Antônio Carlos de Melo¹

João Moreno de Souza Filho¹

Thais de Araújo P. Sales¹

 

 Prof.ª Dra. Jedida Melo²

Prof.ª Dra. Edlucia Dalva Lira Turiano²

 

INTRODUÇÃO

            O ser humano, como agente integrante do meio ambiente, tem responsabilidades consigo mesmo e com todos os seres em sua volta. Porém, esta responsabilidade não está sendo aplicada de maneira eficiente na sociedade, e a prova disto são as enchentes que inundam cidades, quedas de barreiras, bueiros entupidos, má gestão dos recursos naturais, e muitos outros males sociais. Diante desses problemas precisamos buscar uma solução que ajude o ser humano a cuidar melhor da natureza e a viver bem em seu meio ambiente. Mas quais são os caminhos para que isso aconteça? Uma das instituições que pode ajudar a resolver esses problemas é a escola através da Educação Ambiental (E A). Nesse caminho podemos refletir sobre os males do consumismo, do antropocentrismo, da falta de ética pessoal para o meio ambiente. Certamente uma reflexão sobre esses temas, por si só, não resolverá os problemas socioambientais, haja vista que há ações que estão acima da escola, que perpassam pelo meio ambiente no qual as pessoas estão inseridas, pela família e pela gestão governamental, temas que fogem do nosso propósito, aqui. Pretendemos, neste artigo, refletir sobre a educação ambiental como instrumento de fomentação ética para que as pessoas possam ter uma ação socioambiental que possibilitem encontrar a solução para os problemas ambientais que assolam nossa sociedade.

 

DESENVOLVIMENTO

        Ao longo dos anos a relação homem/meio ambiente vem sendo conturbada. Com o aumento populacional e industrial  a sociedade passou a focar no antropocentrismo, descartando qualquer ideia de conscientização ambiental. Desta maneira a poluição de rios e mares através de resíduos químicos e o desmatamento desenfreado para atender as necessidades cada vez mais consumistas da população capitalista, criou-se a ideia de que a natureza era uma fonte inesgotável de recursos que atenderia a humanidade por séculos.Porém tal pensamento passou a ser questionado devido ao aumento significativo de desastres ambientais ao redor do mundo.Principalmente depois da 2º guerra mundial que devastou imensas áreas deixando locais impossíveis de serem habitados causando assim um prejuízo não só ambiental  mas econômico e social.Esse fato foi o estopim para a criação da (UICN) União Internacional para a conservação da Natureza pela (UNESCO) em 1948.

      Atualmente poucos foram os ganhos da conscientização ambiental, pois a ganância e ambição do homem e a corrupção enraizada em muitos países quebram tratados  e ocultam desastres ecológicos de proporções inimagináveis .Catástrofes como a de Chernobyl ficou para a história para ser contada como um dos maiores desastre ambientais da História da humanidade, o descongelamento das geleiras no Alasca e o aumento da camada de ozônio  viraram enredo de filmes que apesar de baseados em estudos reais e concretos mas servem mais como fonte de renda e entretenimento do que alertas à humanidade.

Causas do Descaso Ambiental

            Há várias razões que nos levam a entender o descaso ambiental. Uma das razões é a morosidade política, que é universal.  A prova disto é que a “1ª Jornada Internacional de Educação Ambiental” aconteceu, muito tardiamente, em 1992, durante os onze dias da Rio-92.  Porém não para por aí. SILVA, em seu artigo “EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SOCIEDADE ATUAL E SUA ABORDAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR”, apresenta pelo menos 03 grandes causas para o descaso ambiental:  o antropocentrismo, o consumismo exagerado e a falta de ética individual. Para SILVA, o antropocentrismo leva o ser humano a desprezar a natureza, colocando-se ele como o sujeito e a natureza como objeto. Por causa disto há desmatamento, tráfico de animais, etc. Sobre o consumismo desenfreado, SILVA deixa claro que “A ampliação do consumo exagerado e da produção desenfreada de bens materiais ocasiona uma grande preocupação com a destinação dos resíduos, pois rapidamente ficam obsoletos.” Com isso, as pessoas buscam novos bens que substituam os que se tornaram obsoletos, e isso gera lixo que se acumulam nas cidades, que entopem bueiros, que causam enchentes. Sobre a ética, SILVA deixa claro que “o problema ecológico não é somente um problema técnico, mas é também um problema ético.” Nessa seara vale resaltar que os esforços da escola para conscientizar as pessoas sobre uma correta ação ambiental não surtirá efeito prático se as pessoas não forem éticas com o meio ambiente, com  o outro, com a natureza. É a falta de ética que leva as pessoas a jogarem objetos plásticos nas ruas. Como mudar isso? Como a escola pode auxiliar nesse sentido?

            Entende-se que a escola não é o único lugar onde se deve promover a construção de valores étnicos, mas é por sua vez, o ideal, pois é nesse espaço onde ocorre o estimulo para produção de propostas e ações na busca de soluções para a complexidade da temática ambiental. O professor e os demais agentes inseridos no ambiente escolar  são coautores das sugestões inovadoras pela qual se aplicam de forma interdisciplinar por meio de projetos. Segundo CARVALHO (1998, p.8) “cada dia mais os educadores – principalmente os educadores ambientais – tem sido confrontados com a necessidade de incorporar a dimensão interdisciplinar em suas atividades”. O que nos sustenta então dizer que, nesse sentido aumenta o compromisso e responsabilidade coletiva da escola enquanto instituição formadora de opiniões e valores éticos. Tratar das questões relacionadas ao meio ambiente e das causas destruidoras do mesmo, é nada mias que falar do próprio ser humano, enquanto agente principal desse. Portanto, deve-se levar em conta toda vivencia de relacionamento já estabelecida entre os alunos e o seu meio, apresentando por meio projetos uma reflexão crítica sobre suas ações, afim de se promover mudanças de comportamentos que atenda atitudes de forma mais consciente sobre as causas ambientais.

CONCLUSÃO

            Precisamos entender que, na sociedade, as pessoas não devem ser meros espectadores. Elas devem agir, participar, atuar para eficiente integração entre a sociedade e o meio ambiente. Não é com o conservasionismo radical que resolveremos os problemas socioambientais. Para SILVA, a melhor corrente que aponta um caminho viável, é a corrente resolutiva, “pois visa desenvolver habilidades voltadas a resolver ou amenizar as problemáticas ambientais.” Essa corrente, desenvolvida nos anos 70, visa “desenvolver um modelo pedagógico centrado no desenvolvimento sequencial de habilidades de solução de problemas.” Dessa forma, as ações que melhorarão o meio ambiente saem da sala de aula e vão para a prática em sociedade, influenciando a ética pessoal e ajudando o homem a viver bem em comunidade e com o meio ambiente.

REFERÊNCIA

SILVA, Márcia Nazaré, A Educação Ambiental na Sociedade Atual e Sua Abordagem no Ambiente Escolar,2010.