EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO

Luiz Carlos Arrais[1]

 

 

[1] Graduação em engenharia agronômica, Especialização Lato Sensu em Educação Ambiental pela Faculdade São Luís de Jaboticabal. E-mail do autor: [email protected]. Orientadora Prof. Marcia Schmidt Néglia Armenini.

RESUMO

 

O presente artigo busca demonstrar à relevância da educação ambiental nas instituições de nível técnico no ensino médio. Este estudo tem como referência a legislação educacional nacional, a origem das instituições de ensino técnico e o histórico das escolas técnicas do estado de São Paulo pertencentes ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS). Para a realização deste trabalho a metodologia usada constituiu de pesquisa bibliográfica com e documental com autores de diversas áreas como: ambientais (Dias, 2006), sociais (Freire, 1996) e econômicas (Paiva, 2008). O objetivo geral procura compreender o processo de ensino nas instituições educacionais públicas, pois o Brasil é reconhecido mundialmente pela sua fauna, flora e pelos seus recursos naturais como a água, entretanto um grande problema se apresenta aos educadores: como conciliar preservação do meio ambiente com o ensino técnico?

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação ambiental; Ensino Técnico; CEETEPS

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

A legislação educacional brasileira é formada por um conjunto de normas educacionais, leis e regulamentos que visam a democratização do acesso e da melhoria da qualidade da educação no país. O processo de construção da legislação educacional é longo e contínuo devido os anseios da sociedade dinâmica e competitiva em que vivemos. A educação nacional é constituída por diversas leis que asseguram o direito da educação aos brasileiros.  A Leis de Diretrizes Básicas - LDB - e a Constituição são uma das principais leis que fazem parte da formação do ensino do país.

 

Uma das dimensões na educação como direito é a de se fazer assegurar, no arcabouço normativo que a regula, fundamentos, princípios, diretrizes e orientações, definindo com mais precisão as obrigações e responsabilidades do Estado (SILVA, 2011, p. 230).

 

O decreto 7.5666 de 1909 (Brasil, 1909) é considerado o início do ensino profissional, científico e tecnológico no território brasileiro. Este acontecimento possibilitou o surgimento das primeiras escolas que tinham o firme propósito de oferecer ensino profissional a nível primário e gratuito. Essas instituições tinham como prioridade a capacitação profissional da população menos favorecida na sociedade, como as pessoas de baixa renda. Havia uma preocupação voltada a inclusão social de jovens carentes.

A Constituição de 1934 foi substituída durante o Governo de Getúlio Vargas. A quarta Constituição brasileira de 1937 foi inspirada em correntes antiliberais predominantes da época e que desprezavam a democracia e a liberdade de opinião. Apesar de ser uma lei inspirada nos ideais antiliberais da época, ela contemplou o ensino técnico como fator estratégico para a melhoria das condições sociais da classe trabalhadora e o desenvolvimento da economia do país.

Em 1942, houve uma profunda reforma no sistema educacional do Brasil. O ensino profissional igualou ao técnico de nível médio. Os Liceus Industriais da época passaram a ser denominadas como Escolas Industriais e Técnicas. O novo sistema educacional proposto pelo ministro Gustavo Capanema coincide com a divisão econômico-social do trabalho. Esse modelo educacional predominou até o final da década de 1950 e as escolas ganharam a autonomia pedagógica e administrativa. Elas passaram a ser chamadas de Escolas Técnicas Federais.

Uma nova mudança na educação ocorreria em 1962 através da lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Foi a primeira lei especifica sobre as questões educacionais, na qual permitiu a diminuição do poder centralizador do Governo Federal e uma maior autonomia aos órgãos no domínio dos estados. Também equiparou o ensino profissional ao ensino acadêmico.

No ano de 1988 aconteceria a redemocratização do país com a nova Constituição Brasileira. É a Carta Magma considerada mais completa de todas as anteriores. O artigo 205 especifica sobre quem tem direito e o dever de promover a educação em colaboração com a sociedade.

A Carta Magna brasileira promulgada em 1988, denominada de Constituição Cidadã pelo representante do congresso Ulysses Guimarães, é considerada até os dias de hoje uma das mais modernas e progressistas do mundo, em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos dos brasileiros (DUARTE, 2012).

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento de pessoas, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (SILVA, 2008, p. 312).

A lei das diretrizes e bases da educação nacional de 1996 foi criada garantindo o direito à educação pública, garantido pela Constituição Federal de 1988. Através do artigo 21, a LDB atribui caráter de norma legal à condição do Ensino Médio como parte da Educação Básica. O Ensino Médio profissionalizante ou não, passa a ser de responsabilidade dos Estados em regime de colaboração com a União.

