O artigo apresenta uma breve reflexão realizada durante encontros da disciplina de Teorias da Educação, no curso de Mestrado, sob a orientação da professora Doutora Eglen Rodrigues acerca da tão ilustrada obra de Paulo Freire, intitulada “Pedagogia do Oprimido”. Trata-se de um estudo de cunho qualitativo, fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos da comunicação dialógica, realizada entre mestrandos e orientadora. A reflexão foi mediada também, por leituras realizadas sobre as obras de Paulo Freire, o qual compreende que a educação é uma forma de libertação humana. Dentre as suas obras, elencamos a Pedagogia do Oprimido, no sentido de buscarmos entendimentos mais aprofundados no tocante ao seu pensamento – que reside numa pedagogia da práxis humana – prática da liberdade, cujo método não deve ser para o homem [oprimido], mas dele, tornando-o sujeito de sua própria história, se autoconfigurando responsavelmente. Tais pressupostos estão imbricados fortemente no processo de alfabetização e/ou escolarização humana. Melhor dizendo, há incontáveis contribuições desse grande pensador para a educação contemporânea. Nesse sentido, o estudo aponta para a necessidade de reflexão sobre a prática e superação da concepção de educação e sociedade na qual estamos inseridos e atuamos teórica e praticamente.

Palavras –chave: Paulo Freire; Pedagogia do Oprimido; Prática da liberdade.

INTRODUÇÃO

A educação é fruto de uma prática social e histórica, que é dinâmica e se transforma constantemente. As informações são processadas e divulgadas em frações de segundo, num contexto de relações hierarquizadas, presentes na sociedade em que vivemos, que por vez é capitalista e, por isso, dominante. A preparação das gerações para o enfrentamento desses embates requer a interferência de instituições específicas como a escola, cujo atributo é atender e nortear a inserção e a participação na realidade. Nesse sentido, a educação, sendo fruto dessa realidade deve atender as exigências da mesma. No entanto é preciso que se pense em propostas educativas que formem cidadãos criativos, críticos e ativos, reflexivos, capazes de intervir na transformação. Partindo dessa premissa, é que o educador Paulo Freire, preocupado com a libertação do oprimido, elabora uma proposta de educação que objetiva a libertação do mesmo, por meio da mediatização no mundo e com o mundo. Proposta esta realizada através do diálogo com o outros, numa constante reflexão e interação entre a teoria e a prática, contrapondo assim, a concepção bancária da educação que torna o educando um depósito de conteúdos, receptor, sendo o educador um depositário, detentor do saber. Assim, o autor vai descrevendo seu livro intitulado “Pedagogia do Oprimido”, o qual é composto por quatro seções. A primeira seção aborda a Justificativa da Pedagogia do Oprimido, que descreve a importância da dialeticidade entre o sujeito e o objeto, integração homemmundo, práxis autêntica de reflexão e ação. Na segunda seção, é apresentada e descrita a concepção bancária da educação numa contraposição da educação libertadora, destacando as relações existentes entre educador e educandos. Já na terceira seção, Paulo Freire trata da dialogicidade enquanto essência da educação como prática da liberdade, apontando o diálogo como ação fundamental nesse processo de transformação. E, por fim, na quarta e última seção, a temática centra-se no olhar do autor sobre a teoria da ação antidialógica, reafirmando o homem como ser da práxis, que nasce no mundo e com o mundo, tornando-o capaz de conhecê-lo e transformá-lo. [...]