VIOLÊNCIA ESCOLAR:

O BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

 

Iracildo Pereira Castro[1]

Renilson da Silva Maia[2]

Maria do Socorro Lourinho Lopes[3]

 

RESUMO

CASTRO, Iracildo Pereira; MAIA, Renilson da Silva; LOPES, Socorro Lourinho.Violência Escolar:O Bullying nas aulas de educação Física. 2019. 30f. Belém-Pa, 2019.

 

O fenômeno Bullying nas aulas de educação física trata de uma investigação realizada com sujeitos que exercem a profissão de professores de educação física em ambiente escolar público na região metropolitana de Ananindeua. O estudo inicia-se por uma revisão bibliográfica seguida de pesquisa de campo, de cunho qualitativo. Nesse processo analisamos os dados que emergiram de entrevistas semi-estruturadas com fundamentação em autores contemporâneos da área da educação física. Neste estudo foram investigados cinco sujeitos, professores de educação física identificados neste trabalho com nomes fictícios para resguardar a ética na pesquisa. Esta investigação buscou alcançar os seguintes objetivos: Os objetivos da pesquisa são: Compreender como o bullying está inserido nas escolas públicas de Ananindeua, bem como, Identificar as manifestações do bullying no espaço escolar; Mostrar a importância das aulas de educação física no combate ao bullying. A nossa pesquisa busca responder a seguinte situação problema: Quais as manifestações de bullying mais frequentes nas aulas de Educação Física no sexto ano da E.E.E.F.M. Agostinho Monteiro na cidade de Ananindeua? Neste estudo fazemos um breve resgate histórico sobre o Bullying, apresentamos as principais manifestações de violência na escola e o passo a passo metodológico trilhado seguindo-se os resultados da pesquisa de campo e as nossas considerações finais.

 

Palavra-chave: Bullying. Educação física. Violência. Escola.

 

ABSTRACT

The bullying phenomenon in physical education classes is a research conducted with individuals in the profession of physical education teachers in public school environment in metropolitan Anand. The study starts with a literature review then field research, qualitative nature. In this process we analyze the data that emerged from semi-structured interviews with foundation in contemporary authors of physical education. We have investigated five subjects, physical education teachers identified in this work with fictitious names to safeguard ethics in research. This study aimed to achieve the following objectives: The objectives of the research are: Understanding how bullying is housed in public schools in Ananindeua, as well as identify the manifestations of bullying at school; Show the importance of physical education classes in the fight against bullying. Our research seeks to answer the following problem situation: What are the most frequent manifestations of bullying in physical education classes in the sixth year of EEEFM Agostinho Monteiro in the town of Anand? In this study we make a brief historical survey about bullying, we present the main manifestations of violence at school and the step-by-step methodological trodden by following the field research findings and our final remarks. 

 

Keyword: Bullying. Physical education. School. violence.

 

INTRODUÇÃO

A escolha dessa temática se desenvolveu a partir de experiências próprias, em detrimento de fatos ocorridos em inúmeras escolas públicas e privadas, por meio de observações dos comportamentos dos alunos no ambiente escolar. Constantemente nos deparamos com alunos sendo maltratados, humilhados, hostilizados por outros alunos.

Na chamada hora do recreio é comum notar empurrões, insultos, puxões de cabelo e agressões verbais.  Tendo ciência disto é aconselhável que todas as escolas tomem iniciativa para prevenir a violência antes que ela se instale no local e que as mesmas consigam resolver os problemas de conflitos interpessoais, geradores da violência.

Esse comportamento que oprime as pessoas instigou-me a iniciativa desta pesquisa, o que nos direciona a intervir de maneira mais significativa, na realidade escolar, haja vista a proposta pedagógica do professor, bem como sua postura diante destes problemas implicará diretamente na harmonia dos alunos no ambiente escolar.

Tratar dos assuntos sobre violência no âmbito escolar é de extrema importância, pois auxilia na prevenção do bullying. Pretende-se que essa pesquisa possa servir de apoio cientifico e Metodológico para futuros discentes e Pesquisadores da área da educação, na perspectiva de que possa ajudar no desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária, mais humana, menos preconceituosa, além de servir de apoio para famílias que sofrem com este tipo de violência.

Diante do exposto a pesquisa busca responder a seguinte situação problema: Quais as manifestações de bullying mais frequentes no ambiente escolar, no sexto ano da E.E.E.F.M. Agostinho Monteiro na cidade de Ananindeua? Os objetivos da pesquisa são: Compreender como o bullying está inserido nas escolas públicas de Ananindeua. Os objetivos espedíficos são: Identificar as manifestações do bullying no espaço escolar; Mostrar a importância das ações pedagógicas no combate ao bullying.

A pesquisa está assim estruturada: Iniciamos com um texto introdutório no qual abordamos as relevâncias pessoal, acadêmica e social, seguido de mais quatro seções: Na primeira seção abordamos os aspectos históricos sobre o bullying. Na segunda seção apresentamos uma compreensão da violência e suas manifestações na escola. Na terceira seção apresentamos os procedimentos metodológicos da pesquisa. A quarta seção trata dos resultados da pesquisa, seguido das nossas considerações finais.

      

ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS SOBRE O BULLYING

 

A presente seção aborda os aspectos históricos e conceituais sobre o Bullying e os pontos relevantes segundo as ideias dos autores e estudiosos da área da educação. 

Bullying é uma palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob tensão; termo que conceitua os comportamentos agressivos e antissociais, utilizado pela literatura psicológica anglo-saxônica nos estudos sobre o problema da violência escolar.

No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países: bullying. Bully, enquanto nome é traduzido como valentão, tirano, e como verbo, brutalizar, tiranizar, amedrontar.

Assim sendo, por definição universal, bullying é o conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros, causando dor, angústia, e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying.

Definimos o bullying como um comportamento cruel intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de “brincadeiras” que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar. Diversos estudiosos vêm dando suas definições e contribuições, ao longo do tempo, com respeito a esse tipo de comportamento. Porém, todas as definições convergem na incapacidade da vítima em se defender.

Apontamos também, aliado a essa tendência, o fato de que a vítima não consegue motivar outras pessoas a agirem em sua defesa. Portanto, o bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso de justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, a propriedade de causar traumas ao psiquismo de suas vítimas.

Por fim, o bullying possui, ainda, a propriedade de ser reconhecido em vários contextos: nas escolas, nas famílias, nos condomínios residenciais, nos clubes, nos locais de trabalho, nos asilos de idosos, nas Forças Armadas, nas prisões, enfim, onde existem relações interpessoais.

