Por Dr. Fausto ITO - Dentista, Membro da Associação Brasileira do Sono e Diretor da ITO Clínica (RJ). www.itoclinica.com.br

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Quem mora no Rio de janeiro sabe que o carnaval é a época mais esperada do ano para se divertir na Sapucaí, nos blocos de rua e nos bailes carnavalescos espalhados pela cidade. Fazendo uma analogia com o termo anorexia, distúrbio em que a pessoa não se alimenta ou se alimenta muito pouco, durante o feriado do carnaval é muito comum as pessoas se tornarem  "SONORÉXICAS", ou seja, se privam conscientemente do sono e passam a dormir muito pouco para aproveitar ao máximo a folia que se estende até o amanhecer. Porém, se esquecem de que o sono noturno é um exímio repositor de energias necessário para suportar a maratona do carnaval.

Mais importante do que a quantidade de horas dormidas é a qualidade dessas horas, pois o sono tem diversas fases e funções que são importantes para manutenção da saúde e da qualidade de vida. O sono diurno não é capaz de substituir o noturno com a mesma eficiência porque geneticamente fomos programados para sermos ativos durante o dia e repousarmos durante a noite, apesar de existir algumas exceções.

Determinados hormônios como a melatonina que é um indutor do sono são produzidos a noite obedecendo um ritmo biológico de 24 horas. Por essas e outras razões é que uma noite de sono tranquila é capaz de proteger o coração, fortalecer o sistema imunológico e até para manter a silhueta em dia. Alterações nesse padrão trazem sérios prejuízos para a saúde e aumentam os riscos de acidente de trânsito, principalmente, durante o carnaval.
Bebidas estimulantes como o café e energéticos são muito utilizados para espantar a sonolência. É verdade que essas substâncias provocam no organismo uma sensação maior de alerta, porém este mecanismo é limitado, ou seja, ao ingerir uma alta quantidade de cafeína a pessoa não obtém o efeito prolongado de alerta que deseja. Esta prática é utilizada por motoristas na volta desses grandes feriados e isso representa enorme perigo. Cerca de 30% dos acidentes no Brasil tem como causa o cochilo ao volante em função das noites mal dormidas, pois o cérebro, quando privado do sono, responde de forma muito lenta aos estímulos que requerem atenção, raciocínio, concentração e reflexos.

* Acesse o link abaixo e assista a entrevista completa do Dr. Fausto ITO:
http://www.youtube.com/watch?v=HI_MPg-N4UM