O primeiro capítulo do livro “A teia da vida” escrtito por Frijot Capra, expressa um novo sentido à palavra “ecologia”, impregnando-a a diversas outras formas de cognição. Para tanto, é utilizado a sociedade como princípio para a determinação de uma ecologia diferenciada, a dita “Ecologia profunda”, tema do referido capítulo, no qual o termo “ecologia” é usado em um sentido mais amplo e mais profundo que o usual. De maneira análoga, o capítulo 2 (dois) do livro de Capra é tido como uma continuação mais singularizada, uma vez que é descrito exemplos da evolução científica, desde os séculos transcorridos até o atual, mostrando suas principais teorias e descobertas que, fundamentado na ética e na ecologia, pôde-se chegar até o momento presente com maior precisão e exatidão, ou seja, analisando teorias e respeitando-às para que, através de experimentos, pudessem ser designadas como verdades – mas não absolutas – na contemporaneidade. Neste, é averiguado a relação do homem com a sua própria espécie e com os sistemas em sua volta, denominados ecossistemas.

Em pleno século XXI, o homem se depara com problemas causados pela sua própria arrogância. Somos seres humanos e indepentes, cada um com seu próprio estilo de vida. Porém, há muitas coisas em comum e algumas delas são: a ganância e luxúria. Todos sonham com a vida rodeada de bens, dinheiro, carros de luxo, etc.,  Essas necessidades, conduzem os comportamentos e estilos de vida alicerçado no consumo, na posse, na riqueza e no poder. Tal estilo de vida custa muito caro, não apenas em dinheiro, mas em seu poder de destruição da natureza. Todo bem-material é oriundo de alguma matéria prima e, através da descontrolada extração desta, que ocorrem as grandes catástrofes. Intensificação do efeito estufa, erosão dos solos, escassez da água potável, fome, mudanças climáticas, poluições e doenças. Séculos, décadas e anos já se passaram, e o homem apenas abusou dos recursos naturais disponíveis, extraindo-os sem repor. Atualmente, passaram-se a surgir diversos problemas, parece, ao que tudo indica, que a natureza começou a se manifestar, a pedir “socorro!”.

Ao pé da letra, a ecologia nada mais é do que a parte da ciência que estuda os vínculos entre os seres vivos e o ambiente em que habitam. Essa relação tem sido ímproba por muito tempo, no qual os seres humanos apenas se beneficiaram sem ao menos retribuir o meio ambiente de maneira harmônica. Hodiernamente, mesmo com tamanha exploração, seria, o homem, capaz de reverter essa situação? Se ainda for possível, ou, houver tempo, quais atitudes devem ser tomadas para uma reeducação da sociedade? Há um grande desafio a ser enfrentado e precisa-se cada vez mais da união de todos, no intuito de progredir e prosseguir na vida sem agradir o meio em que vivemos, e isso depende da conscientização e instruição da população.

O reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança na percepção e de pensamento para garantir a nossa sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos líderes das cooperações, nem os administradores e os professores das nossas grandes universidades. (CAPRA, 1996, p. 15)

Este é o maior desafio vigente: criar e/ou aprimorar sistemas sustentáveis, tanto ambinetais quanto sociais, onde se possa satisfazer todas ou a maioria das necessidades humanas, sem afetar diretamente o meio ambiente e sem encurtar as oportunidades das nossas futuras gerações.

Existe um paradigma social que, com a introdução dos problemas causados pela ganânia do homem, pode entrar em processo de recessão. A sociedade enxerga o universo como um sistema mecânico, o corpo humano como uma máquina, a vida como uma incansável luta pela existência, a crença no progresso material ilimitado e inferioridade da Mulher em relação ao homem – algo que já deveria ter sido extinguido e considerado inadimissível no século vigente. Sim! O tempo passou e o corpo social parece não ter evoluído com o decorrer dos anos. Muitos de seus costumes tornaram-se hierárquicos. Os impactos causados pela má didática da civilização, que é capitalista, intolerante, egocêntrica, perversa, subversiva, etc., começam a se expressar por meio das transformações da natureza através das mudanças no clima, chuvas ácidas, buraco na camada de ozônio, efeito estufa, derretimento das geleiras, compactação e erosão dos solos, poluição do ar, dos rios e dos mares, extinção dos animais e uso exacerbado de agrotóxicos – agora denominado “produto fitossanitário” (Decreto 6.913). O que estamos esperando para mudar o rumo destes acontecimentos? (CAPRA, 1996) já dizia que a mudança de paradigmas requer uma expansão não apenas, de nossas maneiras e forma de pensar, mas também de nossos valores.

A ecologia singularizada traz consideráveis reflexões sobre o nosso entendimento da concepção de mundo e do modo de vida globalizado, industrializado, científico e designado para o desdobramento do consumo e satisfação material. Ela questiona todo este protótipo com uma perspectiva ecológica. Essa corrente filosófica possui uma visão holística, ou seja, a tendência da natureza de usar a evolução criativa para formar um "todo" que é maior do que a soma das suas partes.

A abominação do paradigma em questão na sociedade, no sistema político e econômico, poderá comprometer outras estruturas da sociedade ocidental. É necessário um novo modo pensar, agir com ênfase na moral e na ética, e levar um estilo de vida mais simples e harmonioso, respeitando o próximo assim como a natureza, o habiat em que vivemos. O referido paradigma, que tem como base o egoísmo e o individualismo, levou à circuntância presente de crise ambiental e econômica. A mudança na percepção de mundo, assim como na de valor, serão essenciais para a sobrevivência da humanidade na terra.

Tendo em vista a necessidade de conscientizar as pessoas, vê-se necessário a maior disseminação possível da realidade do nosso planeta, dos problemas que vêm sendo enfrentados pela humanidade e das futuras catástrofes ambientais que podem surgir com feitos cada vez mais intensos. A maior mestria da população mundial, auxiliará na amenização das perturbações causadas ao sistema vivo (a natureza), que poderá, em um futuro previsível, equilibrar-se novamente com o modo de vida das pessoas, garantindo assim um mundo ideal, sustentável e, sobretudo, habitável para as futuras gerações da espécie humana e de demais seres efetivos no mundo.