Segundo Dan Olwes é frequente as divergências e conflitos entre alunos dentro de sala de aula. Segundo esse autor, isto se dá por meio que o agressor possa medir forças e mostrar superioridade de ante dos demais alunos, assim estabelecendo uma relação de poder e dominação. Ainda de acordo com o pesquisador Dan Olwes os professores devem atentar-se para comportamento dos alunos que possivelmente possam estar sofrendo bullying. Nesse sentido alguns critérios precisam ser observados, dentre eles:

  • Durante o recreio está frequentemente isolado e separado do grupo, ou procura ficar próximo do professor ou de algum adulto?
  • Na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se inseguro ou ansioso?
  •  Nos jogos em equipe é o último a ser escolhido?
  • Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido, ou aflito?
  • Apresenta desleixo gradual nas tarefas escolares?
  • Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões, ou a roupa rasgada, de forma não natural?
  • Falta às aulas com certa frequência (absentismo)?
  • Perde constantemente os seus pertences?

Conforme este mesmo pesquisador os procedimentos interrogativos devem ocorrer em relação ao agressor, haja vista que eles mantém uma serie de comportamentos que precisam ser observados no dia a dia da escola:

  • Faz brincadeiras ou gozações, além de rir de modo desdenhado e hostil?
  • Coloca apelidos ou chama pelo nome ou sobrenome dos colegas, de forma malsoante; insulta, menospreza ridiculariza, difama?
  • Faz ameaças, da ordens, domina e subjulga? Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, da socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em discussões e desentendimentos?
  • Pega dos outros colegas materiais escolares, dinheiro, lanches e outros pertences sem o seu consentimento?

Para (FANTE, 2012) os agentes causadores do bullying procuram selecionar as vitimas levando em consideração alguns fatores, tais como: Escolhem sempre os alunos que apresentam pouca habilidade, escolhem agredir alunos que julgam ser incapazes de revidar suas provocações, escolhem sempre aqueles alunos tímidos, alunos fragilizados fisicamente e psicologicamente. Nesse sentido este tipo de aluno se configura como “bode expiatório” para os agressores.

O bullying é um fenômeno mundial tão antigo quanto à própria escola              (FANTE, 2005). Foi na Suécia em 1970 que, surgiu primeiramente um interesse de toda sociedade pelos problemas desencadeados. O bullying pode até não ser minimamente percebido, entretanto ele sempre existiu. E a maioria das vezes as vitimas se calam de ante as agressões sofridas, mesmo  no período escolar por motivos de ser encarado como  fraco ou descriminado tanto pelos familiares quanto pela sociedade desumana.

Nesse sentido a autora afirma que a sociedade transfere para a escola a responsabilidade que seria de todos, ou seja, tanto levando em consideração tanto o aspecto de cunho familiar quanto social. E ainda a escola é vista como um espaço de resolução de todos os problemas da sociedade.                                    

 

A hierarquia escolar compreende entre diretores, supervisores, orientadores, professores, inspetores e funcionários que cuidam do espaço físico e de toda a engrenagem funcional e administrativa da instituição. Dentro dessa esfera, todos devem exercer seus papeis de forma eficiente e solidária, para que os alunos possam aprender e praticar todo o conhecimento de que precisarão na caminhada de sua vida adulta (SILVA (2010 p.122).

 

 Para Silva (2010) Certos comportamentos atrelados ao bullying podem ser revelados de maneira direta e indireta, podendo se manifestar de inúmeras formas, verbal (insultar, ofender); Físico e material como (bater, empurrar, ferir); psicológico e moral como (Humilhar, isolar, ignorar, desprezar ou fazer pouco); sexual (abusar, violentar); virtual essa forma de bullying é conhecida como ciberbullying, ou seja, são ações depreciativas que se propagam por meio da internet e equipamentos eletrônicos, com isto acabam acarretando traumas e transtornos psicológicos.

Para Silva (2010), o bullying é um ato cruel e deliberado de intimidação com intenção de adquirir poder e controle sobre outra pessoa, que deixa suas vítimas com sensações intensas de vulnerabilidade, medo, vergonha ou baixa auto estima.

A família é a base te toda e qualquer iniciação do aprendizado de um indivíduo, haja vista é o espaço onde ocorrem os primeiros passos de uma relação social, lugar onde a criança aprende a respeitar e valorizar a diversidade de cada ser humano, além de perceber seus desejos e sentimentos, consequentemente desenvolvendo suas potencialidades no que tange ao âmbito escolar, relações interpessoais, aprendendo assim a conviver com as diferenças.

 

 

[...] É justamente a omissão educacional dos pais em situações - chaves que produz os conflitos familiares. Isso é facilmente observável em circunstâncias que envolvem comportamentos transgressores, o desrespeito ás regras e aos limites estabelecidos [...] as consequências dessa renuncia dos pais aos seus papeis de educadores são, no mínimo, desastrosa, para não dizer explosiva. (SILVA, 2010.p 62).

 

 

AS CAUSAS DO BULLYING

 

Para (FANTE, 2012) o bullying se manifesta através de “brincadeiras infantis”, entretanto com um enorme poder de destruição, com características de cunhos psicológicos que traz como consequência danos irreparáveis e muitas das vezes irreversíveis para os alunos de inúmeras escolas em todo mundo.

Segundo a autora as crianças se sentem sozinhas, isoladas, indefesas, incompreendidas e é intrigante perceber que as mesmas sofrem com este tipo de violência ao longo dos anos, muitas vezes sob a vista de seus professores no ambiente escolar, nas salas de aula. Sofrem silenciosamente, de maneira cruel e velada, maus tratos, humilhação pública, rejeição social, gozações, perseguições, angústias, medos, desrespeito constantes e repetitivos, quase sempre por serem diferentes em seu biótipo.

Para a autora esse fenômeno comportamental vitimiza a criança envolvida em tenra idade escolar tornando-a refém de uma ansiedade flutuante e circulante que interfere em todos os seus processos de aprendizagem pela excessiva mobilização psíquica de medo, constrangimento, angústia e raiva reprimida.

De acordo com (RISTUM, 2002) O bullying, assim como outras formas de violência, tem sua complexidade que advém principalmente de sua multicausalidade. Isto quer dizer que não existe uma única causa que seja responsável pela sua produção, mas que é um fenômeno que está relacionado a vários e diversos fatores que agem de forma inter-relacionada.

Assim sugerimos que o termo causa, seja substituído por fatores causais. Essa multicausalidade explica pelo menos em parte, por que é tão difícil enfrentar a violência, já que seria necessária uma atuação em todo esse conjunto de fatores. Neste sentido, certas pesquisas na área violência e bullying observam que estas condicionantes influenciam no índice de violência no contexto escolar.

