EDUCAÇÃO AMBIENTAL, UMA REFLEXÃO COMO TEMA TRANSVERSAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS
ENVIRONMENTAL EDUCATION, A REFLECTION AS A CROSSCUTTING THEME IN PUBLIC SCHOOLS
EDUCACIÓN AMBIENTAL, UNA REFLEXIÓN COMO TEMA TRANSVERSAL EN LAS ESCUELAS PÚBLICAS

Daiane Cristine Peternela
Bióloga (Fundação Assis Gurgacz), Especialista em Educação de Jovens e Adultos (Univali) , Especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável (Uninter), professora da rede privada. [email protected]

RESUMO
Este trabalho bibliográfico tem como objetivo abordar o contexto sobre a Educação Ambiental como tema transversal nas escolas, como ela influencia no desenvolvimento sustentável, demostrando que se não houvesse na educação atual a falta de estrutura das escolas e professores devido á falta de incentivo e apoio político para aplicar com efetividade o trabalho em educação ambiental, como qualquer trabalho educativo, não pode ser constituído de práticas descontextualizadas, assim a educação ambiental abre espaço para uma grande discussão, ela deve ser trabalhada como tema transversal ou ser inserida como disciplina curricular nas escolas? Qual formaria os alunos a ter uma consciência voltada à valorização da vida, através de formação de novos hábitos e estilo de vida diferente, sem o consumismo excessivo, sem o desperdício dos recursos naturais. A questão ambiental vem sendo considerada importante para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre o ser humano, a natureza e seu uso sustentável.
Palavras-chave: Educação ambiental. Escola. Sustentabilidade.
SUMMARY
This bibliographic work aims to address to context of Environmental Education as a crosscutting theme in schools, how it influences in Sustainable Development, showing that if not there were in current education a lack of structure at the schools and teachers due to lack of incentive and political support to apply with effectiveness the work in environmental education, like any educational work, can not be constituted of decontextualized practices, thereby makes environmental education makes room for a great discussion, It should be work with a crosscutting theme or be inserted like curricular subject at schools? Would form the students a having a focused awareness to the value of life, by forming new habits and different lifestyle without excessive consumerism and the wasting of natural resources. The environmental issue has been considered important for society, well the future of humanity depends on the relationship established between man, nature and your sustainable use.
Key words: Environmental education. School. Sustainability.

RESUMEN
Este trabajo bibliográfico tiene como objetivo abordar el contexto de la educación ambiental como tema transversal en las escuelas, como influye en el desarrollo sostenible, demostrando que si no hubiera la educación actual, la falta de estructura de las escuelas y de maestros debido a la falta de incentivos y apoyo político para aplicar un trabajo eficaz en la educación ambiental, como cualquier trabajo educativo, no se puede estar compuesta de prácticas descontextualizadas, así la educación ambiental da cabida a una gran discusión, debe ser diseñada como un tema transversal o insertarse como materia curricular en las escuelas? Cual formaría a los estudiantes a tener una conciencia centrada en la valoración de la vida a través de la formación de nuevos hábitos y estilo de vida diferente y sin excesivo consumismo, sin el desperdicio de los recursos naturales. El tema ambiental se ha considerado importante para la sociedad, pues el futuro de la humanidad depende de la relación que se establece entre el hombre, la naturaleza y el uso sostenible.
Palabras-Clave: Educación Ambiental. Escuela. Sostenibilidad.

 

 

 

 

INTRODUÇÃO
A terra está passando por uma grande transição, grandes avanços tecnológicos e científicos faz com que a espécie humana experimenta um grande desafio a da sustentabilidade
Os problemas ambientais pelos quais vem passando o nosso planeta, trouxe à tona a necessidade de revermos nossas atitudes para com o meio ambiente.
E dentro desse contexto a educação Ambiental deve dirigir-se a pessoas de todas as idades, a todos os níveis, na educação formal e não formal, dar os conhecimentos necessários para interpretar os fenômenos complexos que configuram o meio ambiente. Para realizar tais funções, a Educação Ambiental deveria suscitar uma vinculação mais estreita entre os processos educativos e a realidade do educando.
Dessa forma o presente artigo surge desse questionamento: a educação ambiental deve ser apresentada como tema transversal? Este trabalho não tem a pretensão de responder de forma definitiva a essa questão, mas de colaborar com esse processo de ensino e aprendizagem.
Assim a aprendizagem não depende apenas do aluno, precisa que o professor disponibilize condições para que isso ocorra, a educação ambiental deve chegar a todas as pessoas, dentro e fora das escolas.
Por isso o objetivo central da educação Ambiental é promover uma sociedade sustentável, deixando o modelo não sustentável em nome do progresso, em nome de empregos que nunca bastam, minando assim a qualidade ambiental em todo o planeta.

