DISLEXIA: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS, CRIANÇA DISLEXA NA ESCOLA, ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS

Elaine Cristina Lotti¹

Thaís Lourençoni²

Elisangela Dellai da Silva²

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Resumo

Este artigo retrata sobre as dificuldades de aprendizagem nos dias atuais, ocasionadas na maioria das vezes pela dislexia, síndrome psiconeurológica com perturbações de tempo, dificuldade visual, auditiva, habilidades motoras e sensoriais. Vários são os sintomas de crianças dislexas, o principal sintoma é a desorientação da audição, visão, equilíbrio e noção do tempo ficam destorcidos podendo ser percebidos pela família e na maioria das vezes pelo educador. Esta não é uma doença, e sim um distúrbio, permite que a criança ou adolescente aprenda, porém não com a mesma facilidade como os demais, mas com um pouco de dificuldade. Deste modo, o apoio do professor é fundamental como também as metodologias. Há varias metodologias e estratégias para se trabalhar o processo ensino aprendizagem com crianças com transtorno dislexo, portanto, o educador deve estar em constante renovação para que possa atender seus educandos no processo ensino/aprendizado de forma a consolida-los.

Palavras-chave: ensino-aprendizagem; dislexia; metodologia.

 

Abstract

This article reflects on the difficulties of learning in the present day, caused mostly by dyslexia, psiconeurológica syndrome with time disturbances, visual, auditory, motor and sensory skills. There are several symptoms of dislexas children, the main symptom is the disorientation of hearing, vision, balance and sense of time are warped and may be perceived by the family or even and for the most part by the educator. This is not a disease but a disorder, allows the child or adolescent learn, however not with the same ease as the others, but with some difficulty. Thus the teacher's support is essential as well as the methodologies. There are several methodologies and strategies to work with the education process learning with children with dyspeptic disorder, so the teacher must be in constant renewal so that it can serve its students in the teaching/learning process in order to consolidate them.

Key words: teaching and learning; Dyslexia; methodology.

 

1 INTRODUÇÃO

Atualmente 20% dos alunos da 1ª série, possuem dificuldades de aprender, segundo estudos realizados (FARREL, 2008). Ao referirem-se sobre alunos com dificuldades de aprendizagem nos dias atuais, encontramos estudos que mostram que aproximadamente 50% apresentam dificuldades, quando considerado os primeiros seis anos de vida escolar (FARRELL, 2008).

Estas dificuldades são ocasionadas na maioria das vezes pela dislexia, síndrome psiconeurológica com perturbações de tempo, dificuldades visual, auditiva, habilidades motoras e sensoriais (ABD, 2016). Em países europeus, cerda de 14% das crianças, está matriculada nas instituições de ensino, e, nos Estados Unidos acredita-se que cerca de 30% da população escolar possui alguma dificuldade de aprendizagem (CIASCA, 1994).

Sendo a dislexia uma síndrome neurológica de acordo com Snowling (2004), ocasiona déficits de aprendizagem e problemas comportamentais. Para Gonçalves (2011) a dislexia é um dos termos usados para descrever as dificuldades de aprendizagem que envolvem a linguagem escrita e falada. Esta é caracterizada por uma grande dificuldade em aprender a escrever, recordar letras, pronunciar palavras e descriminar sons específicos de letras.

Para Rota (2006) todo o aprendizado passa pelo sistema nervoso central (SNC), não sendo, no entanto, garantia de aprendizagem normal ter um cérebro com estruturas funcionais e neuroquímicas corretas e funções genéticas adequadas. Considera aprendizagem como as alterações funcionais e neuroquímicas no SNC envolvidas diretamente com a plasticidade do cérebro e guiadas principalmente por fatores genéticos (intrínsecos) e de experiência (extrínsecos). Definindo, portanto, dificuldades de aprendizagem como um termo genérico cabível a vários fatores que dificultem o aprendizado da criança independendo de suas condições neurológicas, o autor chama de transtornos de aprendizagem os problemas para aprender relacionados a alterações no SNC.

