O presente artigo aborda uma reflexão sobre a educação, o currículo e a diversidade no ideário de uma sociedade neoliberal e capitalista, com o objetivo de compreender a função social da escola nesta sociedade, que vem enfrentando momentos de crise-evolução e que busca formar cidadãos para atuarem na mesma. Partimos da lógica de que a educação seja um instrumento para a emancipação humana, e que esta [educação] não acontece somente no espaço escolar, mas na interação entre os sujeitos, suas culturas e seus espaços de convivência. Trata-se, portanto, de estudo de cunho qualitativo, baseado na pesquisa bibliográfica, cujas leituras e análise crítica partiram de autores como: Coll (1998), Cruz (2012), Freire (1999; 2002), Gadotti (1993), Kosik (1976), Mizukami (1986), Moreira e Candau (2007), Prestes (2009), Zabala (1998; 2002), dentre outros que serviram de apoio na compreensão da temática em estudo, os quais buscam descrever a função social da escola num cenário de contradições e enfrentamentos políticos e ideológicos, marcados pelo ideário neoliberal e capitalista, mas que também são refletidos na prática educativa. O estudo aponta para a necessidade de se aprofundar nas leituras e reflexões acerca do assunto, haja vista a vasta expansão do ensino e das tecnologias, diretamente ligadas à atividade educacional, cujo papel fundamental reside na mediação entre o senso comum e a consciência filosófica, buscando a inserção de cidadãos ativos, críticos e criativos no processo de transformação social. Todavia, acredita-se que tal proposta de emancipação humana deve fundamentar-se a partir da elaboração e estruturação de um currículo e de políticas públicas educacionais que atendam a cada um e a todos educandos e educadores, sendo respeitados na sua originalidade, constituída de múltiplas interferências – contextos sociais e culturas, relacionadas mutuamente na sociedade.

Palavras-chave: Educação. Currículo. Diversidade. Emancipação humana.

Estamos inseridos em uma sociedade completa e complexa, formada por vários tipos de classes ou grupos, mais precisamente a classe dominante e a classe dominada, que se transforma constantemente e, por isso, exige das escolas a formação de um aluno participativo, crítico e criativo. Os avanços tecnológicos do século atual, especialmente àqueles ligados à comunicação e à informação, vêm requerer uma escola dinâmica, que ultrapasse a simples transmissão de informação e que se comprometa com a aprendizagem de cada um e de todos os seus alunos. Assim, entendemos que os seres humanos precisam ser respeitados na sua originalidade, constituída, entretanto, de múltiplas interferências, ou seja, os contextos sociais e culturais formam os sujeitos, os quais se relacionam mutuamente na sociedade, e esta relação precisa ser considerada na escola. As salas de aula, então, devem abrir suas portas e janelas para os sentimentos e as histórias de vida de seus alunos e professores, que não devem ser vistas apenas como ponto de partida, mas, principalmente objetivo da chegada de todas as ações educativas. Nesse sentido, compreendemos que a cultura dos povos, de qualquer tempo e lugar, é repassada às novas gerações, devendo ser respeitadas, pois não há uma cultura melhor nem pior que a outra. A educação, portanto, se constitui como um processo de socialização das novas gerações na cultura de seu povo e não é somente na escola que se faz educação; esta por vez ocorre em qualquer parte ou lugar e, a educação escolar, é apenas uma parte do processo de socialização e aculturamento que a sociedade exerce sobre o indivíduo. [...]