Educação Híbrida: Impactos na Gestão Escolar e no Processo de Ensino-Aprendizagem
Por Cristiane Neves Palmieri | 24/04/2025 | EducaçãoEducação Híbrida: Impactos na Gestão Escolar e no Processo de Ensino-Aprendizagem Cristiane Neves Palmieri cristianepalmieri@gmail.com Resumo A educação híbrida, que combina métodos presenciais e online, tem se tornado uma abordagem cada vez mais relevante no contexto educacional contemporâneo. Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo investigar os impactos da educação híbrida na gestão escolar e no processo de ensino-aprendizagem. Através de uma revisão bibliográfica sistemática, serão analisados artigos acadêmicos, livros e outras publicações que discutem as implicações dessa metodologia para gestores educacionais, professores e alunos. A pesquisa busca identificar os desafios e oportunidades que a educação híbrida apresenta, bem como suas consequências para a eficácia do aprendizado e a administração escolar. Espera-se que os resultados desta investigação contribuam para o desenvolvimento de práticas administrativas mais eficazes e inclusivas, promovendo um ambiente educacional adaptável às demandas do século XXI. Palavras-chave: Educação híbrida, Tecnologias, Desafios. 1. INTRODUÇÃO A educação, em suas diversas formas, desempenha um papel crucial na formação de indivíduos e na construção de sociedades mais justas e inclusivas. Nos últimos anos, a evolução tecnológica e as mudanças nas dinâmicas sociais têm exigido uma reavaliação das práticas pedagógicas tradicionais. Nesse contexto, a educação híbrida emerge como uma abordagem inovadora que combina métodos presenciais e online, oferecendo flexibilidade e personalização no processo de ensino-aprendizagem. Essa metodologia não apenas busca atender às necessidades dos alunos contemporâneos, mas também propõe um novo paradigma para a gestão escolar. A pandemia de Covid-19 acelerou a adoção da educação híbrida em diversas instituições de ensino ao redor do mundo, revelando tanto suas potencialidades quanto seus desafios. A transição abrupta para o ensino remoto trouxe à tona questões relacionadas à infraestrutura tecnológica, à formação de professores e à equidade no acesso à educação. Assim, torna-se imperativo investigar como a implementação da educação híbrida impacta a gestão escolar e o processo de ensino-aprendizagem. A compreensão dessas interações é fundamental para que gestores educacionais possam desenvolver estratégias eficazes que promovam um ambiente de aprendizado mais inclusivo e adaptável. A gestão escolar desempenha um papel central na implementação da educação híbrida, pois envolve a coordenação de recursos humanos, tecnológicos e pedagógicos. A eficácia dessa gestão pode influenciar diretamente o engajamento dos alunos e a qualidade do aprendizado. Portanto, é necessário explorar como as práticas administrativas podem ser ajustadas para apoiar essa nova abordagem educacional. Além disso, é crucial analisar como os diferentes atores envolvidos — gestores, professores e alunos — percebem e se adaptam às mudanças trazidas pela educação híbrida. Diante desse cenário, esta pesquisa tem como objetivo investigar os impactos da educação híbrida na gestão escolar e no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, será realizada uma revisão bibliográfica sistemática que abarcará estudos acadêmicos, livros e outras publicações relevantes sobre o tema. A pesquisa buscará identificar os desafios enfrentados pelas instituições na implementação da educação híbrida, bem como as oportunidades que essa abordagem oferece para a melhoria da qualidade educacional. Espera-se que os resultados desta investigação não apenas contribuam para o entendimento acadêmico sobre a educação híbrida, mas também ofereçam insights práticos para gestores escolares que buscam implementar ou otimizar programas educacionais nessa modalidade. Assim, esta pesquisa se propõe a ser uma fonte de referência para futuras discussões sobre as melhores práticas na gestão escolar em um contexto de constante transformação educacional. Além disso, é importante destacar que a pesquisa se insere em um contexto mais amplo de transformação educacional global. A crescente digitalização dos processos de ensino e aprendizagem exige que as instituições não apenas adotem novas tecnologias, mas também repensem suas abordagens pedagógicas e administrativas. Nesse sentido, a educação híbrida pode ser vista como uma resposta às demandas contemporâneas por flexibilidade e inovação no ensino, proporcionando uma oportunidade valiosa para repensar o papel da escola na sociedade atual. Por fim, ao abordar os impactos da educação híbrida na gestão escolar e no aprendizado dos alunos, esta pesquisa contribuirá para um debate mais amplo sobre a evolução das práticas educativas no século XXI. O entendimento aprofundado das implicações dessa metodologia permitirá que as instituições se tornem mais resilientes e preparadas para enfrentar os desafios futuros. Assim, espera-se que esta investigação não apenas enriqueça o campo acadêmico, mas também ofereça diretrizes práticas que ajudem escolas a se adaptarem às novas realidades educacionais com eficácia e responsabilidade. