EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO AMBIENTE ESCOLAR ECONTEMPORANEIDADE

Ednayran Pereira dos Santos Lira [email protected],

Lauriluci Farias Lopes de Albuquerque [email protected],

Marcelle de Barros e Silva Torres [email protected],

Márcia Andréa Albuquerque Santos de Mendonça [email protected]&

Nacione Santana Diniz Gomes [email protected][1]

Prof.ª Dra. Jedida Melo[email protected][2]

Introdução

Desde os primórdios da existência da Terra, a sobrevivência do homem depende de sua relação com o ambiente e desde essa época já havia preocupação com a sua preservação. A ocupação desordenada de centros urbanos, com ocrescimento populacional nas cidades, o aumento da geração de resíduos, e o advento da industrialização sem o devido tratamento dos resíduos sólidos e químicos, ao longo dos anos vêm comprometendo os recursos naturais renováveis que, paulatinamente,estão mais escassos.

            As catástrofes ambientais que ocorreram na Europa após a Segunda Guerra Mundial e a poluição ambiental causada pelo desenvolvimento industrial impeliram no surgimento da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) na conferência mundial promovida pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1948.

            No Brasil, a mais recente e pior catástrofe ambiental ocorreu em Mariana, Minas Gerais em 2015, com o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, onde segundo as reportagens da época, milhões de metros cúbicos com rejeitos de mineração devastaram o Rio Doce, comprometendo a vida de várias pessoas, da fauna e da flora de uma extensa região, com impactos ambientais incalculáveis e irreversíveis.

            Mundialmente como também no Brasil, ao longo das décadas, a preocupação como desenvolvimento de políticas públicas de incentivo à reciclagem, a redução dos desperdícios vem aumentando e são estimulados subsídios a projetos ecologicamente corretos e de geração de emprego e renda. Paralelamente,foi instituído um arcabouço legal parafavorecer a possibilidade de punir, corrigir e incentivar medidas que, além de serem ambientalmente justas, também façam parte dointeresse econômico da sociedade.

            Desde 1999, no Brasil, a Secretaria do Meio Ambiente tenta estreitar a relação entre a educação formal e a ambiental. Este artigo pretende retratar a transversalidade da Educação Ambiental nos processos de formação dos estudantes da contemporaneidade, tendo o ambiente escolar como possibilidades de intervenções multi, inter e transdisciplinares que favoreçam a conscientização da importância da preservação da natureza, dos recursos naturais da humanidade na Terra.

 

Desenvolvimento

A evolução da consciência ecológica apresenta marcos histórico, registros com críticas ao modelo de educação tecnicista sem a preocupação com o meio ambiente datam desde a década de 1960. Em 1968, a compreensão que o meio ambiente deveria ser definido pela inter-relação dos aspectos sociais, culturais e econômicos foi definida pela UNESCO. Em 1977, baseado na Conferência Internacional de Tbilisi, o Brasil criou seu primeiro documento sobre Educação Ambiental.

A partir da Lei Federal nº6938/81 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, destinada a solucionar problemas ambientais, vários debates, publicações e estudos começaram a ganhar espaço no cenário nacional.

A década de 1990 foi marcada por vários eventos no Brasil sobre o tema, destacando-se o Encontro Nacional de Políticas Públicas e Metodologia para Educação Ambiental em 1991, a Rio-92 – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Agenda 21, a Carta Brasileira para a Educação Ambiental e o Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.

A educação ambiental enquanto saber interdisciplinar traz o entendimento que a educação deve transcender o ambiente escolar e se associar aos múltiplos espaços de convívio social. Para isso,é necessária a integraçãodos diversos equipamentos sociais (casa, clubes, associações, dentre outros) com a escola a fim de ampliar as discussões e atitudespara minimizar, os danos causados pelo desconhecimento decorrentes das ações do homem na natureza e as tragédias provocadas pela degradação do homem ao ambiente.

