Ecologia das matas de galeria do Distrito Federal (DF)

 

            O estudo intitulado “Fitossociologia de dois trechos inundáveis de matas de galeria no Distrito Federal (DF), Brasil”, publicado na Acta Botanica Brasilica, no ano de 2005, foi desenvolvido pelos professores Ernestino de Souza Gomes Guarino, do Laboratório de Ecologia e Conservação, da Embrapa, e Bruno Machado Teles Walter, do Herbário, também da Embrapa.

            No referido estudo, os mencionados professores comentam que, possuindo aproximadamente 10,2 milhões de hectares, o que representa 5% dos cerca de 2.000.000 Km2 ocupados pelo bioma Cerrado, as matas de galeria localizam-se, geralmente, nos fundos dos vales, acompanhando os cursos de pequenos rios e córregos do Brasil Central.

            No estudo citado, os mencionados pesquisadores objetivaram caracterizar dois trechos inundáveis de Mata de Galeria no DF.

            As áreas escolhidas para o estudo correspondem a um trecho de Mata de Galeria (córrego Acampamento) contíguo às piscinas de água mineral do Parque Nacional de Brasília (PNB), que se localiza ao norte da cidade de Brasília (15°35’S e 48°10’O), e um outro segundo trecho de Mata de Galeria, situado a sudoeste da cidade de Brasília, estando inserido na Fazenda Sucupira (15°55’S e 48°02’O), conhecido como Riacho Fundo (RF).

            Para a amostragem dos trechos de mata, utilizou-se o método das parcelas, sendo estabelecidas parcelas de 200 m2 (10 x 20 m), distribuídas em 0,8 hectare (ha) de cada trecho amostrado.

            A análise de dados consistiu basicamente em cálculos dos parâmetros fitossociológicos, bem como da similaridade e diversidade florísticas.

            Os resultados das análises indicam que, nos dois trechos de matas estudados, existam cerca de 6.078 indivíduos, sendo 3.030 no córrego Acampamento (ACA) e 3.048 no Riacho Fundo (RF).

            No que se refere à diversidade florística, o índice de diversidade de Shannon-Wiener calculado (H’) – logaritmo natural (ln) – foi baixo, sendo de 2,99 para o ACA e de 2,84 para o RF.

            Já com relação à similaridade florística analisada pelos pesquisadores entre os trechos de matas avaliados, notou-se que a similaridade calculada entre ACA e RF foi de 58% e 70,6% pelos índices de Sørensen e Morisita, respectivamente.

            Vale destacar que o bioma Cerrado, nas últimas décadas, vem sofrendo profundas transformações antrópicas, sem qualquer precedente na história desta formação vegetacional. São inúmeros espécies vegetais e animais que estão simplesmente desaparecendo, como consequência da atitude irracional e desenfreada do Homem.

            Convido você, caro(a) leitor(a), a refletir um pouco sobre o papel de todos nós frente a este processo que assola não somente o Cerrado como também outros biomas brasileiros. Fica a dica!!!