A LDB 9394 (Brasil, 1996) estabelece:

 

[...] em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidade especiais, preferencialmente na rede regular de ensino.

 

Por outro lado, assegura o ensino fundamental e oferece, com prioridade, o ensino médio.

Uma nova reforma do ensino médio foi aprovada e sancionada pelo presidente Michel Temer no início de 2017, apesar de fortes protestos da sociedade. A Medida Provisória 746 de setembro de 2016 estabelece a flexibilização do conteúdo ensinado nas escolas e a integração com o ensino técnico. O currículo será alterado significativamente, sendo 60% definido pela Base Nacional Comum Curricular. Os outros 40% serão destinados apenas aos cursos formativos e a formação educacional técnica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

       O Brasil é um país formado por várias riquezas naturais constituídas em recursos minerais e espécies animais e vegetais. Possui aproximadamente 13,7 % da água doce do planeta, sendo que a maior parte das águas brasileiras está nos rios da Amazônia (MENDONÇA, 2013). Porém, é uma nação que sofre muito com problemas ambientais que afetam o solo, o ar e água. A situação do meio ambiente só tem se agravado cada vez mais nas últimas décadas. O que tem causado perdas significativas na natureza, na economia e na sociedade. As populações rurais e urbanas passam por vários tipos de impactos ambientais no Brasil.   Esses prejuízos têm se intensificado pela ação descontrolada do homem sobre o meio ambiente. Os danos gerados têm causados severos danos no solo, na água, na atmosfera, na fauna e na flora. Queimadas descontroladas; uso indiscriminado de defensivos agrícolas; prática da monocultura; caça e pesca indiscriminada; tráfico de espécies silvestres são alguns exemplos dos problemas ambientais que tem causado perda de biodiversidade no território brasileiro. Muitas espécies que ainda não foram identificadas no território brasileiro correm o risco de desaparecerem. O resultado da diminuição da biodiversidade afeta diretamente o futuro da sobrevivência da espécie humana que necessita cada vez mais de recursos naturais.

Faz-se necessário, nas escolas, despertar o interesse dos jovens pelas questões ambientais. A educação voltada para as questões ambientais tem o poder de transformar a sociedade para que a população reveja o seu modo de consumo e de tratar a natureza. 

A educação tem sido citada como o processo de ensino e aprender que é exercida nos diversos espaços de convívio cultural. O ensino pode ocorrer de forma formal ou informal. As escolas são instituições educacionais informais, devido o estabelecimento de regras, de normas, de hierarquias. Por outro lado, a educação do indivíduo inicia informalmente em casa através do próprio ambiente familiar. A educação informal é fundamental para o ensino da fala, dos valores morais e religiosos.

A escola é um local privilegiado para o desenvolvimento de habilidades e competências do indivíduo. É na escola que o jovem vai ter contato com conteúdos diversos nas áreas de humanas, biológicas e exatas, além de desenvolver o convívio social com outros alunos e com os educadores. Processo importante para a construção de habilidades e competências para a preparação do indivíduo para a sociedade.

É importante, como diz Paulo Meksenas (1988, p.134), “a educação aparece no início do século XXI como um fator importante do crescimento econômico e da competitividade em mercados globalizados”. Nesse cenário, o autor explica que é preciso pensar que a educação também se torna em uma estratégia para diminuir as desigualdades sociais

A educação é o único meio possível para diminuir as desigualdades sociais de um país. Um meio de transformar o modo de vida em relação a sociedade, a economia e o meio ambiente.

Brandão (2007) apresenta o conceito de educação pela origem etimológica da palavra que vem do latim “educere”, que significa extrair, tirar, desenvolver. Deste entendimento parte a ideia de ação consciente que possibilita o crescimento. Existe aquele que conduz (educador), impondo uma direção, e outro que se deixa guiar (educando).

Porém, segundo Paulo Freire (1996, p.38), “A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando (...)”.  Paulo Freire critica o modelo tradicional de prática pedagógica chamando a de educação "bancária", mas também recomenda uma educação libertadora, com sustentação no processo do diálogo, o que humaniza as pessoas tornando as críticas e capazes de transformar o mundo.

