhados de uma pratica do bem servir, diálogo e respeito há diversidade.

Por toda a via, há mais razões, para que se trate dos conceitos da paz, democracia e desenvolvimento de uma forma mais leal, evitando expressões de hipocrisia e demagogia.

E, as expressões de hipocrisia, e demagogia, não podem ser tratada de forma especulativa. Por isso, devem ser levadas em conta quando se trata da educação. Assim, há uma via própria para se buscar a paz, democracia e desenvolvimento. E, esta via, chama-se educação. Neste caso, vamos todos nos comprometer em educar para a paz, democracia e desenvolvimento.

  1. Educar para a paz

A educação para paz, é uma preocupação universal que remonta há séculos, tal preocupação, levou John Locke (1632-1704), a elaborar o seu “Segundo tratado sobre o governo civil”, onde John Locke, no seu tratado, contrapõe o “estado natural de guerra ao direito natural que ordena a paz”. Há este direito natural, John Locke propõe a educação como direito natural capaz de cultivar entre os homens a paz (DE OLIVEIRA, 2007, p. 10).

“A educação entendida num sentido lato é, portanto, a área que mais pode influenciar o nosso futuro comum, porque dela dependem o conhecimento e o diálogo entre povos e culturas, bem como a formação de cidadãos activos na defesa do planeta e da humanidade” .

A paz é uma palavra composta por três (3) pequenas letras, que no olhar do homem ingénuo, pode até ser menosprezável. E, que na verdade é um vocábulo cheio significado humano.

A paz aglutina em si, o prazer do bem-estar que traduz a vida numa perenidade, buscando a pluralidade, na maneira de pensar, posicionar-se, promover a dignidade das pessoas, etc.

É, na paz onde está o (a) do amor. Amor como único bem capaz de traduzir um inimigo em amigo. É, o amor da paz que faz a harmonia de viver, a luz para iluminar os que vivem nas trevas, etc.

Por fim a paz nos traz o (z), que fixa em nós o propósito de exercer as nossas actividades diárias com zelo e dedicação. E, toda a obra humana que envolve, o sentimento de zelo e dedicação, se aproxima ao raio da perfeição.

Assim, educar para a paz, pré-supõe ensinar as pessoas a cultivar em si três (3) aspectos fundamentais, que são: amor, perdão e justiça.

Dentre os três (3) aspectos fundamentais que entrelaçam a educação para a paz, o amor é a base, pois, a partir do amor aprende-se o perdão e imediatamente aprende-se a praticar a justiça.

E, com o amor consigna-se metas educativas que nos leva cultivar a paz, onde as pessoas sintam-se e vivem a liberdade, até, se tornarem livre de problemas ou preocupações de miséria, pobreza estrema, analfabetismo, etc. Que, as famílias tenham uma sensação de calma mental ou emocional; a juventude e a sociedade em geral, possam encontrar um momento em que sejam livres da guerra ou possam dizer com mais tranquilidade, a guerra terminou .

Por isso, só há paz na sociedade, quando as pessoas sabem praticar o amor, a caridade e sobretudo saber perdoar sem macular o outrem.

A paz significa, servir os outros com todo amor e prazer de servir. Por isso, numa sociedade em que as pessoas ainda apresentam um carácter egoísta e o desejo de ter tudo, nesta sociedade não há paz. Por isso, precisa-se de uma educação de paz para que a paz entre os homens não seja implantada no cimo das entrelinhas da ideologia política partidária e na homilia religiosa cristão. Que a paz seja para os homens, uma realidade cultural.

A paz quando não é vivida, passa a ser uma simples prosa para encantar as almas caducas da fé. Pois, a paz é prova da vida bem vivida em comunidade.

  1. Educar para a democracia

Educar para a democracia é, hoje uma imperiosa necessidade do mundo globalizado. Mas, a pare da educação para a democracia, sumariza-se uma “crise da ideologia desenvolvimentista”. Pois, sabe-se que quando as democracias, tendem a entrar numa autêntica crise, mostram fragilidades em termos dos itens fundamentais que sustentam a democracia (Azevedo, 1994, p. 2).

Dentre os itens fundamentais que sustentam a democracia e que entram em extinção, temos os seguintes: amor, justiça e liberdade.