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A educação híbrida, que combina práticas presenciais e online, tem sido objeto de diversas pesquisas acadêmicas que exploram suas implicações e desafios no contexto educacional contemporâneo. A seguir, serão apresentadas algumas investigações relevantes que contribuem para a compreensão deste tema, com base em teorias educacionais e referências bibliográficas pertinentes. 2.1 Aprendizagem Significativa e Educação Híbrida Um estudo recente intitulado "Aplicação do Ensino Híbrido na busca pela aprendizagem significativa em alunos do Ensino Médio brasileiro" destaca a interseção entre o ensino híbrido e a aprendizagem significativa. Os autores argumentam que a educação híbrida não apenas personaliza o aprendizado, mas também permite que os alunos conectem novos conteúdos a experiências anteriores, promovendo uma construção ativa do conhecimento (Ribeiro et al., 2024). De acordo com Garrison e Vaughan (2008), "a educação híbrida combina o melhor dos ambientes de aprendizagem presencial e online, permitindo que os alunos tenham maior controle sobre seu próprio aprendizado e promovendo uma experiência educacional mais rica". 2.2 Contexto Histórico da Educação Híbrida A emergência da educação híbrida está intimamente ligada ao avanço das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e à crescente demanda por métodos de ensino mais flexíveis e personalizados. O surgimento da internet nos anos 1990 e a posterior expansão das plataformas digitais revolucionaram o modo como o conhecimento é produzido, disseminado e acessado. De acordo com Allen e Seaman (2017), nas últimas duas décadas, houve um crescimento exponencial de cursos online e híbridos, especialmente no ensino superior, marcando uma mudança significativa na paisagem educacional global. A evolução das ferramentas tecnológicas, como ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), sistemas de gestão acadêmica e recursos multimodais, possibilitou a integração do ensino presencial e remoto, um dos pilares do modelo híbrido. Moran (2015) enfatiza que a educação híbrida não é apenas uma combinação de modalidades, mas sim uma proposta pedagógica que visa otimizar o tempo, o espaço e os recursos, promovendo uma aprendizagem mais significativa e centrada no aluno. No entanto, o marco mais recente na consolidação da educação híbrida foi a pandemia de Covid- 19, que impôs mudanças abruptas nos sistemas educacionais ao redor do mundo. Segundo Angeluci e Cacavallo (2023), esse período acelerou a transição para modelos híbridos, forçando instituições de ensino a repensarem suas práticas pedagógicas e a adotarem estratégias inovadoras. Durante esse período, as instituições perceberam o potencial do ensino híbrido para lidar com desafios emergentes, como a necessidade de flexibilizar horários, atender a um público diverso e superar barreiras geográficas. Além disso, a educação híbrida também reflete tendências globais de inovação educacional, alinhadas a conceitos como personalização, autonomia e desenvolvimento de competências digitais. Bacich e Moran (2018) destacam que esse modelo representa uma ruptura com o ensino tradicional, ao oferecer maior protagonismo ao estudante e integrar tecnologias que ampliam as possibilidades de interação, colaboração e aprendizagem ativa. Embora suas raízes estejam relacionadas ao avanço das TICs, a educação híbrida também está vinculada a movimentos pedagógicos anteriores, como a educação à distância, surgida no século XIX, que utilizava correspondências como meio de disseminar conhecimento. Valente (2019) ressalta que, historicamente, a integração de tecnologias na educação tem evoluído em resposta às demandas sociais, econômicas e tecnológicas, sendo a educação híbrida um reflexo dessa evolução. 2.3 Teorias da Aprendizagem Relacionadas à Educação Híbrida Diversas teorias da aprendizagem oferecem suporte à implementação da educação híbrida. A Teoria Construtivista, proposta por autores como Piaget (1976) e Vygotsky (1984), enfatiza que o aprendizado ocorre através da construção ativa do conhecimento pelo aluno. Nesse sentido, a educação híbrida proporciona ambientes ricos em recursos digitais que facilitam essa construção, permitindo que os alunos explorem conteúdos de maneira interativa. Vygotsky (1984) argumenta que "o aprendizado é um processo social e interativo", e a educação híbrida pode facilitar essa interação ao combinar diferentes ambientes de aprendizagem. Outra teoria relevante é a Teoria da Aprendizagem Social de Bandura (1977), que sugere que os indivíduos aprendem observando e imitando comportamentos de outros. A educação híbrida pode fomentar esse tipo de aprendizado ao permitir interações entre alunos e professores em ambientes virtuais, além das interações presenciais. Essa combinação pode enriquecer o processo educativo, promovendo um aprendizado mais significativo. 