Nietzsche na sua obra-prima, intitulada “Assim Falou Zaratustra”  apresenta as três metamorfoses do espirito: camelo, leão e criança (NIETZSCHE,2006: 21)

            A primeira metamorfose do espirito é o camelo, que consiste na conservação dos valores antigos, e sente-se feliz na medida em que as obedece, as cumpre. O homem encontra-se preso aos seus preconceitos, no que tange aos seus valores, hábitos e leis etc. “o homem bom quer coisas velhas e pretende que sejam conservados essas velharias” (NIETZSCHE, 2008:39).Ora, enquanto este homem permanecer preso aos seus preconceitos, não pode fazer nada para o seu bem e para a sociedade em que se encontra inserido, parto do pressuposto de que, o homem assim como a sociedade evoluem, não permanece estático no tempo, cada época exigem dos seus homens novos desafios, e é necessários que os homens dessa mesma que preparem para responder esses novos desafios que serão exigidos devido ao desenvolvido das sociedades. 

     A segunda metamorfose do espirito é o leão que consiste na conquista e na vontade de poder, isto é, rejeita todos os seus preconceitos “tu deves”, valores, costumes, hábitos etc. a favor do “eu quero”. Observa-se aqui o espirito de vingança, que colocaria a vida do próprio homem em perigo, esta fase do espirito tem a tendência de destruir tudo o é antigo a favor do nada, enquanto o homem permanecer nesta fase do espirito não pode projectar a vida que pretende viver. “… o perigo do homem nobre não é que se torne bom, mas que se torne insolente, escarnecedor, destruidor” (NIETZSCHE, 2008:39). Aqui se encontra a profecia do que viria ser o comportamento do Hitler, na tentativa de negar todos os valores antigos em prol dos novos valores, acabou por se tornar o homem mais perigoso do planeta terra. Ora, Nietzsche parte desse pressuposto de que com os espirito de vingança não se pode projectar, uma sociedade tranquila, e nem se pode viver uma que se pretende viver.

 

Referência bibliográfica

            NIETZSCHE, F. (2006). Assim Falou Zaratustra. Trad. M. de Campos. 5ed. Tito Lyon de Castro.