EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

Suely Ribeiro¹

 

Nome do Orientado ²   

RESUMO 

Educação e Diversidade, objetivamente alerta sobre a diversidade que se diferencia de acordo com as emergências e impõem inúmeras discussões sobre vários contextos e determinados grupos. Também remetem a oportunizar educação e permanência de todos os alunos na escola, a qual enfrenta dificuldades para atender a esta diversidade humana, uma vez que se conservam concepções homogeneizadas, desconsiderando a diversidade. Nesse sentido o material menciona a educação escolar entrecruzando ao que se diz respeito a diversidade familiar, que vem passando por intensas mudanças, transformações e lutas por igualdade de gênero, além da longevidade tornando comum a coexistência de

Palavras – Chave:  Pratica Diversidade Escolar, Preconceito, Exclusão.

INTRODUÇÃO

No dicionário Aurélio, o conceito de diversidade abarca diferença, dessemelhança, divergência, contradição, oposição, multiplicidade de coisas diversas, “caráter do que, por determinado aspecto, não se identifica com algum outro” (FERREIRA, 2005).

Entre nós, seres humanos, a diversidade nos acompanha desde os primórdios de nossa existência, mas foi somente a partir do final do século XX que entendemos essa especificidade, declarando que os seres humanos não são iguais.

Gomes (2012) corrobora ao afirmar que nos últimos anos, a relação entre desigualdades e diversidade tem ocupado um lugar de maior destaque no debate contemporâneo. No que se refere à diversidade, Abramowicz, Rodrigues e Cruz (2011) refletem que a sua discussão, com enfoque na heterogeneidade de culturas que marca a sociedade atual, é realizada em oposição ao modelo de Estado-nação moderno, liberal e ocidental e se faz presente em grande parte dos países do mundo.

As autoras alertam para o fato de que o debate sobre a diversidade se diferencia nacional e internacionalmente de acordo com o seu período de emergência, as causas principais que geram ou impõem a discussão sobre determinados grupos, identidades culturais, espaciais e territoriais, discriminação, entre outros. Imigração, gênero, sexualidade, raça, etnia, religião, língua, espaços/territórios são os principais fatores e temáticas que desencadearam um processo de mobilização e discussão sobre a diversidade, sendo que em vários contextos eles estão inter-relacionados ou interseccionados.

 

O Preconceito de gênero e Preconceito cultural

 

De acordo com autores a Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 205 traz o dever do estado e da família em promover a educação para todos, visando o pleno desenvolvimento do cidadão e qualificação para o trabalho, o que se leva a refletir que se educa para cumprir com objetivos das políticas e porque é um direito garantido, mostra que o foco é o sujeito e não a formação de gerações para o mercado e para o vestibular, densificando a visão dos movimentos sociais, os quais enfatizam a desigualdade equacionada pelas políticas, escolas e currículos ao grande e diverso grupo.

Outro tema abordado que está ganhando espaço na sociedade, nas teorias e levando às pressões sociais e movimentos de caráter identitário que contribuem de forma afirmativa a diversidade social brasileira, de acordo com o professor José Benedito, é o problema da diversidade na escola onde ocorre a reprodução dos fenômenos sociais que ficaram visíveis através da globalização.

Os fenômenos de maiorias majoritárias, no qual são excluídos direitos e condições sociais iguais a maioria da população, enquanto um pequeno grupo goza de privilégios oficialmente  estabelecidos, os alunos da rede pública não tem qualquer chance de competir em igualdade com os da rede particular nos vestibulares.

            Outro fenômeno que surgiu são as ações afirmativas que objetivam através de medidas compensatórias a redução das discriminações e preconceitos sociais, essas são ações de políticas públicas, surgiram no mundo todo, com o princípio de igualdade e contra as discriminações de gênero, raça, idade e origem, entre diversas outras que ocorrem e que se tornam problemas principalmente nas escolas trazendo o preconceito sobre os regionalismos.

Observa-se a necessidade de combater o assédio moral nas relações dos espaços de trabalho e escolar, seja entre os funcionários da escola ou nas relações entre professor e aluno, esse é apresentado como um dos motivos desencadeadores de afastamento dos profissionais para tratamento de ordem psicológica e médica.