 

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Com o crescimento do desenvolvimento econômico e tecnológico durante o século XX fizeram aumentar a ameaça de extinção de várias espécies e a escassez dos recursos naturais, gerando discussões e mobilizações para a construção de um modelo de desenvolvimento que associe o sistema de produção à conservação dos recursos naturais.
Eclodiram em todo mundo as preocupações com as perdas da qualidade de vida, a crise ambiental deixa o campo restrito dos ecólogos e biólogos e passa a ser domínio da sociedade civil.
É possível observar uma melhora na conscientização dos empresários e também da população, há uma preocupação mais acentuada da fiscalização por parte dos órgãos públicos competentes.
Portanto o Brasil possui várias iniciativas ambientais que precisam ser conhecidas, em 1992 ocorreu a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento a qual explana:
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, reafirmando a declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, e buscando avançar a partir dela, com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, os setores chaves da sociedade e os indivíduos, trabalhando com vistas à conclusão de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo a natureza integral e interdependente da terra, nosso lar.(SAMPAIO, 2001. pag.27-28).

A Rio 92 foi o mais importante encontro sobre o meio ambiente, após 20 anos da Conferência de Estocolmo, representantes de 170 países estiveram reunidos no Rio de Janeiro. No Rio 92 foram elaborados o tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis, como um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida.
Como confirma Philippi Jr. (2005).

A educação ambiental não é neutra, mas ideológica; e um ato política; a educação ambiental deve envolver uma holística enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar; a educação ambiental deve promover a cooperação e o dialogo entre indivíduos e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida e atender as necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de gênero, idade, religião ou classe social.

O Brasil passou a elaborar e adotar as diretrizes constantes da Agenda 21, através dessa grande conferência mundial houve um grande progresso no Direito Ambiental, nela aprovou-se o convênio sobre a diversidade biológica e sobre a mudança climática, começaram a observar a dimensão econômica e social, embora de forma discreta.
Percebe-se que a Educação Ambiental representa uma importante ferramenta de mudança desse complicado cenário, atuando diretamente na construção ou reconstrução de valores dos cidadãos e consumidores.
Reconhecida e valorizada, a Educação Ambiental ainda apresenta distorções quanto a ação reflexiva dos envolvidos nesse processo, mostrando que do discurso à ação, um longo caminho deve ser percorrido e o mesmo só pode ser pensado com a participação de todos os segmentos da sociedade, envolvidos na construção de um paradigma que represente a consciência do estado de inter-relação e interdependência de todos os fenômenos – físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais (CAPRA, 1981).
A IUCN- Internacional Union for the Conservation of Nature (1970)- definiu a Educação Ambiental como um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, voltado para o desenvolvimento de habilidades e atitudes necessárias à compreensão e apreciação das inter-relações entre o homem, sua cultura e seu entorno biofísico. A educação ambiental assume um papel estratégico nesse processo, podemos dizer que:

...a educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacíficas. (1998, p.43 ).

Em 1999, a educação ambiental tornou-se Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em que no Art. 2° afirma:
A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. “O desafio de um projeto de educação ambiental é incentivar as pessoas a se reconhecerem capazes de tomar atitudes” (MEIRELLES; SANTO, 2005, pg.35).
Ou seja, é notório que a educação ambiental é essencial para a formação de um cidadão comprometido com as questões ambientais.
Vamos ressalta que estes projetos precisam ter uma proposta de aplicação, tratando de um tema específico de interesse dos alunos, e não longe da proposta pedagógica da escola. Para Guedes (2006, p. 87), “[...] os sistemas educacionais com fortes tendências pedagógicas liberais tradicionais não compreendem ou não têm aceitado a Educação Ambiental como parte integrante do currículo e da vida escolar, impossibilitando, desta forma, a consolidação desta”.
Assim na visão de Guimarães (1995), o Ensino Médio, por exemplo, tem visado apenas o vestibular e se esquece da formação de cidadãos que pensem de forma crítica e que vejam o mundo e o próximo não como um adversário, mas como um cidadão.

