EDUCAÇÃO E A PANDEMIA

Lorivane A Meneguzzo[1]

Lidiane Nunes de Almeida[2]

Taise da Luz Souza[3]

Gricélia da Silva[4]

Kelly Fabbris[5]

 

 

RESUMO

Este artigo busca apresentar alguns desafios e possibilidades da educação em tempos de pandemia além de propor reflexões sobre o ensino remoto, educação online e as potencialidades do uso das tecnologias digitais. Em tempos de pandemia, mais do que nunca, a educação é convocada a se reinventar buscando outras possibilidades pelo uso das tecnologias digitais nos ambientes virtuais de aprendizagem. As modificações impostas pela pandemia levaram a mudança no cotidiano de todos, e a escola tem tentado se ressignificar.  Outro ponto é a capacitação e formação dos professores, fator fundamental para que haja êxito nesse processo.

 

A pandemia gerada pelo coronavírus exigiu modificações comportamentais que resultaram em um cenário inédito de isolamento social. Consequentemente muitas áreas foram obrigadas a modificar seus métodos de trabalho, de atendimento ao publico, e a educação também sofreu mudanças drásticas. A transição para o ensino remoto gerou um impacto enorme no aspecto emocional de milhões de estudantes, educadores e famílias, levando à tona as antigas fragilidades da educação no Brasil. Ressaltando as diferenças e as desigualdades do sistema educacional do país, resultando em novos desafios para a escola oferecer uma aprendizagem de qualidade a todos, levando em conta o princípio da equidade.

Para tentar entender este momento, precisamos dialogar com inúmeros sentimentos, com teorias e práticas que possam nos ajudar a encontrar um pouco de ordem no caos que se instalou. Neste caso, as teorias e práticas não nos auxiliam apenas a refletir sobre o momento da pandemia, e, em especial, sobre a educação em tempos de COVID-19. O que importa, não é “nem vencer o caos nem fugir dele, mas conviver com ele e dele tirar possibilidades criativas” (GALLO, 2008, p. 49).

Como já mencionado a pandemia, levou a criação de novas  relações  afetivas  e  profissionais  as quais foram   ressignificadas, em que muitas  pessoas  passaram  a  trabalhar  remotamente;  famílias  passaram  a  conviver  cotidianamente  com vários conflitos; pessoas ficaram  afastadas de entes queridos para se proteger e proteger o  outro; muitos continuaram  nas  suas  atividades  por  serem  essenciais,  ou por não  terem  outra  opção  para  se  manter  ou mesmo  por  não  acreditarem  que  o  vírus  é  real.

O ensino remoto, mesmo nos locais em que tenha sido bem planejado e executado, tem menores chances de gerar engajamento dos estudantes e promover o desenvolvimento, especialmente em famílias com condições reduzidas de acesso à infraestrutura necessária para isso, ou mesmo a um contexto domiciliar e comunitário menos favorável à aprendizagem.

Portanto um dos principais desafios que este cenário apresenta é articular tempo e qualidade nos serviços oferecidos pela educação por meio de políticas públicas que, a partir de um diagnóstico claro, apresentem objetivos no intuito de promover ações específicas, Essas políticas orientam e se desdobram nas práticas pedagógicas mais efetivas nas escolas e em sala de aula, e tudo isso sem perder de vista a realização do acolhimento seguro e responsável à comunidade escolar no período de retorno às aulas presenciais, com ênfase na necessidade de cuidar de sentimentos e emoções.

É uma nova realidade que se apresenta. E a escola precisou se readequar, os professores foram obrigados a modificar totalmente suas metodologias de ensino, muitos tiveram que adquirir materiais (computadores, internet, celulares com mais recursos, etc.), aprender a utilizar a tecnologia digital, além de, como os demais cidadãos gerenciar todas as dificuldades e angustias que a pandemia gerou.

Estas questões nos instigam a continuar pesquisando e vivenciando a educação em tempos de pandemia. Segundo dados da PNAD; 20,9% dos brasileiros  não  têm  acesso  à internet,  isso  significa  cerca  de  15  milhões  de  lares.  Desses, 79,1% das residências  que  têm  acesso  à  internet,  o celular  é  o  equipamento  mais  utilizado  e  encontrado  em  99,2%  dos  domicílios, e  muitas  famílias compartilham de apenas um aparelho (IBGE, 2018).  Estes dados enfatizam que a educação remota inicialmente esbarra no acesso das pessoas à rede internet banda larga para continuarem aprendendo e ensinando.