Segundo o autor o sexismo e a homofobia podem ser considerados preconceito de gênero, formaram muitas frentes, associações e movimentos com o objetivo de fazer mostras ao problema e propor soluções, então se criou um projeto de lei o qual os tornou crimes. Do ponto de vista teórico ainda necessita analise sobre os fundamentos do andocentrismo, para reverter situações como a valorização do universo masculino e o detrimento do feminino, com ações afirmativas tornou possível que 30% das vagas destinassem para as mulheres em cargos eletivos propiciando um reverso na situação.

Outras situações de luta são entre conservadores e progressistas em relação aos assuntos homossexualidade e homoafetividade. Esse material didático trás esclarecimento também sobre as diversas formas de preconceito cultural, como o de comunidade e o linguístico, se caracteriza pela classificação do certo ou errado referente às pronuncias; o preconceito escolar em sua característica confunde cultura com escolarização, diferenciando a norma culta da popular, expressando um grupo social e excluindo outros grupos.

Em relação ao preconceito racial e étnico, as ações afirmativas como cotas raciais promovem grandes debates, elas objetivam reparar a injustiça histórica das sociedades escravocratas. A discriminação social é o preconceito de classe e se manifesta na escola, por exemplo, na marca do tênis, no carro do pai, em relação aos trabalhadores domésticos ter que usar somente elevadores de serviços. O preconceito religioso acontece por causa do credo e da instituição que frequenta essa intolerância religiosa já causou grandes catástrofe na humanidade.

Destacam-se no Brasil, as aulas de Libras nos cursos de Pedagogia com o objetivo de inclusão, amenizam o preconceito em relação aos portadores de necessidades especiais, sendo inclusive, direito garantido o de acessibilidade conforme a Constituição Brasileira de 1988. Mas recentemente o fenômeno bullying chega com imensa gravidade nas escolas, transformando em desafio a educação que combate a violência e à discriminação, considerada grave quando envolve professores, quando entre alunos o professor é o culpado levando muitos profissionais da educação ficar fora do exercício de sua profissão por falta de condição psicológica.

Através dos Temas Transversais direcionados ao espaço escolar se espera o estímulo a tolerância e o respeito à diversidade, sabendo que as faixas geracionais podem gerar conflitos, pois em idades próximas compartilham experiências parecidas de acordo com o agrupamento social. Os temas transversais trazem os conteúdos sobre pluralidade cultural, ética, saúde, entre outros como responsabilidades das escolas os quais devem ser inclusos no conteúdo das disciplinas, sendo um direito de todos os alunos um ensino publico de qualidade, independente da condição sócio econômica.

De acordo com as demandas geracionais na Educação de Jovens e Adultos (EJA) oportunizam jovens e adultos a retornar os estudos sem despesas e por ocorrer interações entre a mesma geração e gerações diferentes, há uma variedade de experiência, fazendo com que seja necessária a construção das características dos alunos pelos professores para que as relações intergeracionais sejam saudáveis.

 Pede-se que os professores saibam o significado de cultura transmitida pela educação dos mais jovens que vão receber as informações sobre valores da sua sociedade e o significado de identidade cultural, que ocorre através da transmissão às novas gerações dos valores culturais de seus antepassados como história, técnicas. Lembra que as sociedades não são estáticas, recebem influencias a medida que surgem novos contatos e ocorre transmissão de valores, não sendo imutável os valores culturais herdados pois estão sujeitos as transformações a cada geração.

Através das ciências antropológicas os professores podem obter a compreensão das diversas facetas e culturas de diferentes povos e que não existe pessoa sem cultura, entendo que cultura é o conjunto de códigos valores e também o entendimento de evitar o conceito raças, divisão das ciências biológicas do século XIX que defendiam a superioridade da branca a outras do planeta e sim caracterizar os indivíduos pela sua identidade, etnia, tornando mais importante pelas ciências sociais, a identidade, compreendendo as diferenças e que temos direitos iguais.