  • Amor em crise e em via de extinção 

Dentro das democracias, o amor vai se desmoronando, deixando os homens órfãos e pobres de amor. Prova disso, é que algumas democracias, há muita agente a sofrer de fome, miséria. Há muitas crianças a morrerem nos hospitais que não tem medicamentos. Há, muitas famílias a apanhar comida no lixo, para sobreviver. Há escassez de escola para educar as novas gerações. Imaginemos onde os ricos não colocam as suas riquezas ao serviço da humidade; Marquemos por referencia este tipo de amor onde as pessoas carecem de tudo por um pouco!

Que tipo de amor há, numa democracia, onde as pessoas vivem sofridas?

Os homens ao se tornarem órfãos e pobres de amor, estão, criando órgãos sociais de elite que vão, indo, se tornando ricos de bens materiais tais como: carro, casas, dinheiro, etc. Até mesmo, os Estados e os Governos democráticos querem atingir e manter o poder para ostentarem-se de bens. Isto é, andar de carros blindados, voos de marcas e referência singular e glaciar a vida de muito dinheiro que depois da morte já não servem quase para nada.

  • Justiça em crise e em via de extinção

Dentro das democracias, a justiça está caindo em crise e conduzir-se para a extinção, na medida em que as famílias, Estados e pessoas singulares, estão mais preocupados para unir esforços na hora do trabalho. Na hora da distribuição e consumo de bens e serviços, já não há unidade na diversidade. Há, sim direcção de orientação para o consumo excessivo de bens e serviços.

E, deste modo, vão surgindo as assimetrias sociais, que tendem a multiplicarem-se, mostrando que na realidade actual, onde a justiça corre em extinção, os homens pobres, tende a, se multiplica, com tendência maior de se tornarem cada vez mais pobres. E, os ricos vão se encolhendo em classes cada vez mais reduzidas. E, vão, se tornando cada vez mais ricos.

E, esta realidade vai desestruturando as famílias, provocando situações de alta aberração social e caos no seio das novas gerações.

Pelo que ouçamos dizer: onde não há justiça, não há paz. E, numa sociedade onde a pobreza se multiplica em detrimento de uma meia dezena de ricos, nesta sociedade, não há paz.

Por isso, há necessidade de uma educação que condiga a paz, democracia e desenvolvimento. Pois, a educação serve de motor para o desenvolvimento pessoal e social. E, de meio para o desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades (NEVES & AMBRÓSIO, 2005).

  • Liberdade em crise e em via de extinção

A liberdade é um dos pré-requisitos para o bem-estar social. Mas, por motivos da multiplicidade das ambições negativas e desmedidas, pode-se bem-dizer que a liberdade está em crise e em via de extinção. Prova desta realidade, é vivenciada no dia-a-dia das pessoas que já não podem locomover de forma livre sob pena de serem assaltados. E, na pior das hipóteses, pode-se correr ao risco de perder o bem mais prezado: vida.

Há famílias e amigos que não podem falar, ou partilhar ideias de uma forma livre, sob pena de surgir alguma divergência ideológica, político-partidária, religiosa, etc.

Assim, numa sociedade quando há dificuldades em as pessoas comunicarem-se, exprimir os seus pensamentos e ideias, esta sociedade corre o perigo de desentendimento, medo, ódio. E, isto pode provocar guerra entre as famílias, pessoas singulares e sociedades.

E, este tipo de sociedade, cujo, liberdade corre em crise e extinção, precisa de uma educação e ensino de qualidade para condizer a paz, democracia e desenvolvimento.

  1. Educar para o desenvolvimento 

“O desenvolvimento e a educação estão inevitavelmente ligados. De facto, a educação deve implicar desenvolvimento, ao invés de envolvimento, e o desenvolvimento implica educação” .

O desenvolvimento é uma palavra vivida e conhecida em designar um aumento significativo do tamanho dos bens e serviços. Assim, é necessário primar numa educação para o desenvolvimento, visto que o desenvolvimento deixou de ser mensurado unicamente por factores de crescimento económico. Hoje o desenvolvimento é o conjunto de transformações positivas, que ocorrem na mente de uma população que a tornam apta a fazer crescer acumulativamente e de uma forma durável o seu produto real global .

Nos seres humanos, o desenvolvimento ocorre de forma a exprimir o aumento do tamanho do corpo em função a fase etária. Dentro da realidade humana, o desenvolvimento pode ocorrer de modo a designar um estado evolutivo em termos dos níveis e status social.