Ciasca (1994) e Rotta (2006) classificam as dificuldades de aprendizagem de acordo com fatores físicos, ambientais e psíquicos. O primeiro as classificam em desordens fisiológicas, sendo relacionadas a problemas neurológicos; os problemas sócio-ambientais são relacionadas a inadequações sociais e a problemas educacionais; e o fator desenvolvimentista sugere que as dificuldades podem ser acarretadas por problemas no desenvolvimento. A segunda estudiosa, em 2006, classifica essas dificuldades de acordo com fatores relacionados à escola, à família e à própria criança.

Muitos educadores em determinados momentos da sua carreira, o dilema de certos alunos com níveis de inteligência normais ou até, em muitos casos, acima da média, que não tendo carências de tipo sociocultural ou distúrbios emocionais e, tendo um desenvolvimento normal nas outras áreas, evidenciam problemas específicos de leitura e de escrita, que os acompanha ao longo dos vários graus de ensino. Por vezes, a escola e os professores não se apercebem deste problema na fase inicial e podem não intervir da melhor forma, devido ao desconhecimento desta problemática (LONA, 2014).

A dislexia para Frank (2003, p.04) é “um transtorno neurológico relacionado a linguagem e a leitura; as habilidades de escrita de palavras e de textos, de audição, de fala e de memória também podem sofrer impactos”.

Portanto, o presente trabalho, visa levar aos educadores, que estão constantemente envolvidos com estas situações de educandos com dificuldades de aprendizagem, informações sobre a dislexia, apresentar como se dá o processo de aquisição da leitura, dificuldades de aprendizagem específicas, a inclusão da criança com dislexia na escola e estratégias educacionais através de um levantamento bibliográfico e artigos disponíveis na internet.

 

2 DISLEXIA

 

2.1 O que é a dislexia?

 

A dislexia é um dos termos usados para descrever as dificuldades de aprendizagem que envolvem a linguagem escrita e falada. Segundo Frank (2003, p.04):

 Aprofundando um pouco mais, dislexia é um problema neurológico relacionado a linguagem e a leitura; as habilidades de escrita de palavras e de textos, de audição, de fala e de memória também podem sofrer impactos.

 

A dislexia é caracterizada por uma grande dificuldade em aprender a escrever, recordar letras, pronunciar palavras e descriminar sons específicos de letras. As crianças disléxicas têm uma caligrafia quase ilegível, e têm uma tendência para trocar letras (ex.: d por b; tapa por pata) mesmo depois de terem passado a idade normal em que isto pode acontecer. É também frequente, quando falam, trocarem o sentido e o som das palavras, (ex.: quente por frio; atrás por à frente; pobre por podre). Mas nem sempre os disléxicos apresentam todas estas características, só algumas delas (Gonçalves, 2011).

A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola. Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.

Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação à dominância cerebral (ALMEIDA; RODRIGUES, 2016).

 

2.1.1 Os sintomas

 

Vários são os sintomas de crianças dislexas. Segundo Davis (2004), o principal sintoma é a desorientação da audição, visão, equilíbrio e noção do tempo ficam destorcidos.

Os sintomas podem ser percebidos rapidamente tanto na família como na escola pelos educadores. O educador pode perceber este distúrbio pela dificuldade em ler, escrever e soletrar. Este distúrbio interfere diretamente na junção e compreensão dos símbolos linguísticos e também perceptivos (DOMIENSE, 2011).

Também pode apresentar comportamento antissocial e agressivo, é importante que haja uma investigação por parte dos pais e educadores em relação a este distúrbio pois quanto mais rápido ser o diagnostico, menos prejuízos a criança terá no processo de ensino/aprendizagem.