Entre os vários aspectos negativos da atual educação ministrada no Brasil, ressalta o fato de ela não desenvolver no estudante os esquemas mentais que estabelecem a relação dialética das diferentes áreas de estudos entre si e também destas com a realidade social em que vivemos. O estudo da ecologia, enquanto “ciência pura”, de quase nada adianta se não relacionada com os demais campos da ciência, porque ela não leva necessariamente a uma visão globalizante, dinâmica e sistêmica das coisas, isto é, a uma visão “eco-política” (SCHINKE, 1986, p. 153).

Acredita-se que uma das formas que pode ser utilizada para o estudo dos problemas relacionados ao meio ambiente é através de uma disciplina específica a ser introduzida nos currículos das Escolas (SANTOS, 2007, p. 10), podendo assim alcançar a mudança de comportamento de um grande número de alunos, tornando-os influentes na defesa do meio ambiente para que se tornem ecologicamente equilibrados e saudáveis.
Também acredita que parte dos professores não está preparada e nem capacitada para realizar projetos de Educação Ambiental. E mesmo que houvesse preparo, um grande contingente de professores não tem interesse, nem didática ou conhecimento, para problematizar, junto a sua disciplina específica, as questões ambientais.
Em contraposição a isso, Dias (2004, pag.117), afirma que a Educação ambiental deve estar em todas as disciplinas:
...se criássemos uma disciplina, logo se transformaria numa “educação moral e cívica” da vida, odiada e relegada a um plano de descrédito e desprezo, formando uma visão estreita da realidade. Os Parâmetros Curriculares nacionais trazem uma importante contribuição para essa tarefa, por meio da transversabilidade dos temas.

O enfoque interdisciplinar tem uma ação em conjunta das diversas disciplinas em torno de um tema específico, tornando imperativa a cooperação ou interação entre todas as disciplinas. São importantes os aspectos sociais, históricos, geográficos, matemáticos, de línguas, da expressão corporal, da filosofia, etc.
Desta forma os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem que os conhecimentos possam ser interligados e inter-relacionados, possibilitando assim, que o estudante tenha acesso as informações a fim de analisá-las e entender melhor sua utilização. Caberá a escola apresentar todas as possibilidades e estruturas para o atendimento das expectativas particulares de cada aluno. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.
Por isso a educação ambiental é atravessada por vários campos de conhecimento, o que a situa como uma abordagem multirreferencial, e a complexidade ambiental (LEFF, 2001) reflete um tecido conceitual heterogêneo, “onde os campos de conhecimento, as noções e os conceitos podem ser originários de várias áreas do saber” (TRISTÃO,2002).
Conforme destacam os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997a, p. 25):

[...] Eleger a cidadania como eixo vertebrado da educação escolar implica colocar-se explicitamente contra valores e práticas sociais que desrespeitem aqueles princípios, comprometendo-se com as perspectivas e as decisões que os favoreçam. Isto refere-se a valores, mas também a conhecimentos que permitam desenvolver as capacidades necessárias para a participação social efetiva. Uma pergunta deve ser então respondida: as áreas convencionais classicamente ministradas pela escola, como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, não são suficientes para alcançar esse fim? A resposta é negativa.

Diante desta discussão, foi elaborado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) por uma equipe de especialistas ligada ao Ministério da Educação (MEC), e que têm por finalidade estabelecer uma referência curricular para o professor e apoiar a revisão e/ou a elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino.
De acordo com Loureiro (2006),

[...] os Parâmetros Curriculares Nacionais, produzidos com base na LDB e lançados oficialmente em 15 de outubro de 1997, documento que definiu como temas transversais, em função da relevância social, urgência e universalidade: saúde, ética, pluralidade cultural, orientação sexual e meio ambiente ( Loureiro apud BRASIL, 1997., pag.36 ).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) reconhecem a Educação Ambiental como uma temática a ser inserida no currículo de modo diferenciado, não se configurando como uma nova disciplina, mas sim como um tema transversal.
Percebe-se que os temas transversais lidam com valores e atitudes, em que a avaliação do educador necessita merecer um cuidado especial, não podendo ser como nas disciplinas tradicionais. É importante ressaltar que a utilização dos temas transversais pode ocorrer em todos os momentos escolares, seja ele desde a definição de objetivos como até mesmo orientações didáticas para determinado conteúdo.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – Meio Ambiente e Saúde:
Os conteúdos de Meio Ambiente serão integrados ao currículo através da transversalidade, pois serão tratados nas diversas áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, criar uma visão global e abrangente da questão ambiental (1997, p.36).

