Vera Lúcia da Silva1

INTRODUÇÃO

A Educação Infantil consiste na educação de crianças entre zero e cinco ano. No ensino infantil as crianças são estimuladas ao processo de aprendizagem através de atividades lúdicas, jogos e brincadeiras.. O que corrobora com o Art. 29 da lei de Diretrizes e Bases onde diz que a educação infantil é primeira etapa da educação básica, tem como fins objetivo o pleno desenvolvimento da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, com participação da ação da família e da comunidade.

Durante o estágio no ensino infantil frequentei uma única sala e a turma era formada por 23 crianças. Durante o desenvolvimento das atribuições enquanto estagiária foram realizados diversas atividades como leitura de pequenos textos, desenvolvimento fonético, contagem matemática, contação de história e música e cada atividade durou entre duas e três horas-aulas por dia, totalizando assim 100 horas-aula.

O estagio proporciona associar a teoria com a prática, uma vez que, a prática vem complementar tudo aquilo explícito na disciplina, tudo o que aprendemos com os grandes pensadores e com nossos professores, pois afinal de contas essa é a trajetória para a formação profissional do educador.

(...)Assim, o estágio supervisionado, como componente integrador entre teoria e prática, configura-se como espaço propício para a produção dos diversos saberes necessários à profissão docente no mundo atual, onde os sujeitos devem ser capazes de contextualizar, planejar e gerir a sua ação pedagógica (ARAÚJO, P. 2, 2012).

O objetivo deste trabalho é mostrar a vivência e as experiências adquiridas no ambiente escolar enquanto estagiaria do curso de pedagogia na área da educação infantil.

Caracterização da Escola

O estágio supervisionado foi realizado na Escola Municipal de Educação infantil José Ribeiro Bessa, situada na Rua Daniel Toscano, pertencente à rede Pública de ensino da cidade de Mataraca, no Estado da Paraíba.

É uma escola organizada e bem estruturada e a maioria de seus profissionais já tem experiência em sala de aula há mais dez anos. Essa escola possui cinco salas de aula e em todas as salas possuem ar-condicionado, lousas, lixeiras e carteiras para todos os alunos, também há uma boa iluminação. Ainda há na escola uma diretoria e sala de professores, uma cozinha, banheiros feminino e masculino, um espaço para recreio e/ou eventos comemorativos e uma biblioteca.

 

Perfil dos Professores

 

Ao longo do estágio foram realizadas 100 horas do ensino infantil sendo acompanhado por uma única professora. Veja abaixo os dados sobre o perfil profissional da professora:

 

Professora

Ano que atua

Formação

Quantos anos de profissão

Maria Auxiliadora

Viana Batista

1º ano

Licenciatura em Pedagogia

13 anos

 

 

Prática Pedagógica dos Professores 

 

Durante o estágio observei que a professora fazia uso de algumas práticas pedagógicas, dentre elas estavam o livro didático, fornecido pela escola, livros de histórias (contos e fábulas) alguns doados pelos próprios professores, jogos e brincadeiras, no intuito de estimular a oralidade e a desenvoltura dos alunos.

No que diz respeito às aulas, pode-se dizer que a professora Maria Auxiliadora é detentora de uma paciência inabalável para com seus alunos e por isso mesmo repetia por diversas vezes os conteúdos trabalhados em sala de aula de forma criativa e dinâmica, para aquelas crianças que sentiam um pouco de dificuldades em compreender o assunto abordado.

As práticas pedagógicas se repetiam algumas vezes, mas a vasta experiência dela como profissional enquanto professor/educador em conjunto com as práxis, dava destaque para o ensino aprendizado. Pois ela sabia conciliar o pouco das atividades pedagógicas, com o dia a dia do alunado. Contudo vale ressaltar que, a reflexão docente deve ser permanente para que possamos superar a mesmice, principalmente em se tratar de crianças, pois elas ainda estão formando sua “bagagem” social e histórica. Sendo assim, destacarei algumas situações vivenciadas durante o período de estágio, que aqui descreverei como foco 1 e foco 2, onde pude presenciar toda a experiência da professora.

 

Foco 1 - Música

Estudos comprovam que o bebê já ouve desde o ventre de sua mãe. E quando crianças, muitas vezes, já dormimos embalados por alguma cantiga de ninar, ou seja, a música se faz presente na vida da criança bem antes dela vir ao mundo e consequentemente antes da sua alfabetização. GODOI (2011) nos relata que “A relação com a música, às vezes, já se inicia no ventre materno e segue no decorrer da sua infância.”

Durante o estágio pude notar que a música se encontra presente em diversas situações no âmbito escolar, como por exemplo, no ato da chegada em sala de aula, na hora de escrever a atividade no quadro, na hora do lanche, na hora de ir para casa, etc.    Mas vale ressaltar que a música deve ser trabalhada de forma não repetitiva e contextualizada na educação infantil. Logo:

 

 

Ao trabalhar a música na escola, não podemos deixar de considerar os conhecimentos prévios da criança sobre a música e o professor deve tomar isso como ponto de partida, incentivando a criança a mostrar o que ela já entende ou conhece sobre esse assunto, deve ter uma postura de aceitação em relação à cultura que a criança traz (GODOI, P. 18, 2011).

