Do imperialismo à guerra

O imperialismo europeu (final do sec XIX e início do sec XX), além de redesenhar a Europa, produziu áreas de influência e dominação ao redor do mundo. Assim, além da dimensão econômica, os valores culturais europeus passaram a se sobrepor aos valores e culturas dos povos dominados.

Ao mesmo tempo que as nações imperialistas desenvolveram-se internamente por meio do avanço de suas industrias, o capitalismo tornou-se mais agressivo na busca por novos mercados consumidores e fontes de oferta de matéria prima. Essas regiões dominadas tornaram-se suas áreas de influência.

A busca por novos mercados consumidores, não só ampliou a voracidade do capitalismo como também ampliou a rivalidade entre as nações europeias: passaram disputar os mesmos mercados e fornecedores, pois todos dependiam da expansão dos negócios e ampliação do fornecimento de matéria-prima. A industria crescente não tinha como crescer sem isso!

Uma primeira tentativa de resolver pacificamente essas divergências foi a conferência de Berlim. Entretanto as decisões da conferência, se por um lado amenizou atritos iniciais, por outro lado produziu descontentamentos e reacendeu rivalidades principalmente por parte da Alemanha, nação que se industrializara e chegara mais tarde ao processo imperialista. E que se viu alijada nessa conferência.

Dessa forma, podemos dizer, que o quadro iniciador da primeira guerra mundial foi o desenvolvimento das nações europeias; o avanço capitalista, representado pelo domínio imperialista; o processo de industrialização que cobrava mercados e fornecedores. Além disso, os acordos da conferência de Berlim não satisfizeram a todos.

A insatisfação foi o prato cheio para a ampliação não só as rivalidades, mas principalmente da vontade de recuperar vantagens perdidas. Estava sendo desenhado o panorama para uma guerra... realizada em duas edições...

Neri de Paula Carneiro

Mestre em Educação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura - RO