Rosa Gomes Dos Santos Ferreira 1 , Jorge Luiz Do Nascimento2, Debora Ribeiro Cardoso3, Emillia C. Gonçalves dos Santos4, Luzimar A. B. Paim5

1. Doutoranda em Enfermagem (EEAN-UFRJ). Mestre em Enfermagem (EEAN-UFRJ).

2. Enfermeiro Intensivista, do Trabalho. Hospital Municipal Miguel Couto e IPUB-UFRJ.

3. Mestre em Enfermagem (EEAN-UFRJ).

4. Mestranda em Ciências do Cuidado em Saúde (UFF).

5. Mestre em Enfermagem (EEAP-UNIRIO).

Introdução: A equipe de enfermagem presta cuidados de modo permanente e não visitador aos pacientes e mediante a gama de relações estabelecidas no trabalho e sua representatividade (representa até 70% da força trabalhadora no serviço de saúde), pode encontrar-se em posição vulnerável. Objetivo: Identificar o assédio sofrido pela equipe de enfermagem no cotidiano de trabalho; Descrever as conseqüências decorrentes deste assédio, sob a ótica do trabalhador. Materiais e Métodos: Pesquisa qualitativa, bibliográfica, de revisão Integrativa, realizada nas bases de dados: Medline, Lilacs, BDENF e Scielo, cuja questão de pesquisa foi: quais os tipos assédios e as conseqüências sofridas pela equipe de enfermagem no cotidiano do trabalho? Resultados: Não há definição legal e clara, envolvendo os órgãos competentes de enfermagem, no intuito de discutir significativas ocorrências e mudanças. Destaca-se que quando este assédio é caracterizado como tal, o manejo do caso se dá no âmbito do trabalho, entre a equipe, sem que ocorra denúncia. Conclusão: Para que o assunto seja tratado é imprescindível que os profissionais sejam conscientizados a respeito da seriedade da denuncia, que na maioria das vezes não acontece. Só através deste debate e de revelações claras, a respeito do sofrido pelos profissionais, alterações podem sobrevir em relação às leis trabalhistas.

Palavras-chave: Bullying, saúde do trabalhador, violência.

INTRODUÇÃO:

O assédio é uma forma de violência no trabalho que incide na exposição prolongada e repetitiva do trabalhador a situações constrangedoras e humilhantes, praticadas por uma ou mais pessoas, que inclusive pode ser a própria chefia. (UFSC, 2017)

Refere-se à adoção de comportamentos com a finalidade de humilhar, ofender, ridicularizar, culpabilizar, punir ou desestabilizar o trabalhador, colocando em risco a sua saúde física e psicológica, afetando o seu desempenho e o ambiente de trabalho.

O assédio pode assumir tanto a forma de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) quanto indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). Porém, para que sejam caracterizadas como assédio, essas ações devem ser um processo frequente e prolongado. (DE AVILA, 2008)

A equipe de enfermagem presta cuidados de modo permanente e não visitador aos pacientes e mediante a gama de relações estabelecidas no trabalho e sua representatividade (representa até 70% da força trabalhadora no serviço de saúde), pode encontrar-se em posição vulnerável.

OBJETIVOS:

Identificar o assédio sofrido pela equipe de enfermagem no cotidiano de trabalho;

Descrever as conseqüências decorrentes deste assédio, sob a ótica do trabalhador.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica, de revisão integrativa, realizada nas bases de dados: Medline, Lilacs, BDENF e Scielo, cuja questão de pesquisa foi: quais os tipos assédios e as conseqüências sofridas pela equipe de enfermagem no cotidiano do trabalho?

A coleta destes dados aconteceu no período referente aos meses de fevereiro e março de 2017.

Para Minayo (2006, p.21) a pesquisa qualitativa: “[...] trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.

RESULTADOS:

Há pouca produção no que tange à referência de ocorrência do assédio moral sofrido por profissionais de equipe de enfermagem.

No entanto, as produções que mais encontramos na referida busca, retratam um cenário bastante discutido e que se refere aos conflitos no cotidiano de trabalho e de ensino em enfermagem e o manejo ofertado pelas partes, mas não há menção de que estes conflitos deflagrem-se a partir de questões inerentes ao assédio.

Não há definição legal e clara, envolvendo os órgãos competentes de enfermagem, no intuito de discutir significativas ocorrências e mudanças.

Destaca-se que quando este assédio é caracterizado como tal, o manejo do caso se dá no âmbito do trabalho, entre a equipe, sem que ocorra denúncia.

CONCLUSÃO:

Para que o assunto seja tratado é imprescindível que os profissionais sejam conscientizados a respeito da seriedade da denuncia, que na maioria das vezes não acontece. Só através deste debate e de revelações claras, a respeito do sofrido pelos profissionais, alterações podem sobrevir em relação às leis trabalhistas.

Apesar das diversas abordagens do conceito de assédio, identifica-se o intento de demonstrar à vítima que se trata de uma perseguição com o objetivo de destruí-la.

Isto pode significar perda do espaço, da identidade, da cidadania e da saúde mental de qualquer trabalhador de enfermagem que esteja envolvido nesta situação.

Esta prática faz com que a vítima se sinta ofendida, inferiorizada, constrangida e com a sua auto-estima rebaixada.

A informação e o direito de queixar-se as suas instâncias representativas é a melhor arma para a prevenção e combate a esta chaga social e que tão presente, mas velada, está no contexto de trabalho de enfermagem.

REFERENCIAS:

  1. http://www.assediomoral.ufsc.br/?page_id=416
  2. DE AVILA, R.P. As conseqüências do assédio moral no ambiente de trabalho. Dissertação de mestrado. Universidade de Caxias do Sul. 2008.
  3. MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006.