EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE DE JOVENS E ADULTOS: A DIVERSIDADE CULTURAL COMO PRÁTICA NA EDUCAÇÃO
Por ROSIMEIRE BORGES DOS SANTOS | 20/10/2018 | EducaçãoEDUCAÇÃO E DIVERSIDADE DE JOVENS E ADULTOS:
A DIVERSIDADE CULTURAL COMO PRÁTICA NA EDUCAÇÃO
PAGLIARI CLÁUDIA
BERTELLI, IVONETE.
COSTA, HELINE KELY ROCHINSKI LEITE.
CARVALHO, RUTE
MARTINS, CLEUNICE EDUARDO
NASCIMENTO, MEIRE TERESA BERTELE DO
SANTOS, ROSIMEIRE BORGES DOS
RESUMO
Neste artigo, apresentaremos as diversidades culturais presentes em agrupamentos humanos distintos, e também as diferenças e comportamentos que resultam na maneira como organizamos as relações sociais que estabelecemos como conduta e valores por nós determinados. Elementos fundamentais para a construção da vida social, onde ocorrem a cada dia mais mudanças na educação, e a função daqueles que envolvem como ofício a arte de ensinar. Os objetivos aqui trabalhados nos levam a aprender e avaliar as abordagens relativistas da cultura e diversidade. Bem como compreender a expressão multiculturalidade na escola com visão de cultura na vida do ser humano, e analisar as práticas educativas escolares, entender os caminhos percorridos por diferentes grupos sociais para a construção de igualdade e respeito fora e dentro de sala de aula.
. INTRODUÇÃO
Sabemos que a palavra diversidade esta relacionada com diverso tipo de comportamentos, crenças, cultura e a própria identidade, as diferenças que cada um trás consigo. Cabe a nós futuros educadores melhorar nossos conhecimentos em observar cada ser humano pelo conjunto de sentimentos e comportamentos simbólicos culturais, e o convívio de respeitar cada integrante de grupos sociais em suas culturas diversas, onde a igualdade se dá ao direito de ser diferente.
Precisamos saber lidar e ser tolerantes, ouvir antes de emitir julgamentos, antes de rotular estabelecer o que é certo ou errado.
2. EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE E PESQUISA: PROCESSO DE CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS SUJEITOS E A COMPREENSÃO DA MULTICULTURALIDADE NA ESCOLA.
2.1 UMA EXPLICAÇÃO SOBRE O TERMA “MULTICULTURALIDADE” DESTACANDO A ESCOLA COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO E HUMANIZAÇÃO.
Multiculturalidade é hoje um termo utilizado em várias áreas sociais é como uma palavra mágica que podemos usar na moda, na comunicação, no comercio etc., pois cabe em quase todos os discursos que se queiram múltiplos.
É comum, por exemplo, alguém apresentar determinado produto da indústria cultural (produzido em larga escala e para um consumidor diferenciado) e o qualificar como multicultural, porque tem em sua forma, cor ou linguagem diferentes referências culturais. Isso pode até fazer parte do multiculturalismo, mas ele não se refere apenas a essa questão.
Nesse sentido, a questão do multiculturalismo é também uma questão política, também esta relacionada com os temas; direitos humanos; das lutas pelas questões de gênero e contra a discriminação racial.
Na educação, essa questão se faz presente de todas as formas, sendo uma delas, as lutas pela emancipação dos setores desfavorecidos da população refletem na escola; bem como por ela ser também o espaço onde as tradições são vivenciadas pelas famílias, pelo corpo docente, pela direção e pela equipe pedagógica.
Uma educação intercultural é aquela que tem como princípio a interação entre as culturas, não basta saber identificar as diferenças, são necessárias a interação e a troca entre as partes. Esse respeito é percebido através do reconhecimento das diferenças, da complexidade dos diferentes universos culturais e da busca de soluções possíveis a partir de atitudes coletivas, que considerem o que “outro” tem para contribuir.
