Educação e Formação Humana: Desafios e Perspectivas

Por alessandra aparecida avelino dos santos custodio | 24/09/2025 | Educação

 

Educação e Formação Humana: Desafios e Perspectivas

Ariany Maria Furlan


 


 

A educação constitui-se em um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento social, cultural e econômico de uma nação. Mais do que um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, ela representa a base para a formação cidadã e para a construção de uma sociedade democrática e inclusiva. Nesse sentido, a escola deve ser compreendida como espaço de desenvolvimento integral do sujeito, promovendo não apenas a transmissão de conteúdos, mas também a formação de valores, atitudes e competências necessárias à vida em comunidade.

De acordo com Freire (1996), a educação deve possibilitar ao ser humano a capacidade de refletir criticamente sobre a realidade, transformando-a por meio da ação consciente. Assim, não se trata apenas de instrução técnica, mas de um processo de humanização que valoriza a autonomia e o protagonismo do educando.

A educação, historicamente, passou por diferentes concepções. Do modelo tradicional, centrado na memorização e na autoridade do professor, evoluiu-se para perspectivas mais participativas e dialógicas, nas quais o aluno é reconhecido como sujeito ativo no processo de aprendizagem. Piaget (1976) já defendia que a construção do conhecimento ocorre pela interação entre sujeito e objeto, em um processo dinâmico e contínuo.

Nesse sentido, a escola contemporânea enfrenta o desafio de conciliar o avanço tecnológico com a formação integral do estudante. As tecnologias digitais oferecem oportunidades inéditas de acesso à informação, mas também exigem habilidades críticas de seleção, análise e reflexão. Para Moran (2015), a educação precisa assumir uma perspectiva inovadora, em que o uso de recursos tecnológicos esteja articulado a metodologias que incentivem a autonomia, a criatividade e a colaboração.

Outro ponto essencial refere-se ao papel social da educação. Conforme 


 

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Saviani (2008), a escola é responsável por mediar o acesso ao conhecimento historicamente acumulado, possibilitando às novas gerações compreenderem e intervirem na realidade. Assim, a educação não pode restringir-se a uma função preparatória para o mercado de trabalho, mas deve ser compreendida como um processo que articula formação intelectual, ética e cidadã.

Ademais, a educação inclusiva torna-se cada vez mais relevante no cenário atual. Garantir o acesso e a permanência de todos os alunos, respeitando as diferenças e assegurando condições de aprendizagem, é condição indispensável para uma sociedade mais justa. Nesse aspecto, a escola deve promover práticas pedagógicas que contemplem a diversidade, garantindo que cada estudante desenvolva suas potencialidades.

A educação, enquanto direito e processo formativo, deve ser compreendida em sua totalidade, superando visões reducionistas e instrumentais. O desafio atual é construir práticas pedagógicas que unam tradição e inovação, respeitem a diversidade e promovam a emancipação dos sujeitos. Para isso, torna-se imprescindível o investimento em políticas públicas de qualidade, formação docente contínua e valorização da escola como espaço de convivência democrática e de transformação social.

Assim, reafirma-se que a educação não é apenas caminho para o conhecimento, mas para a humanização e para a cidadania plena, sendo papel de toda a sociedade garantir sua efetividade.


 

Referências


 

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.


 

MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2015.


 

PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

SAVIANI, D. Escola e democracia. Campinas: Autores Associados, 2008.


 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: 


 

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Senado Federal, 1988.