Atualmente discute-se em demasia sobre os parâmetros da educação inclusiva, em de veras incluír o discente com necessidades especiais aos demais dentro do ensino regular. Mas será que isso realmente vem sendo feito? Será que as propostas pedagógicas e intermediárias, estão sendo eficazes para estes alunos? A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiência e seus familiares em busca de seus direitos e lugar na sociedade, mas o que de fato é a inclusão?

            O adjetivo “inclusivo” é usado quando se busca qualidade para todas as pessoas com ou sem deficiência, mas o termo inclusão já nos trás implícita a ideia de “exclusão”, pois só é possível incluir alguém, quando já se foi excluído.

             Historicamente, a educação para estudantes com necessidades especiais dava-se somente em classes e escolas especializadas. Todavia com o decorrer do tempo e o surgimento da lei federal 9.394/96, Art. 4, III, da C.F, esses alunos ganharam espaço em classes de ensino regular, sendo lhes assim assegurados os seus direitos, o respeito às diferenças e a individualidade. Em junho de 1994, com a declaração da Salamanca Espanha, realizada pela UNESCO na Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, assinada por 92 países, foi definido como princípio fundamental que: “Todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível independente das dificuldades e diferenças que possuem”.

            Não são poucas as tentativas em criar o método correto para a inclusão do aluno com necessidades especiais de modo a garantir a educação escolar inclusiva e promover o desenvolvimento de suas potencialidades. Porém as maiorias delas não estão sendo satisfatórias perante as necessidades dos educandos, pois o maior problema que enfrentamos é a busca incessante de técnicas que realmente funcionem e que sanem as dificuldades desses alunos, uma vez que esse processo de adaptação demanda uma grande transformação dentro do espaço escolar.

             Deve-se, tomar ciência que em primeiro lugar é necessário oferecer cursos de licenciatura para os professores, e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, familiares e profissionais da saúde que atendam as crianças com necessidades educacionais especiais, pois esses sim são os verdadeiros pilares de uma educação inclusiva de qualidade, vale também lembrar que cada indivíduo tem sua demanda específica e que todo aluno vem com conhecimentos de realidade que não podem ser em hipótese alguma desconsiderados, já que fazem parte de sua história de vida e exigem uma forma diferenciada no sistema de aprendizagem.

Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005)

 

Portanto, educação inclusiva, significa educar todos em um mesmo contexto escolar, optar por inserir o aluno com necessidades educacionais especiais em uma instituição de ensino regular, não significa negar as dificuldades dos mesmos, pelo contrário, com a inclusão as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidades. Preservar as diversidades apresentadas na unidade escolar representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

Por fim, uma educação inclusiva de qualidade seria repensar em todo o nosso modelo atual de educação, respeitando as diversidades de todos os educandos presentes em sala de aula, seria primordial também, mudar toda a visão de homogeneidade para a diversidade e acreditar que todos podem aprender e reconstruir a escola de forma que seja, de fato, para todos, sem paradigmas, sem receitas e sem esperar de seres humanos desiguais resultados homogêneos.

Deve-se ressaltar que jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais os deficientes poderão ser incluídos, é preciso que as pessoas falem por si mesmas, já que elas sabem daquilo que precisam, de suas expectativas e dificuldades como qualquer cidadão. Mas não basta somente ouvi-los, é necessário propor e desenvolver ações que venham a modificar e orientar as formas de se pensar na própria inclusão.