Doar versus Receber.
Doar versus Receber.

Somos uma só alma na vastidão do mar infinito de luz.
Somos puros desejos de receber.
Se dependesse de nós ficaríamos assim infinitamente.
Recebendo o maximo sem esforço algum.
Por nós flutuaríamos no mar de luz sem se importar com nada.
Completamente à vontade sem querer mover um dedo sequer a não se isso nos desse um prazer ainda maior.
Vegetaríamos, ou viraríamos pedra, o que importa desde que ficasse assim simplesmente fechado em um casulo sem vontade alguma de ir de encontro à luz.
Mas não depende de nós (ainda bem) e quando as ondas de choques chegam até nós, somos que atingidos por uma avanlache de dor e escuridão, que vem de todos os lados, por todos os cantos inimagináveis.
Sucumbimos como a mais frágil das coisas. Perdemos a energia vital da vida e vagamos como zumbis agonizados.
E não adianta nada fingir que não é contigo, quando o vaso é chacoalhado e atirado para todas as direções, não fica pedra sob pedra.
Ou melhor, não fica nem um resquício da ditadora arrogância do eu e do ego que é pego de surpresa pelo abalo, desliza ladeira abaixo rumo ao seu mundo vazio e solitário.
E a sua estrutura balança acovardada antevendo claramente o golpe final que dará fim ao seu reinado.
E aí percebe que o casulo, a concha carnal é frágil, amedrontada, instável e vulnerável.
Que todos os seus desejos ardentemente desejados para si não passam de sonhos misturados com pesadelos e que no final não dão em nada.
Descobre afinal que tem que ter algo errado em si ou em sua maneira de ser e existir, mas que agora finalmente chegou a hora que tudo pode e deve ser mudado começando por si próprio.
Só chegando a essa conclusão poderá então empreender a procura real, que é o ser, a criatura criada e o criador que é a tua própria razão de existir.