“Nesse sentido, acreditamos que o multiculturalismo deve ser mais discutido. Contudo, é necessário que as discussões ultrapassem a perspectiva conservadora ou humanista cujos preceitos admitem a existência de diferenças e desigualdades, mas desconsideram o contexto sociopolítico. Igualmente, devem incorporar o multiculturalismo crítico, que assume as diferenças como produção ideológica e sociocultural. (Mc Laren, pg.38.1997).
Portanto a diversidade cultural e ética muitas vezes é vista como uma ameaça para a identidade e nação, onde o multiculturalismo provoca desprezo e indiferença, mas também pode ser visto como fatores positivos de inovação como sabemos a escola não é o único espaço de aprendizagem com o que convivemos. Para além dos murros da escola, aprendemos com as experiências da vida, com a convivência e as relações de troca que estabelecemos com os outros.
2.2. A CONTRIBUIÇÃO PROFISSIONAL CONTRIBUIR PARA O PROCESSO DE COMPREENÇÃO DAS DIVERSAS CULTURAS EM QUE SEUS ALUNOS ADQUIREM UMA VIVÊNCIA MAIS INFORMADA MAIS AUTÔNOMA E MAIS RESPONSÁVEL EM CONVIVER COM OS DEMAIS MEMBROS DA SOCIEDADE.
Além disso, o profissional deve ser um observador atento, um bom orientador, um bom ouvinte, deve ser um informador seguro e objetivo, não deve fugir às questões mais enfrentá-las com todos os conhecimentos que possuem. A confidência deve limitar-se aos assuntos normais fruto da vivência quotidiana das crianças e dos jovens.
Esperamos, todavia que a escola tenha se transformado, tanto na convivência das diferentes culturas rompendo com velhas fórmulas, com o racismo e a descriminação onde atinge a todos, negros, brancos, amarelos ou vermelhos, devemos pensar que, antes de qualquer coisa e depois de tudo, somos humanos. A educação não é uma ilha isolada, mas sim um local onde devemos manter o diálogo, o respeito independente da divisas culturais, e só a educação é um dos caminhos para contribuição de novas idéias, tanto para as crianças como para o profissional do ensino. Como diz Almeida:
“(...) pensar sua inserção na área da educação sobre a possibilidade de ampliação do mercado de trabalho, mas como uma reflexão de natureza política e profissional sobre a função social da profissão em relação às estratégias de luta pela conquista da cidadania através da defesa dos direitos sociais. Almeida (2002. p.z.)
3. EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE.
A palavra diversidade esta relacionada à qualidade daquilo que é diverso, tudo o que é diferente diz apenas ao reconhecimento do outro como diferente. A escola é um espaço sociocultural em que as diferenças presentes se encontram, mas muitas vezes essas diferenças não são respeitadas, somos diferentes em raça, etnia, nacionalidade, sexo, idade, gênero, crenças e classe.
Tudo isso está presente na relação professor e alunos, entre os próprios educadores, nesse sentido, a reflexão sobre diversidade nos conduz a um repensar do papel do educador.
Através do conceito de cultura e dos estudos antropológicos, observamos que os seres humanos diferenciam-se dos demais animais pela função simbólica, ou melhor, pelo conjunto de sistema simbólicos que determinam nossas identidades como classes sociais, integrantes de grupos sociais distintos. Fazem parte do conjunto de sistemas simbólicos: A linguagem, as relações de parentescos, a religião e a crença, desde nosso nascimento, onde nossa condição de humanidade é dada, para comunicarmos com nossos iguais e estabelecermos relações necessárias à “convivência social”.