 

 

NO CONTEXTO FAMILIAR

 

A base familiar é de suma importância para a estrutura de uma boa personalidade. É onde são adquiridos os primeiros valores psicossociais que compõem os parâmetros da cultura, a partir da relação do bebê com seus pais, (LEVISKY, 1997). Segundo Minayo (1990, p. 83)

 

A família é uma organização social complexa, um micro-cosmo da sociedade, onde ao mesmo tempo se vivem as relações primarias e se constroem os processos identificatórios. É também um espaço em que se definem papéis Sociais de gênero, cultura de classe e se reproduzem as bases do poder. E ainda o lócus da política, misturada no cotidiano das pessoas, nas discussões dos filhos com os pais, nas decisões sobre o futuro, que ao mesmo tempo tem o mundo circundante como limitações. Por tudo isso, é o espaço do afeto e também do conflito e das contradições.

 

O comportamento das crianças, jovens e adolescentes está atrelado ao contexto familiar em que ela esta inserida, ou seja, suas ações são condicionadas pelo paradigma familiar único de cada família.

 

[...] Caracteriza-se como causador do comportamento agressivo ou violento, devido ao tipo de estimulação a que ele foi exposto desde pequeno, pela forma de convivência predominante em sua família, pela maneira como foi ensinado a obter prazer e satisfação dos seus desejos; conforme a qualidade de carga emocional desprendida pelos progenitores. (FANTE, 2012. p 173-174).

 

Para a autora é no ambiente familiar que a criança aprende ou deveria aprender a relacionar-se com as pessoas, respeita a valorizar as diferenças individuais, desenvolver a empatia e adotar métodos não violentos de lidar com seus próprios sentimentos e emoções e com conflitos surgidos nas relações interpessoais. Portanto, é nesse contexto que a criança deveria aprender a criar mecanismos de defesa e de autossuperação e desenvolver atitudes e valores humanistas que a estruturem psicologicamente e norteiam seu desenvolvimento social. 

Ainda segundo a autora a família é o primeiro modelo de socialização, ela deveria constituir um modelo positivo para a criança, uma vez que o registro de suas primeiras experiências emocionais surge da relação de afeto com as figuras materna e paterna, formando matrizes psíquicas que determinarão sua visão de mundo e de si mesma.

A partir dessas primeiras experiências é que ocorre a introjeção dos modelos de identificação, decisivos no desenvolvimento de seu processo socioeducacional. Entretanto, quando esses modelos de identificação se fixam em aspectos negativos, podem atuar como “vírus psíquicos”, tornando-se fonte geradora de condutas agressivas ou violentas, comprometendo todo o seu desenvolvimento socioeducacional.

Uma boa relação familiar fomenta a formação de um bom caráter, contribuindo assim para uma vida tranquila em sem desgaste e conflitos nas relações afetivas e ainda auxilia em sua autoestima. “[...] Um bom relacionamento afetivo, em que o carinho e o amor se evidenciam no trato com a criança, criará registros altamente positivos em sua memória, fortalecendo a autoestima e Autoconfiança” (FANTE, 2012. p 175).

 

NO CONTEXTO SOCIAL     

 

Conforme a autora os grandes problemas da sociedade atual, como a pobreza e o desemprego, responsáveis pela desigualdade social, favorecem um ambiente de agressividade, delinquência e atitudes antissociais. A própria estrutura social e seus princípios competitivos contrastam com a situação de desemprego e com o desenvolvimento pessoal do jovem, propiciando comportamentos agressivos e violentos.

De acordo com (SILVA, 2010) Cabe à sociedade, dentro desse contexto, transmitir ás novas gerações valores e modelos educacionais nos quais os jovens possam pautar sua caminhada rumo à sua vida adulta de cidadão ético e responsável. No entanto, não podemos esquecer que vivemos numa época em que as mudanças ocorrem em ritmo, no mínimo, aceleradas. E isso propicia que tais referências tornem-se rapidamente ultrapassadas para orientar a vida dos adolescentes que vivem realidade contemporânea em continua transformação, acerca de referenciais e valores que guiam os comportamentos individuais e, consequentemente, as ações educativas dos adultos para com o jovem, com frequência, então em crise, porque também estão em crise os sistemas sociais, culturais, econômicos e familiares que produzem a visão de mundo que esses sistemas refletem, dentro do universo e valores do passado.

 

A MÍDIA E SUAS IMPLICAÇÕES NA PROPAGAÇÃO DO BULLYING

 

A influência da mídia é um fator relevante no contexto atual, no que tange aos modelos de caráter e personalidade adquiridos ou assimilados pelos jovens, haja vista a mídia impõe padrões de comportamentos, valores, estilo de vida que inúmeras vezes acabam sendo distorcidas e assimiladas como único padrão caracterizado como certo e absoluto pelas camadas populares.

De acordo com (MINAYO 1999, p.19) a mídia apresenta uma imagem ideal do jovem, com atributos de beleza, saúde e alegria. Esse padrão corresponde perfeitamente ao perfil do jovem de camadas médias. Há, no entanto, uma outra juventude, pobre, que na retórica de mídia, passa a ser representada como delinquente, drogada, e criminosa.

Dessa forma, os meios de comunicação, que muitas vezes tem a função de denunciar situações de desrespeito aos direitos de cidadania, também contribuem para a construção e a manutenção dos estereótipos negativos dos jovens pobres, tratando-os como “criminosos”. Entretanto algumas mudanças têm ocorrido na construção que a mídia traz desses perfis, à medida que alguns jovens de camadas médias são noticiados como responsáveis por atos infracionais.  Ainda para a autora a influência maior da mídia pode ser observada na banalização da violência social.

Atualmente as redes sociais é a principal ferramenta de acesso à informação pelos jovens e adolescentes do mundo todo, sobretudo no Brasil. Ainda de acordo  uma pesquisa realizada no Brasil em 2014, que afirma que, enquanto a maioria dos brasileiros ( 53%) nunca acessa a internet, aproximadamente um quarto da população ( 26% ) o faz nos dias da semana e com uma intensidade diária de 3h39  de 2ª a 6ª feira e 3h43 no final de semana . Nesse sentido o habito de acessar a internet é mais comum nas populações mais jovens, nos maiores centros urbanos e nos estratos de maior renda e escolaridade.

No entanto, com esta facilidade de acesso as pessoas no geral acabam se expondo demais nas redes sociais, o que propicia um intenso banco de dados para pessoas mal intencionadas divulgarem informações confidenciais sem a sua devida autorização. Nesse aspecto para (SILVA, 2010) este é um fator preponderante no aumento no numero de agressões virtuais (cyberbullying), os autores dessas barbaridades são na maioria adolescentes que gostam de expor e constranger os seus colegas de classe. É difícil conseguir descobrir quem são os agressores, pois os mesmos escondem-se atrás de perfis falsos( fakers) na internet.

