DIVERGÊNCIA DOS SENTIDOS

 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?

Evangelho de JESUS, segundo Mateus, cap. 7:4.

 

O olho virou pro nariz

E de modo grosseiro diz:

Eu não sinto nada que você sente!

 

O nariz replicou indiferente:

Não me importa

O que você coloca

Diante da tua visão,

Sem dar atenção

Ao meu sentido.

 

 “Deve existir algo estranhamente sagrado no sal: está em nossas lágrimas e no mar...”

 Khalil Gibran – Escritor Libanês (1883-1931).

 

 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas a trave que está no teu próprio?

Evangelho de JESUS, segundo Mateus, cap. 7:3.

 

O ouvido entrou no assunto

E disse que neste mundo

Ele tudo ouve.

 

A boca

Usou umas palavras

Que só o ouvido ouvia,

E os olhos via

Quando se escrevia.

 

 “Só uma vez fiquei mudo. 
Foi quando um homem me perguntou: 
"Quem és tu?"

 Khalil Gibran – Escritor Libanês (1883-1931).

 

A mão entrou na conversação

E falou que só põe a mão

Onde ela alcança,

Não dando muita importância

Aos demais sentidos.

 

O pé quis fazer parte

E deu a sua opinião

Dizendo que media a situação

Com os pés.

 

ADVERSIDADE

 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.

Evangelho de JESUS, segundo Lucas, cap. 6:37.

 

Já pensou se toda pessoa

Tivesse posse

De todo o Dote

Que o DEUS Universal possui?

 

Seria um disse me disse

Sem ninguém se entender

Porque o nariz não vê,

Mas apenas sente

Achando inconveniente

O trabalho dos olhos.

 

O pé tiraria satisfação com o ouvido

Que queria ser entendido.

 

A mão entraria para disputar

Um lugar

Onde a boca

Abre a porta

E o pé fecha sem bota.

 

Está tudo certo,

Pois todos estão expostos

Nos diversos corpos

Para se entenderem.

 

 “Todo saber é vão, exceto quando há trabalho. E todo trabalho é vazio, exceto quando há amor. E quando trabalhais com amor, vós vos unis a vós próprios, e uns aos outros, e a Deus.”

 Khalil Gibran – Escritor Libanês (1883-1931).