A educação ambiental tem características de uma educação libertadora quando tem como objetivo desenvolver nas pessoas uma consciência crítica sobre os problemas ambientais e que estimula a tentar buscar soluções inovadoras para estes problemas. A sociedade necessita de novas ideias e novos processos de produção que consumam menos recursos da natureza e que reduzam impactos sobre o meio ambiente. Exige também uma postura cidadã perante a sociedade e os seus desafios que ela oferece. Conforme Paulo Meksenas (1988, p.134). O desempenho da cidadania, ou seja, o exercício político do cidadão diz respeito a procedimentos que desenvolvemos para lidar com os direitos e deveres exigidos no cotidiano. O exercício da cidadania está relacionado com a construção de uma sociedade mais justa e mais equilibrada ambientalmente.

No entanto, existem várias considerações sobre a educação ambiental que foram construídas em momentos diferentes em conferências ambientais e por autores distintos.  Os diversos e severos problemas ambientais que afetavam o mundo levaram a sociedade a convocar encontros internacionais para discutir sobre essas questões e propor soluções. Nos encontros mundiais surgiram novos conceitos como sustentabilidade e educação ambiental:

A Conferência Intergovernamental de Tbilisi de 1977 define a educação ambiental  como:“um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida”.

Por outro lado, a Política Nacional de Educação Ambiental tem outro conceito. O artigo 1º da Lei nº 9795 de 1999 cita que "Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade."

A Política Nacional de Educação Ambiental coordena o Programa Nacional de Educação Ambiental. Ela é constituída por ações que destinam-se a garantir, no setor educativo, a integração de múltiplas extensões da sustentabilidade que correspondem a ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política. O que favorece uma melhor qualidade de vida para a população e o desenvolvimento do país.

Genebaldo Freire (2008) cita que:

 

[...] a educação ambiental tem como finalidade promover  a compreensão da existência e da importância da interdependência econômica, política, social e ecológica da sociedade; proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias, para proteger e melhorar a qualidade ambiental; induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, tornando-a apta a agir em busca de alternativas de soluções para os seus problemas ambientais, como forma dede elevação da sua qualidade de vida.

 

  1.  A formação do educador ambiental

Atualmente, um dos grandes desafios na educação ambiental é iniciar um processo de capacitação de docentes em atividade e aqueles em formação. Docentes que estejam preparados para as novas incitações de uma sociedade em constante transformação. Segundo Paiva (2008), existem novos problemas atuais relacionados, principalmente, às pressões sobre o meio ambiente, das formas modernas de produção e consumo, à transformação demográfica nos países industrializados, etc. Essas antigas e novas questões pedem por uma ação mais eficaz dos Governos e estabelecem o desafio do aperfeiçoamento das formas de coordenação e atuação em nível internacional.

 

A complexidade da temática ambiental e a importância de dirigir os processos sociais, visando a uma implicação ativa dos agentes comunitários envolvidos nas atividades de uso e/ou conservação dos recursos naturais, e a adoção de posturas que permitem a concretização de alternativas de desenvolvimento sustentável com justiça social, impõem a necessidade de criar novos processos de formação de formadores, tanto nos âmbitos formais da Educação Ambiental, como nos não formais e comunitários (Medina, 2002).

 

A construção de uma estrutura teórica e prática para o ensino da Educação Ambiental progrediu muito nas últimas décadas.  Porém, as instituições atuais estão impregnadas de concepções anacrônicas e fragmentadas do mundo comum como, também, em relação ao lugar do ser humano nesse (MUÑOZ, 1995).

É necessário criar ambientes educativos funcionais e flexíveis onde jovens e adultos possam entrar conceitos importantes para seu o momento presente e futuro.

            Que permitam uma transformação nas crenças e valores da sociedade com uma postura ética, responsável e solidária. Uma mudança que permita adquirir uma percepção holística e integral para superar as injustiças ambientais, a desigualdade social, a exploração intensiva dos recursos da natureza.

Segundo Almeida e Rigolin (2009 p.134), “Os impactos ambientais eram muito pequenos no início da história do homem. O aumento populacional e o desenvolvimento tecnológico, no decorrer do tempo, intensificaram rapidamente a dimensão desses impactos”. Esses impactos são causados de forma direta ou indiretamente por qualquer aspecto de atividade humana sobre o planeta.

Os problemas ambientais brasileiros surgiram desde o período da Colonização e se estenderam com os outros ciclos econômicos baseados principalmente pelo extrativismo e pela agricultura. Atualmente, os problemas que mais afetam o território brasileiro são a perda da biodiversidade; a erosão dos solos; a escassez da água e a poluição do ar e da água.