 

2.1.2 O diagnóstico

 

Fonseca (1999) divide a dislexia em dois grandes tipos que são: dislexia auditiva e visual. Assim para FONSECA (1999, p.469) afirma que:

Como características, as crianças podem apresentar várias dificuldades no plano auditivo (dislexia auditiva) segundo, Wepman 1960 e no plano visual (dislexia visual) segundo Frosting 1973.

 

As dificuldades auditivas e visuais apresentam as seguintes características de comportamento. Segundo FONSECA (1999, p.469):

Dislexia auditiva: problemas na captação e na integração de sons; não associação dos símbolos gráficos com as suas componentes auditivas; não relacionação dos fonemas com os monemas (partes e todo e palavra); confusão de sílabas iniciais, intermédias e finais; problemas de percepção e imitação auditivo; problemas de articulação; dificuldades em seguir orientações e instruções; dificuldades de memorização auditiva; problemas de atenção; dificuldades de comunicação verbal. Dificuldades visuais: dificuldades na interpretação e na diferenciação de palavras; dificuldades na memorização de palavras; confusão na configuração de palavras; frequentes inversões, omissões e substituições; problemas de comunicação não verbal; problemas na grafomotricidade e na visuomotricidade; dificuldades na percepção social; dificuldades em relacionar a linguagem falada com a linguagem escrita.

 

Dificuldades estas, que permite o educador identificar facilmente e comunicar a família, para que esta leve a criança ou adolescente a um médico específico um neurologista por exemplo. Pois, o acompanhamento e tratamento médico, auxilia o professor para que possa desenvolver um trabalho diferenciado dentro da sala de aula, visando o ensino/aprendizagem do referido educando/aluno.

 

2.2 O Processo de Aquisição da Linguagem

 

O processo de aquisição da linguagem é fundamental para obter sucesso escolar, é através dela que os seres humanos podem se expressar, a linguagem é um meio para transmissão de informações.

Crianças disléxicas apresentam dificuldades na aprendizagem de símbolos consecutivamente dificuldades na evolução da linguagem. Os dislexos fazem inversão de letras exemplo: b-d, b-q, n-he, e-d. Para a criança dislexa é mais difícil e leva mais tempo para que ela leia, soletre, escreva, aprenda direções o cérebro esta sempre em funcionamento porém leva mais tempo para obter resultados (DOMIENSE, 2011).

Segundos os estudos de Mabel Condemarén (1989), afirma que a dificuldade de aprendizagem relaciona-se com a linguagem (leitura, escrita e ortografia) e deve ser confirmado por um neurologista, após o diagnostico a criança ou adolescente deve ser encaminhada a uma equipe qualificada para realizar o atendimento do ensino/aprendizagem na escola geralmente o professor da sala multifuncional.

Os profissionais da área da educação devem estar atentos para observar a existência de uma possível dislexia e informar aos pais para que estes encaminhem o filho a um médico, e após o diagnostico torna mais fácil para que o professor fazer intervenções pedagógicas auxiliando no processo ensino/aprendizado.

3 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM  ESPECÍFICAS

 

De acordo com LONA (2014), o conceito Dificuldades de Aprendizagem Específicas (DAE) sofreu evoluções desde a primeira definição proposta por Samuel Kirk, em 1962, no seu livro Educating Exceptional Children:

“Dificuldades de aprendizagem referem-se a um atraso, a um distúrbio ou a uma imaturidade no desenvolvimento de um ou mais processos da fala, da linguagem, da leitura, do soletrar, da escrita ou da aritmética, resultantes de uma possível disfunção cerebral e/ou distúrbio emocional ou comportamental, e não resultante de deficiência mental, de privação sensorial, ou de fatores culturais ou pedagógicos.” (CITADO EM Cruz, 2007: 41-42).