 

Através da música a criança interagem entre si, se expressam, além de conhecer a diversidade cultural nacional. Pois de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a educação Infantil RCNI (2013) a música está presente em diversas situações na vida, existe música para tudo, até música que remonta à função ritualística e que ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes e tradições que respeitam as festividades e os momentos determinados de cada manifestação musical.

 

Foco 2 –A contação de histórias

 

Na contação de história a professora utilizava de artifícios para buscar a atenção das crianças, como peça teatral encenado pela própria professora, mudando quase sempre o tom da voz para dar mais realidade ao conto e também fazia uso de desenhos feitos de emborrachados de Etil Vinil e Acetato - EVA e cartolina.

Foi trabalhado em sala o livro “Chapeuzinho Vermelho” um livro com muitas ilustrações que estimulavam a imaginação da criança. Esse livro retratava a ameaça da protagonista que iria ser devorada pelo lobo. O que pressupõe conflitos internos que são aflorados quando a menina sai do seu lar e fica exposta aos perigos da floresta, sem a proteção dos seus pais, o que implica dizer que as crianças nunca devem sair sozinhas e nem com pessoas estranhas, sendo explicado de forma bem didática pela educadora Maria Auxiliadora. Para SANTOS (2016) “A criança ao ouvir histórias, se transporta a um mundo onde consegue resolver alguns de seus conflitos, decepções, soluções ou conquistas uma vez que consegue identificá-los comparando com a trajetória dos personagens com sua própria vivência.”

A contação de história desenvolvida nas situações do dia a dia da criança, com interação de saberes pedagógicos concomitante com o cotidiano infantil promove sua interação, o desenvolvimento e a aprendizagem.

 

A contação de histórias é uma estratégica pedagógica que pode favorecer de maneira significativa a prática docente na educação infantil e ensino fundamental. A escuta de histórias estimula a imaginação, educa, instrui, desenvolve habilidades cognitivas, dinamiza o processo de leitura e escrita, além de ser uma atividade interativa que potencializa a linguagem infantil. A ludicidade com jogos, danças, brincadeiras e contação de histórias no processo de ensino e aprendizagem desenvolvem a responsabilidade e a autoexpressão, assim a criança sente-se estimulada e, sem perceber desenvolve e constrói seu conhecimento sobre o mundo. Em meio ao prazer, à maravilha e ao divertimento que as narrativas criam, vários tipos de aprendizagem acontecem (SOUZA & BERNARDINO, P.237, 2011).

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

O estágio supervisionado contribui e muito para o desenvolvimento enquanto mediador(a) e educador(a). Através do estágio pode-se ampliar os conhecimentos e vivenciar através da integração do “aprender cognitivo” (teórico) e o trabalho real (prática). Ao longo de todo estágio na educação infantil percebe-se que ensinar é uma arte que une o educar e o cuidar. É uma experiência única poder presenciar a maneira como a professora intervia/mediava alguns atritos (implicâncias, empurrões, brigas, birras, mordidas), questões de saúde (febre, dor de cabeça, vômito) e motoras (amarrar cadarço, etc).

É possível atribuir a boa formação docente em grande parte aos estágios, pois esse período preparatório instrui de forma positiva qualquer profissional seja ele da pedagogia ou qualquer outra área da educação a enxergar de perto a realidade escolar.

Um exemplo disso foi saber que as salas de aula são pensadas e voltadas exclusivamente para as crianças. Pois é necessário olhar a criança em sua integralidade observando como elas aprendem e o que lhes dificultam no processo de aprendizado e assim resolver os entraves existentes para daí expandir suas habilidades.

Enfim, é essencial sentir o ambiente de uma escola, seja ela, pública ou privada para só assim saber como as coisas realmente funcionam e como intervir em momentos de conflitos num ambiente escolar, pois é satisfatório para qualquer educando enquanto futuro professor(a) poder viver essa experiência. Sem sombra de dúvidas o estágio dá oportunidade de conhecer e compreender melhor como é, o futuro ambiente de trabalho.

 

 

REFERÊNCIAS 

 

ARAÚJO, R. D.. FORMAÇÃO DOCENTE: AS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM NO CONTEXTO REAL. Disponível em: www.uespi.br. Acessado em: 02/06/2018 às 20:00 hs.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Minstério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

GODOI, L. R.. A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Londrina, 2013.

LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017.

SANTOS, R. M.. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INSTRUMENTO DE SOCIALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Três Cachoeiras, 2011.

SOUZA L. O.; Bernardino A. D.. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL. Revista de Educação Educere et Educere. Unioeste, Campus de Cascavel, 2011.