   Em contrapartida, existem vários outros problemas ambientais no mundo que geram perda da biodiversidade e da qualidade de vida na sociedade. O aquecimento global é um dos maiores desafios para a humanidade contemporânea. Esse desafio tem levado vários países a se encontrarem para discutir sobre soluções, propostas e acordos para a redução dos gases do Efeito Estufa.  São problemas que ameaçam severamente a existência da humanidade sobre o planeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. O CENTRO PAULA SOUZA E O ENSINO TÉCNICO

 

O Centro Paula Souza é uma autarquia mantida pelo Governo do Estado de São Paulo (CEETEPS), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. A instituição dirige aproximadamente 220 Escolas Técnicas Estaduais denominadas (Etecs) e também as 66 Faculdades de Tecnologia chamadas de Fatecs (dados de 2017). Oferecendo vários cursos técnicos de nível médio e superior de graduação tecnológica, em diversas áreas, em mais de 300 municípios do estado de São Paulo.

As Etecs têm mais de 208 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Médio e Técnico Integrado ao Médio, com 139 cursos técnicos para os setores industrial, agropecuário e de serviços, incluindo habilitações nas modalidades semipresencial, online, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e especialização técnica.

O histórico da instituição começa com a sua criação pelo decreto-lei de 6 de outubro de 1969, durante a gestão do governador Roberto Costa de Abreu Sodré. Foi constituído através do resultado de um estudo de trabalho para medir a viabilidade de implantação gradativa de cursos superiores de tecnologia com duração de dois e três anos no estado de São Paulo.

O curso Técnico em Meio Ambiente surgiu para atender as necessidades relacionadas com a prestação de serviços na área ambiental pelas instituições públicas e privadas. Além de que o Meio Ambiente é a grande discussão e o maior impasse das últimas décadas no Brasil e no mundo. Devido ao crescimento caótico dos grandes centros e também pelas grandes modificações ocorridas da industrialização e que intensificaram a degradação ambiental e da qualidade de vida.

O currículo do curso pretende garantir o desenvolvimento de competências fixadas pela Resolução CNE/CEB 04/99 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, além daquelas específicas que foram identificadas pelo CEETEPS, com a participação dos docentes e coordenadores da instituição. São cursos criados com duração de três módulos, ou seja, um ano e meio iniciaram para atender alunos no período diurno ou noturno. O perfil do Técnico em Meio Ambiente baseia-se no profissional que coleta, armazena e interpreta informações, dados e documentações ambientais. Além de colaborar na elaboração de laudos, relatórios e estudos ambientais. E auxiliar na elaboração, no acompanhamento e na execução de sistemas de gestão ambiental.

 

3.1 Objetivos do curso

 

Devido as questões ambientais e as exigências do mercado de trabalho, fica indiscutível a relevância de se qualificar os jovens para se tornarem futuros cidadãos brasileiros. Cidadãos que tenham a capacidade realizar novas ideias como empreendedores de forma responsável e sustentável.

Os objetivos do curso visam criar habilidades e competências para que o futuro técnico em meio ambiente possa exercer plenamente a profissão em instituições públicas, empresas de prestação de serviços, estações de tratamento de água e resíduos e o Terceiro Setor.

Conforme o artigo 6º do Conselho Nacional da Educação (1999, p 02) denomina competência profissional como: “ a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho”.

No entanto, o requisito de acesso ao Curso de técnico em Meio Ambiente no Centro Paula Souza só ocorrerá por meio de processo classificatório para alunos que tenham finalizado, no mínimo, a primeira série e permaneçam matriculados na segunda série do Ensino Médio ou análogo. O quadro a seguir demonstra a relação de candidatos inscritos e a demanda para o Vestibulinho para os cursos oferecidos na ETEC Cel Raphael Brandão:

 

         Quadro 1. Processo Seletivo Vestibulinho da ETEC de Barretos no 1º semestre - 2017

Curso

Período

Inscritos

Vagas

Demanda

AÇÚCAR E ÁLCOOL

Noite

132

40

3,30

ALIMENTOS

Noite

79

40

1,98

ENFERMAGEM

Tarde

160

40

4,00

ENSINO MÉDIO

Manhã

429

120

3,58

INFORMÁTICA

Noite

118

40

2,95

INFORMÁTICA - (EAD - SEMIPRESENCIAL)

Sábados pela manhã

59

40

1,48

MECÂNICA

Noite

194

40

4,85

MEIO AMBIENTE

Noite

75

40

1,88

MEIO AMBIENTE - INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

Integral

131

40

3,28

QUÍMICA - INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

Integral

131

40

3,28

SEGURANÇA DO TRABALHO

Noite

215

40

5,38

Fonte:  www.vestibulinhoetec.com.br/unidades-cursos/curso.asp?c=220/ acesso em: 25 abr. 2017.