Como vimos à sociedade exerce poder de controle sobre cada um dos seus membros, é através desse controle que são definidos os papeis sociais por nós ocupados, essa atuação social será desenvolvida através de um processo educativo que nos acompanha desde o nascimento até a morte. Elias na sua concepção nos afirma:
“Ao nascer, cada individuo pode ser diferente, conforme sua constituição natural. Mas é apenas na sociedade que a criança pequena, com suas funções mentais maleáveis e relativamente indiferenciadas, se transforma num ser mais complexo. Somente na relação com os outros seres humanos é que a criatura impulsiva e desamparada que vem ao mundo se transforma na pessoa psicologicamente desenvolvida que tem o caráter de um individuo e merece o nome de ser humano adulto”. (Michaliszyn 2008).
A condição humana, marcada pela necessidade de sobrevivência e de convivência, é a responsável pelo que denominamos sociabilidade, laços estabelecidos entre individuo e sociedade, são os responsáveis pelas construções de rede de dependências que se formam e se fortalecem a cada instante, produzindo o tecido que sustentará toda a estrutura social.
4. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.
A legislação expressa características da EJA em determinadas conjunturas. Como a EJA esta inserida nos textos das constituições e da legislação educacional brasileira, é importante lembrar que essa legislação surgiu em função das necessidades da nação do ponto de vista político, bem como das demandas sociais evidenciadas nas pautas reivindicatórias dos movimentos sociais populares. O ato adicional de 1834 atribuía aos governos provinciais o tratamento das questões da educação fundamental das crianças e, por extensão, dos adultos. Em 1879, de acordo com o conteúdo do parecer sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos elaborada por Carlos Roberto Jamil Cury, o decreto nº 7.247, tratava da reforma do ensino e foi apresentado por Leôncio de Carvalho.
O documento previa a criação de cursos para adultos analfabetos, livres e libertos, do sexo masculino, com duas horas diárias de duração no verão e três no inverno. Era um período escravocrata em que a preocupação com a instrução pública começava ganhar fôlego, uma vez que os índices de analfabetismo eram alarmantes.
Considerando a trajetória da EJA no Brasil, este tem sido pautada por campanhas ou movimentos desenvolvidos a partir da administração federal, com envolvimento de organizações da sociedade civil, visando à realização de propostas ambiciosas de eliminação do analfabetismo e formação de mão-de-obra, em curtos espaços de tempo. É importante atentarmos para as modificações na legislação, pois elas indicam contradições e retrocessos na trajetória da EJA no país. Desde a criação do Ministério da Educação e da Saúde, na década de 1930, fala-se na erradicação do analfabetismo, no entanto a questão torna-se cada vez mais atual em função da desistência e da repetência escolar, somadas a baixa média de anos de estudo da população brasileira. A sociedade civil tem intensificado as práticas educacionais em torno de uma política da EJA, entretanto, nos cursos de formação de professores quais são as inovações pedagógicas.
“Mudanças significativas foram perceptíveis na educação da formação do educador e na concepção político-pedagógica do processo de ensino-aprendizagem. O período foi marcado pelos conflitos entre Estado e Movimento Sociais originários pelo atraso no repasse dos recursos e na defesa da autonomia dos movimentos na condução dos processos pedagógicos”. (Farias, 2006, pg.16).
Nos dias de hoje a alfabetização não visa somente à capacitação do aluno para o mercado de trabalho, é também necessário que a escola desenvolva no aluno a capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que se demande um novo tipo de profissional, que o educador obtenha uma formação indispensável para o exercício da cidadania.
A prática docente na educação de Jovens e Adultos em contextos atuais, identificando as competências necessárias ao desempenho profissional, como a necessidade de descobrir-se como um professor reflexivo, que tenha uma formação continuada, que adote novas concepções no ato de planejar e de avaliar.
Paulo Freire defende a importância da educação de Jovens e Adultos, um letramento contextualizado, que reflita os principais problemas sociais e a realidade concreta dos alunos, contempla também uma educação dialógica, facilitando e incentivando no processo de aprendizagem, uma educação libertadora, crítica e reflexiva, contribuindo para uma objetiva conscientização dos alunos.