Os alvos do cyberbullying sentem-se encurralados e sem saber o que fazer ou como recorrer, pois uma vez que são divulgados fotos, vídeos, os mesmos conteúdos sofrem inúmeras modificações, justamente para agredir diretamente a imagem da pessoa. E na maioria das vezes estes conteúdos acabam se multiplicando expandindo-se para outros web sites.

Com o progresso e ascensão das novas tecnologias, o celular se tornou a ferramenta principal de comunicação entre os jovens, auxiliando a propagação do cyberbullying, onde a facilidade de acesso e preço acessível acabam disseminando cada vez mais intrigas e agressões no âmbito virtual.

 

COMPREENDENDO A VIOLÊNCIA E SUAS  MANIFESTAÇÕES NA ESCOLA

 

A presente seção abordará aspectos conceituais sobre violência na escola, bem como as os tipos de violência comuns nestes espaços e suas implicações sobre as condutas dos alunos.

Atualmente o tema violência e bastante explorado e recorrente no âmbito escolar, entretanto a violência acontece no mundo desde tempos remotos como infere (PEREIRA, 2003) que considera a violência como um dos problemas mais antigos da humanidade.

Segundo (MINAYO, 2000), A violência é extremamente difícil de conceituar, pois ora ela é resultante das interações sociais, ora um componente cultural naturalizado.            

          A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como violência: “O uso intencional da força física ou poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou que tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação” (KRUG et al., 2002, p. 5 ).

Para (PEREIRA, 2003) a nossa juventude frequentemente assiste ou acompanha atos de violência, sejam eles ocorridos nas relações familiares, relações entre vizinhos, amigos, relações de trabalho e relações na escola. 

            Nesse sentido (SPOSITO, 2004: 163) a analise das causas e das relações que geram condutas violentas no interior da instituição escolar impõe alguns desafios aos pesquisadores e profissionais do ensino, pois demanda tanto o reconhecimento da especificidade das situações como a compreensão de processos mais abrangentes que produzem a violência como um componente da vida social e das instituições, em especial da escola, na sociedade contemporânea.

            Nas últimas décadas a sociedade brasileira está acompanhando o crescimento da violência nas escolas, ameaças aos alunos, professores e demais funcionários da escola. E estas incidências acabam por virarem hábitos comuns nas escolas brasileiras (ARAÚJO, 2002).

Ainda este mesmo autor afirma que os atos de violência podem esta atrelada à baixa qualidade de vida e a falta de uma infraestrutura adequada. É importante ressaltar que com todos estes problemas enfrentados pelos alunos e professores o ambiente escolar acaba se tornando cada vez mais propensos a serem abandonados por grande parte dos alunos e uma parcela considerável dos professores e demais funcionários, ocasionando assim um elevado índice na evasão escolar.

Segundo (BRÓGLIO apud SOUZA, 2003) A violência é fruto do ambiente e da própria educação recebida, sendo que a interação com o ambiente é preponderante sobre as características hereditárias para explicar o auto grau de violência no âmbito escolar.

Segundo (ABRAMOVAY, 2002) A violência nas escolas permaneceria coligada a três dimensões: O grande problema de gestão das escolas que resulta em estruturas deficientes; uma violência que se origina de fora para dentro das escolas, e revela-se por intervenção de gangues, do tráfico de drogas e da visibilidade crescente da exclusão social na comunidade escolar e a terceira dimensão a violência escolar relacionar-se a um comportamento interno das instituições, específicos de cada estabelecimento. 

A violência é o nome que se dá a um ato, uma palavra, uma situação, etc, onde um ser humano é tratado como um objeto, isto é, onde são negados seus direitos à dignidade de ser humano, de membro de uma sociedade, de sujeito insubstituível. Compreende-se assim que, a violência é o exato contrário da educação, que ajuda a advir o ser humano, o membro de uma sociedade, o sujeito singular (CHARLOT, 2006, p. 24).

Ainda segundo (PRIOTTO, BONETI, 2009, p.162) entende-se como violência escolar todo e qualquer ato ou ação de violência, comportamentos agressivos, e antissociais, incluindo conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos marginalizações, discriminações, dentre outros praticados por, e entre a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, familiares e estranhos à escola) no ambiente escolar.

            Contudo a classificação de violência nas escolas permite compreender o fenômeno na proporção que considera manifestações de varias ordens. Em virtude disto é extremamente difícil compreender certos tipos de manifestações que ocorrem dentro dos estabelecimentos de ensino e que estão relacionadas a problemas internos de funcionamento, de organização e de relacionamento. (ABRAMOVAY, 2005 apud. PRIOTTO; BONETI, 2009 p. 167).

 

 VIOLÊNCIA SEXUAL

 

Atualmente pensar e refletir sobre a violência não é tarefa fácil, principalmente no que tange a violência que acontece no âmbito escolar. Nesse sentido diversos autores e pesquisadores esclarecem sobre os comportamentos de meninos e meninas na escola e suas fragilidades ante ao ato de violência que os mesmos enfrentam durante o período escolar.

A sexualidade é presenciada desde muito cedo por meninos e meninas, sejam por diálogos com os pais, irmãos, tios, avós, colegas de classe, conversas com professores, namorados e muitas das vezes com o médico da família.

 

Desde cedo, meninos e meninas são educados para se comportar de  maneira diferente no exercício da sexualidade, quanto à carreira profissional, no uso do corpo e nas expressões de sentimentos. Antes mesmo de nascerem, meninos e meninas têm suas vidas delineadas com base nas expectativas de seus pais, que variam segundo o sexo biológico. Vamos aprendendo a ser homem ou ser mulher, construindo um corpo masculino ou feminino como aprendizado social. Esse aprendizado conforma aquilo que Pierre Bordieu (1992) chama de habitus, isto é, um conjunto de disposições psíquicas (coragem, valentia, recato) e corporais (modos de andar, sentar, fazer sexo) que expressam um conjunto de regras culturais internalizadas (BORDIEU, 1992, p.101).

 

 

Na escola, fazendo uma rápida analise a violência sexual se manifesta de maneiras diversificadas, sejam elas por olhares maliciosos, gestos obscenos, piadas, comentários maldosos, contatos físicos indesejados e insinuações. Nesse sentido é importante ressaltar que muitas das vezes estas situações ocorrem por causa da vulnerabilidade das crianças e adolescentes de ante das relações de poder no âmbito escolar, haja vista certos funcionários da escola mantêm uma relação de dominação sobre os alunos.

Analisando esta questão de dominação, certos professores acabam se utilizando destes atributos para forçar alunos a praticarem atos sexuais, ocasionando assim abuso de poder e abuso sexual. Levando em consideração esta forma de agressão o (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002) afirma que abuso sexual é todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual, cujo agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou adolescente. Tem por intenção estimulá-la sexualmente ou utilizá-la para obter satisfação sexual. Apresenta-se sob a forma de praticas eróticas e sexuais impostas à criança e ao adolescente pela violência física, ameaças, ou indução de sua vontade.

