DUAS ALMAS

Por Francisco Deliane | 22/01/2013 | Poesias

Amei teu corpo, ébrio de desejo. Teu seio alimentou-me

Carinhosamente senti tuas pernas entrelaçadas as minhas,

Porém, teu corpo, qual flor, antes ardente, desidratou-se, Empalideceu, perdeu a cor, enrijeceu. Calou-se.

 

Veio o esquife, levou teu corpo, deixou a dor.

Ao amar teu corpo, amei, também, tua alma,

E esta, o esquife não levou. Ficando assim, definitivamente,

Gravada em mim, ardentemente, tua doce presença de amor.

 

Ficou assim, tatuada em mim, tua dolorida ausência de amor,

Tortura imensurável, sem medida, imposta a quem ama.

A cremação consumiu teu corpo, mas tua alma clama.

 

Para que este amor infinito, insano e inacabado,

Seja enfim plenamente renovado, quando te reencontrar,

Alma feita de distância que tanto quero novamente amar.