E agora José?

     E agora José, Maria, Hermínia, João ou você mesmo que lê este texto, o que nos espera ou o que esperamos depois das festas de fim de ano, das férias e do carnaval?

     Sabemos que o ano civil termina em 31 de dezembro e que um novo ano começa no dia seguinte, mas preferimos que um vácuo se estabeleça para que reunamos forças para enfrentar as dificuldades que possam vir. As esperanças são concretas, mas que tal postergarmos o enfrentamento dos problemas porque, sabe-se lá, pode ser que as esperanças, no último momento, não morram e boas soluções se concretizem.

     O fato é que o ano começa agora e não há como esperar mais. Temos que enfrentar as crises, algumas já se fazem presentes, outras poderão surgir. A pior crise é a da credibilidade, falta confiança no executivo, no legislativo e no judiciário. Esta é a mais dura que se apresenta e que nos deixa com a sensação de desamparo. Desamparados, buscamos em Deus, junto a  seus representantes terrenos,  que em alguns casos também deixam a desejar, a força necessária para enfrentar as intempéries.

     O que nos resta? As incertezas só fazem aumentar a cada noticiário que assistimos, ou quando nos propomos a ler os jornais. Faltam-nos  boas notícias, mas nem por isso deixamos de acreditar no próximo e para dar leveza às agruras que nos atormentam, valemo-nos da comicidade. O tom jocoso no trato das questões que nos faz rir, não lhes tira a  seriedade mas aliviam o mal estar que provocam.

     Não podemos desistir e nem nos submetermos às circunstâncias, devemos acompanhar os fatos, há que se ter maturidade, tranqüilidade, equilíbrio, dignidade para agir individual e coletivamente. É enfrentando as crises que se aprende a superá-las e não nos faltam crises para superar.