Chega o final de ano e com ele mais uma vez o velho comportamento das pessoas, que ficam tomadas de uma estranha compulsão de comprar presentes e preparar festas de confraternização, eventos que em grande parte das vezes, não oferece clima propício para o objetivo a que se propõe. O certo é que não se sabe definir muito bem se a euforia que toma conta do povo nesse período é pelo Natal ou pela ilusão que se tem de que termina um período de vida e começa outro, pelo simples fato de que a contagem do ano muda.

Quase todas as pessoas na Cristandade celebram o Natal, trocando presentes e desejos de "Boas Festas" ou "Feliz Natal", e se alegrando com a idéia de que estejam agindo corretamente. Na verdade, esta se tornou a tradição favorita entre os Cristãos, e é tão bem aceita que qualquer tentativa de se buscar sua origem tende a sermos mal interpretados e nossa mensagem mal recebida. A Palavra de Deus não justifica esta celebração anual. O Bendito Salvador não veio com o objetivo de tornar popular o Seu nome ou a suposta data do Seu nascimento. "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores" (I Timóteo 1:15) "Cristo... morreu a seu tempo pelos ímpios" (Romanos 5:6)

Quando Cristo, Deus manifestado em carne, nasceu neste mundo "não havia lugar" para Ele (Lucas 2:7) "Era desprezado, e o mais indigno entre os homens" (Isais 53:3} "Eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o" (João 19:15). "...e o levaram para ser crucificado" (Mateus 27:31).

É imperativo perguntar se a vinda do Senhor Jesus à terra trouxe a mudança que Ele pretendia para a vida dos homens. Analisando a situação dos muitos que se dizem cristãos, não encontramos uma resposta animadora. Certamente que Ele não queria que o homem se dividisse em castas religiosas, disputando quem detém maior conhecimento da Verdade. Sem dúvida nenhuma, o sacrifício que fez, habitando um mundo de tanto atraso moral, não seria para fundar religião, ou religiões.

O Verbo de Deus veio trazer algo muito maior para a humanidade, pois pretendia que o homem se libertasse do jugo da ignorância e deixasse de ser escravo dos interesses materiais e de suas imperfeições. Até hoje, porém, Sua mensagem permanece engessada, não produzindo os frutos que poderia produzir no campo do Bem.

Apesar de o homem ter avançado na intelectualidade e viver a era da velocidade da informação, suas convicções filosóficas e religiosas em torno da vida não mudaram muito desde a Idade Média. Os ensinos revolucionários de um homem chamado Jesus, o Cristo, que foi aviltado pelos valores do mundo de então, falava de uma nova ordem de coisas, de um novo cidadão, de um novo padrão de conduta. Acusado de ter parte com o Diabo foi, por isso, morto pela ignorância dos que o julgaram como uma ameaça aos seus mesquinhos interesses.

Assim como as crianças é levada a acreditar em Papai Noel, a Cristandade tem sido enganada por cegos que são guias de cegos (Lucas 6:39). O Natal dos cristãos deveria ser bem diferente. Apesar da data em si nada significar, pois foi criado muito tempo depois do nascimento de Jesus pelo império romano, na tentativa de trazer o povo pagão para os festejos cristãos, ela pode ser aproveitada para a reflexão sobre a Lei do Amor, trazida pelo maior de todos os Espíritos que esteve entre os homens.

O verdadeiro cristão não deveria dar alimento ao materialismo, no consumismo desenfreado e sem sentido dos festejos de final de ano, sem refletir sobre os resultados de sua vida. Deveria sim, avaliar-se com sinceridade sobre o que construiu de bom e sobre o que fez de ruim; colocar-se com humildade diante de si mesmo e diante de Deus, comprometendo-se com sua consciência em trabalhar não só pelo sucesso da vida material, mas, e principalmente, pelo aprimoramento espiritual, pois nada se leva desta vida a não ser os tesouros imperecíveis do Espírito. Este é o melhor presente que se pode dar a Jesus, pastor de todas as almas e, supostamente, o dono do aniversário.

Os verdadeiros cristãos se aborrecem ao ver a irreverente entrada dos ímpios na Cristandade sem qualquer consciência de seus pecados e nem tampouco qualquer disposição de coração para com o Senhor Nosso Deus. O mesmo pode ser dito acerca da multidão de pessoas batizadas nas águas, que professam o Cristianismo, sem nunca haverem passado da morte para a vida (veja João 5:24; I João 3:14). Mas dói ainda mais quando vimos àqueles que são "filhos da luz" (Efésios 5:8, 14-17; Filipenses 2:15; I Tessalonicenses 5:50-10; I Pedro 2:9) agirem em total ignorância ou indiferença, levados pela corrente e procurando celebrar tal data da maneira que lhes parece a melhor possível, talvez até mesmo usando alguns versículos das Escrituras, ministrando aos necessitados, ou cantando "hinos de Natal" (veja Deuteronômio 12:8; Romanos 2:12).

O Senhor Jesus nunca nos pediu para celebrarmos anualmente o Seu nascimento (ou Sua ressurreição, como é o caso da Páscoa, celebrada por muitos cristãos). Ele expressou Seu desejo que celebrássemos a memória da SUA MORTE. Cada primeiro dia da semana (Atos 20:7), dia da Sua ressurreição, dia da nova criação, que oferece a oportunidade àqueles que são novas criaturas em Cristo para se reunirem unicamente ao Seu precioso nome “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mateus 18:20), fora do sistema religioso adaptado ao desejo do homem, (Hebreus 13:13) para anunciar "a morte do Senhor, até que venha... Fazei isto... em memória de mim" (I Corintios 11:25,26).

Se quiser adorar a Deus da maneira que O agrada faça-o "em espírito e em verdade" "Deus é Espírito, e se importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade". (João 4:24). E não esqueça: “Seja sempre alegre, ore sem cessar, anime os Tímidos, sustente os fracos”. ( I Tessalonicenses 5: 14-22). E o Deus do amor, da verdade, da paz e da justiça renovará constantemente seu coração.

Que Deus te abençoe

((((Plinio))))

09/Dezembro/2007

Plinio Luiz Teixeira
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