O professor conheça o meio em que irá atuar e seja sensível ao conhecimento dos alunos que irá trabalhar. Priorizando estes aspectos, certamente terá condições de dimensionar o alcance de sua competência, à eficácia do seu trabalho e a abrangência do seu compromisso com a educação, pois qualquer diagnóstico precipitado do professor poderá estigmatizar o aluno, comprometendo seriamente sua formação e cidadania, fato que deverá merecer sua constante atenção.
A experiência precisa ser aproveitada no desenvolvimento da escrita e da leitura critica, o qual exige trabalho com textos, que permitem a reflexão sobre as contradições sociais do país, assim, o processo de formação dos educadores é melhorar a qualidade de intervenção do educador. Contudo o processo não é simples, mas exigem tempo de disposição para aprender, pois demanda formação permanente, algo que nem sempre é possível na EJA, diante dos programas com educação limitada e frágil reconhecimento do profissional.
Nos dias atuais, a formação do educador vem sendo potencializada por meio de processos de formação continuada, a exemplo dos grupos de estudos, cursos de especialização, cursos e simpósios para capacitação docente, entre outras experiências desenvolvidas nos estados brasileiros.
Existem proposta e inúmeros materiais pedagógicos que podem orientar a prática do educador, consideremos essencial a formação continuada para que o profissional mantenha-se motivado a planejar e desenvolver a atitude criativa no seu trabalho pedagógico. Como afirma Saul e Silva:
“Para acompanhar o processo de orientação curricular, é fundamental a formação de equipes pedagógicas multidisciplinares compostas por educadores oriundos das escolas que, por conhecerem a realidade das redes educacionais, são capazes de atuar como intelectuais orgânicos comprometidos com a transformação humanizadora, animadores que problematizam de forma pertinentes as práticas e as dificuldades enfrentadas pelas diferentes comunidades escolares”. (Saul e Silva, pg.23 2009).
Paulo Freire consiste na utilização da cultura do educador como base para sua evolução a leitura, como uma forma que o aprendiz se entenda um ser ativo no que concerne à criação da “História”. Educando e educador são sujeitos de um mesmo processo de construção do conhecimento, ele aponta que o papel do professor não é apenas transmitir conhecimentos, mas sim a produção de conhecimento, promovendo assim uma conscientização da realidade vigente do aluno, tornando um processo de alfabetizar interessante concreto e dinâmico.
4. PESQUISA PRÁTICA PROFISSIONAL – DIVERSIDADE CULTURAL.
Os conceitos que sustentem a discussão sobre a sociedade, o modo de vida de grupos sociais diversos e suas culturas em diferentes espaços, começam desde nosso nascimento, somos imediatamente apresentados a uma sociedade, cujos valores, regras, sistemas, ou seja, a cultura foi brevemente estabelecida por outro. Desde os primeiros instantes de nossa existência, vamos assimilando um conjunto de informações simbólicas e de experiências que não são transmitidos pelo grupo social ao qual nós somamos o que foram por eles constituídas e vividas ao longo de muitas e muitas gerações. Ao mesmo tempo em que assimilamos as informações culturais de nosso grupo, também as processamos, acrescentando novos dados e eliminando outros. Nossa vivência e a experimentação de novas situações nos permitem descobrir, inventar, reconstruir o conjunto de informações que recebemos.
Nesse sentido, podemos afirmar que:
[...] “Cultura é um conjunto de princípios (explícitos e implícitos) herdados por indivíduos membros de uma sociedade; princípios esses que mostram aos indivíduos como ver o mundo, com como vivenciá-lo emocionalmente e como se comportar em relação às outras pessoas, às forças sobrenaturais ou aos deuses e ao ambiente natural. Essa cultura também proporciona aos indivíduos um meio de transmitir suas diretrizes para a geração seguinte mediante uso simbólico, da linguagem, da arte e dos rituais. Em certa medida, a cultura pode ser vista como uma “lente” herdada para que o individuo perceba e entenda do seu mundo, e para que aprenda a viver nele. Crescer em determinada sociedade é uma forma de enculturação pela qual o individuo, aos poucos, adquire a sua “lente”. Sem essa percepção de mundo, tanto a coesão quanto a continuidade de qualquer grupo humano seriam impossíveis. ”(Michaliszyn, 2008 pg. 27).