Esse fenômeno violento pode variar desde atos que não se produz o contato sexual (Voyerismo, exibicionismo, produção de fotos), até diferentes tipos de ações que incluem contato sexual com ou sem penetração. Engloba ainda a situação da exploração sexual visando lucros como é o caso da prostituição e da pornografia.

 

VIOLÊNCIA FÍSICA

          

            Na escola as agressões físicas ocorrem com certa frequência, às vezes consideradas como fato “normal” por alguns membros da escola, no entanto percebe-se que as brigas começam com xingamentos, agressões verbais entre os colegas de classe, sobretudo nas aulas de educação física onde o aluno não aceita dividir os materiais durante as aulas ou acabam discutindo por causa de times de futebol, quando o colega não com  segue acertar um lance preciso, no caso de um arremesso no basquete, quando um aluno “fura a fila” na hora da merenda escolar, quando acontecem “piadinhas” na hora da aula onde um aluno acaba sendo ridicularizado por outros alunos, quando um aluno não concorda com a opinião do outro colega e até mesmo quando um aluno fica “encarando” o outro, ou seja, um aluno olha para o outro com o motivo de provocar, desrespeitar, desafiar, com isto surge os atritos, esbarrões e até os atos de violência propriamente ditos.

            Outra forma de violência física que é bastante comum na escola é a agressão de alunos contra os professores, ou seja, um exemplo típico é quando um aluno recebe uma nota baixa e o mesmo tenta “desforrar” contra o professor ou quando o mesmo é chamado à atenção pelo professor.

           Outra forma de agressão ocorre contra os funcionários da escola principalmente as pessoas que ficam na portaria da escola ou vigias e pessoas que cuidam da cozinha.

Para (BRASIL, 2001) A violência física é observada na escola durante as brigas entre alunos, entre alunos contra professores e demais funcionários, sendo utilizada a força física com o intuito de ferir, golpear, produzir lesões, traumas, dores e incapacidades aos envolvidos nas brigas.

 

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

 

A violência psicológica é comum no âmbito escolar, no entanto é muito complicado de se perceber sua ocorrência, pois ela acontece de forma quase imperceptível, silenciosa e ainda não deixam marcas físicas visíveis. Este tipo de violência acontece até mesmo por parte dos professores quando eles agem com ignorância, arrogância ou ridiculariza um aluno na frente dos outros fazendo com que este aluno fique em situação constrangedora de ante dos demais alunos.                    

O professor às vezes age com rigidez durante as aulas e acaba menosprezando o aluno impedindo-o de se expressar durante as aulas e há ainda professores que inferiorizam o aluno dizendo que ele não possui capacidade, que não consegue aprender, julgam por causa de suas roupas, aplicam castigos restringindo o aluno de sair para o recreio, ameaçam dar notas baixas. Conforme o exposto (BRASIL, 2001) afirma que a violência psicológica são formas de agressões verbais ou gestuais, com o objetivo de aterrorizar, rejeitar, humilhar a pessoa, depreciar, restringir sua liberdade ou ainda isolá-la do convívio social.  

 

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

 

A violência simbólica decorre da idéia de coação, dominação e normatização exacerbada por parte de uma classe social. No espaço escolar essas características de imposição de regras são constantemente observadas pelos alunos, que constantemente são expostos a situações humilhantes e vexatórias por parte da direção da escola e uma parcela dos professores. Nesse sentindo (BORDIEU, 2007) afirma que a violência simbólica é o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados. Para Abramovay e Rua: 

 

 

A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida do que a violência física, que é exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidade para o seu desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer; quando as escolas impõem conteúdos distintos de interesse e de significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a proporcionar explicações suficientes, abandonando os estudantes à sua própria sorte desvalorizando-os com palavras e atitudes de desmerecimento. (ABRAMOVAY; RUA, 2002, p. 335).

 

  

           

            Portanto, isto implica em dizer que este tipo de violência esta relacionado diretamente com as condutas das instituições de ensino, ou seja, de alguma forma elas acabam prejudicando os alunos e o seu rendimento nas aulas. Nesse sentido o aluno se sente muito desmotivado.

 

VIOLÊNCIA CONTRA O PATRIMÔNIO

           

            A escola é constantemente vitima de depredação por parte de alunos e ex alunos que acabam voltando para escola para aterrorizar a comunidade escolar, muito destes alunos entram na escola para querer participar das aulas de educação física e acabam sendo expulsos por porteiros e demais funcionários, pois muitas das vezes eles estão drogados e sua real intenção e furtar os equipamentos da escola e quebrar os objetos.              

            A violência contra o patrimônio consiste em toda ação depredatória contra a escola sejam elas arrombamentos, pichações, carteiras quebradas, banheiros danificados, lâmpadas quebradas, extravio e furto de materiais de expediente e limpeza. Levando em consideração estes aspectos (COLOMBIER et al. 1989 ) afirma que a violência contra o patrimônio é aquela praticada contra a parte física da escola.

 

HOMOFOBIA

           

            Atualmente a sexualidade ainda é um assunto pouco explorado na escola, sobretudo nas escolas públicas, por ser um tema ainda carregado de mitos e tabus,  os professores e coordenadores acabam se omitindo de suas responsabilidades de repassar os devidos ensinamentos sobre a sexualidade. Esta falta de diálogo faz aumentar os preconceitos sobre a homossexualidade dentro da escola. Nesse sentido (JUNQUEIRA, 2009) afirma que a homossexualidade no âmbito escolar é vista como invisível, porque não se fala não se explica não se trata desse assunto de forma adequada nem nos livros didáticos e muito menos no currículo.

            A homofobia acarreta inúmeros prejuízos físicos e psicológicos para os alunos como afirma este mesmo autor, certos estudantes se privam de fazer amizades, perdem o interesse pelos estudos, se sentem com medo, vergonha, querem ficar isolados dos demais e muitas das vezes abandonam a escola.

            Os gestos mais comuns e característicos de homofobia na escola acontecem em formas de “piadinhas” de mau gosto, chamar de mocinhas, veadinhos, roupas usadas, tipos de corte de cabelo, opções de estilo musical, agressões verbais, físicas ou brincadeiras com caráter discriminatório.

RACISMO

            O termo racismo é um tema pertinente no cotidiano das pessoas, sobretudo no espaço escolar. Estima-se que muitos de nossos alunos sofrem com este tipo de violência na escola e bem como em outros espaços. Fatores como condição social, tipos de cabelo, moradia, cor da pele, biotipo físico, nacionalidade e dentre outros, acabam por influenciar o aumento deste tipo de preconceito. Neste contexto, segundo (PENA, 2005) afirma que a raça ainda é um grande construtor social, histórico e político, e o racismo existe sociologicamente.