 

Segundo o mesmo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (2010, p.1), o curso de Técnico em Meio Ambiente tem como objetivo capacitar o aluno para:

 

  • identificar as fontes e o processo de degradação natural de origem química, geológica e biológica e as grandezas envolvidas nesses processos, utilizando métodos de medição e análise;
  • atuar na organização de programas de educação ambiental, de conservação enpreservação de recursos naturais, de redução, reúso e reciclagem;
  • identificar as intervenções ambientais, analisar suas consequências e
    operacionalizar a execução de ações para preservação, conservação, otimização, minimização e remediação dos seus efeitos;
  • executar o monitoramento de variáveis ambientais;
  • participar da gestão em unidades de conservação.

 

3.2. Organização Curricular e Término de Curso


            A organização curricular do CEETEPS subentende uma perspectiva de articulação interdisciplinar no processo de ensino e aprendizagem, orientada para o desenvolvimento de conhecimentos e valores.

Segundo Mendonça e Laurence (2010, p.08), “... a interdisciplinaridade e a contextualização indicam novos caminhos para a organização dos conteúdos escolares”.

A contextualização retira o aluno da condição de espectador passivo e promove a aprendizagem significativa e a reciprocidade.

Por outro lado, Fazenda (2008, p.17) cita que:

 

Se definirmos interdiscipli-naridade como junção de disciplinas, cabe pensar currículo apenas na formatação de sua grade. Porém se definirmos interdisciplinaridade como atitude de ousadia e busca frente ao conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se formam professores.

 

Nesse panorama, Fazenda (2008) explica que é preciso trabalhar junto a interdisciplinaridade com o currículo para a construção de uma educação que transforma a vida do aluno e do professor.

Além da interdisciplinaridade, o currículo também tem um papel importante para a educação. Ele é aplicado em diversas situações sociais do cotidiano do aluno.

O currículo e seus conteúdos dos cursos técnicos do Centro Paula Souza foram estruturados de modo a assegurar o que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no que se refere no seu norteamento para a assegurar a formação básica comum.  O artigo 26 da LDB estabelece que a base comum dos seus currículos serão complementados por uma base diversificada de acordo com as exigências regionais e locais da sociedade, da cultura e da clientela no território nacional.     

A Habilitação Profissional de Técnico em Meio Ambiente tem a sua organização curricular organizada conforme com o Eixo Tecnológico de “Ambiente e Saúde” e estruturada em módulos articulados, com o seu término equivalente à qualificação profissional de nível técnico reconhecida no mercado de trabalho e pela sociedade.

Os seus módulos são organizações de conhecimentos e saberes originários de diversos campos disciplinares. Por intermédio de atividades formativas, elas constituem a formação teórica à educação prática fundamentais para a o desenvolvimento das capacidades profissionais do curso técnico (CEETEPS, 2010).

Os módulos do curso constituem significativo instrumento para a flexibilização e abertura do currículo para o trajeto profissional no mercado profissional.

 

 

Figura 1.  Módulos do Curso Técnico em Meio Ambiente

Fonte – http://www.etecparquedajuventude.com.br/Cursos/Etim/MeioAmbiente/PlanoCurso /167%20-%20ETIM%20Meio%20Ambiente%202015.pdf/acesso em: 22 abr. 2017.

 

O Itinerário formativo do curso de técnico em meio ambiente é composto por três módulos distintos. O MÓDULO I não oferece certificação técnica, enquanto que o MÓDULO II proporciona qualificação profissional técnica de nível médio de auxiliar técnico em meio ambiente. Porém, o aluno ao completar os MÓDULOS I, II e III, o aluno receberá o Diploma de TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE, contanto que tenha concluído, igualmente, o Ensino Médio.

A modalidade de Ensino Técnico Integrado ao Médio é uma modalidade de curso que tem aumentado a sua disponilidade na rede de ensino público no estado de São Paulo. Essa forma de ensino será exercida nos dois períodos do dia (manhã e tarde) durante três anos consecutivos e distribuídos também por MÓDULOS I, II e III. O que possibilita, igualmente no final do curso, a habilitação de TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A Educação Ambiental é fundamental para a construção da sociedade atual. Uma sociedade dinâmica e tecnológica que depende cada vez mais dos recursos da natureza. O Brasil é um país rico em recursos naturais, mas está perdendo drasticamente a sua riqueza por diversos problemas ambientais.