Na contemporaneidade existem diversas correntes de modelos para a educação ambiental, como a naturalista, centrada na natureza e com o enfoque educativo cognitivo; a conservacionista/recursista, centrada na conservação da quantidade e qualidade dos recursos; a resolutiva, proposta pela UNESCO; a sistêmica, foca na compreensão adequada das realidades e problemáticas ambientais; a científica que aborda com rigor científico as realidades, dirigindo os estudos para as causas e efeitos das problemáticas ambientais; a humanista com ênfase da dimensão humana do meio ambiente; a moral/ética baseia-se nos conjunto de valores, apontando para o desenvolvimento moral dos alunos e vinculando ao desenvolvimento do raciocínio sociocientífico; a holística voltada exclusivamente ao enfoque analítico e racional das realidades ambientais; a biorregionalista centra a educação ambiental do desenvolvimento de pertença ao local ou região e no compromisso na valorização do meio; a prática centra-se na ação pela ação e para a melhora desta; a crítica social centra-se em análises das dinâmicas sociais, das problemáticas ambientais, de intenções, posições, argumentos, valores, decisões e ações de diferentes protagonistas de uma situação ambiental; a feminista valoriza os enfoques intuitivos, afetivos, simbólicos, espirituais ou artísticos das realidades e dos ambientes; a etnográfica propõe que os métodos pedagógicos se inspirem nas diversas culturas que tem outra relação com o ambiente; a eco educação propõe o atuar significativo e responsável na relação do desenvolvimento pessoal com o meio ambiente; e a da sustentabilidade propõe que a educação seja voltada ao desenvolvimento sustentável.

O desenvolvimento da consciência ecológica deve ser iniciado na mais tenra idade e a escolaé o meio mais abrangente para esse desenvolvimento. A promoção da interdisciplinaridade com a educação ambiental favorecerá ao maior número de estudantes a aprendizagem da necessidade de mudança nos hábitos ambientais, com o enfoque não apenas técnico, mas ético da dimensão ambiental, numa perspectiva de perfil de desenvolvimento focado na sustentabilidade socioambiental.

Na expectativa do crescimento da consciência ambiental a população assume um papel de destaque e se torna corresponsável quando participa do poder de decisão, fiscalização e controle dos agentes de degradação ambiental. E a escola possibilita a disseminação do conhecimento, quando transversaliza a educação ambiental, oportunizando que tanto a criança da metrópole ou a de menor poder aquisitivo ou ainda do interior tenham acesso à informação e educação.

A política também é fundamental no processo de mudança e na reflexão crítica dos valores individuais e coletivos, assim a tríade pessoas, ambiente e política, podem minimizar as catástrofes ambientais, além de proporcionar ecossistemas mais harmoniosos e sustentáveis.

As metodologias educacionais que primem pelos saberes prévios de seus alunos, permitem a análise da natureza de acordo com as práticas sociais dos aprendizes e a reflexão crítica sobre o uso indevido de recursos naturais favorecerá profundamente na mudança de valores sobre o cuidado com o meio ambiente e a corresponsabilidade de todos na promoção da qualidade de vida da humanidade. E os professores são essenciais para que os alunos desenvolvam a compreensão essencial do meio ambiente global e local, pelo entendimento de suas realidades, problemáticas e soluções, além do desenvolvimento da responsabilidade de cada aluno na construção de um mundo mais justo, igualitário e ambientalmente sustentável.

Conclusão

            Na contemporaneidade, ou o homem muda seus hábitos ou seus maus hábitos ameaçarão sua existência na Terra, assim ele tanto precisa (re)aprender a cuidar do meio ambiente e tratar de forma adequada a geração dos resíduos sólidos, como investir na educação ambiental desde a mais tenra idade para que seja desenvolvida uma cultura, com hábitos valores éticos de preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

            E, neste contexto, a escola e seus professores possuem papel fundamental e imprescindível, onde a educação ambiental seja transversal dentro das disciplinas da educação formal e metodologias ativas que centralizem o estudante dentro dos diversos espaços sociais com práticas ambientalmente sustentáveis, também desenvolverá o compromisso e o sentimento de responsabilidade na preservação de ecossistemas que primem pela convivência harmoniosa entre o homem e o meio em que vive, evitando assim as catástrofes ambientais.

            Por outro lado, as políticas públicas devem ter sempre a sustentabilidade com eixo transversal de suas ações e as esferas governamentais devem garantir o arcabouço legal que para além de orientar, sirva para fiscalizar, controlar e, quando necessário, punir os transgressores e promotores da degradação ambiental.

Referência Bibliográfica

SILVA, Márcia Nazaré, A Educação Ambiental na Sociedade Atual e sua Abordagem Escolar, 2010.

[1]Mestrandas em Ciências da Educação com Ênfase em Saúde – FICS

[2]Doutora em Educação - FICS