O CONCEITO DE EDUCAÇÃO A PARTIR DO PENSAMENTO DE HENRI BERGSON

Luiz Fernando Santos 1

RESUMO

Este artigo tem como objetivo apresentar uma nova pedagogia de educação utilizando dois conceitos principais do filósofo Henri Bergson, a saber: duração e intuição. Para Bergson, a duração é o tempo, já a intuição a consciência, em ambas são compreendidas e realizadas por um conceito que parte da ideia de tempo, entrando em relação com o próprio indivíduo que vive essa evolução. Todas as coisas que estão em volta do indivíduo e em seu interior têm uma finalidade, têm uma duração que é percebida pela consciência do mesmo indivíduo. Em certo ponto, a duração permite pensar na evolução e a intuição na consciência futura, que é uma ação criadora numa educação nova, onde o presente cobre o passado planejando o futuro sem, com isso, mudar a essência. Palavras-chave: Educação. Duração. Intuição. Bergson. Evolução.

INTRODUÇÃO

Henri Louis Bergson, (1859-1941) ínclito em matemática e letras, foi um pensador que viveu nos meios das pesquisas positivista. Viveu entre os séculos XIX e XX, no contexto das duas Grandes Guerras e dos avanços tecnológicos, que contribuíram para sua filosofia. Nestes acontecimentos, ofereceram bases para uma análise da educação daquela época. Ele é considerado uns dos pais da filosofia contemporânea, pois é uns dos primeiros filósofos a refletir sobre a duração e intuição do homem no século que vive. Essa reflexão se mostra pertinente a partir do momento em que se considera um método educacional inserido na vida social, pois, para Bergson, a intuição e duração deveriam passar na vida do indivíduo, que adentrará na educação da sociedade, do nascimento até a morte da pessoa. Nesta perspectiva, a compreensão de mundo a partir da evolução da consciência não é a mesma da origem, mas é aprofundada. Assim o homem compreende e expandi a sua mente para além de si.

1 BIOGRAFIA E AS INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS DE HENRI BERGSON

1.1 vida de Bergson

Henri Louis Bergson nasceu na França em 1859 e estudou matemática, letras e ciência. Iniciou os estudos acadêmicos na faculdade de Letras em 1878. Foi um filósofo muito importante em seu contexto, no qual teve uma visão voltada à sociedade, e em relação à evolução do homem (GUSMÃO; MONTEIRO; PINTO, 2014 p. 90). Em 1881, Bergson começou a dar aulas em várias universidades, como o Liceu Blaise Pascal de Clermont-Ferrad., e em 1888 concluiu duas teses em matemática e letras, que têm como títulos de: Quid Aristóteles de loco Senserit2 , e Essai sur les données immediates de la conscience3 . Assim, percebemos que mesmo sobrecarregado por seus muitos afazeres, como discente e docente, nosso filósofo não deixou de se dedicar a escritura de suas obras (GUSMÃO; MONTEIRO; PINTO, 2014, p. 91). No ano de 1896, Bergson divulgou Matéria e Memória: Ensaio sobre a relação entre corpo e alma. Desenvolveu sua vida acadêmica lecionando no principal colégio de filosofia da França, o Liceu Fontane, no qual foi elevado ao cargo de catedrático em 1900, onde permaneceu até 1914. No Collége de France. Bergson era definido como sendo solitário, porém, bastante conhecido, ao ponto de lotar a sala de aula (LOUIS; BARON, 2009. p. 10). Entre os anos de 1900 a 1907, Bergson escreve três obras, que mais tarde foram de grande sucesso: O Riso; Introdução à metafísica; A evolução criadora. A obra que foi publicada mais tarde, na qual ele debatia com os problemas referentes às questões morais e religiosas da humanidade. Publica sua obra As duas fontes da moral e religião em 1932, apresentando uma posição sobre o irracionalismo, a razão e o misticismo4 (REALE; ANTISERI, 2006, p. 349). Para Bergson, o mundo se encontrava em um momento de grande pessimismo; ele viu, na guerra de 1914 uma afronta entre a força brutal representada pela potência técnica 2 BERGSON H. Quid Aristóteles de loco Senserit. New York: Félix Alcan, 1889. 3 BERGSON H. Essai sur ler données immediates de la conscience. Paris: Félix Alcan, 1889. 4 Preocupação dele, era como a sociedade estava pensando, ou como a sociedade utiliza a sua razão sobre dos mitos. Pois nesta obra ele irá propor o tipo de pensar, ou seja, como a moral ou a religião teria modos diferentes de explicar a realidade. 3 prussiana, a força moral do patriotismo francês e uma humilhação infligida à nação alemã (LOUIS; BARON, 2009, p.13). O século XX estava passando por momentos de transição e desavenças, além de questões morais e desenvolvimento econômicos. Houve o avanço tecnológico que gerou um salto para a sociedade industrial. Com a passagem da Primeira Guerra Mundial, Bergson se posiciona em defensa do patriotismo da França e seus aliados no campo político. Estes acontecimentos marcam o modo Bergson passou a pensar o contexto social, bem como a sociedade estava se comportando no mundo em seu avanço globalizado. Era da religião judaica, mas com a invasão dos nazistas em Paris, teve uma aproximação crescente com o cristianismo, embora não tenha se convertido. Assim descreve: “Eu quis permanecer entre aqueles que amanhã serão os perseguidos”. Por isso é morto pelos nazistas no ano de 1941 (REALE; ANTISERI, 2006, p. 348-349). [...]