Jedida Melo[1]

Introdução

Começamos nossa conversa dizendo a todos o que concebemos sobre Educação do Campo. Para nós Educação Campesina é aquela voltada para o enaltecimento dos povos e culturas que se encontram nas comunidades campesinas do nosso Brasil. É preciso que os professores entendam o amor que esses povos têm pela sua história de vida e de lugar. A Educação desses povos deve perpassar pelo viés do sentimento de pertença e respeito para que a escola do campo seja a escola do coração de cada aluno e de cada morador lá existente.

Desenvolvimento

Sentimento de pertença é o sentimento que cada morador deve ter em relação ao local que mora, ao local que nasceu... no campo as escolas devem desencadear este sentimento a cada dia com realização de atividades voltadas a este fim.

Atividades como:Exposição dos produtos agrícolas cultivados pelos pais dos alunos na escola numa feira organizada para compra e venda com renda para as famílias; Contação do surgimento da comunidades com relatos históricos feitos por moradores antigos e experientes dentro da ambiência escolar; Vivência de festas tradicionais da comunidade organizada pela escola e moradores locais; Organização de Comitês formados por alunos para recepção de autoridades dentro da escola em visitas programadas ou não; Instituição de hortas dentro da escola monitoradas por pais e alunos para proveito na merenda como incremento na boa qualidade da alimentação escolar; escolas do campo com uma infraestrutura igual às escolas da cidade com todos os investimentos físicos e humanos necessários à uma Educação que vise uma formação integral do indivíduo, são algumas dicas que apontamos para que este sentimento de pertença seja aguçado.

Quanto ao êxodo rural trata-se da saída dos moradores do campo para a cidade em busca de: mais acessibilidade à serviços públicos; oportunidade de trabalho com mais valorização salarial; vida urbana tão bem propagada pelos meios de comunicação, etc.

O êxodo escolar rural consiste na busca de escolas maiores e “melhores” na cidade onde a educação é mais “valorizada” e de “melhor qualidade”. Colocamos estes termos em aspas porque discordamos de tais definições. Os professores que trabalham nas escolas do campo são balizados de igual forma em relação aos professores das escolas urbanas; submetem-se aos mesmos concursos e seleções, porém entendemos que existam ainda muitas lacunas dentro da organização da Educação do Campo que precisam ser revistas e melhoradas em prol de uma permanência maior das pessoas no campo.

Conclusão

Enfim, o sentimento de pertença pelo homem e pela mulher do campo em relação ao lugar em que moram é um dos indicadores que podem apontar para uma maior permanência destas ilustres pessoas que cultivam a terra provendo nossa alimentação e sobrevivência com tanto esmero e tanta dedicação no seu dia-a-dia.

O êxodo rural e o êxodo rural escolar sempre vão acontecer, mas podemos atenuar sua ênfase realizando o melhor dentro das ambiências escolares campesinas desenvolvendo segurança na valorização das atividades realizadas pelas famílias do campo, aclarando seus valores e sus importância dentro do processo de produção de alimentos e de boa qualidade de vida.

Referência Bibliográfica

ANTONIO, Clésio A. O currículo e escolas do campo: questões político-pedagógicas em superação. Revista Educação CE/UFSM. Edição: 2008 – vol. 33 – nº 01

[1] Doutora em Educação – FICS