Os modos de pensar, agir, sentir de todo ser humano, assim como os meios que buscamos para garantir nossa sobrevivência através da nossa ação sobre a natureza, é por nós aprendido através das experiências e das relações que nos são impostas ao longo de nossa vida em sociedade, para viver e conviver, em sociedade. Os grupos sociais estabelecem para si um conjunto de regras que são aceitos coletivamente, onde nossos pensamentos, nossas ações determinam nossos modo de vida.
As considerações sobre a relação do individuo na sociedade, enfatiza o papel da escola no processo de socialização dos elementos culturais que compõem a estrutura social, dá-se a importância de estudar sobre a socialização na escola, é devida a necessidade de conhecer como acontecem as interações entre os sujeitos no interior da instituição escolar e o contexto em que elas acontecem, pela convivência com outro, a criança se desenvolve e aprende em todos os sentidos, uma com as outras, comparando, criticando, se identificando, mediada pela cultura internalizada no ambiente em que ensinam regras de convivência. Ela começa a refletir quem é ela, de acordo com o mundo e a época em que vive. Observando e interagindo com o outro, ela descobre, construindo sua própria identidade de acordo com os princípios que ela internalizou. Neste sentido, a escola deve ter a preocupação em preparar a criança para conviverem socialmente, respeitando as normas estabelecidas através dos comprimentos de seus direitos e deveres enquanto futuros cidadãos devem atentar ao fato de não ser rotuladora e criar docilidade. Essa condição de normalidade entendida como a construção de seres iguais, não encoraja os alunos a refletirem sobre seu próprio ser, não contribuindo para a formação de cidadão reflexivo, para cumprir sua tarefa de cidadania, o professor necessita conhecer detalhadamente os alunos, através de um diagnóstico de suas emoções, capacidades e inteligência, tornando-se elemento fundamental. O conhecimento do histórico familiar das crianças com as quais trabalha deve ser feito através de entrevista, para que nada escape ao seu controle, sendo a escola um espaço aberto, transcendente, de criação, e enquanto tal, a beleza daquilo que nela se passa, vem do fato de que não é registro da realidade, mas lugar privilegiado de trânsito entre o real e seus múltiplos sentidos, entre a tradição e a criação.
Cada cultura deve ser compreendida no contexto próprio, no qual foi gerada e, por esse motivo, a escola deve comprometer-se por compreender que o conjunto que nela interage não é o bloco monolítico, por ela tão propalada ao longo dos anos, mais sim, o produtor e o produto de contextos tão variados, os quais constituem o que denominamos igualdade e a justiça social como propósito estimular o desenvolvimento e não a submissão de uns sobre outros. Segundo Lima:
“Quando o espaço escolar é bem organizado e aproveitado, ajuda a socializar os alunos. É necessário que a escola faça de seus ambientes, espaços de aprendizagem. Em todos os lugares, há oportunidades de se ensinar e viver em sociedade, observar as normas para uma boa convivência num ambiente agradável e organizado, a criança aprendera a respeitar, valorizar o ambiente e os sujeitos que nele atuam, tornando assim formação humana, tanto nas diversidades como nas culturas que compõem a base social”. (Lima, 2001 pg. 17).
O processo educativo deve oferecer instrumento e alternativas para que os indivíduos tomem consciência sobre si, sobre o outro e sobre a sociedade em que vivem caracterizando-se como um encontro de dialogo, transformação do mundo e humanização de todos.