A pesquisa ambiental demonstrou que existem vários conceitos sobre a educação ambiental. Ela tem por finalidade levar os indivíduos de forma coletiva em busca de soluções inovadoras para a melhoria da qualidade de vida e da solução dos problemas ambientais.

A construção da educação do ensino médio e técnico foi marcada por várias transformações na legislação educacional nas últimas décadas. Processo de busca da qualidade e da democratização do ensino, que continua até os dias atuais.

O Centro Paula Souza tem desempenhado um papel relevante no ensino da educação ambiental no estado de São Paulo. A instituição tem formado milhares de jovens através do Curso Técnico em Meio Ambiente. Habilitação profissional voltada para o mercado de trabalho e a construção da cidadania.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALMEIDA, Lúcia Marina Alves. Geografia geral e do Brasil, volume único. São Paulo. Editora Ática, 2009.

 

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto legislativo nº 186/2008 e pelas emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. – 35. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, edições Câmara, 2012.

 

BRASIL. MEC. LDB: Lei no 9394, de 23 de Dezembro de 1996, que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 2003.

 

BRASIL. MEC. Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Ministério do Meio Ambiente, Departamento de Educação Ambiental: UNESCO, 2007.

 

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Do parecer que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Parecer CNE/CEB n. 04, de 8 de dezembro de 1999. Relator: Ulysses de Oliveira Panisset. Disponível em: . Acesso em: 16 mai. 2017.

 

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Educação Profissional antes da criação da Rede Federal. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2017.

CARVALHO, Maria Lucia Mendes de- Cultura, Saberes e Práticas: Memórias e História da Educação Profissional. São Paulo: Centro Paula Souza 2011.

 

CENTRO PAULA SOUZA. Perfil e Histórico. Disponível em:  http://www.cps.sp.gov.br/quem-somos/perfil-historico/. Acesso em: 17 abr. 2017.

 

CENTRO PAULA SOUZA. Demanda por curso. Disponível em: http://www.vestibulinhoetec.com.br/demanda/. Acesso em: 22 abr. 2017.

 

CENTRO PAULA SOUZA. Missão, Visão, Objetivos e Diretrizes. Disponível em: http://www.cps.sp.gov.br/quem-somos/perfil-historico/. Acesso em: 20 abr. 2017.

 

CENTRO PAULA SOUZA Módulos do Curso Técnico em Meio Ambiente. Disponível em: http://www.etecparquedajuventude.com.br/Cursos/Etim/MeioAmbiente/PlanoCurso /167%20-%20ETIM%20Meio%20Ambiente%202015.pdfAcesso em: 22 abr. 2017.

 

CENTRO PAULA SOUZA. Unidades e Cursos/Curso Meio Ambiente. Disponível em: https://www.vestibulinhoetec.com.br/unidades-cursos/curso.asp?c=220. Acesso em: 25 abr. 2017.

 

Constituição da República Federativa do Brasil. Ed. atual e ampl. São Paulo. Saraiva, 1996.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação e gestão ambiental. São Paulo: Editora Gaia, 2006.

FAZENDA, Ivani (org.). O Que é interdisciplinaridade?  São Paulo. Cortez, 2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

LAURENCE, J. Biologia: o ser humano, genética, evolução: volume 3. São Paulo. Nova Geração, 2010.

 

LICENCIAMENTOAMBIENTAL. Os 12 grandes problemas ambientais da humanidade.  Disponível em:  http://www.licenciamentoambiental.eng.br/os-12-grandes-problemas-ambientais-da-humanidade/ Acesso em: 05 abr. 2017.

MEDINA, N.M. Os desafios da formação de formadores para a educação ambiental. In: PHILIPPI JR, A.; PELICIONI, M.C.F. (Org.) Educação Ambiental: desenvolvimento de cursos e projetos. São Paulo: Signus, 2002.

 

MENDONÇA, Vivian L, Biologia: o ser humano, genética, evolução: volumeb3: ensino  médio/Vivian L. Mendonça – 2. Ed. – São Paulo: Editora AJS, 2013.

 

PAIVA, Carlos Á. N. Noções de economia — Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2008.

 

UNICAMP. LEI. No 4.024, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961. Disponível em:  http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/6_Nacional_Desenvolvimento/ldb%20lei%20no%204.024,%20de%2020%20de%20dezembro%20de%201961.htm. Acesso em: 05 mar. 2017.