            Para (AQUINO, 1998) o racismo é um sistema que afirma superioridade de um grupo racial sobre outro. Contextualizando sobre o pensamento do autor podemos observar facilmente estas questões de superioridade na escola, sejam elas quando um garoto branco acaba agredindo um menino negro por achar que ele não seja tão bom quanto ele durante uma atividade extra classe, quando um grupo de meninas brancas se reúnem no pátio da escola para zoar uma menina negra que tem os cabelos enroladinhos, quando um grupo de meninos encurralam um garoto negro e ficam fazendo piadinhas por causa que o garoto mora na periferia da cidade.Para Cecchetto e Monteiro:

 

A discriminação racial é a manifestação do preconceito e pode se dar                      através de um gesto, de um olhar e até de palavras que acabam por ferir e marcar moralmente a pessoa. Ela é uma externalização do racismo, que se baseia em crenças que estabelecem uma hierarquia entre raças, isto é, que pregam a superioridade de uma raça sobre a outra, legitimando atitudes hostis contra um grupo de pessoas. (CECCHETTO E MONTEIRO 2006, p.199)

 

Levando em consideração as ideias do autor estes atos discriminatórios contribuem negativamente na qualidade de vida dos alunos, provocando um baixo rendimento escolar, provoca problemas de socialização no cotidiano com outros alunos ou fora do ambiente escolar, provoca alteração de comportamentos e causa danos psicológicos. 

 

INCIVILIDADES

           

            No cotidiano escolar os professores são levados diariamente a presenciar cenas de desrespeito, agressões e xingamentos por parte dos alunos. Essas atitudes durante as aulas acabam atrapalhando o trabalho pedagógico do professor que por sua vez se sente desmotivado em seu ambiente de trabalho, fazendo com que ele ministre uma aula de qualidade.

            Diante do exposto (CHARLOT, 2002) o acumulo de incivilidades (pequenas grosserias, piadas de mau gosto...) no ambiente escolar cria um clima em que professores e alunos sentem-se profundamente atingidos em sua identidade pessoal e profissional. Esse ataque merece o nome de violência, no entanto depende fundamentalmente de um tratamento educativo. (CHARLOT, 2002, p. 437). 

            De acordo com (GARCIA, 2006) as incivilidades englobam comportamentos que desafiam, rompem regras e esquemas da vida social, sejam implícitos ou explicitados contratos sociais. Destacam-se como incivilidades mais comuns a insensibilidade que cada um tem de respeitar o direito da outra pessoa.

 

 

AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING

           

            As consequências do Bullying afetam todos os envolvidos neste processo de violência na escola, principalmente o aluno que sofre a agressão e que desta forma levara    esta experiência negativa ao longo de sua vida na escola ou até mesmo após terminar seus estudos. Para Fante:

 

[...] Pode trazer prejuízos em suas relações de trabalho, em sua futura constituição familiar e criação de filhos, além de acarretar prejuízos para a saúde física e mental. [...] isso afetará o seu comportamento e a construção dos seus pensamentos e de sua inteligência, gerando sentimentos negativos e pensamentos de vingança, baixa autoestima, dificuldade de aprendizagem, queda do rendimento escolar, podendo desenvolver transtornos mentais e psicopatologias graves, além sintomatologia e doenças de fundo psicossomático, transformando-a em um adulto com dificuldades de relacionamentos e com outros graves problemas (2012. p 79)

 

                   Ainda de acordo a autora a vítima do Bullying manifesta comportamentos agressivos ou depressivos podendo reproduzir o que sofreu na escola durante o seu trabalho. E dependendo da intensidade do sofrimento vivido em consequência do bullying, a vítima poderá sofre os sintomas de: Enurese, taquicardia, sudorese, insônia, cefaleia, dor epigástrica, bloqueios de pensamento, bloqueios do raciocínio, ansiedade, estresse, depressão, pensamento de vingança, pensamento de suicídio, reações extrapsíquicas, impulsividade, hiperatividade, abuso de substancias químicas e fobia social.                                                                                                                                  

            Conforme a autora as consequências nas crianças também são devastadoras, podendo desencadear distúrbios psiquiátricos, cólera, episódios de paranóia ou psicose, conhecida como Bordeline (transtorno de personalidade limítrofe), alterando o desenvolvimento dos sistemas límbicos.

            Os Agressores também sofrem, pois os mesmos se utilizam de condutas violentas, autoritárias que consequentemente provocam o distanciamento das pessoas, da escola e por valorizarem a violência acabam seguindo condutas delituosas e muitas das vezes chegando ao mundo do crime. Na vida adulta acabam adotando comportamentos típicos de marginais, usam drogas, portam armas ilegais, cometem furtos e tudo que fazem utilizam a violência como forma de dominação.

            Para a autora o bullying deteriora as relações interpessoais, que atrapalham o desenvolvimento socioeducacional dos alunos e que segundo ela o bullying transformou-se em um problema de saúde publica, devendo ser reconhecido pelos profissionais de saúde em razão dos danos físico e emocionais sofridos por aqueles que estão diretamente envolvidos com ele.

 

O PROFESSOR E SUA ATUAÇÃO NO COMBATE AO BULLYING

           

            Com o crescente aumento da violência nas escolas os professores são obrigados a cada vez estarem mais preparados para lidar com adversidades e conflitos entre os alunos, sobretudo nas aulas de educação física. Nesse sentido, (FANTE, 2012) afirma que o professor deve representar o papel de adulto, impulsionando e motivando seus alunos a todo o momento, deve manter o autocontrole, a serenidade, atitude positiva, respeitando e aceitando o aluno que apresenta dificuldades comportamentais, evitando os confrontos, mantendo-os ocupados num ambiente de cooperação, respeito e amizade.

            O professor deve propiciar um ambiente acolhedor, precisa manter a atenção individualizada para assim facilitar o processo de ensino aprendizagem.

            Para (BRASIL, 1998) o professor deve ministrar aulas dinâmicas, trazer em seus apontamentos conteúdos atrelados a ética, usar um dialogo aberto e claro, explicar para os seus alunos sobre a valorização das pessoas e que todo ser humano merece ser respeitado independente de sua origem social, étnica, religiosa, sexual e cultural.

            Dialogar na perspectiva de fazer com que o aluno perceba sobre como é importante seguir regras, conhecer sobre a constituição brasileira, conhecer sobre os seus direitos e deveres na escola. Durante as aulas de educação física reconhecer o trabalho do outro, perceber e compreender sobre relacionamentos interpessoais. Trabalhar a solidariedade entre os alunos fazendo que eles percebam a importância de ajudar o próximo a vencer suas limitações.