Assim, quando se anuncia algum desenvolvimento, isto, realça o significado positivo dos níveis da educação e ensino que as pessoas possuem. E, estes níveis de educação e ensino, implica o desenvolvimento da sociedade .

Por isso, quando se fala do desenvolvimento, as pessoas sempre tendem a questionar. O que isso desenvolvimento? De forma óbvia, há sempre uma pessoa de tendência sabia e lúcida a dizer: Desenvolvimento é aumento do tamanho de alguma coisa.

E, face a resposta, surge uma indignação. Qual é o significado deste aumento do tamanho ou espessura da coisa?

Assim, ao falar do desenvolvimento deve-se ter em conta ao significado da elasticidade das coisas na vida das pessoas. Aquilo que não exprime o significado das coisas da vida das pessoas, por mais que aumente o tamanho, só, serve para inspirar medo. E, por fim, condiz-se a vergonha.

Logo, ao falar do desenvolvimento social, faz-se acreditar de uma melhoria nos modos de viver das pessoas. É, nos modos de vida que está o sentido do desenvolvimento social.

Por isso, mensura-se o desenvolvimento da sociedade por meio da melhoria das condições de vida das pessoas, tais como: óptima qualidade da educação e ensino; saúde, segurança social, habitação, vestuário, urbanização, comércio, comunicação, transporte, etc.

E, se numa sociedade a educação for de baixa qualidade, condições de saúde precárias, e os professores sobretudo vivem numa miséria salarial, esta sociedade carece de vias próprias para o desenvolvimento.

Para isso, é necessário que haja uma educação digna a orientar-se para o alcance da paz, democracia e desenvolvimento.

  1. Educar para paz e comprometimento

Educar para paz é criar bases sólidas para se evitar conflitos e fazer com que as sociedades, vivam interligadas, a fim de resolver as suas controvérsias internacionais, usando recursos pacíficos, de modo a que a paz e a segurança internacional, bem como a justiça, não sejam ameaçadas.

Educar para paz é formar pessoas com conhecimentos sólidos e qualidades aceitáveis para comprometer-se no desenvolvimento da sociedade. Por isso, o individuo educado é um sujeito íntegro, que sabe valorizar o outro, mesmo não concordando com as posições que o outro assume. O educado sabe respeitar opiniões diversas e sabe posicionar-se no meio dos demais.

Assim, educar para paz é um dever que consiste em levar as pessoas a praticar a paz e crer sempre que a paz é possível e que a violência é evitável. Neste sentido, educar é a arte de formar pessoas comprometidas para criar e manter a paz entre os homens e as nações. Por isso, as pessoas educadas, afirmam a sua existência pela arte do sabem fazer, criando a paz necessária para os homens.

As atitudes e comportamentos, são coexistentes, na base do compromisso de viver em paz, criando condições para criar ricos e fazer riquezas pela prática do bem-estar e do bem-fazer.

É, na base do comprometimento leal que as pessoas, conseguem assumir as suas óbvias responsabilidades, mostrando-se disponíveis para servir. E, servindo, vive-se em paz e na paz verdadeira.

E, isto, demonstra um certo modo de ser patriota. Pois, o patriotismo está no amor que se tem pela pátria. E, a pátria é cada uma das pessoas que circunda a volta das instituições.

Por isso, pessoas bem-educadas, têm na sua essência, aprimorada pela razão de viver em sociedade de paz. E, estão sumamente comprometidas com bem-fazer da sociedade, servindo os outros, sem toda via esperar nada de troca.

Toda a sociedade, para viver em paz, deve ser desenvolvida, precisa ter uma educação capaz de formar pessoas comprometidas pela causa da paz social.

A sociedade de paz não pode ser guiada por objectivos e valores conducentes a uma governação humana bloqueada por forças políticas e ideológicas extremamente poderosas, pois, a educação de paz e para a paz, não deve ser convertida em cinismo .

Em todos os círculos da sociedade, deve haver pessoas bem formadas para manter a paz. Deve com isto haver políticos comprometidos com a arte de servir, professores comprometidos com a missão de educar e ensinar. Visto que, actualmente, o mundo vive num fluxo de incerteza, onde todos estão convocados a reinventar a política não mais como a arte do possível mas sim como a arte do impossível .

Deve haver médicos comprometidos pela causa de curar e tratar bem os doentes. Deve haver rouboteiro, engraxadores, camponês, comerciantes, e todo mundo comprometidos pelo que sabem fazer.