Como fundamental a escola tem a importante tarefa de enfrentar a discriminação, o medo como ameaça permanente, e pode ocorrer através da mostra dos saberes de diferentes grupos étnicos, mostrando que não se deve olhar como estranha a cultura dos outros, pois a nossa também aos olhos dos outros é estranha.

De acordo com o construtivismo os professores atuam com conteúdos conceituais, tradicionais das disciplinas escolares; os conteúdos procedimentais, os quais os professores ensinam habilidades e competências. Os conteúdos atitudinais, relativos ao comportamento dos alunos, aprendem que na escola é o lugar de ter consciência e valorizar tipos de comportamentos e que esses profissionais estão diretos envolvidos com a formação ética dos alunos, sendo necessária a autoridade do professor no processo de formação para a diversidade. Esses processos necessitam de alguém mais experiente no diálogo, em virtude da enorme gama de identidades próprias e assim é preciso a contribuição escolar na formação de futuros cidadãos.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS) trazem em sua temática a educação para superar o preconceito e a discriminação, e a escola sendo o lugar privilegiado para tal discussão além de trazer sugestões de temas que envolvam as realidades regionais ou as comunidades. Na pluralidade cultural os tópicos sugeridos para os adolescentes são: famílias, responsabilidades, relações comunitárias, com tempo e espaço, obtenção sobre organização familiar, partilha de responsabilidades, relações de cooperação, conhecimento sobre a vida comunitária, respeito, valorização em relação ao tempo, as questões ambientais e aos grupos que contribuíram na diversidade da cultura brasileira. Enfim trabalha em geral os direitos humanos como fundamental para exercer a cidadania.

Entende-se que as orientações do Ministério da Cultura através dos Parâmetros Curriculares Nacionais em relação aos temas como: ética, pluralidade cultural, Meio Ambiente, Geracional, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo, objetiva a formação de cidadãos éticos, com comportamentos responsáveis de respeito mútuo e tolerantes. Mas para que essa formação cidadã seja inquestionável implica na formação dos professores, para a diversidade, na postura ética e na compreensão a pluralidade cultural brasileira, pois no ambiente escolar os reflexos sociais, comportamentais e plurais serão demonstrados. Em muitos momentos nesse mesmo espaço necessitará a prevenção e combate ao assédio moral e ao bullying, tornando o professor um referencial de comportamentos, suas ações e valores pessoais como exemplos para diferentes grupos sociais, tornando seus ensinamentos como propostas comportamentais em uma sociedade pluricultural.

Mesmo assim a discriminação está contida absurdamente nos espaços escolares, sociais e enraizada culturalmente o que me faz questionar, criticar a falta de políticas públicas para o grande e diverso grupo de movimentos com caráter identitários, mesmo sabendo dos avanços através das ações afirmativas diante das diversas formas de preconceitos culturais.

Sabe-se que envolve inúmeros tipos de preconceitos, alguns históricos como das sociedades escravocatas, que hoje mesmo com os direitos assegurados nas legislações, ainda se busca reparar essas injustiças como o asseguramento de ingressos a concursos e universidades, por exemplo, através de cotas o que contribuiu no combate à discriminação em si, mas não erradica esses preconceitos, e em muitas situações como no espaço escolar ativa o bullying, no formato de preconceito linguístico, religioso, escolar, cultural entre muito outros, por ser um espaço que recebe uma enorme diversidade de pessoas.

 

REFERÊNCIAS

 

BRANDÃO, C. R. O que é educação. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1993.

BUSQUETS, M. D. et all. Temas Transversais em Educação: bases para uma formação integral. Série Fundamentos. São Paulo: Ática, 1999.

COLL, C. et all. O Construtivismo na Sala de Aula. Série Fundamentos. São Paulo: Ática, 1999.

FERRARI, A. e LAUREANO, I. D. Instrumento. Bullying – o desafio do combate à discriminação na escola. Juiz de Fora, n. 7 e n. 8, p. 1 – 144, 2005/2006, pp. 49 – 64.

MEC – Parâmetros Curriculares Nacionais. Temas Transversais. 1998.

MORENO, M. Temas Transversais: um ensino voltado para o futuro. In: Temas Transversais em Educação: bases para uma formação integral. São Paulo: Ática, 1999.