DUZENTOPÉIA
Publicado em 03 de novembro de 2009 por WILLIAM VICENTE BORGES
DUZENTOPÉIA
Por: William Vicente Borges
Tenho azar com a "insetaiada"
por dormir muito na roça
e em esteira no chão
já passou por cima de mim
todo tipo de espécies
me acordando sobressaltado
Aranhas cabeludas
escorpiões vermelhos
cobras coloridas
lacraias aos quilos
taruíras geladas
sapo então, nem se fala
pererecas também, eca!
Se fosse uma mulher
acho teria morrido
do coração, alguns tipos
de homens também não é?
Pelo menos o chilique era
garantido.
Mas teve uma vez
que jamais esquecerei
acordei com uma sensação
estranha no peito, quando abri
os olhos a meia luz lá estava ela
uma baita centopéia
mas gente ela era tão grande
que sou obrigado a dizer
que aquela era uma "duzentopéia"
Levantei a mil, acendi a luz
peguei a vassoura e varri
aquela alienígena para longe.
Olha, lembrar daquelas, sei lá,
quantas perninhas passeando
pelo meu lindo peito peludo
me dá arrepios.
Coloquei pano em tudo
quanto era fresta do quarto
e confesso que de todos
os insetos que já passearam
por cima de mim, aquela "duzentopéia"
realmente foi o que mais me marcou.
Junto com ela só o meu encontro
com um pernilongo de quase um metro
que mais parecia um caça da FAB
mas sendo um inseto tão grande
não cabe mais nesta poesia.
Fica para outra.
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Primavera de 2009