Quando as pessoas desempenham as suas funções de forma comprometida, conseguem valer mil vezes à mais. E, cada vez que as pessoas vão valendo, a sociedade vai sendo valorizada, aos olhos do mundo.

Por isso, toda, sociedade cuja, as pessoas são menos comprometidas pela causa social e pelo bem-fazer, esta sociedade precisa de uma educação de paz, democracia e desenvolvimento.

  1. Metodologia 

Utilizou-se nesta pesquisa uma metodologia mista que implicou o emprego de métodos com enfoque qualitativo e quantitativo.

Dentro dos métodos de enfoque quantitativo dirigiu-se inquéritos há vinte e sete (27) professores, vinte e três (23) membros de famílias e cinquenta (50) jovens de vários estratos sociais, perfazendo um total de cem (100) elementos inqueridos. Ao passo que o emprego da metodologia qualitativa, fundou-se no uso da bibliografia diversa que esteve ao alcance do pesquisador, foco de debates de ideias com jovens de vários estratos sociais, incluindo algumas entidades religiosa. A entrevista teve lugar em dois (2) grupos de convívios entre jovens. E, destes, foi possível colectar um conjunto de informações e consolidar algumas ideias de natureza histórica, cultural, religiosa e político-ideológico, referentes a necessidade de uma educação de paz, democracia e desenvolvimento.

Todos os participantes foram livres em participar na pesquisa, dando as suas contribuições ao estudo e seus pontos de vista a volta do problema apresentado. Neste caso, quer o pesquisador, assim, como os participantes, todos usaram a ética que versou no respeito a opinião alheia e a personalidade individual.

O pesquisador de forma particular, usou a ética do investigador que consistiu em ouvir mais e falar pouco. Pelo que foi, dando mais oportunidade aos participantes em exprimir as suas ideias, a fim de consolidar e fortalecer os conhecimentos já adiantados por outros autores, lidos e explorados por meio da técnica bibliográfica.

Em termos do uso da técnica da entrevista, o pesquisador foi colectando os dados de forma individual e dirigido, evitando a interferência de outras entidades ao diálogo. Por isso, as entrevistas foram feitas de forma planificada e outras de forma de forma ocasional, aproveitando a ocasião do encontro e contacto com o participante. Mesmo assim, o pesquisador foi atento, na escolha do lugar oportuno para proferir a entrevista.

Assim, duma vez começado a entrevista e o entrevistado apresentar-se meio precipitado ou incomodado por algum factor externo ou estímulo nocivo, obviamente toda a entrevista tinha de ser cancelada. E, em seguida tinha o pesquisador entrar em diálogo com o participante de modo a propor uma outra oportunidade de encontro para o êxito da entrevista. Cada entrevista teve no máximo, vinte (20) minutos e no mínimo cinco (5) minutos. E, toda, a via preservou-se o sigilo e segredo a opinião alheia.

  1. Apresentação, analise e discussão dos resultados da pesquisa

Conforme ao critério metodológico aplicado durante a colecta de dados, os resultados foram apresentados de forma faseada.

Na primeira fase consta os resultados quantitativos, cujo, dados foram colectados através da técnica de inquerido que contou com a participação de cem (100): professores, jovens de vários estratos sociais e membros de famílias, residentes nos bairros, candombe, Dunga, Kakuia e Papelão do Município do Uíge e província do Uíge.

Segunda fase, foi apresentado os resultados dos dados colectados por meio das técnicas de enfoque qualitativo que incluiu as técnicas de debates de ideias, entrevista e de pesquisa bibliográfica.

 

 

  1. Resultado quantitativo: inquérito 

Os resultados da pesquisa de enfoque quantitativo, dependeram dos dados colectados, através da técnica de inquérito.

O inquerido consistiu em identificar as vias úteis para uma educação orientada para construção da paz, democracia e desenvolvimento. E, de forma específica, o inquérito visou apresentar vias concretas para o desenvolvimento social.

E, assim, os resultados foram apresentados por meio da representação gráfica e percentual que posteriormente, foram analisados de forma descritiva.

E, as ilações conclusivas, foram apresentadas seguindo a linha de orientação filosófica de indução e dedução. Pelo que partindo a concepção geral do problema identificado, buscou-se uma ilação final tomada de forma particular, situando o assunto no contexto da realidade, através das linhas do consenso no tempo e no espaço.