5. PESQUISA PRÁTICA PROFISSIONAL – PROCEDIMENTOS DE PESQUISA.
Na formação inicial do professor, para torná-los produtores de conhecimentos, deve possuir formação polivalente, estar aberto à contínua busca de conhecimentos, ou seja, de aprender, deve estar integrado ao contexto da formação dos demais, atentando para a competência que possam facilitar a atuação e a interação multiprofissional. A sociedade exige cada vez mais profissional com uma gama de qualidades, como conhecimentos, idéias, habilidades, atitudes, interesses e comportamentos adequados, ou seja, individuo completo e capaz de atuar em qualquer contexto.
É preciso ir à busca do conhecimento pertinente e contextualização, compreenderem a identidade humana como sendo sujeito social, ensinar que a condição humana insere o homem do saber e do pensar, o lúdico e alegre, afetivo que faz e produz o homem para compreensão, convivência e para a responsabilidade, pois cabe ao professor promover estímulo de aprendizagem que promova a motivação, além de ser capacitado a desenvolver inteligências, capacidades, competências e habilidades. A escola é o local onde os sujeitos têm a possibilidade de ampliar sua prática profissional, em todos os seus âmbitos, onde educar os alunos é promover troca de experiências e compartilhamento gerado pelo incentivo da leitura e atividade, incentivar o conhecimento da organização social e política, formando consciência dos direitos e deveres do individuo se respeitando em coletividade.
Cortelazzo e Romanowski (2007) ressaltam a importância da pesquisa e do currículo dos cursos de licenciatura, pois o objetivo é articular o ensino e pesquisa, com a metodologia inicial de professores nas disciplinas de fundamentos pedagógicos, de metodologias de ensino e mesmo no estágio supervisionado, enfatizando que a pesquisa integra a prática profissional do docente, o trabalho do professor na organização dos projetos pedagógicos.
“A pesquisa da prática profissional explica considerar usa a prática sobre o ponto de vista do trabalho do professor. Em geral, o estudo sobre o trabalho é assumir duas perspectivas: o fazer propriamente dito e o trabalho com atividade humana. O primeiro considera o trabalho como a parte da vida cotidiana das pessoas e dos trabalhadores; o segundo analisa o significado e as implicações sociais e históricos em que o processo de trabalho na sociedade se desenvolve”. (Cortelezzo e Romanowski, 2007, pg17).
Assim, tendo se a concepção de que a sociedade e a educação comungam práticas marcadas por crenças, idéias, verdade, e que os futuros profissionais da educação aprendam que na sua busca de conhecimentos só agregará prática e aprendizado na formação do professor.
Sobre a necessidade da pesquisa no cotidiano escolar para a prática docente, é importante nessa reflexão afirmar que estamos diante de um cenário complexo que apresenta demandas de várias naturezas, quando se refere na formação do educador. O trabalho com pesquisa requer um conjunto de atividades orientadas pelo professor, com o objetivo de buscar, descobrir e criar um determinado conhecimento no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para a construção do projeto educativo da escola e para o desenvolvimento da relação da escola, educador e comunidade.
A pesquisa é um processo privilegiado de construção do conhecimento, sobre a prática para o desenvolvimento profissional do professor, que nela se envolvem. Ativando as suas formas de trabalho, a sua cultura, o seu relacionamento com seus projetos e objetivos. Acreditamos que ninguém pode tornar um professor sem compreender a dimensão e os limites da pesquisa na educação, é fundamental oportunizar durante sua formação, estudos que discutam a pesquisa, sua natureza e o seu fazer.
“A dimensão da pesquisa e da prática profissional na formação de professores compreende dois eixos de abordagem: a iniciação do professor pesquisador e a aproximação com a prática profissional do docente em instituições educativas, escolas e outras, para identificar e compreender os problemas existentes bem com as práticas realizadas pelos professores em seu trabalho”. (Cortezzo e Romanowski, 2007).
