MODIFICAÇÕES QUE A CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTIGAM NA CONDUTA DO SER HUMANO E SUAS CONSEQUENCIAS

No momento atual, a tecnologia é visualizada por muitos como o principal elemento de desenvolvimento e avanço. Ela é reconhecida como um bem social e, que somado à ciência, há formação e junção de valores, qualidades lançados em diversos produtos, surgindo como uma ferramenta adequada, competitiva no mercado capitalista. Partindo desta concepção, é importante compreender como estas ferramentas se estabeleceram no meio social e as profundas mudanças visíveis no caráter do ser humano e cultural.

A ciência antigamente foi definida como um conjunto de conhecimentos organizados sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis, obtidos através do estudo objetivo dos fenômenos empíricos. O que tem garantido a sua eficiência são os “métodos científicos” que surge através do acompanhamento racional, lógico e possui seus períodos estáveis. Porém, após o processo de industrialização, surgiu um novo fundamento para o estudo da ciência, de forma reflexiva sobre suas descobertas e análises que provocam danos ao homem e a natureza gerada pelo uso da tecnologia.

Não é correto afirmar que a Tecnologia é apenas um simples estudo referente às técnicas distintas. Ela é muito mais que isso, pois nasceu após a ciência e se aliou a mesma, formando a junção do conhecimento e o fazer. Logo, a tecnologia é uma aliança entre ciência e técnica, ela é nada mais que um modo de produção, o qual utiliza todos os instrumentos, invenções e artifícios e que, por isso, é também uma maneira de organizar e perpetuar as vinculações sociais no campo da produção. Dessa forma, a tecnologia é tempo, é espaço, custo e venda, pois não é apenas fabricada no recinto dos laboratórios e usinas, mas recriada pela maneira como for aplicada e metodologicamente organizada.

                Analisar a história do desenvolvimento tecnológico nos dá indícios para percebermos as reais significações da tecnologia moderna, estas que modificou a sociedade como industrial, pós-industrial e por último, a sociedade da era digital. Muitos acreditaram que manter uma confiança absoluta na ciência daria poder ao homem de se libertar da escravidão, do medo, mas não é bem assim. O que constatamos hoje é a escravidão do próprio homem pelas suas invenções e descobertas tecnológicas e, que pessoas continuam a morrer de fome, sofrem violências e estão na miséria. Isso nada mais é que a era dos extremos, que começou pelo próprio avanço tecnológico de um lado e, do outro o extermínio de culturas e povos (seja pela miséria, seja pela guerra).

Portanto, a ciência e a tecnologia visam atender às necessidades das classes dominantes e dos governos que representam empresas poderosas, de modo que somente uma pequena parcela da população pode usufruir de seus serviços e inovações, acentuando a desigualdade social, ao mesmo tempo em que garante o lucro de um seleto grupo de empresas. Assim, o que temos visto é que o progresso tecnológico não tem atendido às necessidades básicas da população, mas que tem servido para a promoção de interesses de poucos como estratégia do sistema capitalista, por isto é que as prioridades que os governantes têm dado à tecnologia devem ser revistas na busca da promoção humana, visando melhorar a qualidade de vida da população, fato que não ocorre efetivamente.