 

As dificuldades de aprendizagem são o grupo de perturbações, manifestadas por dificuldades na aquisição e uso da fala, na leitura e escrita, no raciocínio ou habilidades matemáticas e até mesmo, na aquisição de competências sociais. Estas são dificuldades intrínsecas ao indivíduo, devendo-se a disfunções do Sistema Nervoso Central (SNC) ocorrendo ao longo de toda a vida, consideradas como de caráter permanente (LONA, 2014).

Assim sendo, os alunos com dificuldades da aprendizagem podem apresentar problemas na resolução de determinadas tarefas escolares, no entanto, noutras podem ser bons alunos. Isto quer dizer, que estes alunos podem ter capacidades para a aprendizagem média ou acima da média, sendo que lhes deve ser dado conhecimento, das suas capacidades de aprendizagem, para conseguirem conhecer e compreender melhor as suas áreas fortes e a as suas necessidades educativas.

As Dificuldades de Aprendizagem Específicas dizem respeito à forma como o indivíduo processa a informação – a recebe, a integra, a retém e a exprime, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações. As dificuldades de Aprendizagem Específicas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou da resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de memória, perceptivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades, que não resultam de privações sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivíduo interage com o meio ambiente (CORREIA, 2008).

As dificuldades de aprendizagem incluem várias condições como problemas perceptivos, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia do desenvolvimento, no entanto estas não incluem problemas de aprendizagem que resultem de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência mental, de perturbação emocional, cultural e económica.

Correia (2008) aponta para seis categorias de DAE já identificadas:

1- Auditivo linguístico: prende-se com um problema de percepção que, frequentemente, leva o aluno a ter dificuldade na execução ou compreensão das instruções que lhe são dadas. Não é, portanto, um problema de acuidade auditiva (o aluno consegue ouvir bem), mas sim de compreensão/percepção daquilo que é ouvido.

2- Visuoespacial: envolve caraterísticas tão diversas como uma inabilidade para compreender a cor, para diferenciar estímulos essenciais de secundários (problemas de figura-fundo) e para visualizar orientações no espaço. Assim, os alunos que apresentem problemas nas relações espaciais e direcionais têm frequentemente dificuldades na leitura, começando, por exemplo, por ter problemas na leitura das letras b e d, p e q (reversões).

3- Motora: aqui o aluno que apresenta DA associadas à área motora tem problemas de coordenação global ou fina ou, mesmo, de ambas, visíveis quer em casa quer na escola, criando, tantas vezes, problemas na escrita e no uso do teclado e do rato do computador.

4- Organizacional: este problema leva à experimentação de dificuldades quanto à localização do princípio, meio e fim de uma tarefa. O aluno tem ainda dificuldades em resumir e organizar informação, o que o impede, com frequência, de fazer os trabalhos de casa e outras tarefas escolares afins.

5- Acadêmica: esta categoria é uma das mais comuns no seio das DA. Os alunos tanto podem apresentar problemas na área da matemática, como serem dotados nesta mesma área e terem problemas severos na área da leitura ou da escrita, ou em ambas.

6- Socioemocional: o aluno com problemas nesta área tem dificuldade em cumprir regras sociais (esperar pela sua vez) e em interpretar expressões faciais, o que faz com que seja muitas vezes incapaz de desempenhar tarefas consentâneas com a sua idade cronológica e mental (IBIDEM, 2008).

 Neste sentido, um aluno será diagnosticado com DAE, quando os seus problemas de aprendizagem se devem a dificuldades na expressão e compreensão oral e escrita; na resolução de situações problemáticas e cálculo; na aprendizagem da leitura e escrita, na distinção e memorização de letras ou grupos de letras. As causas destas dificuldades podem, ainda, associar-se a perturbações emocionais e a desmotivação.

As principais DAE que se manifestam em contexto escolar, relacionadas com dificuldades de processamento simbólico, são a dislexia, a disortografia, a disgrafia e a discalculia.

