Doença Arterosclerótica Coronariana, A Enfermagem E O Auto-Cuidado
Por Fernando Spesia | 17/09/2007 | SaúdeNos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, a doença arterosclerótica coronariana (DAC) é a principal causa de óbitos na população com mais de 50 anos (TORTORA, 2006). A DAC ocorre quando os vasos sangüíneos que levam o oxigênio ao coração (as artérias coronárias) vão se estreitando devido ao acumulo anormal de substâncias lipídicas ou gordurosas, na parede vascular.
O acumulo de gordura na parede vascular, chamado de placa arterosclerótica, tem inicio, quando monócitos (um tipo de célula de defesa) migram da corrente sangüínea e depositam-se, em lesões, nas paredes das artérias coronárias, passando a acumular gorduras, principalmente colesterol. Quando a placa arterosclerótica se torna suficientemente grande a ponto de comprometer o fluxo sanguíneo o individuo desenvolve uma condição denominada isquemia do miocárdio (falta de sangue no músculo cardíaco) que produz a principal manifestação clinica da DAC, a Angina Pectoris, que se caracteriza como uma dor intensa no peito que pode irradiar-se para o ombro, braço esquerdo, pescoço e mandíbula, que se manifesta durante a prática de exercícios, estresse ou esforço físico e sendo a DAC um processo multifatorial causada, por fatores modificáveis, tais como, nível elevado de colesterol no sangue, sendentarismo, tabagismo, hipertensão, diabetes melito, inatividade física e obesidade, e fatores de risco não modificáveis, como, idade, sexo, raça e fatores genéticos a enfermagem, a fim de prevenir a DAC em pacientes de risco e melhorar a qualidade de vida dos portadores, pode aplicar a estes, a teoria cientifica do auto-cuidado, da enfermeira Dorothea Orem, onde a enfermagem descreve e explica a prática de cuidados executados pela pessoa portadora de determinada doença, para manter sua saúde e bem-estar.
Desta forma, as principais, metas de auto-cuidado, que podem ser ensinadas aos pacientes, pela Enfermagem, visam o controle dos fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da DAC, com mudanças no estilo de vida, prevenção da Angina Pectoris e a correta adesão do paciente ao regime terapêutico.
O primeiro passo na implementação do auto-cuidado que deve ser dada pelo enfermeiro ao paciente, é ensina-los, a controlar os fatores de risco associados à progressão da DAC, devendo a enfermagem recomendar a estes pacientes um estilo de vida mais saudável para o coração, com a pratica de exercícios físicos regulares (pelo menos 30 minutos por dia), abstenção do fumo, controle do estresse e uma dieta saudável, que inclua a ingestão limitada de sal e de gorduras, principalmente saturas, encontradas em alimentos de origem animal (carnes, ovos e manteigas) e o aumento considerável do consumo de fibras e alimentos vegetais, tais como grãos, frutas e verduras. Essas recomendações ajudam a prevenir a DAC pela redução da obesidade, do colesterol, das triglicérides e da hipertensão arterial.
Um outro passo importante na implementação do auto-cuidado, é orientar o paciente sobre a angina, ajuda-lo a identificar fatores que desencadeiem a crise anginosa e demonstrar que essa condição pode ser prevenida com a alternância entre atividades físicas e períodos de repouso.
Por ultimo, é importante a enfermagem conscientizar o paciente sobre como tomar corretamente os medicamentos prescritos pelo medico, a fim de evitar possíveis complicações (infarto do miocárdio ou morte-súbita), impedir e ate mesmo diminuir a progressão da DAC.
O auto-cuidado, ensinado pela Enfermagem, juntamente com o tratamento farmacológico adequado, além de estabilizar as placas arteroscleróticas e melhor as condições de vida do paciente, podem evitar a necessidade de intervenções cirúrgicas, como a angioplastia e a cirurgia de ponte de safena. Resultando assim na melhora da condição de vida do paciente e alivio do sofrimento objetivo, primordial, da Enfermagem.
Trabalho, atendendo a exigências da disciplina de métodos e técnicas de pesquisa em Enfermagem, orientado pela docente, Enfª Silvania M. de Souza.