Assim sendo a educação passa por grandes desafios para  professores  e  estudantes,  em  especial,  na  educação básica.  Como manter os vínculos com os alunos sem estar no mesmo espaço físico? Como utilizar as tecnologias da informação e comunicação para aprender e ensinar, sendo que grande parte da população não tem acesso a rede de internet com qualidade? Muitos professores já faziam uso das tecnologias digitais, porém, não para substituir os encontros presenciais, isso tem esbarrado em muitos desafios, entre eles: a infraestrutura das casas dos professores e estudantes; o acesso as tecnologias, a formação  dos professores para planejar e executar atividades online, a participação dos alunos que muitas vezes apenas entram na aula, mas não abrem câmera, não participam. Ou seja, a educação precisou se reinventar.

Em busca de soluções imediatas para manter as aulas e os vínculos com os estudantes, escolas têm utilizado o que está sendo chamado de ensino remoto. O que basicamente se resume em o  professor ministrar o conteúdo da  aula  presencial  física através do computador, em tempo real, através de sistemas de web conferência (Zoom, Classroom, Meet, etc.), priorizando a transmissão do conteúdo. Segundo  Santos (2020), o  ensino remoto  tem  deixado  suas marcas, em  alguns casos, permitindo encontros  afetuosos  e  boas  dinâmicas  curriculares,  e,  em  outros,  tem  repetido  modelos  massivos subutilizando os  potenciais  da  cibercultura  na  educação.

 

(…) Todos aprendem juntos, não em um local no sentido comum da palavra, mas num espaço compartilhado, um “ciberespaço”, através de sistemas que conectam em uma rede as pessoas ao redor do globo. Na aprendizagem em rede, a sala de aula fica em qualquer lugar onde haja um computador, um “modem” e uma linha de telefone, um satélite ou um “link” de rádio. Quando um aluno se conecta à rede, a tela do computador se transforma numa janela para o mundo do saber.  (HARASIM, et. al., 2005, p.19).

 

Para esse modelo educacional atingir melhores resultados, além de, oferecer internet de qualidade e equipamentos adequados, é necessário oferecer formação, capacitação, aos professores, auxiliá-los a utilizarem esses ambientes virtuais.

Esse formato de ensino sobrecarregou os professores, são muitas atividades para corrigir, alunos para atender, reformulação de aulas, o acúmulo de funções, está gerando stress, alguns professores estão adoecendo. Esse é outro problema que as escolas têm que administrar.

Finalizando as famílias e escolas precisam trabalhar aliadas, as famílias devem estar dispostas a cooperar e ter mais empatia pelos professores. Quanto aos professores, devem dar atenção aos seus alunos e as reivindicações de pais e ou responsáveis, para que a elaboração das atividades e escolha das mídias e tecnologias utilizadas, seja um sistema  inclusivo, buscando atender a todos, ou pelo menos a grande maioria.

 

REFERENCIAS

 

GALLO, Silvio. O que é Filosofia da Educação: Anotações a partir de Deleuze e Guattari. In: Revista Perspectiva. Florianópolis. V. 18. nº 34, jul/dez. 2000.

 

HARASIM, Linda et al. Redes de aprendizagem: Um guia para ensino e aprendizagem online. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

 

PEREIRA, Elemara Souza. Educação em tempos de pandemia. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/ccsa/article/view/7127.

 

PEREIRA, Marcio Donizeti.  BARROS, Edjane Angelo. A educação e a escola em tempos de Corona Vírus. Societá vitae. Disponível em: http://www.revistaifspsr.com/v9n2817.pdf.

 

[1] Mestra em Educação pela UCS, Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional UNICD,  Graduada em Licenciatura Pedagogia Séries Iniciais e Educação Infantil, UCS.

[2] Graduada em Licenciatura Pedagogia Séries Inicial e Educação Infantil, UCS.

[3] Pós Graduação em Psicopedagogia UNICD, Graduada em Licenciatura Pedagogia Séries Iniciais e Educação Infantil, UCS.

[4] Pós Graduação em Educação Infantil UNICD, Graduada em Licenciatura Pedagogia Séries Iniciais e Educação Infantil, UCS.

[5] Pós Graduação em Educação Infantil UNICD, Graduada em Licenciatura Pedagogia Séries Iniciais e Educação Infantil, UCS.