 

4 CRIANÇA DISLEXA NA ESCOLA

 

Uma criança disléxica pode apresentar uma autoestima abalada por se achar incapaz ou até mesmo inferior aos seus colegas. Por não conseguir ter a mesma facilidade de seus colegas ao ler um texto, fica desmotivada e perde o interesse pela leitura. Muitas vezes, podem ser considerados alunos preguiçosos, desatentos, sem nenhum empenho em aprender, sendo que seu problema é algo mais sério, e ninguém é capaz de perceber. E isso acontece muitas vezes, porque pessoas que não participam de cursos de treinamento ou de inclusão escolar possuem dificuldades de perceber a dislexia, pelo fato de não terem conhecimento suficientes sobre este distúrbio linguístico.

Quanto mais cedo uma pessoa disléxica for diagnosticada, mais oportunidades terá em amenizar as suas dificuldades, menos sofrerá por ser motivo de piadas de sua classe. Para que isso aconteça é preciso o olhar atento e humano de seu professor. Antes de criticar é necessário avaliar o caso e compreender quais motivos podem levar estas crianças a se sentirem fracassadas por não terem o mesmo rendimento e facilidades que seus colegas (OLIVEIRA, 2013).

 

4.1 Dificuldades de leitura em crianças disléxicas

 

A dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita  pode ser superada ao longo do processo ensino/aprendizagem com o auxilio de um profissional qualificado. É importante ressaltar que os estudantes com essa dificuldade normalmente possuem outras habilidades e facilidades para aprender. Indicando que os educandos não são “burros” como a sociedade costuma rotular, eles podem alcançar sucesso profissional e social (PETRONILO, 2007).

A dificuldade na leitura e na escrita é algo frequente nas escolas, portanto, tornam-se necessário que o educador esteja atento as necessidades dos seus educandos/alunos, para auxilia-los no processo ensino/aprendizado. Ao identificar uma possível dificuldade o professor precisa compreender a evolução do processo da criança, abrindo espaços para que ela possa aplicar suas hipóteses e avançar em seu conhecimento, contribuindo para uma aprendizagem mais efetiva da leitura e da escrita. Não basta simplesmente, identificar e encaminhar tais crianças para alguma forma de tratamento, como se isso fosse um problema externo à escola (DOMIENSE, 2011).

As metodologias de ensino podem interferir no aprendizado e na formação dos educandos. Portanto, analisar as metodologias empregadas pelos educadores é possível obter um indicador do nível de conhecimento sobre o processo da aquisição da leitura e escrita e dificuldades geradas pela dislexia.

O processo de aquisição da escrita envolve a disgrafia e a disortografia, a disgrafia compreende na falta de habilidade motora, lentidão no traçado e letra ilegível, enquanto a outra compreende em incapacidade em transcrever o processo da linguagem oral.

Sabe-se que a leitura é considerada uma forma de aprendizagem muito complexo e dificultoso até para as crianças que não possuem o transtorno de dislexia. Assim cabe aos educadores ficarem atentos as crianças que apresentam maiores dificuldades para a leitura. Tanto professores como pais e familiares são responsáveis para um possível diagnostico da dislexia e auxiliar no processo ensino/aprendizagem após a descoberta deste distúrbio a partir de atividades diferenciadas e lúdicas.

A inabilidade de ler e escrever é frustrante para os dislexos, assim este detém a atenção para outras atividades tirando o foco da leitura e escrita (DAVIS, 2004).

 

4.2 Áreas de dificuldades: aritméticas

           

As dificuldades em aprender a linguagem expressa através dos símbolos da matemática podem ter varias causas entre, pedagógica, capacidade intelectual e disfunção do sistema nervoso central, desordem consideradas como discalculia ou acalculia. Resultante dos métodos utilizados pelos educadores com a tentativa de ensinar e resolver problemas (DOMIENSE, 2011).

