RESUMO

O presente artigo tem como elemento de estudo a educação no/do campo, analisando as perspectivas e realidades deste meio, com enfoque no cenário do sertão alagoano, sendo observada a luta histórica dos campesinos por uma educação que atenda as especificidades demandadas e por escolas em suas localidades. A expressão do/no campo exposto neste artigo mostra a diferença de ter uma educação do campo e no campo, sendo que esta diferença ressalta a educação que deve ser lecionada no meio rural, se diferenciando da urbana em suas especificidade e peculiaridades ao que diz na LDBEN 9394/96. O presente trabalho expõe, também, as mazelas existentes na educação do meio rural, como o fechamento de escolas, que é um fator preocupante que está cada vez mais frequente, deixando várias crianças e adolescentes sem frequentarem a escola, evidenciando uma realidade bem diferente das previstas nas normas, impedindo grande número de pessoas a terem uma educação digna. No desenvolvimento da pesquisa foi realizada uma entrevista aos moradores do povoado Turco do município de Delmiro Gouveia – AL, para a retirada de dados precisos sobre a escola Municipal professora Maria Loureiro, que foi fechada, sendo a única escola do povoado, se caracterizando como estudo de caso, revelando dados preocupantes e falta de amparo dos órgãos públicos à educação no/do campo.
Palavras-chave: Educação do campo. Luta histórica. Realidade. Sertão Alagoano.

1 INTRODUÇÃO

A garantia do acesso à educação em seu contexto histórico é marcada por muitas dificuldades, como exclusões sociais e interesses capitalistas, que, levando para os dias atuais podemos dizer que possuir o ensino que realmente seja satisfatório ainda é um privilégio da elite, pois para alguns a forma que recebem a educação escolar é muito precária.
No caso a educação do/no campo, que no Brasil é a modalidade que mais deixa a desejar, em especifico no sertão alagoano, que é a região onde apresenta maior número de baixo desenvolvimento escolar e de analfabetos. Apesar de tantas lutas históricas dos camponeses em prol de uma educação que atenda a demanda de necessidades dos que nestas localidades moram, ainda enfrentam desafios, para que possam ter o desenvolvimento de conhecimentos básicos e científicos. A educação nos campos alagoanos possui suma importância, pois é uma região que tem como forte a agricultura, as plantações, como os canaviais, e o ensino se faz de muito valor para que possam aprender mais de forma que possam melhorar o trabalho, ainda mais com estes avanços tecnológicos que presenciamos.
Depois de muitas lutas para a conquista da educação que atenda suas especificidades, o camponês encontra-se em uma contradição, de terem o direito conquistado, porém diversas precariedades os rodeiam, como: má estrutura física, falta de recursos financeiros e didáticos, falta de transportes regulares e podendo ainda não ter mais escolas em decorrência do fechamento das mesmas. O nível de qualidade do ensino desta região alagoana como de todas do Brasil é realmente preocupante, são esquecidos pelas esferas politicas, justamente estas que deveriam tomar atitudes para solucionar estes problemas. No entanto, os campesinos resistem na luta por uma educação que atenda as suas especificidades, pois o que acontece na realidade não consta com as politicas públicas.

2 UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO NO BRASIL

A educação em sua modalidade escolar desde muito tempo está presente em nossa sociedade, foram muitas lutas para até então chegar onde todos possam usufruir. Apesar da
educação não pertencer mais somente à burguesia como nos primórdios, atualmente esta ainda é muito esquecida pelas autoridades e nesta concepção de certo modo ainda é de privilegio para a elite. Neste contexto, a educação do campo é uma das que carrega desde sua idealização lutas constante em busca de uma educação que esteja de acordo com a realidade dos campesinos e infelizmente é uma das que mais possuem precariedades no Brasil. Dos vestígios do surgimento da educação do campo no Brasil,
Em um primeiro recorte, no período do império e da colônia, chegando ao Brasil república, pode-se afirmar que, até 1891, a educação do campo sequer é mencionada na legislação brasileira. Só a partir dos anos 1930 do século 20 é que surgem as primeiras preocupações com a educação rural (FERREIRA; SILVA; BARBALHO, 2015).
Mas nada garantido que pudesse mudar a realidade da população camponesa, trazendo somente esperanças, pois de acordo com FERREIRA; SILVA e BARBALHO (2015), no texto constitucional de 1934 constam os primeiros recursos para o financiamento da educação rural, pela união, porém estes recursos não foram passadas pela falta de politicas públicas, desta forma deixando os camponeses esquecidos, e o pior sem a implantação da educação.
Neste cenário rural o muito que se ver é pessoas deixando o campo para irem para a cidade em busca de novos meios de vida, um êxodo-rural, onde agricultores se deslocam para a cidade por conta da industrialização, onde se ofertam muitos empregos, sem saber que onde vivem está uma riqueza, aliás, é a que nos move, pois nos campos rurais se faz a agricultura que movimenta grande parte da economia de um país, mas infelizmente as formas de ensino que os campesinos tiveram e ainda têm não são favoráveis para desenvolverem negócios. Em decorrência de evitar esta imigração segundo Vaz e Souza (2009) na década de 1940, existiram o ruralismo pedagógico, com ideal de fixar o homem no campo, com formas de ensino especifico, adaptando programas educacionais e currículos voltados para a cultura rural, numa tentativa de desvincular da educação urbana e deste modo preservar a permanência dos campesinos no campo.