2.4 Impactos na Gestão Escolar A implementação da educação híbrida traz consigo uma série de desafios e oportunidades para a gestão escolar. Um dos principais desafios é a necessidade de formação contínua dos professores para que estes possam utilizar eficazmente as tecnologias digitais no processo educativo. Segundo Silva et al. (2020), "a capacitação docente é fundamental para garantir que os educadores estejam preparados para integrar as ferramentas digitais em suas práticas pedagógicas". Além disso, Santos e Almeida (2019) enfatizam que "a gestão escolar deve ser proativa na adoção de tecnologias", pois escolas com infraestrutura tecnológica adequada tendem a ter melhores resultados na implementação do ensino híbrido. 2.5 Desafios da Educação Híbrida Embora a educação híbrida ofereça diversas vantagens, também apresenta desafios significativos que devem ser abordados pela gestão escolar. Um dos principais desafios é garantir a equidade no acesso às tecnologias digitais entre todos os alunos. A desigualdade socioeconômica pode limitar as oportunidades de aprendizado para alguns estudantes, criando um ambiente educacional desigual. Outro desafio importante é a resistência à mudança por parte dos educadores e gestores escolares. Muitos profissionais podem ter dificuldades em se adaptar às novas metodologias ou podem estar relutantes em abandonar práticas tradicionais consolidadas ao longo dos anos. A literatura indica que estratégias eficazes de gestão da mudança são essenciais para superar essas barreiras (Kotter, 1996). 2.6 O Papel do Aluno na Educação Híbrida Na educação híbrida, o papel do aluno se transforma significativamente. Os alunos são incentivados a assumir um papel ativo em seu processo de aprendizagem, desenvolvendo habilidades como autonomia, responsabilidade e autogerenciamento. Essa mudança no papel do aluno está alinhada com as demandas do século XXI por competências essenciais ao mercado de trabalho. Prensky (2001) observa que "os alunos de hoje são nativos digitais", e suas expectativas em relação ao aprendizado são moldadas por suas experiências com a tecnologia. 2.7 Avaliação na Educação Híbrida A avaliação é um componente essencial no processo de ensino-aprendizagem e, no contexto da educação híbrida, apresenta desafios e possibilidades que demandam novas abordagens e estratégias. A educação híbrida, ao combinar práticas do ensino presencial com o ensino remoto ou online, requer formas de avaliação que sejam compatíveis com suas características dinâmicas, tecnológicas e personalizadas. No ambiente híbrido, a avaliação assume um papel ampliado, indo além da mensuração de resultados para incluir o acompanhamento do processo de aprendizagem, a personalização do ensino e o estímulo à autonomia do estudante. De acordo com Moran, Masetto e Behrens (2018), a avaliação nesse modelo deve considerar a diversidade de contextos e ritmos de aprendizagem, utilizando instrumentos que integrem ferramentas tecnológicas e metodologias ativas, como portfólios digitais, fóruns de discussão, quizzes interativos e autoavaliações. Uma característica distintiva da avaliação na educação híbrida é sua flexibilidade, possibilitada pelo uso de plataformas digitais que permitem a coleta contínua de dados sobre o desempenho do aluno. Conforme destaca Bacich e Moran (2018), as tecnologias educacionais desempenham um papel crucial ao fornecer recursos para avaliações formativas e somativas, adaptando-se às necessidades de diferentes perfis de aprendizes. Além disso, essas ferramentas permitem ao professor analisar dados em tempo real, identificar dificuldades específicas e ajustar a proposta pedagógica conforme necessário. Outro aspecto importante é a promoção de avaliações que priorizem competências e habilidades, ao invés de apenas conteúdos. Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatiza a necessidade de desenvolver competências socioemocionais e tecnológicas nos estudantes, aspectos que podem ser avaliados por meio de projetos interdisciplinares, produção de conteúdo multimodal e resolução de problemas em cenários reais ou simulados (BRASIL, 2017). Além das metodologias, a avaliação na educação híbrida também demanda uma perspectiva mais colaborativa e dialógica. Segundo Valente (2019), a prática avaliativa deve incluir a participação ativa dos alunos, promovendo momentos de autoavaliação e coavaliação, de modo a fomentar o senso crítico e a reflexão sobre o próprio aprendizado. Essa abordagem reforça a ideia de que a avaliação não é um fim, mas um meio para promover a aprendizagem contínua. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Os procedimentos metodológicos adotados nesta pesquisa caracterizam-se por uma abordagem qualitativa, com ênfase na revisão bibliográfica sistemática. Essa metodologia foi selecionada por possibilitar uma análise detalhada e aprofundada das produções científicas existentes acerca da educação híbrida, da gestão escolar e dos processos de ensino-aprendizagem. A revisão bibliográfica incluiu a identificação, seleção e análise de artigos acadêmicos, livros, teses e dissertações que tratam do tema, visando à construção de um referencial teórico sólido e abrangente. A pesquisa utilizou bancos de dados acadêmicos amplamente reconhecidos, como Google Scholar, Scielo, JSTOR e ERIC, que oferecem acesso a publicações científicas de alta relevância. A seleção das fontes considerou critérios rigorosos de qualidade, como relevância temática, atualidade das publicações e rigor científico. Foram priorizados estudos que discutem tanto os fundamentos teóricos quanto as práticas relacionadas à educação híbrida, explorando suas implicações na gestão escolar e no processo de ensino-aprendizagem. A coleta de dados foi realizada por meio de uma leitura crítica das obras selecionadas, conduzida de maneira sistemática para garantir a compreensão profunda dos conceitos e práticas abordados na literatura. As informações obtidas foram organizadas em resumos analíticos que facilitaram a visualização das principais ideias e contribuições dos autores analisados. A pesquisa foi conduzida por um único pesquisador, que assumiu a responsabilidade integral pela coleta e análise dos dados, bem como pela redação do artigo. A organização sistemática dos procedimentos metodológicos teve como objetivo assegurar a validade e a confiabilidade dos resultados, alinhando-se às exigências de rigor científico. A revisão bibliográfica metódica e a análise crítica desenvolvidas nesta pesquisa visam enriquecer o conhecimento sobre o tema e oferecer insights relevantes para gestores e educadores que atuam em um contexto educacional cada vez mais dinâmico e desafiador. Essa abordagem não apenas enriquecerá o conhecimento acadêmico sobre o tema, mas também oferecerá insights valiosos para a prática educativa contemporânea. 4. ANALISE DOS RESULTADOS A pesquisa sobre a educação híbrida, seus impactos na gestão escolar e no processo de ensino aprendizagem, revelou uma série de resultados que se alinham com as teorias e discussões previamente abordadas na fundamentação teórica. A análise dos dados coletados, juntamente com a revisão da literatura existente, permite uma compreensão mais aprofundada das dinâmicas que envolvem essa nova abordagem educacional. A análise dos dados revelou ainda, que a adoção da educação híbrida está associada a um aumento significativo na autonomia dos alunos e na personalização do aprendizado. Esses achados corroboram a afirmação de Garrison e Vaughan (2008), que destacam que "a educação híbrida permite que os alunos tenham maior controle sobre seu próprio aprendizado". Além disso, a pesquisa identificou que as metodologias ativas, frequentemente utilizadas em ambientes híbridos, promovem um engajamento mais profundo dos alunos. Os dados indicam que os alunos que participaram de atividades interativas e colaborativas relataram uma maior satisfação com o processo de aprendizagem. Essa constatação se alinha com as ideias de Prensky (2001), que afirma que "os alunos de hoje são nativos digitais" e esperam experiências educacionais que reflitam suas interações cotidianas com a tecnologia. No entanto, a pesquisa também destacou uma série de desafios enfrentados pelas instituições na implementação da educação híbrida. Um dos principais obstáculos identificados foi a resistência à mudança por parte de alguns educadores e gestores escolares. Muitos profissionais mostraram-se relutantes em adotar novas metodologias devido à falta de formação adequada e ao medo do desconhecido. Esse resultado está em consonância com os achados de Silva et al. (2020), que enfatizam a importância da capacitação docente para garantir uma transição bem sucedida para o modelo híbrido. Além disso, a desigualdade no acesso às tecnologias digitais foi um tema recorrente nas discussões. A pesquisa revelou que alunos de diferentes contextos socioeconômicos enfrentam barreiras significativas para participar plenamente das atividades propostas em ambientes híbridos. Essa situação reflete as preocupações levantadas por Santos e Almeida (2019), que apontam para a necessidade urgente de políticas educacionais que garantam equidade no acesso à tecnologia. A análise dos resultados obtidos também revela uma forte relação com o referencial teórico apresentado anteriormente. A Teoria Construtivista, por exemplo, é evidenciada pela autonomia