 

Figura 1: vias concretas para uma educação de paz, democracia e desenvolvimento

Os resultados apresentados de forma percentual e de gráfico de barras, mostram que dentre várias as outras necessárias para que haja uma educação de paz, democracia e desenvolvimento, a educação, ensino, influência da famílias e amigos, foram identificados como sendo as vias mais concretas para o efeito de uma educação de paz, democracia e desenvolvimento.

E, de forma unânime, ou seja, 100% dos inqueridos, identificaram a educação e ensino de qualidade como, sendo a via fundamental para que haja na sociedade paz, democracia e desenvolvimento.

 

 

Fig. 2: Paz e democracia

Durante a pesquisa, os dados colectados através do inquérito dirigido aos professores, família e jovens de distintos estratos da sociedade, mostraram que a segurança social, educação e democracia na sala de aulas, cultura de trabalho e justiça social, constituem a essência da paz e democracia. Pelo que todos os participantes inqueridos, 100%, confirmam a hipótese segundo o qual, a justiça constitui a base da paz, por isso, não paz social sem que haja uma justiça que faça justiça.

Na mesma óptica, os participantes, 100%, confirmam a hipótese, testando que a educação e a democracia na sala de aula, completam-se mutuamente, para que se viva na sociedade a verdadeira paz. E, isto faz crer que a educação é a chave para todos os outros êxitos da vida, tendo em conta o facto de que quer a paz, a democracia e o desenvolvimento, só são possíveis, uma vez que sejam aprendidos. Assim, a educação é a via para a aprendizagem da paz, democracia e desenvolvimento social.

Os jovens inqueridos, 100%, acredita que a paz é possível numa sociedade, cuja, segurança social seja garantida para todos os estratos da sociedade. A mesma hipótese foi confirmada por uma maioria de familiar, 94% e uma parte maior composta por 88% professores, que partilham a mesma ideia, segundo qual, a segurança social é indispensável para declarar a paz entre os homens.

Finalmente, os jovens representados por uma base percentual de 86%, puderam confirmar a hipótese de que a cultura de trabalho constitui uma das bases tónicas para a paz social. Assim, como 76% famílias e 75%, professores inquiridos, a razão pelo qual a cultura de trabalho é fundamental para a paz social. Isto mostra que a juventude, precisa ter trabalho e ser inserida rapidamente na vida activa da sociedade. Por isso, um jovem que não é ocupado pela causa do desenvolvimento social, não constrói a paz, nem ajuda, a construi-la.  

 

Fig. 2: vias para o desenvolvimento da sociedade

Nesta fig. 2, está representado os resultados da pesquisa quantitativa, cujo, dados foram colectados por meio da técnica de inquérito. E, os resultados do inquérito mostram que o desenvolvimento social só é possível uma vez que haja, na sociedade uma de qualidade que possa inspirar nas pessoas competências úteis para o desenvolvimento da sociedade. Na mesma óptica, o amor, a justiça, cultura de trabalho, incluindo o desenvolvimento e o uso adequados de recursos tecnológicos foram identificados como sendo as vias adequadas para o desenvolvimento das sociedades.

  1. Resultado qualitativo: entrevista, debate, bibliográfica

Os resultados qualitativos, dependeram dos dados colectados através das técnicas de entrevista, debate e bibliográfica. E, visou percebe a essência da paz, democracia e desenvolvimento social.

E, a partir desta percepção procurou-se entender o significo que cada participante dá aos conceitos da paz, democracia e desenvolvimento.

Os resultados desta pesquisa mostram que numa sociedade, cujo, desafios da actualidade fixam-se em combater a corrupção e todos os outros males que debilitam o desenvolvimento da sociedade, é inevitável a necessidade de uma educação que seja dirigida para o alcance da paz, democracia e desenvolvimento social.

  • Educação: paz, democracia e desenvolvimento

Durante as entrevistas, os participantes apresentaram uma percepção clara sobre a necessidade de uma educação para a paz, democracia e desenvolvimento, mostrando que são conteúdos de uma autentica emergência, numa sociedade em que a família clama de tudo por um pouco.

Numa sociedade carente de justiça, segurança social e que a maior parte da juventude é desempregada, a maldade toma conta de todos numa dimensão extrema. Como não bastasse, muitas das famílias, vivem na pobreza estrema e na miséria, a educação para a paz, democracia e desenvolvimento, seria uma das vias possíveis para que as pessoas e as famílias de forma particular, possam tomar consciência de si, buscando o auto-conhecimento e auto-domínio. E, a partir disso, que possam ver, analisar e discutir consigo mesmo sobre as péssimas condições de vida em que vivem.

