Autor: JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS Mestrando em Ciências da Educação pela Universidad Politécnica y Artística Del Paraguay. Professor dos cursos de pós-graduação da Faculdade Associada Brasil. Contato: e-mail:[email protected]

EDUCAÇÃO NA SOCIOLOGIA CLÁSSICA: AS PERSPECTIVAS DE KARL MARX, ÉMILE DURKHEIM, MAX WEBER

São Paulo,

2016.

1 INTRODUÇÃO

ÉMILE DURKHEIM  Desde jovem, foi um opositor da educação religiosa e defendia o método científico como forma de desenvolvimento do conhecimento. Em boa parte dos seus trabalhos, procurou demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em acontecimentos sociais.  Para Durkheim, a sociedade sempre prevalece sobre o individuo, dispondo de certas regras, normas, costumes e leis que asseguram sua perpetuação. Essas regras e leis independem do individuo e pairam acima de todos, formando uma consciência coletiva que dá sentido de integração entre os membros da sociedade.

Durkheim foi um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência impírica. com a teoria sociológica ainda sob influência positivista, Seus pensamentos baseavam-se nos acontecimentos da Revolução Francesa e Revolução Industrial . Entendia que a sociedade era um organismo que funcionava como um corpo, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa é o indivíduo se sentir parte do todo, pois caso contrário ocorrerá anomalias sociais, deteriorando o tecido social.  

Sua linha de pensamento era pautada na construção do ser social, que a educação da nova geração dependia da educação da geração adulta. Pela sua perspectiva, o cientista social deveria estudar a sociedade a partir de um distanciamento dela, sendo neutro, não se deixando influenciar por seus próprios preconceitos, valores, sentimentos. Desta forma Durkheim propôs, elaborando, assim, a noção de um ser humano livre para agir, pensar e construir sua realidade.

 KARL MARX Almejava descobrir a causa dos conflitos de classes provocadas pela revolução Industrial e os meios de resolve-los.  A contribuição que Marx teve para o pensamento sociológico foi principalmente um olhar da “teoria do conflito”, em que a organização social e a sua mudança baseiam nos conflitos intrínsecos á sociedade.  Para Marx o homem somente pensa após a produção de trabalho, o homem terá que produzir suas condições de vida através do trabalho e só assim poderá pensar ou filosofar, as causas sociais. Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade humana, alcançada somente a partir de uma revolução proletária, acreditando assim na ideia utópica de uma sociedade igualitária ou socialista.

 

Existe uma base econômica na sociedade, que está relacionada às formas de produção de bens necessários para a sobrevivência. Onde a sociedade esta sempre exigindo mais qualidade e quantidade, incentivando as forças produtivas. O marxismo se baseia no materialismo e o socialismo científico, constituindo ao mesmo tempo uma teoria geral e o programa dos movimentos operários. Ele entendia que a sociedade não funcionava de forma tão simples e nem poderia  ser harmoniosa como pensava Comte e Durkheim, mas também não propõe uma revolução como faz Marx, mas afirma que o papel da Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão.

A diferença básica entre Marx, Comte e Durkheim consiste basicamente em que os dois últimos entendem a sociedade como um organismo funcionando, suas partes se completando. Por outro lado, Marx afirma que a ordem constituída só é possível porque a classe dos trabalhadores é dominada pela classe dos capitalistas e propõe que a classe proletária (trabalhadores) deve se organizar, unir-se e inverter a ordem, ou seja, passar de dominada a dominante, e assim superar a exploração e as desigualdades sociais. Para ele não são os pensamentos que determinam a vida; é a vida que determina os pensamentos: esta é a base do materialismo histórico em contraposição ao idealismo hegiliano.

Marx desenvolveu uma teoria para o valor dos produtos: o valor é a expressão da quantidade de trabalho social utilizado na produção da mercadoria. No sistema capitalista, o trabalhador vende ao proprietário a sua força de trabalho, muitas vezes o único bem que têm, tratada como mercadoria, e submetida às leis do mercado, como concorrência, baixos salários. “Ou é isto, ou nada. Decida-se que a fila é grande”. A diferença entre o valor do produto final e o valor pago ao trabalhador, Marx deu o nome de mais-valia, que expressa, portanto, o grau de exploração do trabalho. Os empregadores tem uma tendência natural de aumentar a mais-valia, acumulando cada vez mais riquezas.

Max Weber alinhava-se à visão de Marx em relação ao tratamento do desenvolvimento do capitalismo no mundo moderno e às investigações em torno dos sistemas anteriores de produção e das lógicas de relações sociais que se estabeleciam em volta deles. No entanto, contrariamente ao pensamento de Marx, Weber não dava a

Mesma importância ao conflito de classe e também não submetia suas análises comparativas à noção de materialismo histórico dos trabalhos marxistas.  No entanto, sua linha de pensamento dava a mesma importância tanto para os fatores econômicos do mundo social quanto para o espectro mais individual, relacionado com o sujeito, que enxergava como o principal ator no processo de mudança social. Weber valorizava as particularidades, a formação específica da sociedade; entende a sociedade sob uma perspectiva histórica, diferente dos positivistas e sim uma sociologia compreensiva.

Weber também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares sem se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal instrumento é o tipo ideal o qual cumpre duas funções principais:

 Para Weber, as estruturas sociais estavam em contato direto com o poder de ação dos indivíduos, o que significa que os sujeitos, seus valores e ideias possuem força de ação direta sobre essas estruturas. A tarefa da Sociologia seria então, segundo o teórico, apreender os significados que norteiam essas ações.

Em suma: a Sociologia de Durkheim são positivistas; a de Marx é revolucionária e a de Max Weber é compreensiva. E nisto talvez esteja a principal diferença entre esses três grandes pensadores da Sociologia.