PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 05.11.2012, horário: 14:23 horas – “Um ‘recomendo-protesto’”:

Assunto:

ADEPOL – JANTAR

De:

Felipe Genovez     

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17/12/12 23:01

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Felipe Genovez

“Senhores Delegados,

Num momento difícil desses, que a palavra de ordem é o "calote" quanto a se cumprir o que ficou pactuado em lei no final do ano passado, isso tudo depois de um movimento iniciado por nossa classe, cujas lideranças PCs acabaram nos projetaram na vala-comum do serviço público (a começar pela ‘triplice aliança’ que, isto sim, nos retirou o ‘foco’ e ‘visibilidade’, leia-se: Delegados), beneficiando milhares de servidores que sequer esperavam por alguma retribuição pecuniária (ou mexeram um centímetro nesse sentido). E com isso nos silenciaram...!

Mais, ainda, considerando a frustração porque passamos com relação ao respeito a nossa dignidade (não vou nem citar todos os vetores, a começar pelas tais horas extras, a falta de prerrogativas para o exercício da função, teto salarial congelado há anos, o desrespeito a decisões judiciais, mitigação institucional, valores de diárias, criação de comissão governamental para negociação de precatórios, com deságio de setenta e cinco por cento...), sem contar as perdas salariais de mais de uma década, tudo levando a crer que o assunto venha cair nos ‘confins do esquecimento’ (agravado pela nossa falta de memória...?), contando-se para isso com a ajuda de muitos ‘entes’ públicos e privados que silenciam recorrentemente ante essa ‘medonha injustiça’ que se agiganta diante de uma classe engessada e cativa...

Por tudo isso, recomendo que ao invés desse jantar (sem adjetivos pernósticos..) que pretende celebrar a nova ‘rede’ (que momento para se apresentar essa nova plataforma, heim...?), um dia de protesto contra o governo por essas e outras tão importantes questões que nos afligem.


Data: 18.12.12, horário: 07:40 horas:
Estava tomando café na “Panificadora ‘Pão Italiano’”, localizada na Rua Presidente Coutinho (centro de Florianópolis), quando entrou no estabelecimento o Delegado Julio Teixeira que veio ao meu encontro para o abraço. Aproveitei para brincar:

- “Ué, te atrasasses para o café?”

Julio Teixeira respondeu:

- “É, e se a gente tivesse combinado não teria dado certo!”

Nessa nossa conversa ficou a impressão que o espaço havia se transformado na “cozinha do diabo” e Silvane acabou se retirando para deixar que nós pudéssemos conversar melhor a sós. Não tive como deixar de perguntar sobre o resultado das eleições do Conselho:

- “E daí, como é que foi mesmo o resultado final das eleições do Conselho?”

Julio Teixeira respondeu com um sorriso que mascarava um misto de ironia e ‘esconde-esconde’ de estórias ‘peter panianas’ ao reverso:

- “Ah, sim, o Nitz, aquele ‘s.’, ‘c.’ ficou em primeiro, ele saiu por aí pedindo votos prá todo mundo... Em segundo ficou o Valério. O Marlus, aquele ‘s-v.’ também fez uma boa votação...”.

Quando ouvi aqueles comentários tive uma certeza interior: “Havia algo de muito podre no resultado das eleições do Conselho...”. Resolvi comentar o assunto com uma frase sóbria, procurando demonstrar convicção e um olhar fixo:

- “É, mas um resultado desses é interessante politicamente. Imagina, Julio, o Nitz é amigo do Secretário, é Diretor...”.

Julio continuou a externar aquele brilho e sorriso nos olhos dando a certeza de que deveria dizer o que era possível ser dito, externar suas impressões até certo ponto, mas nunca poderia ter acesso a verdades, aos mistérios que dizem respeito ao espaço místico que envolveria as ‘engendrações’ e ‘maquinações’ de poder que podem decidir a vida das pessoas...

Por dentro correu uma tristeza ao constatar como são pequenas nossas conquistas e como os pobres de espíritos acabam dominando o cenário político, decidindo nossas vidas. Julio Teixeira fez várias confidências:

- “A Patrícia teve que deixar a DRP de Rio do Sul por causa do nepotismo, sabias....? Foi o Frank (Promotor de Justiça) que ingressou com uma ação, o marido dela é o Delegado-Geral e ela Delegada Regional...”.

