DIVÓRCIO / SEPARAÇÃO - A AJUDA PSICOLÓGICA

Por Paulo Cesar T Ribeiro | 23/12/2014 | Psicologia

Como se diz por aí, “casar é fácil, difícil é se separar!”. É verdade que os sentimentos e emoções vivenciados numa separação de casal podem tão intensos que chegam a desestruturar uma pessoa, aquela que tem mais dificuldade em lidar com a perda.

O casamento pode ser considerado, psicologicamente, um espaço no qual o mundo interno de cada um é reencenado e as necessidades e ansiedades se expressam na expectativa de respostas e soluções. Sempre existem fantasias inconscientes de cada cônjuge sobre como deve ser o casamento, sendo o amor o responsável pela ilusão de encontrar, na realidade, a resposta para o desejo experimentado no mundo inconsciente. Essa é uma visão psicológica da vida conjugal.

Claro que ninguém se casa pensando em se separar. Ao contrário, as expectativas e o olhar no futuro vislumbram apenas coisas positivas, além disso de razões tais como o companheirismo, cumplicidade, amizade, apoio mútuo, lealdade, prazer e a vontade de ter filhos e formar a própria família. Porém, quando o casamento acaba, uns “se resolvem”  facilmente e outros se vêem sozinhos, ficam deprimidos, não conseguem aceitar a nova realidade e lida com o novo status na vida. De fato, essa pessoas podem ficar tão estressadas que poderão sofrer, além da depressão que mencionei, de transtornos como ansiedade , síndrome do pânico, hostilidade, medo, raiva, abuso de álcool ou drogas, etc. Esse artigo está endereçado a essas pessoas que sofrem intensamente a perda do amor. Essas pessoas se apegam fortemente às outras e a incluem em suas próprias identidades, mesmo que seus relacionamentos sejam destrutivos. Mas no dia em que o casamento termina é preciso descobrir sozinho o que fazer, e não há rito predeterminado. É hora de descobrir por conta própria o que fazer, para onde ir, para quem e com quem contar, e, acima de tudo, como reorganizar a própria vida e retomar a rotina.

Para digerir tudo isso é importante falar sobre o que sente, pensa. Isso faz parte da busca pelo entendimento do que se passou, favorecendo a reconstrução de uma nova identidade, a recuperação da autoestima, deixar de chorar por algo que aconteceu e tocar a vida para frente. O tempo é importante, sendo que uns levam mais, outros menos tempo, mas é fundamental parar para elaborar o que ocorreu, o que foi sentido, o que foi e que não foi vivido. Com o tempo, a pessoa consegue refazer seus planos, abandonando os antigos projetos, e perceberá que a felicidade e as inúmeras possibilidades que nos levam a ela, está em nós e que só depende de nós mesmos alcançá-la e apropriar-se dela. Nesse estágio, posso afirmar que o “ex-sofredor” aceitou a separação. Aceitar não é se conformar, não é passar a gostar do que aconteceu, não é concordar com o que aconteceu. Aceitar é combinar com você mesmo que você não vai mais entrar nessa briga interna a respeito do acontecido e vai seguir com a vida.

Aprendi, ao atender clientes em separação ou divórcio, que é praticamente inevitável o entorpecimento causado pelo choque e que não deixa a “ficha cair”. A isso, costuma seguir a raiva e as tentativas de manter a relação, quando então, vendo o insucesso da tentativa, entra em desespero, reconhecendo finalmente a perda e a impossibilidade da voltar. Por fim, vem a tão desejada recuperação, com a tristeza dando lugar a sentimentos positivos e a pessoa avaliando o que fará para viver bem a nova vida.
 
Algumas dicas que sugiro para superar essa difícil fase são as seguintes:
  • Fale sobre sua perda e sua dor. Não evite o assunto pois falar sobre ele faz bem. O psicólogo pode ser a pessoa com quem você fará o desabafo.
  • Em hipótese alguma, aceite o sentimento de culpa. Simplesmente analise o que aconteceu.
  • Elabore os sentimentos negativos como a raiva pois é importante percebê-los e expressá-los.
  • Não se isole.
  • Evite decisões importantes ou grandes mudanças no primeiro ano após a separação.
  • Exercite lembrar-se de eventos positivos de sua vida em que não houve a participação do outro.
  • Se tem algo do que se foi em sua casa, empacote tudo, devolva ou guarde fora do seu campo de visão.
  • Passe as datas importantes com seus amigos queridos e familiares.
  • Não queira mostrar aos seus amigos que você está infeliz.
  • Re-adeque-se à realidade da vida e ao trabalho .
  • Não tenha expectavas ilusórias.
  • Pare de se perguntar “Por que isso aconteceu comigo”? e faça perguntas que olham o futuro como “O que devo fazer para ser feliz?”
Será muito positivo se você procurar uma ajuda profissional. Saiba que a maioria das pessoas que fazem psicoterapia não são doentes: são pessoas comuns enfrentando problemas, passando por crises e muitas delas sofrendo uma perda. Com o psicoterapeuta você poderá dividir seu sofrimento, sua revolta, seu medo, suas lembranças dolorosas, sua culpa e seus conflitos, e será compreendido e orientado nas decisões a serem tomadas. As sessões de terapia, seguramente, farão você se sentir melhor!
 
Psicólogo Paulo Cesar, Tels: 11.94111-3637 e 11.5539-0591
R. Com. Paulo Brancato, 45, V. Mariana, S. Paulo, SP
Email: paulocesar@psicologopaulocesar.com.br
www.psicologopaulocesar.com.br