Talvez, este auto-conhecimento, poderia levar as famílias a serem justas consigo mesmas, exigir a justiça por quem é do direito e exigir o respeito pelos direitos das pessoas, mostrando que todo o ser humano deve ser tratado com dignidade.

E, no meio ambiente social, não possa faltar o essencial, isto, é, as famílias vivendo numa verdadeira paz, democracia e desenvolvimento, não podem sentir a falta de uma educação de qualidade, saúde e alimentação condigna.

As pessoas em paz, democracia e desenvolvimento, não precisam ser submissas à leis e obrigações. As leis, numa sociedade democrática não podem ser impostas. Mas, devem ser assimiladas para serem obedecidas de forma consciente por parte de cada cidadão.

As famílias, não podem viver numa habitação precária, por ser um atentado contra a dignidade da pessoa humana.

Assim, toda a discussão e debate de ideias entre os participantes, mostrou, quão útil ter na sociedade uma educação prática, condicente à paz, democracia e desenvolvimento social.

Os participantes fizeram perceber que a sociedade vive numa crise de valores fundamentais, tais como: a paz, a democracia e amor a vida. E, isto, impede o desenvolvimento social.

Por via de debate de ideias, foi possível entender que na sociedade há pobreza. E, esta pobreza vivenciada, não está na falta somente da alimentação, habitação, vestuário, meio de transporte para locomover-se de forma livre e seguro.

Há de facto, pobreza de consciência humana e do saber, saber ser e saber fazer. Há outra pobreza em termo de gestão e articulação dos bens e serviços, pois, muita das vezes, o que gerem os bens e serviços, tendem a ser guiados por egoísmo e ambições desmedidas. E, isto, é uma abarão contra a paz, democracia e desenvolvimento.

Os participantes aos debates de ideias, foram consistentes em a afirmar que a sociedade actual está numa crise, dos saberes. E, esta falta do saber, leva a sociedade há uma escravatura pura e autêntica. Pelo que a escravatura já está entre nós, de irmão ao irmão, de amigo ao amigo e de família à família.

  1. Conclusões 
  • Para muitos Estados, Governos e sociedades, não definem a educação como via mais sólida e sustentável para que haja paz, democracia e desenvolvimento social. Pelo que há pouca preocupação em investirem na educação, mesmo esta sendo de baixa qualidade;
  • Alguns os Estados e seus colaboradores, têm a paz, democracia e desenvolvimento como simples objectos de homilia política e ideológica. E, não educam e ensinam a paz, democracia e desenvolvimento nos cidadãos;
  • A paz, democracia e desenvolvimento, são quase inexistentes no seio das famílias. E, são muitas das vezes profanados pela voz dos meios de comunicação social;
  • Em muitos currículos, os governos ainda nao estabeleceram a educação para paz, democracia e desenvolvimento, como sendo objectivos basilares dentro dos conteúdos específicos do ensino escolar;
  1. Sugestões 

Este estudo apresenta as seguintes sugestões:

  • Que os Estados, Governos e sociedades, tenham a educação como via mais sólida e sustentável para que haja paz, democracia e desenvolvimento social;
  • Que os Estados e seus colaboradores, não tenham a paz democracia e desenvolvimento como simples objectos de homilia politica e ideológica. Que aprendam a educar e ensinar a paz, democracia e desenvolvimento;
  • Que a paz, democracia e desenvolvimento, sejam vividos pelas famílias e não profanados pela voz dos medias;
  • Que os governos estabeleçam a educação para paz, democracia e desenvolvimento, como sendo objectivos basilares dentro dos conteúdos específicos dos currículos escolares;

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Autor: Alberto Mahúla Francisco (Msc.)

Mestre em Economia e Gestão de Educação, pela Northeast Normal University da República popular da China, Licenciado em Ciências de Educação na especialidade de Pedagogia pelo Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge, Professor de careira desde 2005, leccionando a disciplina de Inglês e Física no Ensino geral. Docente Universitário pelo Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge e do ISPPU- Instituto Superior Politécnico Privado do Uíge. Actualmente, é Professor do Ensino Primeiro Ciclo do Ensino Secundário, na Escola 1812 de Pambos de Sonhe, Município de Samba-Cajú, Província de Cuanza Norte.

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