(...)

- “O Maurício está morto politicamente, é candidato para fazer no máximo vinte mil votos nas próximas eleições...”;

- “O Marcineiro (Coronel – Comandante/PM) também está morto, está sendo cozinhado, vai ter que sair em fevereiro... Depois que ele levou a lista dos oficiais para serem promovidos a Coronel e o Colombo questionou um nome e ele disse que se não fosse acatada a sua decisão ele deixaria o cargo imediatamente, as coisas mudaram lá nas relações entre eles...”;

- “O ‘A.’ é aquela pessoa figurante, interessa para o Grubba manter o ‘A.’...”;  

- “Eu fui no casamento do ‘K.’ (Delegado) e o ‘G.’ estava lá, depois de beber uns whiskys a gente conversou, sabe como é o tamanho do ego dele, o negócio dele é ir a Desembargador...”. 

- “...O Konder Reis falou uma vez: ‘não nomeie quem você não possa demitir depois...’. Então, esse é o caso do ‘G.’, do ‘MP’, nomearam o ‘G.’ e agora não podem demiti-lo, então vão ter que arranjar uma vaga para ele de Desembargador...”.

- “Eu  vou me aposentar em dois mil e quinze e vou voltar para Rio do Sul, para minhas bases...”.

- “Eu fui o Delegado mais votado na Capital para o Conselho com trinta e nove votos e o ‘Renatão’ fez dez a menos...”.

- “O ‘Thomé’ e o ‘Renatão’ tentaram acertar com o Maurício para voltarem ao poder na Segurança, mas não deu certo...”.

- “Talvez o Nitz venha substituir o Aldo em fevereiro caso o Marcineiro deixe o Comando da PM. O Marlus não tem condições...”.

- “Na PM se o Marcineiro sair assume o Coronel Paulo Henrique ou o atual Secretário-Adjunto da SSP (Coronel Fernando). Os dois são os mais cotados...”. 

(...)”..

Data: 20.05.2013:

Notícia do falecimento do Escrivão de Polícia Osnelito Sousa.

Fiz uma homenagem pela sua “passagem”, cujo artigo foi publicado no sítio da “webartigos” (e, também, no “Sinpol-SC”). Depois de tomar conheciomento dessa notícia fiquei me indagando em que "Lito" teria pensando naqueles seus últimos momentos de agonia internado no hospital? Teria lembrado da Delegada Lúcia Stefanovich? Será que teve tempo para pensar no seu sonho irrealizado de ser Delegado? Acredito que não teria condições de passar no concurso, aliás, Ademar Rezende (Diretor da Academia de Polícia) me disse isso quando o procurei para tomar conhecimento da sua décima tentativa, cujas palavras nunca foram esquecidas:

- ...Olha só a redação que ele fez, tirou 'dois', ...como é que nós poderíamos aprovar ele? Como é que a gente poderia deixar ele ser Delegado...?"

Tive que dar razão para Ademar Rezende depois que vi a sua redação, justamente eu que procurei orientar ele tanto como fazer redações... Porém, a revolta de "Lito" era porque em algumas gestões determinados "policiais" foram aprovados no concurso de Delegado quase que nas mesmas condições que ele... 

A seguir me questionei se a Delegada Lúcia Stefanovich, sabendo do sofrimento de "Lito" em razão daquele tumor malígno e devastador, teria pensando em visitá-lo? Talvez um telefonema para a família ou alguma oração? Sinceramente, "Lito" tinha uma personalidade tosca, mas certamente que muita humilldade no seu coração. Já Lúcia Stefanovich, com o avanço da idade e depois que deixou o poder, se transformou numa pessoa mais sensível, menos orgulhosa..., possivelmente, teria lembrando de "Lito" na sua caminhada... 

O certo é que o velho "Lito" vai entrar no esquecimento, quem iria lembrar de um mero "Escrivão" de polícia errante, frustrado, ranzinza e solitário? 

Também, é bom sempre lembrar que não "existe mal que perdure!"  