 

METODOLOGIA DA PESQUISA

 

Para a operacionalização dessa pesquisa valemo-nos da metodologia como segue:

 

TIPO DE PESQUISA

 

 

Quanto à Natureza

 

A nossa pesquisa visa compreender como o fenômeno  bullying esta inserido nas escolas publicas de Ananindeua. E por se tratar de uma pesquisa que busca averiguar a realidade existente, caracteriza-se como uma pesquisa aplicada.

            A esse respeito Lakatos e Marconi (1988, p. 19) apontam que pesquisa aplicada é aquela que “caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”.

 

Quanto à Abordagem

           

O pesquisador, essencialmente, dentro das ciências humanas, muitas vezes se depara com fenômenos complexos, difíceis de quantificar. Dentro dessa circunstância vale-se dos recursos qualitativos. Assim, tais recursos caracterizam-se como os mais convenientes para a solução contextual dessa pesquisa.

            As abordagens qualitativas caracterizam-se por ter como fonte direta de dados o ambiente natural e o pesquisador como principal instrumento. Em geral para a sua operacionalização é necessário:

 

 

Um contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente, trabalho intensivo de campo;Reconhecer a influência do contexto/circunstâncias particulares na inserção do objeto;Considerar que as pessoas, gestos, as palavras precisam ser referenciadas no contexto. Bogdan e Biklen, (1982 apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

 

 

Quanto aos objetivos

           

Como se trata da busca pelo conhecimento de um determinado fenômeno esta pesquisa se caracteriza como exploratória. E por incluir em seu conteúdo a descrição de características de determinada população ou fenômeno também se classifica como descritiva.

            A esse respeito Gil (1991, p. 26) infere: “As pesquisas descritivas são,  juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática”.

 

Quanto aos procedimentos

 

            Os procedimentos adotados nesta pesquisa referem-se à pesquisa de campo que segundo (GIL, 2007) pesquisa de campo é quando o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência com a situação do estudo. Também exige que o pesquisador permaneça maior tempo na comunidade/ local da pesquisa, pois somente com essa imersão na realidade é que podem entender as regras, costumes e as convenções que regem o grupo estudado.

 

UNIVERSO DA PESQUISA

 

Caracterização do universo

 

Esta pesquisa possui como universo profissionais da área da educação. Os profissionais relacionados nesse universo possuem formação de nível superior, sendo que neste trabalho aparecem com nomes fictícios para resguardar a ética na pesquisa. 

 

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

 

Coleta de dados

 

A coleta de dados desta pesquisa foi por meio de entrevista semiestruturada que segundo Gil (1991, p. 35):

 

[...]Entrevista, por sua vez, pode ser entendido como a técnica que envolve duas pessoas numa situação face a face e em que uma delas formula questões e a outra responde.

 

Análise de dados

 

Como esta pesquisa é do tipo qualitativa a análise de dados utilizada foi a de conteúdo. Segundo Zanella (2009, p 27), esta análise:

Trabalha com materiais textuais escritos, tanto textos que são resultados do processo de pesquisa como as transcrições de entrevista e os registros das observações como textos que foram produzidos fora do ambiente de pesquisa como jornais, livros e documentos internos e externos das organizações.

 

RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

 

A pesquisa fez uma pequena explanação do fenômeno Bullying em uma escola publica de Ananindeua. Aqui serão apresentados os resultados de uma investigação destinada ao fenômeno Bullying e consequentemente suas manifestações no espaço escolar. 

            A pesquisa de campo começou com entrevistas semiestruturadas com indivíduos que exercem funções de professores. Uma escola publica de Ananindeua foi escolhida para protagonizar o lócus.

OS SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos da pesquisa constituíram-se de cinco professores com idades que variam de 35 a 40 anos em que os mesmos receberam nomes fictícios para resguardar o caráter das pessoas e a ética da pesquisa.

Após os registros das entrevistas foi procedido as analises do conteúdo que emergiu das falas dos sujeitos. Inicialmente foram feitas varias perguntas sobre o Bullying e a violência na escola, principais tipos de violência que acontece na escola, a importância das aulas de educação física no combate ao Bullying. Nesse sentido foram selecionadas apenas algumas respostas e assim os sujeitos se expressam:   

 

Professor A: “Eu percebo quando o garoto muda de comportamento habitual que ele fica alheio as colegas, começa a se sentir sozinho, se isola. Tem aquele aluno que participa para o professor e tem aluno que tem medo de falar, pois fica com medo de sofre retaliações pelo fato de estar de ante de garotos que teoricamente são mais forte que ele  e o Bullying na verdade contribui  para evasão escolar”.

Professor B: “Agente percebe assim, que existem grupos de alunos que se acham que são mais fortes e querem os mais fracos para terem como chacota, vítimas, o garoto que sofre Bullying é aquele mais fraco sempre e principalmente se tiver uma deficiência física ou mental”  

Professor C: “Nós perdemos o aluno, fatores com agressões físicas, e atitudes  que demonstram desinteresse nas aulas, baixo rendimento no processo de ensino  aprendizagem , falta de concentração”.  

 

Professor E: “E uma transgressão muito grave e que o governo tem que ter trabalhos educativos, políticas publicas para ajudar a coibir a violência no ambiente escolar, ocorrem também aqueles alunos que querem agredir o professor quando se sentem injustiçados por levarem um advertência ou quando são chamados atenção durante as aulas.

 

Professor E: “As mais comuns são as violências verbais, depois vem as violências físicas, que muitas das vezes chegam-se as vias de fato no sentido de até de mutilar o aluno, ocorrem brigas intensas, também é comum ver ex alunos da escola que as vezes querem jogar bola e então acabam pulando o muro da escola para conseguir jogar, mas quando o professor ver e chama a sua atenção ele reagem com brutalidade agridem o professor, xingam, quebram cadeiras e furtam objetos da escola’. 

 

LOCUS DA PESQUISA

 

Privilegiamos como lócus dessa investigação a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Agostinho Monteiro, localizada na região metropolitana de Ananindeua no conjunto cidade nova II we 16 s/n, bairro do coqueiro.

A escola Estadual Dr. Agostinho Monteiro é uma escola tradicional de Ananindeua, a mesma possui uma boa estrutura física, com quadra esportiva coberta, área com arvores, espaço pra estacionamento, possui 22 salas de aula, sala dos professores, sala de leitura, Diretoria, coordenação pedagógica, 14 banheiros entre masculinos e femininos, cantina. 