Em muitos livros rotulados como educação Ambiental na verdade são livros de ciências que abordam a questão da poluição, da camada de ozônio, do efeito estufa, entre outros, de uma forma muito generalizada, tratando apenas dos sintomas dos problemas ambientais sem maiores referências às causas, muito menos quais razões essas existem e quem as executa.
Pode se dizer que a falta de consciência ambiental dos alunos origina-se da estrutura educacional com métodos defasados, sem sintonia com a realidade, gerando cidadãos com hábitos e comportamentos prejudiciais ao meio ambiente, por não terem recebido uma educação com métodos que se adéquem a sua realidade.
Programar mudanças e formar gerações passou a ser o grande desafio da educação, entendida aqui, como um “processo de desenvolvimento de aptidões, de atitudes e de outras formas de conduta que visa à formação integral de uma pessoa para o atendimento às necessidades e as aspirações de natureza pessoal e social”, conforme expresso nos PCNs (BRASIL/MEC, 1981).
A Educação Ambiental é considerada uma prática social que pode contribuir para combater a crise ambiental e social, deve estar presente no currículo do ensino formal, de maneira contínua, permanente e interdisciplinar, é necessário que a Educação Ambiental praticada na escola esteja em sintonia com a realidade de sua comunidade e se relacione com as questões ambientais vivenciadas, admitindo que cada um dos atores sociais tenha um papel importante a cumprir na preservação e transformação do ambiente em que vivem. Compreendendo o futuro, como construção coletiva, dependente das decisões políticas e econômicas (MEDINA, 2002). .
No âmbito escolar deve-se iniciar tratar a educação ambiental a partir dos conhecimentos prévios dos alunos permitindo que os alunos analisem a natureza de acordo com as práticas sociais. O aprender a cuidar da natureza é algo gradativo, em que o ser humano compreende que o uso indevido dos recursos naturais pode afetar sua qualidade de vida e do resto do mundo e que o cuidado com o meio ambiente não é somente responsabilidade dos órgãos governamentais.
Definindo educação ambiental Meirelles e Santos (2005, pg.34) dizem:

A educação ambiental, e uma atividade meio que não pode ser percebida como mero desenvolvimento de “brincadeiras” com crianças e promoção de eventos em datas comemorativas ao meio ambiente. Na verdade, as chamadas brincadeiras e os eventos são parte de um processo de construção de conhecimento que tem o objetivo de levar a uma mudança de atitude. O trabalho lúdico e reflexivo e dinâmico e respeita o saber anterior das pessoas envolvidas.

Portanto, Educação Ambiental tem assumido nos últimos anos o grande desafio de garantir a construção de uma sociedade sustentável, em que se promovam, na relação com o planeta e seus recursos, valores éticos como cooperação, solidariedade, generosidade, tolerância, dignidade e respeito à diversidade (CARVALHO, 2006, pag.33)
Os esforços para preservar a biodiversidade, às vezes se chocam com as necessidades humanas, o desenvolvimento sustentável representa uma das possibilidades para este confronto.
A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades revela que o impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. O conceito de desenvolvimento sustentável surge para enfrentar a crise ecológica.
Conforme Salvador (2006) O conceito de sustentabilidade formulado em Nosso Futuro Comum coloca questões novas em relação à problemática socioambiental. Refere-se não apenas aos limites impostos pelo caráter finito da natureza, mas à noção de necessidade básica, particularmente, às “necessidades essenciais do mundo”. Assim formulado, o conceito de sustentabilidade passa a ter uma dimensão social peculiar.