Escrivão de Polícia Osnelito Sousa (+ 20 de maio de 2013)

(Felipe Genovez)

“Também, no campo da quase onomatopeia, chamado de “Lito”, “Litão”, “Nelito” e “Litoviski”, mais de trinta anos de serviço prestado à Polícia Civil – Escrivão de Polícia final de carreira – formado em Direito pela Univalli (Itajaí) e Ex-Gerente de Serviços Gerais na Delegacia Geral, durante o governo Paulo Afonso. Filiado ao PMDB foi nomeado por intervenção dos Deputados Andrino e Blasi, mesmo contra a vontade da cúpula da Polícia Civil. Uma das maiores resistências ao seu nome era justamente Lúcia Stefanovich que parece jamais esqueceu uma “desfeita” passada. Tinha esperança que fosse lhe dado oportunidade de ingressar na carreira de Delegado de Polícia – seu mais antigo sonho. Ao que tudo indica, ainda não descobriu o segredo, mesmo após fazer mais de uma dezena de concursos na Acadepol. No último certame realizado para provimento de cargos de Delegado de Polícia (segundo semestre/98) viu ruir mais uma vez esse seu ideal. Depois de exonerado do cargo solicitou diretamente ao Delegado-Geral Evaldo Moretto para que fosse lotado na Segunda Delegacia do Saco dos Limões, no que foi atendido. No governo Pedro Ivo Campos, tendo como padrinho o Deputado Andrino e o Secretário de Justiça (João Henrique Blasi)  foi nomeado Consultor Jurídico junto à Procuradoria-Geral do Estado, cargo com tanto prestígio à época que o de Superintendente da Polícia Civil (na época ocupado pela Delegada Lúcia Stefanovich).

Data: 04.11.2013:

Notícia do falecimento do Delegado Pedro Benedeck Bardio.

Não houve manifestações nas redes sociais... Também, seus seguidores da “velha guarda” parece que silenciaram neste momento..., enquanto foi um dos homens mais poderosos da Polícia Civil era 'admirado' por muitos, temido por outros tantos...

Fiquei me perguntando se naqueles seus últimos dias "Pedrão" teria lembrando dos seus tempos de glória e poder? Também, se em algum momento minha imagem veio a sua mente, em que pese que sua lucidez deveria estar comprometida... O fato é que alguns dias antes, quando estava internado na "SOS Cárdio" (próximo do Cemitério do Bairro Itacorubi - Florianópolis) eu fui visitá-lo, no entando, quando cheguei no seu quarto fui informado que o paciente havia acabado de dar alta e foi para casa... Lamentei o fato já sabendo que não haveria uma outra oportunidade de olhar de poder olhar nos seus olhos e falar da importância do "perdão" e da grandeza que era a "vida"...

Data: 06.11.2013 – Presidente da Adepol (Delegado Renato Hendges) informa que a “Casa Civil” recebeu o projeto de “subsídios”:

Assunto:

[LISTA ADEPOLl-SC] Nota 08 - Adepol

De:

ADEPOL-SC     

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Enviada em:

06/11/13 18:56

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ADEPOL-SC - Lista de Discussão

Caros Colegas Associados,

Nessa Terça-feira, após realizada a derradeira revisão comparativa com as demais propostas, a Casa Civil recebeu o projeto de Lei do Subsídio da Carreira Jurídica dos Delegados de Polícia para elaboração da Justificativa e Mensagem do Governador à Assembleia Legislativa, agendada para a próxima quinta-feira, dia 07 de novembro.

Encerrada, assim, a primeira fase de nosso longo caminho com vistas aos nossos objetivos almejados.

O momento, agora, deve ser direcionado à mobilização de todos os colegas visando a aprovação na Assembleia do Projeto na forma do encaminhamento cuja proposta da ADEPOL, com o aval e aprovação da maioria dos Associados foi, na íntegra acolhido pelo Governo.

Solicitamos aos Colegas que mantenham contato com os Deputados do seu conhecimento e relacionamento solicitando o empenho para a aprovação do Projeto.

Temos certeza que a ampla maioria dos Delegados e Delegadas de Polícia está unida neste objetivo final da aprovação do Subsídio. No decorrer da tramitação do Projeto na ALESC pretendemos atualizar a página da ADEPOL em tempo real as notícias relevantes.

Depois de aprovado o Subsídio e sancionada a Lei, estará concluída esta etapa, teremos pela frente, no próximo ano, duas novas empreitadas que buscaremos alcançar em parceria com a Delegacia Geral da Polícia Civil: A REGULAMENTAÇÃO DA CARREIRA JURÍDICA E A REVISÃO DO ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL.

Um Forte Abraço a todos.

Del. Renato Hendges

Presidente