Davis (2004, p.69) afirma ”acalculia e discalculia relacionam-se com as distorções em relação ao sentido do tempo que ocorrem principalmente com crianças dislexas. Estas distorções são: desorientação visual, auditiva, equilíbrio/movimento”. Muitas vezes o profissional o educador faz julgamentos precipitados, achando que o aluno é preguiçoso ou desatento, por este motivo o educador deve ser qualificado e prestar o máximo de atenção possível em relação ao ensino/aprendizagem dos alunos pois pode ser um transtorno que causa dificuldades.

Quando se trata de matemática o dislexo para aprender necessita ter os princípios de tempo, sequência e ordem (DAVIS, 2004). Portanto o acompanhamento do educador é fundamental para que o aprendizado vá se consolidando, importante ressaltar que cada ser apresenta um tipo de dificuldade.

 A discalculia apresenta seis subtipos, veja: discalculia operacional, discalculia gráfica, discalculia pragtognóstica, discalculia verbal, discalculia ideognóstica e discalculia léxica. Portanto segundo Vygotsky (2001), o sujeito necessita de outro mais experiente a fim de buscar um modo de beneficiar o que precisa consolidar o ensino/aprendizado.

 

4.3 Estratégias educacionais

 

O profissional ou educador que trabalha com a criança ou jovem dislexo na sala de aula deve incluir este na sala para que o aluno não se sinta rejeitado, hoje tem varias estratégias que auxiliam o professor. Deve-se trabalhar com o aluno dislexo os seguintes pontos: famílias de palavras; oferecer oportunidades de produzir histórias, uso de palavra de mesma configuração, treino da visualização de orientação diferenciada de palavras, identificação de sons verbais, discriminar figuras, quanto a forma, associação de sons (DOMIENSE, 2011).

Há varias metodologias e estratégias para se trabalhar o processo ensino aprendizagem com crianças com transtorno dislexo. Para Pallares (2000), cita que métodos multissensoriais incluindo tato, cores, movimento, também são fontes de aprendizagem, estabelecer parceria entre a criança e os pais, reforçar a memória a curto e longo prazo, educadores sempre estar atentos em lembrar as crianças de suas tarefas, utilizar a tecnologia como um fator de aprendizagem.

Alguns autores citam o uso de letras em lixas para atividades táteis, letra vogais com alfabeto móvel de cor vermelha, recortes de revistas para melhorar noção de esquema corporal, usar letras minúsculas e maiúsculas coloridas, alfabeto ilustrado, enigmas, dicionário especial e ilustrado, vários são as metodologias.

Assim, pode-se perceber que, vários são os métodos de ensino aprendizagem, cabe ao educador decidir qual usar e como usar, além de testar seus métodos e avaliar o aprendizado para observar se deve continuar ou deve inovar.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Atualmente nos deparamos com inúmeros alunos com dificuldades de aprendizagem que na maioria das vezes  são ocasionadas pela dislexia, síndrome psiconeurológica com perturbações de tempo, dificuldades visual, auditiva, habilidades motoras e sensorial.

Dificuldade esta, difícil de ser percebida por um profissional não qualificado, deste modo, a importância dos profissionais da educação em qualificar-se na área de atuação. Uma criança dislexa tem muito a perder caso não seja percebida pelo educador, porém tem muito a ganhar se este educador após uma suspeita comunicar a família para que encaminhe a criança a um médico específico, pois, com o diagnóstico facilita para que o professor realize trabalhos qualificados consolidando o ensino/aprendizagem do educando.

Há varias metodologias e estratégias para se trabalhar o processo ensino aprendizagem com crianças com transtorno dislexo. Para Pallares (2000), métodos multissensoriais incluindo tato, cores, movimento, também são fontes de aprendizagem, estabelecer parceria entre a criança e os pais, reforçar a memória a curto e longo prazo, educadores sempre estar atentos em lembrar as crianças de suas tarefas, utilizar a tecnologia como um fator de aprendizagem.

Portanto o educador deve estar em constante renovação para que possa atender seus educandos no processo ensino/aprendizado de forma a consolida-los.

 

7 Referencias

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