O desenvolvimento sustentável não se refere especificamente a um problema limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia ou modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto uma viabilidade econômica quanto ambiental. Num sentido abrangente a noção de desenvolvimento sustentável remete à necessária redefinição das relações sociedade humana – natureza, e, portanto a uma mudança substancial do próprio processo civilizatório. Entretanto, a falta de especificidade e as pretensões totalizadoras tem tornado o conceito de desenvolvimento sustentável, difícil de ser classificado em modelos concretos e operacionais e analiticamente precisos. Por isso, ainda é possível afirmar que não se constitui num paradigma no sentido clássico do conceito, mas uma orientação ou um enfoque, ou ainda uma perspectiva que abrange princípios normativos (Jacobi, 1997; Ruscheinsky, 2004; Guimarães, 2001).

Um dos princípios do desenvolvimento sustentável é de proteger toda a espécie de vida no planeta, propiciando uma qualidade de vida satisfatória ao ser humano para as presentes e futuras gerações. O que se destaca no desenvolvimento sustentável, bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, para que as futuras gerações também possam desfrutar dos recursos.
Reeducação da sociedade humana, em busca do regate de valores e criação de outros, elege-se a ideia –força policêmica do desenvolvimento humano sustentável como transformadora dessa sociedade.(DIAS, GERALDO, 2004. P.95)

A Educação Ambiental deverá ser capaz de desencadear ações que permitam preparar os indivíduos e a sociedade para o desenvolvimento sustentável, estratégias adequado para responder aos desafios dessa nova clivagem mundial.
Percebe-se que a educação ambiental quando aplicada de forma correta atinge todas as dimensões do mundo; alcança todos os âmbitos sociais, econômico e ambiental.
Dessa forma, enquanto esse modelo tradicional de educação existir, onde as disciplinas curriculares estiverem sobrecarregadas de conteúdos e não houver uma melhor formação para os cursos de licenciaturas ou pelos menos formações continuadas nas instituições de ensino, os temas transversais ficarão de lado e com isso a formação de cidadãos críticos e participativos sobre as questões ambientais também.
Portanto, é um processo permanente, é obrigatoriamente uma ação coletiva, voltadas para a construção de uma nova sociedade.

 

 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com essa revisão bibliográfica a Educação Ambiental é o resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, assim tornando possível uma ação capaz de responder às necessidades do ser humano sem prejudicar efetivamente o meio ambiente.
Um argumento bastante utilizado para defender a não criação de uma disciplina é a suposição de que, havendo um profissional na escola dedicado ao assunto, os outros professores não se envolveriam com a questão.
A esse respeito, os PCNs são referências a todas as escolas do país para que garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade. Sua finalidade é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos conscientes, responsáveis e participantes.
É preciso que o educador possa discutir esses conteúdos relacionados ao Meio ambiente no decorrer das suas aulas, para que os alunos consigam desenvolver e adotar durante o processo de desenvolvimento comportamentos ambientalmente correto, solidário, responsável, crítico e reflexivo.
Contudo, os professores possam utilizar-se de ferramentas que auxiliem na sua prática metodológica na Educação Ambiental, para que possam despertar em seus alunos uma consciência em relação ao seu meio, para que essas crianças possam a vir desenvolver valores e atitudes ambientalmente corretos em relação ao seu ambiente.
Mas a falta de preparo na formação dos professores e a grande quantidade de conteúdos em cada disciplina, fazem com que o tema Meio Ambiente seja abordado de uma forma simples e reducionista apenas por disciplinas consideradas mais intimamente ligadas, como ciências.
Portanto a Educação Ambiental é vista e entendida como um processo e não como um fim em si mesmo. O trabalho em Educação Ambiental, assim como qualquer trabalho educativo, que envolva a formação de cidadãos, não pode ser constituído de práticas descontextualizadas, deve possibilitar aos estudantes uma sensibilização com as questões relativas ao meio.


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LOUREIRO. Carlos Frederico B.Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006
MEIRELLES, Maria de Sousa; SANTOS, Marly Terezinha. Educação Ambiental uma Construção Participativa. 2ª ed. São Paulo, 2005.
SAMPAIO, Rômulo Silveira da Rocha, Direito ambiental: doutrina e casos práticos, Rio de Janeiro: Elsevier: FGV, 2011.SALVADOR (BA). Secretaria Municipal da Educação e Cultura. Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental: as escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador / Concepção e elaboração: Jamile Trindade Freire, Maria de Fátima Falcão Nascimento, Sueli Almuiña Holmer Silva. Salvador: SMEC, 2006.
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