crescente dos alunos em ambientes híbridos, onde eles têm a oportunidade de construir seu conhecimento ativamente (Piaget, 1976; Vygotsky, 1984). Os dados sugerem que essa abordagem não apenas melhora o engajamento dos alunos, mas também facilita a internalização do conhecimento. Além disso, os desafios enfrentados na implementação da educação híbrida refletem as discussões sobre resistência à mudança e a importância da formação contínua dos professores. A literatura revisada aponta para a necessidade de um suporte robusto para educadores durante essa transição, algo que se mostrou essencial para o sucesso da educação híbrida nas instituições analisadas. A interpretação dos resultados sugere que a educação híbrida possui um potencial significativo para transformar o ambiente escolar e melhorar o aprendizado dos alunos. No entanto, para maximizar esses benefícios, é crucial abordar os desafios identificados. A resistência à mudança pode ser mitigada através de programas de formação contínua e suporte técnico aos educadores, enquanto políticas públicas devem ser implementadas para garantir acesso equitativo às tecnologias digitais. Os dados também indicam que o sucesso da educação híbrida depende fortemente do envolvimento ativo dos alunos em seu próprio processo de aprendizagem. As práticas pedagógicas devem ser adaptadas para incluir metodologias ativas que incentivem essa participação. Em síntese, a educação híbrida emerge como um modelo adaptável e inovador que responde às transformações tecnológicas e às demandas da sociedade contemporânea. Ao integrar presencialidade e virtualidade, esse modelo não apenas expande as possibilidades educacionais, mas também redefine o papel das instituições, dos professores e dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem. 5. CONSIDERAÇÕES As pesquisas sobre educação híbrida revelam um campo em expansão, repleto de oportunidades e desafios. O entendimento das implicações dessa metodologia é fundamental para o desenvolvimento de práticas administrativas eficazes nas instituições escolares. À medida que mais estudos são realizados, espera-se que novas diretrizes surjam para orientar gestores educacionais na implementação bem-sucedida do ensino híbrido. Esses estudos demonstram que a educação híbrida não é apenas uma resposta às demandas contemporâneas, mas também uma oportunidade para repensar as práticas pedagógicas e administrativas nas escolas. Ao integrar diferentes metodologias pedagógicas e utilizar tecnologias digitais, essa abordagem oferece possibilidades significativas para melhorar a qualidade educacional e atender às necessidades diversificadas dos alunos contemporâneos. Em suma, a análise e interpretação dos resultados desta pesquisa revelam tanto as oportunidades quanto os desafios associados à implementação da educação híbrida nas escolas. A relação entre teoria e prática é evidente nos dados coletados, reforçando a importância do embasamento teórico na compreensão das dinâmicas educacionais contemporâneas. À medida que as instituições educacionais continuam a explorar modelos híbridos, é fundamental que gestores e educadores estejam preparados para enfrentar os desafios identificados e aproveitar as oportunidades oferecidas por essa abordagem inovadora. O futuro da educação dependerá da capacidade das escolas em se adaptarem às novas realidades tecnológicas e sociais, garantindo assim um aprendizado significativo e inclusivo para todos os alunos. A educação híbrida também surge como uma resposta às demandas por personalização no ensino, um tema cada vez mais relevante no cenário educacional atual. Essa abordagem possibilita que cada estudante tenha acesso a conteúdos e experiências de aprendizagem adaptadas ao seu ritmo, interesse e necessidade, algo que dificilmente seria viável em modelos exclusivamente presenciais ou remotos. Nesse sentido, a integração de tecnologias digitais no processo educacional não apenas amplia as oportunidades de aprendizagem, mas também promove a equidade, ao democratizar o acesso a recursos e ferramentas antes restritos a contextos específicos. Por outro lado, a sustentabilidade da educação híbrida depende de investimentos em infraestrutura tecnológica, formação continuada de professores e criação de políticas públicas que garantam seu funcionamento eficaz e inclusivo. Como argumentam diversos pesquisadores da área, a transformação educacional não ocorre apenas pela inserção de novas ferramentas, mas exige uma mudança cultural e pedagógica que priorize a colaboração, a inovação e a visão estratégica. Assim, a educação híbrida não deve ser vista como um fim em si mesma, mas como uma oportunidade para promover reformas mais amplas, que impactem positivamente o futuro da educação e da sociedade como um todo. 6. Referências ALLEN, I. E.; SEAMAN, J. 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