O futuro docente precisa desenvolver habilidades e conhecimentos, para que possa continuar a apreender e conhecer a sua prática ao longo de sua vida profissional.
6. CONSIDERAÇÃES FINAIS
Neste trabalho vimos à originalidade da cada cultura, a maneira particular como os grupos sociais se diferencia, os seus problemas e ao mesmo tempo como se aproximar de valores que são comuns a todos os indivíduos, pois continuamos ter uma maneira própria de agrupar e excluir diferentes elementos culturais. Cada construção cultural e social possui uma dinâmica própria, escolhas diferentes e múltiplas caminhos a serem trilhados, entanto vimos que descobrir os motivos dessa escolha, entende-las, analisá-las é a luz de uma reflexão colada aos processos históricos e sociais da humanidade, deve ser uma tarefa tanto da escola quanto dos educadores.
Educar para a diversidade é fazer a diferença, possibilitar a troca, como proceder em grupos e entender o que acontecem com os humanos, entender que eles são feitos de avanços e limites. Entretanto, a consciência da diversidade cultural por mais que ela se torne um fato diferente estará sempre presente na nossa vida cotidiana, mais proximidade será com os modos de ser, de ver e de existir e a diversidade nos coloca diante de todos os impasses político, morais, onde assumir as diferenças culturais representa redimir as escolhas, e questionar a nossa visão de democracia.
Resta-nos reforçar que a idéia da educação é uma ciência, também uma arte de criar e conviver, compartilhando sempre e onde estiverem seres humanos se comunicando, convivendo, aprendendo a viver juntos, se tornará mais fácil a transformação de um mundo dinâmico e harmonioso entre todos.
Ao concluir esta PA, esperamos neste trabalho perceber o quanto é necessário respeitar a diversidade, as idéias e opiniões de cada um, num conjunto relativo que mobilizam processos políticos sociais no nosso convívio diário.
Sabemos que o comportamento social é o resultado da maneira como organizamos as nossas relações sociais, pelas condutas e valores por nós determinado, que o espaço escolar é um dos espaços em que se reúnem seres humanos com as mais diferentes providencia. Os professores devem se mantiver vigilantes a esses fatos, devem criar ambientes para estabelecer diálogos em que os diferentes possam se manifestar em sua plenitude sendo reconhecido, sendo valorizados e respeitados, só assim ocorrerá o processo de aprendizado no convívio cotidiano dentro e fora das escolas. Este é o grande desafio para os professores buscar o domínio de um saber crítico que permita interpretá-las as diferenças dos outros com os quais convivemos todos os dias.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N.L.T. Serviço Social e Político Educacional: um breve balanço e desafio desta relação. 1º Encontro de Assistentes Sociais na Área da Educação. Belo Horizonte, 28 março 2003, p.1-9.
CORTEZZO, IB. C e ROMANOWSKI, JP. Pesquisa e Prática Profissional: A aula, Curitiba: ibpex, 2007.
FARIAS Adriana Medeiros. Alfabetização e Educação popular no contexto das políticas públicas. In: Simpósio Estadual de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos, 1., 2006, Pinhão. Anais... Curitiba: SEED/PR, 2006. P. 14-21.
FERREIRA, Carlos Alberto de Matos. Revista Nova Escola, Editora Abril. Ano XVIII. Nº 167. Nov/2003. P. 14.
FREITAS, FÁTIMA E SILVA DE A DIVERSIDADE CULTURAL Como Prática na Educação / Fátima e Silva de Freitas. – Curitiba: Ibpex, 2011. – (Série Dimensões da Educação)
MICHALISZYN, MARIO SERGIO EDUCAÇÃO E ADIVERSIDADE / Mario Sergio Michaliszyn – Curitiba: Ibpex, 2008.
SOUZA, MARIA ANTÔNIA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS / Maria Antônia de Souza – 2. Ed. Ver. atual. E ampl. – Curitiba: Ibpex, 2011.