Atualmente a escola conta 1577 alunos, possui 8 funcionários de apoio, 15 professores sendo 5 de Educação Física, a escola atende os níveis fundamental, Médio e Educação para Jovens e Adultos ( EJA ) da 3ª e 4ª etapa. A escola funciona de manhã, tarde e noite, sendo que as aulas pela manhã vão de 07h30min às 12h45min, a tarde de 13h30min as 18h30min e a noite 19h00min as 22h20min.

 

OS PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA PESQUISA

 

Realizamos a transcrição dos dados coletados das gravações, procurando preservar as características das falas dos entrevistados a fim de manter a autenticidade dos relatos. Terminada a transcrição, procedemos à sistematização dos dados. Os apontamentos realizados nesta analise serviram de base para nossas considerações finais apontadas em nossas conclusões.

As entrevistas foram realizadas na sala dos professores, um ambiente tranquilo, confortável, sem interferência de outras pessoas o que fez com que os professores se sentissem a vontade e seguros para compartilhar suas experiências sobre o tema proposto.

As entrevistas foram gravadas com a autorização dos sujeitos e nesse sentido (NOGUEIRA, 2004) Afirma que a gravação tem a vantagem de registrar todas as expressões orais, deixando o entrevistador livre pra prestar atenção ao entrevistado. Haja vista os gravadores e bem como outros instrumentos técnicos facilitam o trabalho do pesquisador durante a realização da entrevista.

BREVE ANÁLISE

Ainda se percebe que as manifestações de violência são constantes nas escolas, como aparece no fragmento argumentado pelo professor D:

“As mais comuns são as violências verbais, depois vem as violências físicas, que muitas das vezes chegam-se as vias de fato no sentido de até de mutilar o aluno, ocorrem brigas intensas, também é comum ver ex alunos da escola que as vezes querem jogar bola e então acabam pulando o muro da escola para conseguir jogar, mas quando o professor ver e chama a sua atenção ele reagem com brutalidade agridem o professor, xingam, quebram cadeiras e furtam objetos da escola’ 

Essas características de violência são apontadas e esclarecidas conforme (BRASIL, 2001) que afirma que o uso da força física é utilizada com o intuito de ferir, golpear, produzir lesões, traumas, dores e incapacidades as pessoas que se envolvem em brigas na escola. E ainda de acordo com o relato deste mesmo professor esses acontecimentos de alunos invadirem a escola para depredarem o espaço escolar e consequentemente realizarem danos a estrutura física da escola e bem como o furto de pequenos objetos se expressam no pensamento de (COLOMBIER et al. 1989) que afirma que a violência contra o patrimônio consiste em toda ação depredatória contra a escola sejam elas arrombamentos, pichações, carteiras quebradas, banheiros danificados, lâmpadas quebradas, extravio e furto de materiais de expediente e limpeza. Sobre os relatos de Bullying valemo-nos do fragmento argumentado pelo professor A:

 

 “Eu percebo quando o garoto muda de comportamento habitual que ele tem ficando alheio as colegas, começa a se sentir sozinho, se isola. Tem aquele aluno que participa para o professor e tem aluno que tem medo de falar, pois fica com medo de sofre retaliações pelo fato de estar de ante de garotos que teoricamente são mais forte que ele  e o Bullying na verdade contribui  para evasão escolar”

 

Analisando este pequeno fragmento conclui-se que de acordo com (FANTE, 2012) as crianças se sentem sozinhas, isoladas, indefesas, incompreendidas e é intrigante perceber que as mesmas sofrem com este tipo de violência ao longo dos anos, muitas vezes sob a vista de seus professores no ambiente escolar, nas salas de aula.

Sofrem silenciosamente, de maneira cruel e velada, maus tratos, humilhação pública, rejeição social, gozações, perseguições, angústias, medos, desrespeito constantes e repetitivos, quase sempre por serem diferentes em seu biótipo ou por serem consideradas frágeis e incapazes de participar das atividades durante as aulas.

De acordo com o exposto pelos professores podemos concluir essa fala com pensamento de (PICCOLO, 1995) que afirma que as aulas devem objetivar o desenvolvimento global de cada aluno, procurando formá-lo como individuo participante; deve visar à integração desse aluno como ser independente criativo e capaz, uma pessoa verdadeiramente critica e consciente, adequada à sociedade em que vive, mas esse trabalho deve ser atingido através de um trabalho também consciente do educador, que precisa ter uma visão aberta às mudanças necessárias do processo educacional. O compromisso social da Educação incita as transformações quando busca atender às necessidades do educando.

 

CONSIDERAÇÔS FINAIS

     

  A nossa investigação partiu do meu desejo enquanto profissional da educação em querer aprofundar conhecimento sobre o fenômeno Bullying no âmbito escolar. Começamos com uma introdução e logo pós o percurso teórico e a pesquisa de campo, chegamos ao término do trabalho com as nossas Considerações Finais.

A estratégia metodológica desta pesquisa possibilitou tornar mais clara a nossa temática, pois a mesma possibilita a interpretação de informações pormenorizadas sobre uma cultura, um evento ou uma pessoa como vemos em André (2005).

E nesta pesquisa, o grande desafio foi enfrentar a complexidade imbricada do objeto estudado: O Bullying no ambiente escolar. É claro que ao chegarmos a esse momento da pesquisa, nem de longe ousamos afirmar ter esgotado o tema e ter colocado um ponto final na discussão, visto que esta apresenta um percurso histórico longo e diversificado, chegando algumas vezes na contradição, mas foi esse caminho traçado ao empreender a pesquisa.

Certamente continuará a ser uma temática geradora de tantas outras reflexões, uma vez que se trata de uma discussão que gira em torno de uma ciência no campo educacional, portanto, política que depende muito da vontade humana e da concepção filosófica adotada.

Com este estudo e breves reflexões espero ter contribuído como ponto de partida para futuras investigações, pois muitas dúvidas ainda pairam sobre as manifestações de Bullying no espaço escolar e certamente muita outras ainda virão.

Neste estudo, fazemos um breve resgate histórico sobre as principais manifestações de violência e Bullying no âmbito escolar, e constatamos, nas falas dos sujeitos que não há dúvida que problemas com o Bullying ainda acontecem com frequência nas escolas publicas de Ananindeua.

Foi constatado que os tipos de Bullying mais comuns são agressões físicas, verbais e psicológicas, juntamente com depredações de parte da escola.

 Constatamos neste estudo o quanto é importante o trabalho do professor como instrumento mediador na construção do caráter dos alunos, formação de valores e construtor de novos saberes capazes de permear novos olhares e interações mais amigas permitindo um ambiente mais igualitário e seguro para os estudantes de escola pública.

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[1] Psicólogo, Mestre em Educação

[2] Acadêmico de Educação Física

[3] Psicóloga, especialista em Psicologia.da Educação.